Parte 1...Depois que eles entraram na limusine que os aguardava, Nicolau enfiou a mão no bolso da calça e tirou uma caixinha vermelha. Quando ele abriu, ela arregalou os olhos.— Meu Deus... Que lindo! - ela pegou o brilhante de dentro da caixinha — Esse vai ser o meu anel de casamento?— Sim... Você não gostou?— E tem como não gostar de algo tão lindo assim?Ele sorriu e mostrou o que ela daria a ele na cerimônia.— Você pensou em tudo... Quase marido.Ele riu e guardou de volta os anéis no bolso.— Obrigado... Quase esposa - devolveu a brincadeira.Foi até engraçado ouvir isso. E então ela lembrou um detalhe importante. O beijo.Para selar o acordo entre eles, principalmente na frente dos presentes na carimônia, deveria haver um beijo. E ela olhou para a boca dele, que lhe sorriu de volta.Ela engoliu em seco. E agora? Ela nem lembrava da última vez que ganhou um beijo. E como seria o beijo dele? Se remexeu no banco, um pouco incomodada.Claro, era tudo meramente uma formalidade q

Parte 2...O que seria a noite de núpcias deles, foi apenas uma reserva em uma suíte de hotel. O assistente dele havia feito as reservas porque sabia que depois eles precisariam manter as aparências de um casal recém-casados e o próximo passo é sempre a lua de mel.Foi estranho para os dois. Dominique parecia mais tímida de novo e pouco o olhava. Ele também tinha ficado um pouco tímido e isso foi engraçado, porque há anos não se sentia dessa forma. Desde sua adolescência, quando teve sua primeira namoradinha de escola.E ele tinha que admitir que o beijo o tinha impactado de uma forma que não esperava que fosse acontecer. Em sua cabeça tudo seria simples e normal. Seria apenas uma cena para prestar contas aos curiosos e fofoqueiros.Seu assistente pessoal já estava com tudo pronto para soltar sem querer, querendo, a história de que ele havia encontrado seu amor à primeira vista e não quis perder tempo em se unir a ela. Essa história iria se espalhar com certeza e cada vez mais um pont

Parte 3...Ela o ouvia atentamente, mas o que o deixava inquieto era quando ela sorria. Parecia que a sala tinha ficado mais iluminada. E isso começava a incomodar um pouco.Ele queria elogiar seu sorriso, mas lembrou que ela disse que ele não poderia ficar elogiando-a do nada ou ficaria com vergonha. Também que ela disse que ele deveria se manter dentro das calças para evitar problemas no acordo.E ela tinha razão.Ele havia dormido pouco, acordando várias vezes durante a noite e demorando a pegar no sono novamente. Tudo por culpa dela que estava no quarto ao lado.E ele ouviu que ela demorou a dormir também. Dava para ouvir seus passos no outro quarto e também ela falando ao telefone, talvez com a secretária.Ele já tinha acertado tudo com o assistente. Teria uma reunião em outra de suas filiais e para isso teria que ficar fora por três dias, o que seria bom para diminuir sua vontade de ficar mais próximo de Dominique.Eles teriam que acertar o tempo em que ficariam juntos, para sai

Parte 4...— Tenho - ela sorriu e desceu o pé — Mais duas.Ele ergueu a sobrancelha curioso.— Não se preocupe. Quando me vir de biquíni vai descobrir as outras duas. Não são escondidas.— Não posso vê-las agora?— Não - ela fez um bico e riu — Não seja abusado, marido. Eu não vou tirar a roupa para você.Ele pensou que isso era uma pena. Seria muito bom.— Um marido pode ver a esposa nua - ele provocou.— É, mas quando é um marido de verdade. Você é só um enfeite para mim e vice-versa. Temos um acordo.O coração dele bateu forte. Sim, havia um acordo por escrito, mas isso não impedia sua mente de divagar.— Vamos comer, agora me deu fome. O cheiro do café está muito bom.Ele assentiu e sentou à mesa. Começaram a comer e conversar sobre o que iriam fazer. Nicolau avisou que teria uma reunião e por isso ficaria fora por três dias.— Mas já? - ela franziu o nariz.— Eu já tinha essa reunião marcada.— Ok, mas lembre-se de que ainda temos que aparecer como recém casados para que mais pes

Parte 5...— Isso não é machista, é apenas um gosto pessoal - ele mexeu o ombro — Você não tem um tipo de homem que a atrai também? Todo mundo é assim. Somos seres hormonais.— É, eu sei disso... Mas sabe que nunca parei para analisar qual meu tipo de homem? - ela torceu a boca de um lado para outro pensando e depois o encarou — Eu acho você bonito.Ele fez uma cara engraçada e sorriu.— Obrigado - fez um gesto de cabeça.Dominique o achava mesmo muito bonito e sexy, especialmente agora de manhã, com o cabelo ainda úmido pelo banho. Imaginou aquele corpo que ela ainda nem tinha visto, nu, embaixo do chuveiro.E isso a fez sentir um arrepio na barriga. Cortou o pensamento e voltou para a realidade.— Vamos ter que falar sobre nossos gostos, assim fica parecendo que temos interesses em comum.— Sim e temos que viajar juntos também - ele pegou um morango — Os advogados de meu avô vão querer bisbilhotar sobre nosso casamento e com certeza Mike vai pedir a eles que fiquem de olho. Se prova

