Todos estavam olhando para aquela menina, uma híbrida, e um terror começava a se instalar neles. Todo o ambiente se torna pesado, o ar se tornou pesado com a aura que emanava da jovem. Os olhos vermelhos de Ava varreram o ambiente, caindo sobre cada lobo diante dela e escolhendo um. O lobo era pequeno, um mero ômega que havia sido levado para fazer os serviços mais degradantes e braçais. A jovem se lançou sobre ele com agilidade, seus dentes cravando no ombro do lobo, rasgando sua carne.― Tirem ela de cima de mim! ― O lobo gritava em desespero enquanto todos se afastaram, surpresos com o ataque.O sabor do sangue dominou a mente de Ava. Seus sentidos mais apurados enquanto uma fúria insana crescia em seu peito. Uivos ecoavam em seus ouvidos enquanto o corpo do ômega embaixo dela perdia as forças. A jovem soltou sua presa e se virou para os demais, rosnando e mostrando seus dentes com ferocidade. Diante de seus olhos, Ava viu uma loba de pelos negros e olhos vermelhos. Sangue pingava

Cassius ia à frente do grupo, Ava logo atrás, sempre mantendo uma distância segura do lobo. A jovem olhou sobre o ombro, para as três crianças que a seguiam. A pequena Lia estava encantada, com seus olhinhos brilhando enquanto observava os movimentos fluidos e graciosos da jovem que havia acabado de conhecer. A menina queria conversar com a recém-chegada, entender como ela havia conseguido escapar dos lobisomens enquanto todos ainda precisavam se esconder. Lia sonhava em conhecer a cidade, comer coisas saborosas e diferentes, como nas histórias que sua mãe lhe contava.O cheiro de Ava incomodava Margo. Muito sangue parecia ter sido derramado por aquela menina, que parecia ter a mesma idade que ela. Nada era garantido, especialmente uma estranha criatura como Ava. Tentando compreender os pensamentos de Cassius, Margo quis acreditar que seu líder estava apenas oferecendo ajuda e que logo aquela garota partiria para sua casa, como a própria havia dito.Todo o percurso foi carregando de s

Todos estavam agitados. Os lobos inquietos conversavam em pequenos grupos. Os humanos tremiam com a expectativa do que aconteceria com eles. Todos sabiam que suas vidas não significavam nada para os lobisomens, que a atitude de um deles poderia condenar a toda humanidade. Bastava que o Rei Alpha ordenasse. Em meio a todo esse caos, o celular que Lucas havia recebido escondido de seu bem feitor começou a vibrar em seu bolso. Mesmo aquele suave som poderia alertar aos lobos, então ele correu para fora da mansão, se escondendo no estacionamento lateral.O homem avistou um dos caminhões de entregas chegando e decidiu aproveitar o som alto do motor para cobrir o som do telefone. Olhando ao redor, Lucas confirmou que havia apenas humanos descarregando o veículo e atendeu a ligação.― Você deve levá-la agora. ― A voz do outro lado da linha disse. Seu tom distorcido não permitia ao homem reconhecer quem poderia ser a pessoa que o estava apoiando, mas ele não se importava com aquilo. Contanto

Cassius levou a jovem até uma grande sala, onde um tipo de trono se destacava no cento do cômodo, mas o lobo escolheu sentar em uma das poltronas dispostas contra as paredes. Ava se manteve de pé, suas defesas erguidas para qualquer surpresa. ― Não precisa se preocupar, aqui todos são como você. ― o tom amigável do lobo fez os pelos dos braços de Ava se arrepiarem. Mais uma vez, aquela estranha sensação se instalou dentro da jovem. ― Ninguém aqui é como eu. ― a jovem retrucou, fazendo Cassius sorrir. ― Vou tentar adivinhar. Você foi forçada a esconder suas habilidades, mudar constantemente de acampamento, fugindo de humanos e lobisomens. ― Ava vacilou por um segundo, mas foi o suficiente para que Cassius percebesse e usasse aquela pequena brecha ao seu favor. ― Sua mãe precisou se sacrificar de várias formas para proteger você. Proteger vocês duas. A fúria de Ava voltou a dominá-la. Santander sobre o lobo, que conseguiu desviar por pouco, a jovem rosnou. Seus olhos vermelhos e den

Diante do rei alpha estava o acampamento dos híbridos. Otto ainda se sentia receoso e confuso por revelar a exata localização do lugar onde cresceu, mas em seu interior o jovem sabia que a segurança de Ava deveria ser a prioridade. Os lobos que acompanhavam Kaiser estavam tensos. Eles haviam visto as habilidades de Ava com seus próprios olhos na antiga fábrica e temiam que os demais híbridos fossem como ela. Otto também havia se destacado diante de todos, sendo um rastreador mais habilidoso do que aqueles deixados na alcateia.Avaliando com cuidado, o rei alpha notou que a grande maioria daqueles que estavam no acampamento eram mulheres e crianças. Alguns lobos machos e lobas estavam espalhados, mas eram um número muito inferior ao grupo que ele trazia. ― Não existe nenhum soldado. ― o alpha comenta e Otto se aproxima.― Não, meu alpha. O líder está treinando os jovens mais habilidosos para isso, mas todos ainda não muito jovens.― Um exército de híbridos. ― O alpha entendeu imediata

