Antes que Vanessa pudesse apresentar, Cláudia já tinha estendido a mão calorosamente para Bryan: — Sr. Bryan Barbosa, certo?— A senhora é muito gentil, pode me chamar só de Bryan.— Bryan, que nome bonito.Cláudia mal tinha terminado o ensino fundamental, então não tinha como entender se o nome era bonito ou não.— Mãe, como você sabe que ele se chama Bryan? — Vanessa, de repente, percebeu algo e arregalou os olhos. — Você não desmaiou?Quando Cláudia desmaiou, Bryan ainda não tinha chegado. Se ela realmente tivesse desmaiado, como poderia saber quem a trouxe para o hospital? Além disso, agora ela parecia tão lúcida, claramente estava fingindo.Vanessa ficou sem palavras: — Mãe, por que você fingiu que desmaiou? Você quase me matou de susto!— Garota malcriada. — Cláudia deu um tapa nas costas dela, com uma expressão irritada. — Você ficou desapontada porque eu não desmaiei, né? Você preferia que eu tivesse alguma coisa grave, não é?— Não foi isso que eu quis dizer.— Então o que v

Cláudia estava tão obcecada com dinheiro que parecia estar enlouquecendo. Para afastar qualquer ideia da cabeça de sua mãe, Vanessa foi direta: — Ele vende carros usados.Cláudia ficou sem palavras.Pouco tempo depois, a refeição que Bryan havia encomendado chegou ao quarto. Não dava para negar que Bryan era generoso, uma canja de frutos do mar recém-preparado foi servido, e o garçom do restaurante levou o tacho inteiro, acompanhado por uma mesa cheia de acompanhamentos.— Tanta coisa, Sr. Bryan, você gastou demais. Vender carros usados não deve estar fácil agora, né?— Carros usados? — Bryan lançou a ela um olhar confuso.Vanessa deu uma tossida brusca. — Mãe, coma logo. Acabei de lembrar que tenho um assunto urgente. — Dizendo isso, ela rapidamente puxou Bryan para fora do quarto. Só quando estavam bem longe do quarto do hospital, Vanessa suspirou aliviada.Ao olhar para trás, viu Bryan a observando fixamente, o que a fez hesitar. Percebeu então que ainda estava segurando a mão de

Vanessa levou um susto consigo mesma. — A sua água. — A voz do caixa da loja de conveniência trouxe Vanessa de volta à realidade, e ela rapidamente se recompôs. — Obrigada.De volta ao seu lugar, Vanessa entregou a água a Bryan. — Sobre o divórcio, como você pretende contar para a sua mãe?As ilusões agradáveis se desfizeram num instante, e Bryan conseguiu puxar Vanessa de volta para a realidade de que ela era uma mulher casada e estava no meio de um processo de divórcio. — Não preciso dizer nada, minha mãe vai perguntar, e falamos sobre isso quando chegar a hora.— Se precisar de ajuda...— Não. — Vanessa recusou de forma decidida. — Você me ajuda mais se não aparecer na frente da minha mãe.Bryan franziu as sobrancelhas.— Eu sou assim tão vergonhoso? — Ele perguntou.Vanessa ficou com um nó na garganta.— Eu só não quero complicar ainda mais as coisas. Podemos deixar esse assunto de lado por enquanto? Vendo a cerveja na mão de Vanessa, Bryan não insistiu no assunto. Já era

— Uma senhora rica teria alguma coisa para se ocupar?— Minha filha se formou em uma faculdade de renome e é gerente geral de uma empresa. Ela é muito capaz.— Sério mesmo?— Acreditem se quiserem!...Ouvir as palavras da mãe fez com que um leve calor surgisse nos cantos dos olhos de Vanessa. Ela endireitou as costas e começou a caminhar em direção à entrada do beco.Assim que chegou à saída, uma silhueta bloqueou seu caminho. Vestido bege, cabelos longos e pretos caindo sobre os ombros, maquiagem natural estrategicamente aplicada para parecer invisível para homens desatentos, dando a ela um ar de pureza e delicadeza, provocando compaixão. A única imperfeição era o dedo mindinho da mão direita, envolto em uma espessa bandagem. — Vanessa. — Ela sorriu para Vanessa, mas à sombra do beco, seu sorriso parecia estranhamente sombrio e sinistro. — Rafaela, o que você está fazendo aqui? — O rosto de Vanessa endureceu.— Ouvi dizer que houve um incidente na frente da casa do Igor na noite p

— Esse acordo eu não vou assinar.— O quê? — Rafaela mudou de expressão. — Você sabe muito bem que essa é a melhor solução. Ou será que realmente acredita que pode ficar com metade da família Ribeiro? Não seja gananciosa, ou acabará sem nada e sendo expulsa!Vanessa soltou uma risada de desprezo, sem esconder o desdém em seus olhos. — Essas palavras são para você mesma.— Vanessa! Eu só estou discutindo isso com você por gratidão pelo favor que me fez.— Gratidão? Que palavras bonitas. Igor não está aqui, não precisa ser tão formal. Se é sobre o acordo, não precisamos mais conversar. Vejo você no tribunal. — Vanessa pegou sua bolsa e se levantou. — Ah, e um aviso: É melhor não ir falar mal de mim para a minha mãe, ou quem vai se dar mal é você.A pálpebra de Rafaela tremulou.Vanessa lançou a ela um olhar frio antes de sair sem olhar para trás.Se Rafaela realmente tivesse a capacidade de fazer Vanessa sair sem um centavo, ela jamais seria tão generosa a ponto de oferecer um acordo pa

