Trazer essa estranha para sua casa estava deixando Andrew confuso sobre muitas coisas, principalmente em relação à sua família.Sempre gostou de separar as coisas. Quando conhecia alguém, muitas lembranças de seus pais o influenciavam e sabia que sua mãe, apesar de todas as coisas e ações ruins, seria afetada.Podiam achá-lo bobo ou idiota, mas antes de apresentar qualquer namorada a elas, certificava-se de que realmente ficaria ao lado daquela pessoa até o fim de seus dias.Era clichê pensar que queria tudo certinho, um casamento, festa, filhos e uma casa grande. Tudo isso porque sabia e fora criado para ser o cara da família, o homem responsável e educado, afetuoso e que nunca, jamais, magoaria sua esposa ou namorada, como seu pai fez com sua mãe.Nunca tocava no nome dele e fazia questão de esquecer de sua existência. Mesmo depois de sua morte, isso nunca o abandonou. Deixaram tudo o que tinham, sua casa, amigos e alguns parentes, por conta da promoção dele. Fizeram de tudo para o

Alex não sabia o que estava fazendo ali. Claro, era um acordo e tudo mais, mas aquele lugar era estranho e ela não sabia como agir.Seu maior medo era que, se algo ruim acontecesse, todos a julgariam, ou pior, Andrew ficaria furioso. Normalmente, ela não se importava com etiqueta, nunca precisou usá-la onde vivia. Na verdade, não tinha ninguém para ensiná-la, sempre viveu e aprendeu com os erros. No entanto, aquele lugar era um campo minado. Andrew era de uma família abastada, seus amigos eram elegantes, e ela se preocupava com como seria interpretada.Ela achava que aceitar fazer aquilo foi um erro, pois a cada dia que passava, ele era bom com ela, mas se aproximava de seus sentimentos. Não estava dizendo que se apaixonaria, seria absurdo, mas ele era seu amigo, estavam morando juntos temporariamente, e quando tudo terminasse, ela partiria novamente, sozinha, sem poder expressar o quanto estava irritada, ouvir suas histórias de infância e imaginar-se nelas como uma pobre órfã que nun

Dois dias depois Andrew achava estranho sentir uma sensação de normalidade em sua vida com uma estranha em sua casa, ou talvez se considerasse louco por acreditar que já haviam se passado semanas, ou até mesmo meses, desde que se conheceram.Sempre que chegava em casa, era recebido pela tagarelice de Alex, e isso era bom, era muito diferente do que ele estava acostumado anteriormente.Talvez fosse a idade, a forma descontraída com que estavam se conhecendo, ou até mesmo algum poder sobrenatural que ela possuía. À medida que o tempo passava, Andrew sentia um desejo cada vez maior de conhecer mais sobre ela, mesmo que fosse difícil arrancar informações de seu passado. Alexis era uma conhecida antiga, mas ao mesmo tempo desconhecida, e seu passado a atormentava.Era bem verdade que Andy não precisava saber de tudo sobre Alexis, afinal, isso não era duradouro. Eles passariam esse casamento, e seriam grandes amigos depois. Claro, algo estranho aconteceu depois daquele beijo, mas ele trat

Alex estava feliz ao sair de casa. Apesar do orfanato onde cresceu trazer duras lembranças, ela sabia que devia muito àquele lugar. Foi lá onde ela conheceu seus quase irmãos, como gostava de chamar, e isso era melhor do que nada.Ela amava ser a adulta responsável que era respeitada pelas crianças de lá, coisa bem diferente do seu passado.Não achou que precisava avisar nada a Andrew, ele já era muito ocupado e não era seu pai para saber de cada passo que dava.Pensar nisso a deixou com repulsa, pois Andy estava tornando seus dias difíceis, fazendo-a pensar nele como alguém além da amizade, que permanecia em seus pensamentos por muito tempo e não era um sentimento fraterno. A parte que ela menos gostava nisso tudo era a farsa, pois só bastava um sim para ela pular em cima dele e cometer vários pecados nos quais sonhava à noite.O que era para ser simples estava se tornando mais complicado a cada dia. Ele era gentil, era a sua personalidade, mas tinha aquele olhar que a hipnotizava, c

Claro que Alex não teria essa chance. Beijo era o limite dele, e falando nisso, aqueles lábios eram seu lugar favorito desde então. Andrew tinha uma pegada boa, arrancava o ar dos pulmões, tocava e derretia seu corpo, causando uma excitação nova. Ele era seu maior pecado. O bem e mal no mesmo corpo. Tinha uma intimidade particular. Ele andava por aí sem camisa e ela babava toda vez. Os pelos no peito eram até excitantes e a tatuagem, ela nunca achou que uma tatuagem seria um fetiche, porém, estava sendo. Era até difícil desviar o olhar daquele abdômen. Ela também andava por aí com o conjunto de seda com que dormia, exibindo suas curvas, mas preferia as camisas dele. Alex dizia que era mais confortável, mas o motivo era outro. Seu perfume irresistível. Que as paredes não abrissem a boca, mas ela já teve orgasmos só com aquele perfume sutil.Ela estava pensando nisso quando ouviu a sua voz atrás dela. Tentou disfarçar o rosto vermelho de vergonha, e expulsar o calor involuntário que

