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— Mãe — Pedro entra pela porta e eu largo o porta retrato em cima do móvel novamente. — Mãe? —ele se aproxima e eu me viro o encarando e ele me abraça forte.Pedro era muito parecido com o seu pai, até mesmo a voz, quando eu o abracei eu me senti abraçando Paulo e me segurei para não chorar, por que eu sei o quanto o nosso lho está sofrendo pela sua morte e eu precisava mostrar que eu era forte por ele.— Como você está meu amor? — eu pergunto.Estou bem e a senhora? — ele pergunta.—Também, melhor agora que você está aqui — eu respondo.— Meus tios queriam que eu casse mais tempo lá, mas eu precisava ver como a senhora estava — eu sorrio fraco.— Amanhã vão vir fazer uma perícia no escritório do seu pai e depois disso, eu quero ir para a nossa casa
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Era de manhã, antes mesmo de dar 7hs a polícia chega para fazer a perícia no escritório, eu desço do quarto e encontro vários deles na minha sala, entrando e saindo de dentro de casa.— Bom dia, senhora Bárbara — O investigador Felipe fala assim que me vê.— Bom dia, investigador — eu respondo para ele.— Perguntamos a sua funcionária, se teve alguém no escritório depois da morte dePaulo e ela me disse que você entrou lá — ele fala me olhando— Sim, eu entrei no dia que retornei do velório dele — eu respondo — Mas aí fui avisada que não poderia car lá dentro, porque iria ter uma perícia.— Você mexeu em algo, tirou algo do lugar ou de dentro do escritório? — ele pergunta;— Não — eu respondo — Não foi t
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Assim que chegamos na nossa casa de praia, eu sinto um aperto enorme em meu coração, até porque a gente iria vir para cá um dia após o aniversário do nosso lho, Paulo tinha planejado nossos passeios de lanchas, nossos almoços em família e até mesmo a festa dourada, que a gente sempre fazia nessa época do ano com os nossos amigos, ele tinha tantos planos e tudo foi água abaixo.Chegar nessa casa sozinha, me fazia por alguns segundos me sentir fraca, mas quando eu olho para o lado e vejo o nosso lho, eu vejo o quanto eu preciso ser forte por ele, por que eu não estou sozinha, eu tinha uma parte de Paulo ao meu lado, uma parte especial, um menino de ouro que sentia a falta do seu pai todos os dias.— Não é a mesma coisa estar aqui sem ele — ele fala e eu o encaro.— Ele faz falta em nossas vidas — eu falo para ele —Mas precisamos seguir lh
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Marília insistiu para a gente dar uma volta no shopping, mas compras não iria trazer ele de volta, mas não discuto e vou com ela. Eu sempre fui uma mulher consumista, adoro bolsas e sapatos, mas parece que agora nada disso fazia sentido.— Isso cou lindo em você — ela fala.— Eu agradeço a sua boa vontade de me fazer car um pouco melhor — eu me sento na poltrona da loja, tirando a sandália que eu estava experimentando — Mas não consigo gostar de nada.— Você precisa procurar ajuda — ela fala — Um psicólogo, terapeuta ou fazer algum exercício físico, pilates? — ela me olha perguntando — Ou até mesmo uma nova faculdade.— Eu não tenho vontade de fazer nada — eu respondo — Aliás, eu preciso voltar para a empresa, porque a empresa precisa de mim, os nossos clientes e eu nem sei como vou e
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Eu chego de volta em casa depois de andar muito e tenho certeza de que Marília falou todas aquelas coisas por ciúmes, não era possível ela acreditar que o seu próprio marido com qual ela construiu uma família, possa ser tão mal caráter dessa forma. Ainda mais sendo o irmão de Paulo.“Murilo, por favor me envie a cópia do documento que eu assinei, quero ter registrado em meu e-mail”Eu deixo essa mensagem para ele em seu celular.— Vai sair lho? — eu pergunto, vendo-o arrumado.— Sim — ele responde — Vou dar uma volta com alguns amigos, mas se você quiser posso car com você.— Pode ir — eu sorrio — Você precisa se divertir. Se não for dormir em casa, me avisa — ele assente.— Até mais mãe — ele me dá um beijo no rosto.— Vá
