O som do meu celular tocando me puxou do sono profundo. Eu estava exausta, depois de ter ficado acordada até tarde estudando para as provas que estavam se aproximando.  Lutei contra o desejo de voltar a dormir, abrindo os olhos só o suficiente para olhar para o celular, que estava piscando com uma mensagem de Miguel.  Ele estava pedindo para eu abrir a porta. Franzi o cenho, meio confusa, e olhei para o relógio ao meu lado. Já eram quase nove horas da manhã.  A última coisa que eu esperava era ter uma visita tão cedo, mas me levantei, calcei minhas pantufas e fui até a porta.  Quand

 (Patricia) Miguel respirou fundo e olhou para mim, os olhos cheios de um mix de dor e nostalgia. — Eu cresci com Bianca. Começamos a namorar quando tínhamos 16 anos — ele começou, a voz carregada de uma tristeza profunda. — Eu realmente a amava, Patricia. Queria construir uma família com ela, mesmo sendo tão jovem, eu já pensava nisso.  Ele pausou por um momento, como se estivesse revivendo as memórias em sua mente. — Quando passei na faculdade, a gente estava indo bem. Mas, com o tempo, comecei a perceber que ela estava se afastando. Eu estudava muito, mas sempre fazia questão de separar um tempo para ela, e ainda ass

(Patricia)Após nossa conversa, fomos tomar o café da manhã e eu consegui notar o quanto Perla estava mais calada, mexendo no celular. Ela e Miguel geralmente conversavam muito, mas os dois nesse momento pareciam se evitar. Tentei não criar paranoias na minha cabeça, querendo acreditar que nada aconteceu. — Vamos lá para cima? - Miguel perguntou depois de me entregar a última peça da louça que lavava.— Tudo bem. Assim que entramos no apartamento, Miguel me carregou até o quarto, e enquanto ele me beijava, senti o calor do desejo crescendo dentro de mim. Quando ele me colocou na cama, senti meu coração acelerar, sabendo exatamente o que estava por vir. Ele era carinhoso, cuidadoso, e isso só fazia meu amor por ele crescer.— Patricia, no próximo final de semana eu vou trabalhar — ele começou, seus olhos cheios de uma mistura de ternura e desejo. — Por isso, preparei tudo para sexta, tudo bem?Eu sabia do que ele estava falando, e meu coração quase pulou para fora do peito. Era alg

(Patricia)Miguel saiu do banho com uma toalha enrolada na cintura e um sorriso relaxado no rosto. Quando ele me viu no sofá, usando uma de suas camisas, seus olhos brilharam.— Você está sexy demais com essa camisa, sabia? — Ele disse, com um sorriso travesso.Eu ri, me aconchegando mais no sofá.— Bom, se é assim, acho que vou usá-la com mais frequência.Ele veio até mim, sentando-se ao meu lado no sofá, ainda com aquela expressão leve, mas logo o sorriso em seu rosto foi substituído por uma expressão mais séria.— Estou feliz que você conseguiu afastar minha mente dos problemas por um tempo. Eu precisava disso — ele disse, passando a mão pelos meus cabelos de forma carinhosa.Virei-me para ele, percebendo a tensão voltando ao seu rosto.— Quanto tempo você tem para decidir? — Perguntei, meu tom calmo, mas preocupado.Miguel suspirou profundamente, olhando para o chão por um momento antes de responder.— O caso de Guilherme é urgente. Quanto antes a cirurgia for feita, melhor. Eu re

(Miguel )Enquanto eu a abraçava, sentia um alívio profundo em meu interior. Saber que Diego aparentemente havia aprendido sua lição e realmente não procurou Patrícia me dava uma sensação de tranquilidade.  Sei que o que fiz para afastá-lo não foi certo, mas ver Patrícia tendo esses momentos de paz aquecia meu coração. Isso reforçava a certeza de que, no final, tudo tinha valido a pena. Depois de passar praticamente o dia inteiro ao lado dela, me senti renovado. No dia seguinte, fui para a clínica, onde tinha alguns pacientes para atender antes de poder voltar para casa.  Ao chegar lá, avis

(Patricia) Eu me preparava em frente ao espelho, observando meu reflexo com um olhar atento. Escolhi um vestido vermelho curto, que acentuava minhas curvas de forma elegante. Combinei com saltos altos que alongavam minhas pernas.  Deixei meu cabelo solto, caindo em ondas suaves sobre meus ombros, e fiz uma maquiagem leve, apenas o suficiente para destacar meus traços.  Quando terminei, respirei fundo, tentando acalmar a ansiedade que sentia em relação à festa de Natália. A campainha tocou, trazendo-me de volta ao presente. Caminhei até a porta e a abri, encontrando Miguel do outro lado. Seus olhos me examinaram de cima a baixo, e pude ver a admiração e o desejo neles. <

 Capítulo 68 -  (Miguel) Acordei no meio da madrugada, antes do despertador tocar. Meu corpo já estava acostumado a esses horários, mas hoje, algo mais me incomodava.  Olhei para o lado e vi Patrícia dormindo, seus cabelos espalhados sobre o travesseiro, a respiração tranquila. Um sorriso suave surgiu nos meus lábios ao vê-la assim, tão serena.  Mas logo senti um aperto no peito ao lembrar da noite anterior, da marca no rosto dela e de como eu me senti impotente diante daquilo. Respirei fundo, tentando afastar os pensamentos negativos. Levantei da cama com cuidado pa

(Miguel) A expressão de dor no rosto de Guilherme era evidente, e eu me perguntei onde Thiago estava. O quarto estava iluminado apenas pela luz fraca de uma lâmpada ao lado da cama. Guilherme estava visivelmente magro, e o olhar dele se fixou no meu com uma mistura de esperança e medo.  Senti um aperto no coração ao vê-lo assim. Eu me aproximei com a maior suavidade possível e me apresentei. — Olá, Guilherme. Eu sou o Miguel, e serei o médico responsável pela sua cirurgia. — Meu tom de voz era o mais calmo e tranquilizador que eu conseguia. Guilherme me olhou com olhos &uac

(Miguel) Ele estava com uma expressão que misturava preocupação e medo. Enquanto caminhava para o ponto de táxi, tentando manter o foco no plano especial que eu tinha para Patrícia, Thiago se aproximou, coçando a parte de trás da cabeça de forma nervosa. — Miguel, tem um minuto? — ele disse, seu tom carregado de preocupação. Eu parei e olhei para ele, sentindo um misto de confusão e desconfiança. Era estranho encontrar Thiago aqui, especialmente depois do que aconteceu no passado.  — Claro, Thiago — respondi, mantendo a voz neutra. — O que você precisa? 

(Miguel) Quando finalmente me sentei na poltrona do leito no ônibus, respirei tranquilamente, fechando os olhos.  Estava confuso com tudo o que aconteceu, mas sabia que ainda tinha tempo para preparar a surpresa para Patrícia.  Anotei os sintomas que lembrava e estava decidido a fazer exames assim que pudesse para investigar o que poderia ter causado a tontura e o desmaio. Cheguei à cidade e, logo ao desembarcar do ônibus, um enjoo intenso me atingiu. Tive que correr para o banheiro da rodoviária para vomitar.  Assim que consegui me recompor, respirei fundo e peguei um táxi para casa. A viagem foi um pouco tortuosa, mas finalmente estava a c