Todos os capítulos do Grávida por acidente-Um chefe tirano: Capítulo 161 - Capítulo 170
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Ninguém pode saber
Livy Clarke. Eu sentia o meu coração doer como se eu fosse enganada mais uma vez. Estava sentindo aquela dor intensa, enquanto olhava na sacada do meu apartamento. Lugares mais baixos, por que eu não queria me lembrar do Hardin a cada cinco minutos. Não adiantou muito. Eu olhei para o horizonte, e a luz da lua que brilhava intensa, brigando com a claridade da cidade que nunca dorme. Eu podia ver uma névoa pairando quando ele surgiu. Era como testemunhar o aparecimento de um vampiro. Aquelas roupas escuras, o sobretudo preto. Ele estava ali, encostado em uma parede, me observando. Hardin costumava fazer isso todas as noites, desde que nos separamos.Eu olhava para ele, do alto da sacada, e acenava. Essa era a nossa maior interação. Dois meses haviam se passado, e eu já não saia mais de casa. A depressão estava me matando por dentro, e ninguém podia saber. Eu não o obriguei a abrir mão da próprios filha. Juan a levava para ele duas vezes por semana. Nós quase não nos víamos mais. Eu
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Você está grávida ainda?
Livy Clarke. – Você está grávida! – Juan gritou. Eu corri até ele, cobri a boca escandalosa com as minha mãos pequenas. Os olhos dele ainda estavam muito arregalados. Quando eu me encostei nele, os olhos do Juan desceram, encarando a minha barriga. – Você vai ficar quieto? Ele balançou a cabeça. Eu sabia que podia confiar nele, por quê, em momentos como aquele, Juan já havia me protegido antes. – Você esta grávida? De quem? Eu abaixei a minha cabeça, sentindo a dor me contorcer por dentro. Aquilo não era tristeza, mas um espasmo violento que costumava vir antes dos meus remédios. – Você sabe muito bem de quem é. – Você teve uma recaída e não me contou? Ele não me disse nada. – Ele? Você e o Hardin viraram amigos agora? Juan balançou a cabeça, orgulhoso. Ele demonstrava o quanto aquilo o deixava satisfeito. Eu não podia entender aquela relação de amor e ódio. Os dois mal podiam ficar no mesmo ambiente por mais de um minuto, mas agora estavam amigos de infância. – Na verdade,
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Hardin, nós temos que conversar!
Hardin Holloway.Eu não tenho feito nada na vida, além de observar a Livy Clarke. Inicialmente, eu sentia apenas falta de voltar para casa. Claro que nunca morei naquele apartamento. Eu não gostava de andares tão baixos. Mas, ela era a minha casa. Minha filha era a minha casa. Quando a vi ali, na sacada, agradeci por ela gostar tanto de estar perto do chão. Só assim eu ainda podia olhar para ela todos os dias. Então, eu me sentava naquela calcada, usando um terno muito caro, e de uma maneira suspeita, esperava que ela aparecesse. A primeira vez em que ela surgiu na janela, sequer me olhou. Mas eu podia ver aquelas lágrimas todos os dias, sem falhar uma única vez. E merda, aquilo estava acabando comigo. Eu destruí a mulher que amo, em troca de uma vingança por alguém que não me importava mais. Eu não queria saber se Maila ainda estava viva ou morta. Mas, eu fodi tudo por causa dela, e de um irmão que estava preso por tentativa de assassinato... Se o velho Holloway ainda estivesse vivo
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Minha vida acabou
Hardin Holloway...Eu queria me matar. Eu queria abrir essa maldita varanda e me jogar de cima. Eu não conseguia pensar em uma merda pior. Eu já tinha magoado a Livy, e agora, eu sabia que terminaria de enterra-la na própria dor. Eu estava com dor. Eu sentia nojo de mim mesmo. Eu me odiava. Naquele dia, eu tinha perdido a cabeça. Eu achei que nunca mais a teria de volta. E eu achei que não me importava com o que acontecesse antes, por que, no final de tudo, ela não estaria mais aqui. Mas agora, eu seria pai de um bebê com aquela mulher, e teria que aguenta-la para o resto da vida. Eu fiz uma besteira tão grande, que nem conseguia acreditar em tanta burrice. Eu me virei quando os homens entraram na sala. Eu ainda estava fumando um cigarro atrás do outro. Sabia que o meu pulmão não aguentaria muito tempo em um ritmo como esse. Talvez, eu estivesse mesmo tentando me matar, ainda que de forma inconsciente. Droga... O que eu fiz com a minha vida? Como eu acabei aqui? Eu ainda podia me l
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Que droga...
JuanEu estava simplesmente viajando no meu conversível amarelo. Eu não conseguia parar de pensar no que a Livy me disse. Eu sei, eu sei, eu deveria guardar segredo. Eu tinha que guardar aquele maldito segredo, e sabia disso. Mas, nossa, Hardin tinha que saber. Eu conhecia a minha amiga, e eu sabia que ela não tinha coragem de contar, mas queria que ele lutasse por ela até o fim. Eu conhecia os sonhos da Livy Clarke, e eu sabia que quando ela visse aquele homem babando por uma barriga de grávida muito fofa, ela não resistiria. Eu sabia que toda a raiva dela acabaria passando, e tinha certeza por que, pelo que eu sei, aquela noite foi a melhor da vida dela. Mesmo quando ainda estava com o Hardin, ela sempre me contava como a primeira vez tinha sido tão especial. No fim, nos duas sabíamos que ela acabaria voltando para ele em algum momento. Eu não era uma traidora, só estava tentando ajudar, de novo... Estacionei o carro no térreo, e então, eu desci. Eu sentia que o meu coração estava
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Você só pode estar maluco!
