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O outro lado da sentença
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Eu preferia que me carregassem num caixão, a vê-lo ser sentenciado a um reformatório somente para ser julgado quando obtivesse a maioridade penal. Uma agonia se espalhou pelo meu corpo e não pude me conter. Apesar de todo esforço, não consegui.Seu olhar para mim, antes de sair de volta ao prédio do FBI, doeu em meu coração. Sentia que toda a dor sairia pelas lágrimas. Eu sabia que, depois que o levassem para sua cela, transfeririam ele para o instituto de merda.—Minha querida, precisa se acalmar. Você... Vai acabar passando mal outra vez. Tem que se acalmar-—Cala a boca, titia! —Gritei, escapando de seus braços.Wictor foi levado e o tribunal virou um caos.Corri para fora e estiquei as mãos para a frente, abrindo as portas de madeira.O ar ainda parecia sufocante.As cores turvas em minha visão me deixavam confusa. Era um olhar de aquarela.Seguia chorando e correndo desesperadamente pelos corredores, até finalmente encontrar o lado de fora. Barulho de carr
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De onde menos se espera
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Eles me levaram novamente ao prédio do FBI. Voltei para minha cela. Quieto.Calado.Apático.—Senhor Wictor, o instituto irá cuidar de você e eu lhe visitarei toda semana, já que sou o seu advogado. Não irão permitir visitas durante esse tempo, mas... Se você se comportar, poderão abrir uma excessão em dois ou três meses. —Romano me dizia palavras de conforto enquanto minhas algemas eram removidas pelo agente no vão da porta. Recuei, tendo os tornozelos igualmente livres.—Ânimo, rapaz! Eu consigo reverter a sua situação e tirar você de lá muito antes disso!Ele sorria, mas eu sentia o quanto estava nervoso naquele momento.Alisei os pulsos, reclamando todas as horas com as algemas e andei em direção à cama de cimento. —Você não tem outros casos pra resolver? —Virei a cabeça para ele, relaxando os olhos. —O quê? Quinhentos mil euros pra você é alguma coisa? Porque, em condições normais, isso não compra nem um carro pra mim. Eu estava machucado e estava sof
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Tome uma decisão
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Chris me ajudou com tudo. Usando o telefone residencial de titia, ligamos para o médico da família após consultarmos a agenda dela. Ele pareceu esperançoso, até ver o quadro dela.Alzheimer foi seu diagnóstico.Esperando uma enfermeira terminar de aprontá-la, o médico conversava comigo enquanto Chris ficava de braços cruzados. Estava ao lado da porta de entrada, observando tudo como um cão fiel.—Por que ela não pode ficar, doutor? Titia tem minha guarda temporária... —Reclamei, estreitando as sobrancelhas para ele.—A sua tia vai piorar, senhorita Konnor. É uma doença que evolui muito rapidamente e, em alguns meses, sua tia, sequer, irá lhe reconhecer. —E pra aonde o senhor indica que ela vá?—Eu tenho uma clínica para pacientes assim. Sua tia poderá ficar em um dos melhores quartos com todos os cuidados de uma equipe super preparada exclusivamente para ela. Não posso permitir que uma pessoa com o estado mental no qual a sua tia se encontra, possa ser responsá
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Emancipação
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Um dia depois e titia permanecia dispersa.Acordei com um cheiro insuportável de gás vindo da cozinha. Estava prestes a adentrar ao cômodo, quando fui surpreendida com um pano em meu nariz, cobrindo parte do meu rosto.—Sinto muito, senhorita Liza. Não pode inalar isso. —Disse Chris, tirando-me daquele ambiente. Totalmente rendida, fui conduzida até a sala, onde ele finalmente me libertou daquele pano e andou pela sala, abrindo as janelas.Bufei.—Você não pode me surpreender desse jeito, sabia disso?!! —Cruzei os braços, olhando-o em completo estado de fúria.Ele me olhou calmamente, abrindo a última janela.—E a senhorita não pode inalar gás de cozinha. Pode causar má formação no bebê do senhor Konnor.Bebê do senhor Konnor?!—Chris, essa criança também me pertence. Não sei se percebeu, mas quem está gerando esse filho sou eu. Então, não se refira á ele como se fosse apenas do "senhor Konnor". —Reclamei, sentando-me na poltrona, ao lado de uma das janelas gig
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Antes que vá
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Titia assinou a papelada da minha emancipação e eu assinei como sua testemunha de sua doença. Parte de mim, sentia culpa por estar fazendo aquilo, mas a outra parte se sentia orgulhosa por conseguir se virar sozinha no meio de tantas decisões difíceis.Retornando para a sala com os papeis assinados, entreguei-os para Romano.—Aqui estão seus papeis. Tudo assinado. —Estiquei o braço para ele, entregando-o. —Agora, me diga qual notícia boa você tem pra me dar. —Me sentei de frente para ele, cruzando as pernas na poltrona.Ele abriu sua maleta de couro preto novamente e guardou os papeis importantes. Suspirou, arqueando as sobrancelhas ao me olhar novamente.—O senhor Wictor Konnor poderá receber uma última visita antes de ir para o instituto. A senhorita poderá visitá-lo e o seu amigo também. —Passou os olhos por Chris, desviando novamente.Eu podia ver que Romano o temia.—Quando? —Ergui o queixo para ele, pronta para para ver o Wic a qualquer momento.—Hoje a t