O casamento se aproximava e já era o dia de enfrentar a família de Andrew, coisa que deixava Alexis nervosa. Tudo estava diferente do que ela imaginou que seria. Mentir sobre sua vida não era difícil, mas desde que conheceu Andy, Alex não precisou esconder ou inventar uma história. Porém, aquele acordo já era uma mentira pronta, apesar dos dois sentirem que havia um sentimento guardado.Ela não queria fazer feio na frente de ninguém, por isso ensaiou na frente do espelho, sem que ele percebesse. Então, notou que estava mais nervosa do que pensava.— Então, eu já disse que não tenho experiência com isso? — ela o lembrou. No mínimo achou que tinha namorado uma vez, só porque eles frequentavam lugares juntos e mais algumas coisas, só que não durou, e Alex não sabia o que podia e o que não podia, como seriam as regras aqui? Mãos dadas, um beijo ali outro aqui? — Vou estragar tudo, pode apostar. — Ela fez um drama na voz, o que rendeu um suspiro de riso em Andy.Ela estava linda em um vest

Não era só a Alex que estava nervosa com aquele encontro. Na verdade, Andy queria que a mãe gostasse da namorada, mesmo sendo uma farsa. De alguma forma, ele não estava ali para fingir. Alex era a sua melhor amiga, ele sentia uma atração absurda por ela e era uma pessoa incrível.Durante a viagem, ele imaginou tudo sendo o mais real possível. Seria mais fácil se fosse, só que não era louco de tentar. Perder a sua amizade, se algo desse errado, seria uma das maiores e piores burrices que Andrew já cometeu.Os dois entraram juntos na casa. Ele cumprimentou a mãe e a apresentou a sua acompanhante. Como sempre, Alex foi adorável, e ele não tinha dúvidas de que sua mãe, em algum momento iria ver isso.Se por fora a casa já a tinha surpreendido, por dentro isso ficou mais evidente. Era lindo, chique, com piso de mármore branco, estilo documentários sobre mansões. Os móveis seguiam a paleta de cores, a área era aberta, a sala enorme, escadas que davam no andar superior. Aquilo era tudo o que

A noite foi tranquila para ambos. Sabe quando você dorme com seu amigo e passa horas conversando besteira, até que o sono vence? É, foi exatamente assim. Só que com pitadas de provocações que havia um fundo de verdade. Era difícil levar na esportiva com Alexis. Ela era tudo o que Andrew queria encontrar, só que isso aconteceu em um péssimo momento. Ele tinha medo de confundir, de achar que era algo, sendo que na realidade não era. Ou simplesmente estivesse embarcando em uma loucura só para não ter que passar pela rejeição.Antes de mais nada, Andrew tinha que resolver isso, e depois decidir o que queria dali para frente. Era o mínimo, com ele e com outra pessoa. Mas não podia negar que Alex era irresistível. Tinha uma vibe que se encaixava com a dele, nunca o deixava triste, sempre tinha assunto, era amorosa, e quando o encarava... era como se ele fosse o único homem na face da terra. Não dava para separar as coisas quando coisas assim a prendiam em sua mente.Bem, o sol já tinha ent

Alexis estava encontrando difícil viver com Andrew. Ele lhe dava o que nunca havia recebido de ninguém, o que a confundia e a levava a pensar que havia intenções não declaradas por sua boca.O pior era olhar nos olhos dele e perceber que sentia o mesmo. Ela foi tola, uma idiota, por ter aceitado ser sua farsa, pois agora sentia que no seu peito não era mais uma mentira. Sim, seus sentimentos haviam se misturado com a realidade.Alexis sabia que acabaria sem nada. Embora houvesse uma promessa de recompensa, ela já não a desejava, nem precisava. Ele lhe deu o que ela nunca pediu e isso foi maravilhoso. Estava sendo.Certamente era carência. Só podia ser. Ela havia vivido todos os dias de sua vida com medo, sozinha e sentindo uma dor no peito insuportável. Agora, sentia-se protegida, feliz, mas seu coração ainda pensava, porque sabia que isso duraria pouco.Ela aprenderia a sobreviver, mas seria dez vezes mais complicado. Andrew não sabia o quanto ele mexia com ela, então puxá-la para ma

“Merda! Ela deve me odiar agora. Claro que errei. Deixei que o momento me consumisse. Eu já não estava conseguindo suportar a aproximação, o seu olhar. “ ele disse, decepcionado consigo mesmo.Se ela não o desejasse daquele jeito, se não o visse como... pensava que tinha que se afastar da mulher. Ele não podia se apaixonar de novo. Ainda mais agora, não fazia um mês que deixou Alisson.Voltar para casa foi um desafio. Passou todo o caminho pensando no que fez e no que ela deveria pensar dele. Claro, ele se considerava um idiota sentimental. Acreditou que não soube separar as coisas. Porém, sentia que ela desejava aquilo tanto quanto ele.“Ela sente o mesmo, não é?”Andy encarou Alexis de longe. Ela estava do lado de fora, com sua irmã. Não parecia estar prestando atenção na conversa, presa nos pensamentos, assim como ele.Andrew não sabia o que fazer. Estava de mãos atadas. Tinha deixado escapar o seu desejo. Pior do que em palavras, ela sabia do mais íntimo dele. Alex estava assustada