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Eu acordei cedo e o sol ainda estava nascendo, algo que eu e Paulo fazia sempre quando vínhamos para cá, acordar cedo para aproveitar o dia juntos. Aqui era o nosso refúgio, refugiados da nossa vida corrida, da empresa. Era o lugar que a gente desconectava do mundo e se conectava um ao outro.Iria ser difícil lidar com a sua ausência, dizem que o luto a gente só começa a sentir quando sentimos falta da pessoa no dia a dia, então eu iria viver o luto eternamente.— Bom dia mãe — Pedro fala quando encontro ele na praia.—Chegando agora? — eu pergunto.— Sim — ele fala — Na verdade eu cheguei ainda de madrugada, mas não consegui dormir.— Por quê? — eu pergunto.— Eu acho que eu quero voltar para casa — ele fala — Aqui me traz ainda mais lembrança do papai — eu o abraço forte sem
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Eu tentei trazer Pedro comigo para esse spa, mas não fazia muito a cara dele, ele disse que caria com os primos na casa de Marília e Pietro. Eu também não comentei com Pietro sobre Marília ter ido até lá e parece que ele nem imaginava, o que a sua esposa tinha feito e falado.— Será um nal de semana que irá te fazer muito bem — ele fala.— Obrigada — eu falo.— Aliás, eu consegui falar com um especialista sobre o laudo que a farmácia te mandou — ele fala. — Mas achei melhor ler ele antes.— O que dizia? — eu pergunto— Aquelas substâncias servem para impedir um futuro câncer e temos caso na família, Paulo deveria estar apenas se prevenindo — ele fala. — Então pode car tranquila.— Obrigada, por ter ido atrás disso — eu falo para ele que sorri.
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Eu bato na porta do seu consultório e logo escuto que é para entrar, ele está sentado atrás da mesa do pequeno consultório e logo reconheço os móveis do seu consultório, eles eram da nossa loja Evive.— Estou surpreso com você por aqui — ele fala me olhando.— Será que eu posso me consultar com você? — eu pergunto.— É claro — ele fala — Fique à vontade, se sente! — ele diz se levantando e apontando para as poltronas.— Foi você que decorou esse consultório? — eu pergunto.— Foi minha esposa — ele fala.— Ela tem muito bom gosto — eu sorrio — Esses móveis foram desenhados por uma designer muito talentosa, o nome dela é Alessandra, mas ela não está mais entre nós.— Ele arqueia a sobrancelha.—
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Eu olho para ele e respiro fundo, conversar e desabafar com alguém que não conhecia a nossa rotina e muito menos convivia com a gente, me fez tirar algo de dentro de mim que me sufocava. Quando ele saiu da minha mesa, uma agonia dentro de mim cresceu e eu sentia que precisava desabafar, conversar com alguém que iria me entender e ele me fez as perguntas certas, para liberar as lembranças boas de nós dois.— Eu sei que esse momento é muito delicado, como disse passar pelo luto não é fácil, ainda mais quando a pessoa que se foi era alguém tão especial e importante para nós — ele fala — Mas eu acredito que quem ca, precisa continuar a sua vida, se agarrar em algo que te dê forças para continuar, como você disse, você precisa ser forte pelo seu lho e você sabe que ele é o motivo maior para você continuar, a perca de um dos pais na adole
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Eu tinha saído da clínica na segunda-feira de manhã, a primeira coisa que eu z quando cheguei em casa, foi passar a segunda toda com Pedro, assistindo lmes e fazendo coisas que a gente fazia com Paulo.Eu pego na minha bolsa a agenda de Paulo que eu tinha pegado na nossa casa do litoral, vou até o seu escritório que eu tinha arrumado depois da polícia ter vindo vasculhar todas as coisas, pego uma de suas canetas preferidas, Paulo era louco por canetas e o melhor presente que ele poderia receber, era canetas com seu nome escrito, essa era uma que Pedro tinha feito para ele durante uma viagem com seus primos, era a preferida dele, eu abro um sorriso lendo o seu nome nela.— Senhora Barbara — Liliane fala batendo na porta do escritório.— Oi, Liliane — eu falo sorrindo — Eu não tinha te visto ainda aqui hoje.— É bom ver a senhora sorrindo — ela fala &mda
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