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Uma ameaça desconhecida
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Eu o olhei uma última vez depois que o nosso tempo foi anunciado: estava acabando.Me abracei ao seu tronco e afundei a cabeça em seu macacão laranja até que acabasse.—Vai ficar tudo bem, eu volto logo. Não se preocupe. Estarei lá quando menos esperar. —Disse, deslizando a mão sobre meus cabelos. —Vou estar lá quando precisar de mim.Guardei suas palavras no fundo do coração e enterrei meus medos, plantando nossa despedida....Deixá-lo não foi tarefa fácil. A detetive Gemma precisou conversar bastante comigo para que eu o soltasse. Algo em mim, estava morto.O caminho de volta para a casa de titia foi silencioso e desolador. A tarde estava indo embora atrás de nós. Era como se escapássemos daquele dia para que nunca acabasse.Mas, acabou.—Senhorita Liza, eu vou arrumar algumas coisas no jardim. Se importa de ajudar a sua tia a entrar? —Chris passou os olhos por mim, batendo a porta do carro.—Tudo bem, Chris. Vou ver alguma coisa no livro de receitas dela e
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Seu telefone está tocando
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Após a visita ao Wic, o jantar foi uma refeição cruel e distante. Enquanto estávamos reunidos à mesa, pensava que o meu irmão estaria comendo sozinho pelos próximos doze meses. Meus pensamentos estavam me matando.Chris ignorou minha apatia, mas titia insistia em me fazer perguntas previsíveis. Era uma tortura.Cheguei a agradecer a Deus quando a refeição acabou e ela se recolheu para o quarto.—Pensei que a sua cabeça fosse explodir, senhorita Liza. —Comentou Chris, adentrando a cozinha. —Deixe essas coisas aí, eu posso organizar. Precisa descansar pra manter esse bebê bem e... Ficar bem. Suas advertências eram plausíveis, mas eu precisava de uma distração.—Amanhã titia vai ser internada e eu só a visitarei uma vez por semana. Wictor já deve ter sido transferido á essa hora. —Desliguei a torneira e me virei para ele. —Não tenho nada pra fazer durante todo esse tempo. Eu sinto... Que alguém tirou as minhas pilhas outra vez. Ele ficou em silêncio. Me olhou por
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CORRA
✩。•.─── ❁Chris❁ ───.•。✩Infelizmente, precisava deixar a senhorita Liza sozinha por uma hora. Armei todo o perímetro para que ninguém conseguisse entrar, ou sair, antes que eu voltasse. Ainda era madrugada, os médicos e enfermeiros que internariam a senhora Claire não chegariam tão cedo.Pus a submetralhadora pendurava pela bandoleira e uma jaqueta por cima, saindo em meu carro.Nem preciso dizer que estava dirigindo em alta velocidade....Estava nervoso. Sentia que explodiria a qualquer momento. Paola, aquela miserável, havia conseguido dominar os meus pensamentos de uma maneira covarde. O ódio dentro de mim, não me deixava raciocinar direito.Ao me aproximar da ponte, reduzi a velocidade e estacionei, descendo do carro. A porta ficou aberta enquanto eu corria em direção à ele.Meus passos, em direção á um Enzo desacordado, tiravam minhas esperanças.Os barcos estavam se aproximando. Ouvia o barulho ecoando pelos ares como um lembrete ideal de como era ruim ser eu.Puxei um canive
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Um novo problema para arcar
✩。•.─── ❁Chris❁ ───.•。✩Dirigindo de volta para a casa da senhora Claire Konnor, reavaliava a situação de Enzo enquanto esteve na prisão. Eu tinha dúvidas.—Foi inocentado? —Mantive os olhos no caminho, pois estava em alta velocidade e um vacilo mataria nós dois. —Enzo, você foi inocentado?—Não. —Ele suspirou, passando as mãos pelos cabelos ruivos. —O desembargador fez umas ligações para mim. Eu... —Ele umedeceu os lábios, ansioso, sufocado. —Ele ordenou que eu saísse e que o meu caso fosse arquivado. Mordi a mandíbula, esperando pelo que viria a seguir.—Continua explicando porque eu não quero imaginar por conta própria. Enzo passou as mãos pelas pernas e tombou a cabeça para trás. Eu sentia que estava olhando para mim, mas permaneci atencioso ao caminho. O meu tempo era pouco e a senhorita Liza corria sérios riscos.—Há alguns anos, enquanto trabalhava para o governador, tive a oportunidade de trabalhar uma única noite para o desembargador. Ele precisava fazer uma viagem restrita
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Para as colinas
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Acordei pelas primeiras horas da manhã, na esperança de que titia finalmente fosse internada. Ela precisava de cuidados e eu não conseguiria dar conta do recado.Estiquei os braços e joguei as pernas para fora da cama, olhando na direção da janela enquanto estava sentada. Bocejei tranquilamente, sem sentir enjoos. A luz do sol aquecia minha pele e eu fechei os olhos para sentir a intensidade daquilo.Alguém tossiu próximo a porta.Senti minha pressão cair de uma vez aos pés, e abri os olhos. Olhei por cima dos ombros abruptamente, encontrando a figura magrecela e alta de cabelos exageradamente longos e negros.—Minha nossa! —Suspirou, segurando uma pistola pequena. —Você dorme muito, Liza, meu amor!—Paola... —Sussurrei, pestanejando.—Meu docinho, você não sabe que tomar sol de manhã bem cedo ajuda o nosso organismo a produzir melatonina? É! a substância da felicidade. E por falar em
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