Nollan HoffmannCacete.Virando de costas, ouço quando Laysla se aproxima e pergunta.— Você acha que conseguiria aguentar as pontas durante o evento, caso eu saísse mais cedo?Analisando-a, enfiei as mãos em meus bolsos e ela prosseguiu.— Eu vou buscar meu carro na mecânica e ir para a casa da minha família. Eu queria tanto…Coçando a garganta, assenti e respondi.— Com toda certeza. Vá e descanse. Eu sei todo o procedimento.Ela sorriu de um jeito que me fez engolir tudo o que eu estava querendo revelar. De repente, me senti incapaz de dizer tudo o que precisava.— Podemos ir agora.Ela murmurou enquanto pegava o celular e assentindo, eu ofereci meu braço a ela e logo nos direcionamos pelo corredor.Laysla parecia muito satisfeita e até mesmo feliz, e de repente me senti um imbecil completo por ter que revelar que o chefe desgraçado estava trabalhando com ela aquele tempo todo.Assim que chegamos até a calçada, Laysla ficou animada ao ver a nossa condução e sorrindo, eu falei.— Tal

Laysla AlbuquerqueJá passava da meia noite quando o carro estacionou no portão de casa, e com a ajuda de Pablo, desci com a minha pequena mala. Eu havia deixado claro que ele não deveria voltar amanhã para me buscar, pois eu iria retornar segunda feira antes do amanhecer e depois de muita insistência, ele disse que iria relatar isso ao senhor Hoffmann e assentindo, me despedi do senhor gentil que me trouxe sem questionar nada depois de presenciar meu choro abafado.Depois de me alimentar, tomei banho, preparei minha cama e larguei o celular. Ativei o modo filha e tia, e fiquei por longas horas com meus pais e sobrinha em meio a conversas sobre tudo o que acontece nos nossos dias, exceto trabalho. Se meus pais notaram que eu estava chateada, não falaram nada e foi melhor assim.Passamos o dia todo juntos, conversamos sobre muitas coisas e então me senti pronta e recarregada para voltar para casa no domingo mesmo.Por volta das 22h eu já estava na minha casa mais uma vez e suspirando,

Laysla AlbuquerqueIndo para a máquina de café, peguei duas doses do café, porém uma é maior que a outra e levei até o micro-ondas, aqueci bem, e misturei o café fumegante junto do outro e coloquei em uma xícara maior.Se ele quer café, é isso que vai ter. Tomando o devido cuidado para não me sujar, coloquei em uma bandeja de prata e fui até a sala de Nollan, que estava ao telefone, andando de um lado para o outro, com a sua mão em seu quadril completamente focado e quando entrei, ele parou seu movimento e aguardou eu depositar a xícara sobre a mesa e assentiu como forma de agradecimento, e sorrindo amarelo, aguardei ele dar um primeiro gole.A primeira coisa que aconteceu foi ele se curvar ao cuspir o café quente. Soltando o celular com força na mesa depois de se queimar e arregalando os olhos, cobri minha boca ao ver a burrada que fiz.Foi de imediato, ele virou seu rosto em minha direção, e tocou seus lábios vermelhos e provavelmente queimados com a ponta dos dedos e pareceu se en

Nollan HoffmannQue ela tem força nas pernas eu sei, pois fui uma prova viva do que Laysla pode fazer com apenas um chute, mas confesso que vê-la sair daqui quase perfurando o piso de porcelanato com seu salto agulha, foi muito engraçado e melhor ainda foi ouvi-la sapatear lá fora depois que pedi café.Obviamente não quero irritá-la, mas isso não diminui em nada o que ela já sente por mim. Acredito que o simples fato de eu estar respirando embaixo do mesmo teto que ela já a faça ficar irritada.Agora estou aqui, pensando se realmente devo dar o troco por causa da queimadura do café, ou se devo deixar passar, mas uma parte de mim, quer muito vê-la irritada daquele jeito que ela ficava antes.Até porque, foi exatamente isso que me fez ficar perto dela. Me corrigindo, foi isso que me fez gostar dela.O jeitinho atrapalhado e irritado que ela lida com pedidos inusitados.Me levantando da cadeira presidencial, me direcionei até a janela onde tenho uma visão privilegiada da cidade e perceb

Laysla AlbuquerqueRespirei fundo algumas vezes para manter meu plano intacto e respondi da melhor forma quando ele fez aquele pedido tão repentino. Nem faz parte dos meus deveres buscar terno, mas óbvio que ele não iria deixar passar, e era isso que eu queria. Minha intenção era não cair mais nos joguinhos dele e ficar plena porque eu sei que ele vai querer me provocar de todas as formas até me fazer enlouquecer, e confesso, eu cheguei muito perto.Assim que peguei o tal cartão de visitas, comecei a vasculhar na internet o melhor caminho para dirigir essa Ferrari esportiva maravilhosa e surpresa, descobri que o alfaiate é de Londres exclusivamente.Sacana descarado.Acelerando o motor, dei algumas voltas pelo quarteirão para gastar um pouco da gasolina dele, pois não sou boba nem nada, e satisfeita, vi que realmente gastei o suficiente para deixar no reserva.Eu nem sabia que a Ferrari tinha um tanque reserva.E estacionei na vaga presidencial mais uma vez e pegando o celular, liguei