Com golpes certeiros, Kaiser derrubava um lobo após o outro. Os corpos se acumulando ao seu redor, enquanto Cassius se contorcia de raiva. O rei Alpha havia se tornado ainda mais poderoso com o passar dos anos, mostrando a diferença gritante entre sua força e a de Cassius. Alguns lobos fugiram ao perceber que seriam incapazes de deter Kaiser.― Não me admira que seus subordinados estejam fugindo. Um fraco como você jamais poderá ser líder de qualquer coisa. ― Kaiser deu um sorriso enquanto mais alguns lobos surgiam para proteger Cassius.O rei alpha sabia que convencer um errante a se juntar a sua causa já era uma tarefa complicada, mas Cassius parecia ter uma infinidade deles para sacrificar. Em determinado momento os lobos pararam de avançar, abrindo caminho para que Cassius, em sua forma humana, se aproximasse do rei Alpha. Kaiser não cedeu e se manteve como Lycan, observando atentamente cada movimento daquele que já foi um forte candidato a ser o rei alpha.― Vai mesmo tentar me

Mesmo com poucas baixas, Kaiser retornou se sentindo derrotado. Ava foi levada pelo seu inimigo e ainda não havia nenhuma pista sobre quem estava ajudando Cassius em seus planos. O alpha enviou aqueles que estavam em melhores condições para buscar os híbridos que haviam fugido.Os feridos foram levados para receberem os atendimentos e se recuperarem. A central do governo estava caótica, lobos e humanos correndo para todos os lados. Kaiser buscou por seu beta, mas ele não estava em lugar algum. Ao ver que o rei alpha retornou, um dos anciões foi ao seu encontro.― Meu alpha. ― Kaiser olhou para o antigo alpha, que marchava firme em sua direção. ― Algo precisa ser feito!O rosnado de Kaiser ecoou por toda parte, fazendo com que lobisomens e humanos parassem e se curvassem. O ancião deu um paço para trás enquanto o rei alpha continuava seu caminho. Ryker surgiu, vindo do porão onde as celas ficavam. Através da porta aberta, o perfume de Emília subia do subsolo. Os pelos de Kaiser se eriç

Sentada em sua cela, com Ryker a observando com total atenção do lado de fora, Emília pensava em como poderia lidar com Kaiser. Ninguém acreditaria em sua história, afinal ela era apenas uma humana. A mente da mulher trabalhava rápido, pensando em todas as possibilidades e reações de Kaiser, mas o alpha era imprevisível, o que deixava a humana claramente frustrada. O beta tentava ler as expressões de Emília enquanto ela mordia sua unha de maneira insistente. Seu desejo era abrir aquela grade e tomar os lábios rosados e farto daquela mulher.Trancados naquele pequeno espaço, o cheiro que emanava do corpo da humana parecia se tornar ainda mais forte e sedutor, quase insuportável para o beta. Sentindo que poderia perder o controle e precisando tratar seus ferimentos, Ryker se levantou e foi até a escada.― Ei! ― Emília chamou, fazendo o corpo de Ryker vibrar com o chamado e virar o rosto em sua direção. ― Via me deixar sozinha aqui? ― A frase inocente fez os pelos do corpo do lobo se arr

Ao notar a presença do Beta, o alpha desejou reafirmar sua posse sobre a mulher, então a envolveu em seus braços e aprofundou o beijo, surpreendendo Emília que suspirou e gemeu com os lábios entreabertos. Sua língua serpenteava pela boca da humana, saboreando sua língua quente e gemidos baixos. O desejo de Emília crescia, mas ela sentia um desconforto, como se olhos a estivessem observando por todos os lados. Com as mãos firmes sobre o peito de Kaiser, a mulher o afastou, mas ele não cedeu. Segurando o lábio inferior do lobo, a mulher mordeu com força, cortando o lábio e deixando que uma pequena gota de sangue rolasse por ele. Surpreso e excitado, Kaiser se afastou e olhou para a mulher com malícia e desejo.― Depois que terminar o seu trabalho, nós terminamos essa conversa. ― Emília se virou para subir as escadas.O beta retornou antes que Emília pudesse perceber sua presença e voltou para onde as prisioneiras estavam. O lobo precisava, com urgência, aprender a lidar com aquele estra

Ao ver como a loba de Ava se assemelhava ao lobo de Kaiser, Nora teve a confirmação plena de que a humana não havia mentido. Aquela terrível noite passou em sua mente, como um filme, em preto e branco. As perguntas surgiam, uma após outra, em sua mente. Com ambas as mãos sobre seu ventre, Nora se imaginou gerando uma criança muito mais poderosa do que a aberração nascida da mistura do sangue puro de seu alpha e uma humana impura. A raiva a dominou e assim Nora assumiu sua forma lupina, com a intenção de lutar e destruir a híbrida diante dela.Mesmo que a garota ainda fosse considerada um filhote, sua loba era do mesmo tamanho de Nora. Uma loba adulta e treinada, para Nora aquela vitória já estava garantida, mas ela não imaginava o tamanho do poder da jovem híbrida até receber o primeiro golpe.A loba negra estava descontrolada, completamente selvagem e imprevisível. Seus movimentos não tinham planejamento, ela apenas seguia seus instintos mais básicos e o desejo de matar o inimigo dia