— Quem? — Bryan franziu a testa. — Violeta, é claro! Nossa família e a família Camargo sempre foram muito próximas. Você conhece a Violeta desde criança, e vocês estudaram na mesma escola no exterior. Agora que ela também voltou ao país, quem sabe no futuro vocês se tornem uma família.— Tia Clara, o que não é da sua conta, não se intrometa. Com uma frase fria, Clara imediatamente se calou, ainda com um sorriso forçado no rosto. — Eu só falei por falar.Bryan não quis prolongar a conversa.— Vou ver a vovó.Assim que chegou à porta do salão, ouviu risadas vindo de dentro. Violeta havia chegado à tarde e estava passando a tarde inteira com a Sra. Barbosa, deixando a senhora extremamente feliz como há muito tempo não ficava. — Senhora, Srta. Violeta, o jovem mestre chegou.— Bryan voltou! — O rosto da Sra. Barbosa irradiava alegria. — Venha cá! A Violeta me contou uma piada tão engraçada que eu ri tanto que até me doeu as costas. Ela já voltou para o país há algum tempo e você ne

— Quando? Com quem? — Sra. Barbosa se levantou imediatamente, surpresa.Bryan, impassível, respondeu: — Você saberá em breve. — Depois de dizer isso, ele lançou um olhar para Violeta e Clara, comentando de forma casual. — Então, os outros não se preocupem com o meu casamento.Clara, ainda chocada, se sentiu envergonhada ao ouvir aquelas palavras mas também forçou um sorriso: — Casar é uma coisa boa, mas você poderia nos dar algum tempo para nos prepararmos psicologicamente. De que família é a noiva?— Sim, quem é? — Violeta também perguntou, com uma expressão de total incredulidade no rosto.Embora tivesse voltado ao país há pouco tempo, ela já conhecia Bryan há muitos anos e nunca tinha visto outra mulher ao seu lado. Mesmo aquelas que tentaram se aproximar foram afastadas.— Quando as coisas estiverem mais estáveis para ela, vou a trazer para conhecer a vovó. — Bryan claramente não queria revelar a identidade da noiva tão cedo.Ninguém entendia bem o que estava acontecendo.Sra. Ba

Igor segurava uma captura de tela de um vídeo de vigilância do corredor do hotel. Na imagem em preto e branco, uma mulher e um homem estavam abraçados, e o rosto parcialmente visível era o de Vanessa. O rosto de Vanessa mudou de cor. Como isso era possível? Ela só esteve com Bryan naquela noite em que ambos estavam bêbados. Como Igor sabia disso e ainda conseguiu as imagens de vigilância do corredor do hotel? Igor, com o rosto sério, disse: — Você se atreve a dizer que essa pessoa não é você? Acredita mesmo que exibirei o vídeo de você entrando em um quarto de hotel com um homem em pleno tribunal?— Você não ousaria! — Severino, embora surpreso, ainda defendeu Vanessa. — Advogado Severino, é essa a sua pura e inocente musa da faculdade Vanessa? Veja o que ela fez! Você não passa de mais um dos homens que ela seduziu, e nem ao menos sabe disso!Ao olhar para a foto na mão de Igor, o rosto de Severino alternava entre tons de verde e branco. Enquanto Igor se vangloriava, Vaness

As palavras de Vanessa fizeram o sorriso de Michele congelar por um momento.— Eu e o Severino? O que está acontecendo? O que houve?O rosto de Michele, que já estava um pouco pálido, agora revelava uma clara sensação de pânico. Mesmo que ela tentasse disfarçar e negar calmamente, esse pânico não passou despercebido por Vanessa.Vanessa falou com seriedade:— Michele, não me engane. Você realmente ainda gosta do Severino, não é?— Se eu disser que não gosto mais, você acreditaria?— Eu pensei que... — Vanessa franziu um pouco a testa e engoliu as palavras restantes.Embora sempre tivesse feito piadas sobre Severino com Michele em particular, ela sempre pensou que, após todos esses anos desde a formatura, o afeto de Michele por Severino era apenas uma paixão juvenil. Havia muitas outras pessoas que secretamente gostavam de Severino na época, não apenas Michele. Quem diria que, após todo esse tempo, Michele ainda nutria esse sentimento por ele em silêncio?— Você já falou com ele sobre i

— Você consegue saber onde estou só por uma foto? — Vanessa ainda não acreditava.— É tão difícil assim? — Bryan tomou um gole de chá, com uma expressão despreocupada.Meia hora antes, ao ver a foto que Vanessa postou no seu Instagram, ele mandou Eduardo investigar a localização do restaurante, e em cinco minutos, já havia confirmado que ela estava nesse local.— O ambiente aqui é mediano. Conheço um restaurante japonês melhor, posso te levar lá da próxima vez.— Também achei mais ou menos, não combina muito com o seu perfil. Que tal você mudar de lugar?— Não precisa, dá para aguentar.Vanessa esboçou um sorriso forçado.Como Bryan conseguiu aparecer sem ser convidado e ainda ter a audácia de criticar o restaurante?Finalmente, o saquê foi servido.Vanessa se serviu de uma taça e perguntou:— Quer um pouco?Bryan balançou a cabeça e a lembrou: — Melhor beber com moderação.— O teor alcoólico do saquê não é alto, um pouco não faz mal, até ajuda a dormir.Vanessa disse isso casualmente