Lucas, com febre alta, estava totalmente fora de si, mas, em meio ao torpor, sentiu uma leve sensação refrescante em seu corpo. Instintivamente, buscou mais proximidade com essa sensação.Mariana segurava a toalha molhada em suas mãos, que estavam geladas. Lucas, meio inconsciente, agarrou o braço dela, esfregando o rosto contra sua pele fria.Observando seu estado vulnerável, ninguém poderia imaginar que aquele era o poderoso empresário, temido no mundo dos negócios. Naquele momento, masmais parecia um filhote de pássaro buscando proteção no colo de Mariana.Talvez por uma espécie de instinto materno, Mariana levou a mão à cabeça dele e começou a acariciar seus cabelos curtos. O toque era um tanto áspero contra a palma da mão.Se fosse em outra ocasião, jamais teria a oportunidade de tocá-lo assim. Mas agora, sentia-se livre para o explorará-lo sem medo.Conforme continuava, sua mão desceu pelo pescoço dele, até os músculos firmes das costas, apertando suavemente.Os ombros largos de

Mariana jogou a caixa do remédio que ele tomou na noite anterior em sua direção:— Dá uma olhada nisso! E, aliás, você estava vestido, certo? Eu limpei todo o suor que você soltou e ainda tive que tirar sua roupa...Antes que ela terminasse, Lucas já entendeu e interrompeu:— Espera aí!Ele se sentou, e o lençol deslizou, revelando seu peito musculoso. Mas agora, diferente da noite anterior, duas fileiras de marcas de mordida apareciam em seu peito, frescas e visivelmente doloridas.— Vai me explicar isso? — Ele apontou para as marcas.Mariana soltou uma risada sarcástica e levantou a camisa, mostrando as marcas roxas em sua cintura:— Quer competir? Acho que fui até leve demais na mordida!Lucas ficou surpreso.A pele clara dela destacava ainda mais as marcas, parecendo flores vermelhas caídas na neve. Ele engoliu em seco, ainda incrédulo:— Mas você disse que eu estava com febre, não foi?— Sim, mas quem diria que, mesmo com febre, você seria tão… insaciável. — Mariana revirou os olh

Lucas estava cercado por algumas pessoas, seu rosto tomado de fúria, com uma presença tão forte que ninguém se atrevia a o confrontará-lo fisicamente — apenas reclamavam verbalmente, mantendo distância.Mariana se aproximou rapidamente e, ao ouvir parte da conversa, logo entendeu o que havia acontecido.Ela deu um passo à frente e puxou Lucas para trás de si, virando-se em direção ao homem que ele havia chutado.— Você está bem? — perguntou.— Dra. Mariana? — alguém a reconheceu.Logo, uma das pessoas ao redor perguntou:— Dra. Mariana, você conhece esse homem?Mariana não revelou o relacionamento entre eles, apenas respondeu:— Desculpe o incômodo. Os custos do exame, das despesas médicas e da compensação, eu assumo. Peço desculpas em nome dele.— Dra. Mariana, esse cara é um maluco! — o homem machucado disse, tentando se levantar com dificuldade. — A gente estava só fumando e conversando na escada, aí ele apareceu do nada e me deu um chute!Outros concordaram:— Exato! Nunca vimos al

Mariana sorriu:— Obrigada.A enfermeira, preocupada, a observou atentamente:— Mariana, aquele homem... você o conhece bem? Ele tem uma postura imponente, mas... sabe, homens com tendência à violência doméstica, é melhor a gente tomar cuidado.Mariana assentiu:— Eu sei.— Que bom. Os familiares dos pacientes disseram que nem entenderam por que apanharam. Ele simplesmente apareceu e começou a chutar. Só não denunciaram por consideração a você.— Entendi, obrigada. — Mariana respondeu. — Vou comprar algo para levar a eles e conversar sobre a compensação.Mariana já estava exausta com o trabalho e, agora, precisava lidar com mais esse problema causado por Lucas.Paulo, ao saber do incidente, veio imediatamente:— O Lucas bateu em alguém?Mariana tinha acabado de voltar do quarto do paciente com fratura e, cansada, apoiou a mão na testa:— Foi...— Qual é o problema dele? — Paulo perguntou, com um tom preocupado. — Você não devia nem se importar com isso! Deixe que ele resolva sozinho!M

Lucas achou graça e também se irritou:— Vovô, que conversa é essa?— O quê? Falei algo errado? No lugar de qualquer outro homem, com uma esposa tão boa como a Mariana, ela seria tratada com todo o carinho e respeito. E você? Não ache que não sei das suas besteiras por aí! Eu esperava que você tivesse algum juízo, mas parece que está ficando cada vez pior!Antes que Lucas pudesse responder, Gustavo acrescentou:— Vou te avisando: se você perder essa neta por minha causa, nem conte comigo como seu avô!Ao desligar, Lucas ficou intrigado. De onde Gustavo tirava essas informações? Pela forma como ele falou, parecia até que o divórcio já estava a caminho.Pensando nas palavras de Mariana mais cedo, ele realmente se viu tentado pela ideia de divórcio. Aquela mulher nem ao menos queria entender o que tinha acontecido — veio e o culpou de imediato!Lucas lembrava do rosto daquele homem, e, na hora, sentiu vontade de matá-lo. Quebrar os ossos dele ainda tinha sido pouco!Agora, no enta

