Na manhã seguinte, Allie se preparava para encontrar Brandon para sua reunião diária, o vestido social lhe caía muito bem com suas cores escuras, as argolas pequenas adornavam suas orelhas com delicadeza e o salto preto lhe dava uma suave elegância. Brandon não havia dormido naquela noite, completamente impaciente com o drama que a confusão no departamento havia lhe causado, visto que o projeto que tinha em mãos agora era o completo oposto do que o cliente precisava.  A papelada e o novo planejamento estava levando ele à loucura e a gigantesca tensão sexual entre ele e Allie não estava lhe ajudando em nada. A mulher era uma lembrança constante de seu desejo e o fazia ter pen

 Los Angeles, Sexta-feira    Serena acordou na cama de uma estranha naquela manhã. A mulher ruiva estava emaranhada sobre si pela terceira vez naquele ano, mesmo após ter jurado que o primeiro encontro seria o seu último.    Ao levantar os cabelos loiros cairam sobre suas costas como se doninhas tivessem passeado neles a noite toda. Suas pernas ainda estavam úmidas da maratona de sexo na noite passada.  Observando a mulher entre os lençóis ela admirou suas curvas, a forma como o sol batia na pele alva e a delicada tatuagem que cobria suas costas até a nádega direita.  Mesmo sendo tão bela, Serena não conseguia sentir nenhuma emoç&at

  Num bairro de péssima índole no sul da cidade, Aria reunia as garotas no apartamento de Serena para uma limpeza geral no apartamento.  De pé diante da pintura grotesca que Cassandra havia comprado num brechó. Era como um leopardo psicodélico pintado com as formas do corpo da artista.  Camille e Allie haviam chegado uma hora mais cedo trazendo duas garrafas de vodka barata que haviam comprado no mini mercado da esquina. Observando as caixas que havia separado para armazenar as coisas da ex de sua melhor amiga, Aria se sentia a própria Marie Kondo em seu festival de organização.  Serena serviu as doses em copos de refrigerante que trazia para casa sempre que voltava d

Los Angeles, Sábado.   Allie despertou completamente zonza naquela manhã. A boca seca e a sede incontrolável indicavam uma leve ressaca, mas o sono misturado à falta de forças apontavam para algo um pouco mais pesado.   Deitada como um mendigo em sua cama, ela se parecia mais com um zumbi pós-apocalíptico, com suas roupas de ontem e a maquiagem borrada.   - Bom dia. - Entrando no quarto com uma caneca de café e um misto quente. Gregory se sentou na cama deixando tudo sobre o criado mundo.  Ele observou Allie o encarar como se fosse uma assombração e logo depois voltar a cobrir o rosto com um lençol. 

  Finalmente sozinha, Allie se jogou no sofá dando gritinhos como uma adolescente, estava tão feliz com tudo aquilo que as emoções mal cabiam em seu peito.   Era uma porta nova se abrindo, uma aventura gigantesca cheia de oportunidades.    Não importava o que acontecesse aquele dia, ela não parava de sorrir.    Quando seu celular vibrou dentro da sua bolsa que estava pendurada de forma desajeitada no gancho atrás da porta da sala. Allie correu para pegá-lo sem sequer olhar quem estava ligando para ela, apenas atendeu a ligação completamente distraída com suas emoções atuais.   - Pensei que estava morta. - Brandon sorriu do outro lado da linha fazendo Allie congelar no meio da sala de estar. Havia se esquecid

 Los Angeles, Sábado   Allie sorriu ao observar seu reflexo no espelho do apartamento naquela noite, o vestido azul combinava perfeitamente com a jaqueta de couro escura e as botas pretas.  Seu cabelo estava preso numa delicada trança que caía docemente sobre seus ombros. A maquiagem estava leve e o mais natural possível.  Ela não queria criar expectativas, então se arrumou o menos provocativa possível, mas bonita o suficiente para ser admirada em qualquer lugar que fosse.  Terminando os últimos detalhes de seu penteado ela se preparou para encontrá-lo em frente ao prédio. Uma música pop ressoava em sua mente numa batida incessante, fazendo ela ca

  Sentada diante do computador no apartamento semi vazio, Serena observava a tela em branco sem inspiração alguma para escrever.  Sua mente estava uma bagunça e Aria mais uma vez havia vindo cozinhar o jantar, o que resultou numa pilha de pratos sujos e uma asiática pequena tomando o controle de sua televisão.  Um dorama qualquer passava na tela e Serena podia observar Aria repetir as falas dos personagens como algum tipo de oração sagrada. Era completamente assustador.  - Não consigo escrever. - Serena fechou o laptop admitindo sua derrota. - Não posso transar.   A loira observou o próprio ventre sentindo as primeiras cólicas da semana.

 Los Angeles, Domingo    Allie acordou entre os lençóis de seda naquela manhã, a voz de Camille veio quase que imediatamente em sua mente lhe recordando que a seda servia para amantes. Sentando na cama ela observou a decoração do quarto mais uma vez, quase implorando aos céus que aquele lugar tivesse alguma cor.     Se erguendo da cama, Allie vestiu uma das calças moletom emprestadas  de Brandon e seguiu para a cozinha do apartamento. Seu estômago estava vazio e sua mente só pensava num grande sanduíche com ovos e carne.   Checando a geladeira ela observou o conteúdo com uma expressão de desgosto, aquilo ali poderia ser retirado de qualquer meme da internet, uma gelad

   Quando a lua estava alta no céu e as luzes do jardim de Camille iluminavam cada ponto como se fosse um evento de algum Rockfeller. A mulher observava tudo da varanda com John ao seu lado, numa estranha competição para contar a quantidade exata de convidados que circulavam no jardim.    Em sua mente, Camille separava em grupos as pessoas que realmente havia convidado e os convidados extras que sua sogra havia adicionado a lista sem sua autorização.  - A vovó tem muitos amigos. - John comentou agarrado à saia do vestido púrpura de Camille.  O garotinho de seis anos já havia contado cinquenta e quatro pessoas até agora e os números só aumentavam conforme mais deles chegavam.&n

Los Angeles, Terça-feira.  Allie acordou aquela manhã se sentindo mais sozinha do que nunca, sua semana havia se resumido a trabalhar e a fugir dos problemas. O álcool havia sido sua companhia constante em todas as noites, como se por toda sua vida tivesse desenvolvido um tipo de vício.   Não conseguia parar.    A dor de estar sozinha era sufocante, quase tanto quanto a certeza de que não era amada. Allie podia procurar quantos encontros pudesse ou responder quantas mensagens Brandon lhe mandasse.   Quando fechava os olhos era Gregory que via, eram suas palavras doces que queria ouvir, eram seus abraços que desejava sentir e aquilo doía mais que qualquer coisa.Ler mais