Parte 6...— Nem sempre, já que você viaja muito e eu vou continuar com meu trabalho. Temos que ter cuidado - ela pegou outro morango — Sabe que meu nome pode puxar coisas do passado e você vai ter espiões atrás de suas costas para pegar um deslize.— Vamos ver nossas agendas então.— E tem a questão de suas amantes - ela terminou o morango — Você não vai poder ser visto com elas por aí. Tem que se manter discreto.— Não acha estranho uma esposa falar da amante?— É que eu sou moderna - ela riu.— Sei... - ele riu também — Bem, de qualquer forma, caso alguma delas ainda fique comigo - nem ele sabia mais se queria continuar com outra, tendo ela ao lado — Eu vou ter mais cuidado para que isso não seja descoberto.— Pois é, senão eu vou ser obrigada a fazer uma cena de mulher traída - ela tentou fazer uma cara de raiva, mas ele começou a rir — Ei... Você é meu marido, estamos apaixonados, eu preciso defender o que me pertence. E eu sou muito brigona, viu!— Certo, vou ficar atento - ele

Parte 1...Não demorou para que a fofoca corresse e logo a mídia já estivesse buscando os detalhes da união entre eles. E isso causou um estresse em Dominique.O assistente dele ligou, avisando que se preparassem para quando retornassem a Paradiso, pois já havia gente esperando por eles no aeroporto. Ela sentiu até um peso no estômago quando Nicolau lhe disse isso. Era tudo o que não queria mais para sua vida. Ter gente espocando flashes em sua cara.Depois de toda a vergonha que ela havia passado com as atitudes erradas do pai e do que sua família fez logo em seguida, esperava nunca mais ter seu rosto aparecendo em sites e revistas.Era algo que a incomodava e também entristecia muito. As pessoas não foram educadas e nem gentis com ela durante esse período difícil. Foi muito complicado sair de uma vida para outra sem nem mesmo um aviso.As coisas foram acontecendo sem parar, como um rolo compressor passando por cima dela. Até agora ela não entendia como tinha tido forças para não ca

Parte 2...Diogo olhou pelo retrovisor para Dominique e recebeu um soco de leve no ombro.— Pare de olhar para minha mulher - Nicolau disse.— Só fui conferir se ela estava mesmmo inteira - ele riu provocando o amigo — Não seja ciumento.Foi engraçado, ele riu, mas pensou que o amigo estava certo. Ele tinha sentido um momento de ciúme. Algo que nunca acontecera antes com outra. — Para onde vamos agora? - ela se apoiou no banco, se inclinando entre eles.— Para minha casa, é claro - ele respondeu — Agora você vai ter que ficar lá também, esqueceu?— Bom, eu vou ter que buscar algumas coisas particulares minha. Eu só tenho uma mala pequena aqui.— Tudo bem, podemos fazer isso mais tarde. Antes quero que conheça a casa.— O Clusô vai estar lá também. Ele disse que você o mandou adiantar algumas coisas.— Mandei sim.— Eu também tenho algumas coisas para resolver com minha secretária.Diogo olhou para ela e sorriu. Sem querer, parecia que o amigo tinha acertado nesse plano maluco. Ela pa

Parte 3...— Como assim?— Nicolau sempre foi direto com as coisas... Quando algo surge na vida dele, vai logo analisando. Ele não perde muito tempo pensando demais - ele deu de ombro — Esse é o jeito dele e quando o testamento do avô o forçou a buscar uma solução para não perder o que é dele de direito, você surgiu.— Simples assim? - ela gesticulou.— Não é simples, mas Nico tem esse jeito de enfrentar as coisas - ele abriu as mãos — O pai dele aprontou muito e o avô vivia brigando. Sobrou para ele cuidar da mãe e da irmã.Ela olhou para o jardim na frente. Ela entendia bem sobre problemas em família. Tinha sofrido muito pelas atitudes do pai e depois do que aconteceu com a mãe. Ela precisou ficar adulta o mais rápido possível. — Acho que nós dois temos algumas coisas em comum.— Pode ser. Nico tem bom olho para negócios - ele se virou e se apoiou na mureta — Vocês agora são sócios em uma mentira e vão ter que trabalhar juntos para que dê certo.— E você vai ajudar? - ela encolheu

Parte 4...O telefone tocou de novo e Joane atendeu. Falou por um minuto e desligou dando uma bronca na pessoa do outro lado.— O que foi? - ela abriu o freezer.— Um babaca perguntando o tipo de garotas que nós temos - fez uma cara de brava — Ele achava que aqui era uma agência de encontros sexuais.Domique deu risada. Isso já tinha acontecido antes com ela, logo que abriram a agência, mas depois pararam quando entenderam que era um negócio sério.— Nem perca tempo, apenas desligue na cara. Agora com a notícia do meu casamento nós vamos ter propaganda gratuita, mas nem sempre isso vai ser bom.— Pior que é verdade - ela encostou na pia — Bom, já que você vai ficar por aqui hoje, vou te fazer companhia de novo.— Ah, claro - ela riu fazendo uma careta — É que você mora muito longe mesmo.As duas riram. Mas seria bom mesmo ter mais um tempo com a amiga, falando sobre coisas nada a ver com o que ela tinha feito agora.— Está parecendo que vai chover. Que tal a gente fazer uma sopa gosto