Lucas diz alguma coisa, mas Joana não entende e pergunta: — O quê? Lucas balança a cabeça: — Nada. O que você quer comer à noite? Eu te levo. E sobre seu irmão, o Hospital São João não dá certo, ele quer ir para outro hospital? Joana abaixa os olhos e depois os levanta, com um olhar cheio de alegria: — Ele mesmo que não consegue. Ele está de mau humor, estou consolando ele. — Ele ainda é jovem, é normal ter emoções ruins. — Lucas diz: — Ou se ele quiser fazer algo, eu apoio. Ao ouvir isso, Joana imediatamente diz: — Lucas, obrigada, você é muito bom para mim. Lucas levanta os olhos para ela, com um olhar suave: — Contanto que você esteja feliz. Após o intervalo da reunião, todos veem Joana entrando na sala de reuniões de braço dado com Lucas. Lucas pareceu derreter como gelo e neve, finalmente não estava mais tão assustador. À noite, Mariana voltou sozinha para a casa antiga. Gustavo estava com a cara feia, mas ainda precisava encobrir o neto que não se comportava: —

Mariana estava desesperada, sem tempo para explicar muito, então disse: — Luísa está aí, mas o telefone dela de repente ficou fora de área, eu preciso ir agora! Isso não tinha nada a ver com ele. Lucas ficou incomodado, mas ele sabia que Mariana e Luísa eram como irmãs: — Vou te enviar a localização. Ele desligou o telefone, enviou a localização e voltou para o salão, onde Joana o puxou pelo braço: — Lucas, vamos cantar? Este clube tinha de tudo, e Lucas já tinha levado Joana lá antes. Pedro, ao lado, disse: — Canta uma música, vou encontrar uma canção romântica para vocês. Lucas olhou para ele: — Você já me viu cantar? Depois de dizer isso, ele falou para Joana: — Se você gosta, pode ir cantar, eu vou sair um pouco. — Vai aonde? — Pedro disse: — Não acabou de sair? Lucas lançou um olhar para ele: — Se você ficar calado, ninguém vai pensar que é mudo. Joana rapidamente riu: — Vá, eu vou te esperar aqui. Depois que Lucas saiu, Pedro disse: — Você precisa mantê-lo s

— A falência da sua família teve a ver com ele? A voz de Mariana surgiu de repente, e os dois imediatamente olharam para o lado. Mariana, que chegou apressada, vestia um casaco de plumas branco, sem maquiagem, e olhava para Luísa com um misto de dúvida e choque. Luísa se assustou e rapidamente acenou com a mão: — Não, não é, eu... Mariana, no entanto, não a olhou mais, voltando-se para Lucas: — Tem a ver com você? Naquele instante, Lucas realmente sentiu um pouco de pânico. Luísa também reagiu, imediatamente segurando o braço de Mariana: — Mariana, vamos embora... — Mariana, porém, fixou os olhos em Lucas e repetiu a mesma pergunta: — Tem a ver com você? Lucas olhou para ela, sem a firmeza de anos atrás, e por um momento, sentiu-se acanhado. Mariana já tinha obtido a resposta a partir do silêncio dele. Ela olhou para Luísa: — Se não quiser romper comigo, me conte. Luísa começou a chorar: — Eu não queria esconder de você... eu falo, tá bom? Naquela época, foi ele...

A guerra fria começou mais uma vez. Mariana nem se lembrava mais de quando começaram a brigar. Foi quando Lucas e Paulo brigaram? Ou quando ela viu Lucas e Joana na cama? Ou talvez quando Lucas brigou e ela o repreendeu? Não sabia. De qualquer forma, mesmo os dois estando na casa antiga, com Gustavo tentando mediar, dessa vez, o relacionamento deles não melhorou. Lucas dormia no sofá todas as noites, sem mais subir na cama de Mariana no meio da noite. Além disso, ele saía cedo e voltava tarde todos os dias, mal se encontravam. Esse estado continuou até o Ano Novo. Originalmente, o projeto de cooperação entre o Hospital São João e o exército estava agendado para depois do Ano Novo. Mas como o exército recebeu uma notificação repentina para realizar exercícios após o Ano Novo, a cooperação com o hospital foi adiantada para antes do Ano Novo. Ou seja, após o Ano Novo, Mariana teria que ir com alguns funcionários do hospital para o exército, para um treinamento inte

As marcas que Lucas havia deixado desapareceram. A pele na cintura de Mariana parecia jade branco, impecável. Lucas ficou quente ao olhar, seu pomo de Adão se moveu, e ele não sabia quanta autocontrole precisou para não se lançar sobre ela. Ele se considerava um homem de princípios, mas ainda assim foi desprezado por essa mulher. Ela ainda o acusou repetidamente de dormir com outras mulheres. Pensando nisso, Lucas ficou furioso. Nesses dias, os dois não se encontraram; quando ele chegava, Mariana já estava dormindo, e quando ele saía, ela ainda não havia acordado. Ele admitiu que estava deliberadamente evitando-a. Se Mariana tivesse algum sentimento, não poderia ficar indiferente. Mas essa mulher dormia cedo e acordava tarde todos os dias, vivendo tranquilamente. Lucas de repente achou injusto, ele tão apreensivo, enquanto ela estava relaxada, por quê? Além disso, ele era um homem normal, tinha suas necessidades, e essa mulher, como sua esposa, tinha o dever de sati