Hardin Holloway – Fala! Diz como você soube. – Eu... É... – Juan estava com as mãos presas ao peito, como se alguém as tivesse colado ali. Ele tinha os olhos mais arregalados que eu já vi. Eu estava começando a enlouquecer. Do que ele estava falando? Ele não esperava que eu soubesse sobre o bebê? Era obvio que a Maila tinha aquilo planejado o tempo inteiro, e só eu não vi. – Maila está grávida de você! – Heric gritou. – Como assim?– Fala baixo, porra! – Gritei. Heric colocou as mãos no topo da cabeça, ele deu um único giro, como se estivesse tão desesperado quanto eu. – Pensei que você odiasse aquela mulher. Você traiu a Livy? Foi por isso que ela te largou? – Eu não trai! – Afirmei. – Ela sabia. – Sabia? Ela concordou? Como? O que... – Claro que não, idiota. Eu dormi com aquela Imbecil antes de voltar com a Livy. Ela sabia. Alias, me impediu de cometer uma loucura no mesmo dia... – Loucura foi o que você fez dormindo com ela. Aonde estava com a cabeça? – Eu não estava com
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Eu vou contar!
Livy Clarke – O que achou? – Olhei para o meu melhor amigo. Juan parecia distante. Seu olhar perdido, não parecia se encontrar em lugar nenhum. Eu voltei a me encarar no espelho, colocando as mãos na cintura. Eu me virei para um lado, depois para o outro. Meu sorriso ainda parecia morto, quase apagado. Eu me esforçava para manter algum resquício de bom humor nos lábios rosados. – Está tão ruim assim? – O que? – Juan perguntou. Ele parecia finalmente sair do transe em que se enfiou. Eu o encarei. Estava tão preocupada com o meu amigo. Eu sabia que me sentia morta por dentro, mas e quanto a ele? Juan não me deu um dos seus sorrisos bem humorados desde que entrou por aquela porta. – Está tudo bem? – Sim. Sim, está tudo ótimo. Eu ainda estava olhando para ele. Não importava o quanto negasse, aquele tom era de lamento. Quase um pesar. Um luto. – Eu sei que você não está bem. – Andei na direção dele. Segurei as mãos que sempre estavam tão geladas. Ele finalmente olhou para mim. – O
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Eu não quero ter que contar isso
Hardin HollowayApertei o laço da gravata borboleta como se ele fosse a forca presa no meu pescoço. Eu estava disperso, inquieto. Eu não conseguia parar de olhar para a maldita porta. A festa estava tranquila. A música sofisticada de jazz que tocava ao fundo, só funcionava como uma perdição. A minha mente ficava voltando para a Livy, vez ou outra. Ela simplesmente fugia de mim. Eu não podia sequer pensar nela. Eu não tinha mais o direito. Mesmo assim, não conseguia parar de olhar para aquela porta. Eu não conseguia deixar de me perguntar se ela finalmente sairia de casa. Os convidados chegavam, sentando cada um em suas mesas. Heric trouxe uma bebida, e eu a peguei, entornando tudo de uma vez. Ele me olhou como se o ato fosse um erro. Eu sabia que ele estava arrependido por ter trazido álcool. Eu era como um corpo em chamas, e o whisky foi o combustível perfeito. – Você não parece bem. Eu esfreguei o meu rosto. Meus olhos ainda se grudaram na porta. Era uma merda que eu não consegui
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Eu te desejo boa sorte, Hardin!
Livy Clarke. Eu parei logo a baixo de um arvore linda, de tons amarelados. O teste de gravidez ainda estava escondido dentro da minha bolsa. Quando Hardin parou na minha frente, eu olhei para ele como a pessoa que eu amaria para sempre. Eu não sabia se conseguiria perdoar algum dia. Tudo que eu passei por causa dele, não havia como simplesmente esquecer. Mesmo assim, isso não impedia de que sentisse palpitações no peito. De alguma forma, aquela sensação de vazio se foi, e agora, eu queria melhorar. Eu estava tão cansada de ser dilacerada, humilhada, e usada de tantas formas. Eu estava exausta de todas as manipulações, e de ser o fantoche da família Holloway. Aquilo nunca mais aconteceria. Eu estava olhando, de certa forma, com expectativas altas. Hardin, no entanto, parecia muito serio e frio. Nenhum único sorriso. Cinco minutos em que estávamos olhando um para o outro, mas, nenhuma palavra deixava nós dois. Eu queria começar. Eu queria explicar que nó o perdoaria. Eu queria dize
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A recepção
Hardin Holloway. Quase meia hora depois, eu consegui me recuperar. Parei de chorar, sequei o meu rosto, e exibi a minha fachada de homem forte. O presidente estava quase chegando a recepção, e eu, como uma das maiores indústrias, tinha muito a dizer. Andei em direção ao salão, procurando por qualquer pista do que foi feito de Livy Clarke. Eu não a vi inicialmente. Aquilo causava uma lacuna dentro de mim. Eu esta a claramente sofrendo. Tinha uma dor intensa no meu peito que ardia, e não parava nunca. Era isso, eu tinha que aprender a conviver. Eu merecia. Mas então, eu a vi. Eu a vi ali, sorrindo. Ela parecia feliz. Foi como se, o que eu contei não fizesse efeito algum sobre ela. Talvez o Juan tivesse razão. Talvez eu tenha alcançado o nível crítico, e agora, eu havia me tornado irrelevante. Eu me sentei e passei a observar. A vontade de fumar estava me corroendo. Eu estava me matando aos poucos, internamente, ao pensar tantas teorias. Ao me torturar com cada uma das possibilidades..
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