Todos os capítulos do Sceleratus: Entre o pecado e a virtude: Capítulo 21 - Capítulo 30
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Capítulo vinte
Ciro havia passado o dia matutando sobre o recado de Morian. Ficou intrigado com as palavras do mesmo. Logo percebeu que realmente ele já sabia o que fazer. As duas vezes em que o anjo se fez presente foram exatamente da mesma forma. Ciro só teve que pedir. Será possível? Tão simples assim? Pensou. Empolgado com sua possível descoberta, apressou-se em levar sua hipótese ao conhecimento do clérigo. Ambos tinham esperanças que essa ideia fosse factível.—Bem, eu só precisei pedir por eles. Nada mais que isso. —Ciro tinha um sorriso que ia de uma orelha a outra. —Talvez se eu quiser conversar com o anjo, eu só precise suplicar.—Espero que esteja certo, Ciro.—Além do mais, eu preciso pedir que ele me ajude a esclarecer algumas coisas
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Capítulo vinte e um
Arnaldo estava cada vez mais enrolado com suas empreitadas. Além de estar entrando em desacordo há um tempo com outros bandidos de seu mesmo nível, a polícia também estava atenta a seus movimentos. Totalmente ao contrário de suas convicções, ele não estava inatingível, assim como sua mãe e Ernesto também não estavam.O cerco estava fechando-se para ele. Estava ficando difícil fugir pela tangente. Ele apresentava-se a cada dia mais estressado e furioso. A todo instante perdia a paciência com Maiityh e Merônia que pouco importavam-se com suas frustrações. Elas somente aguardavam o momento em que ele fosse fazer parte da coleção de almas pertencentes a elas.Nesse ínterim, a notícia dos demônios estarem espalhados pela cidade, j&
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Capítulo vinte e dois
As irmãs estavam deliciando-se em sua liberdade entre os humanos. Esbórnias e crueldades sem fim recheavam seus dias na cidade. Apreciavam o quão tolos eram aqueles que as seguiam. Pessoas dignas de pena, fracas e manipuláveis. Seduziam qualquer um que realmente elas desejassem conhecer o sabor. Homens e mulheres que chamavam a atenção das irmãs, logo cediam ao aliciamento delas. No entanto, apenas um parecia imune a toda essa lascívia, Rodolfo.Merônia não importava-se tanto com o rapaz, já Maiityh desejava-o ardentemente. Conforme o tempo passava-se, sua vontade em possuir Rodolfo, intensificava-se. Talvez sua obsessão por ele estivesse relacionada ao fato da não correspondência do mesmo por ela. Era um martírio para um ser como ela não conseguir imperar-se sobre um reles humano. Seu poder de s
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Capítulo vinte e três
Ciro já constatava que seu cérebro estava afadigado por estar laborando tanto esses últimos dias. Seu foco atual era implementar uma forma de atrair os demônios às montanhas para ceifá-los de uma vez por todas. Se eu não fosse tão burro, não estaria assim tão cansado mentalmente. Analisou a sua situação.Estava em seu quarto, sentado em sua cadeira giratória. Fazendo os movimentos circulares com a mesma por um longo período, enquanto tentava fazer com que a massa dentro de seu crânio reluzisse com alguma concepção eficaz. Todavia, a única coisa que conseguia sentir era fome.Parou por um instante com aquele movimento rotatório e fitou por um breve momento o pequeno mimo em cima de sua escrivaninha, o qual havia ganhado de sua doce Pilar. Restav
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Capítulo vinte e quatro
Padre Roberto e Ciro convocaram uma reunião com a professora e seu namorado que acabou por realizar-se na abadia. Tanto o sacerdote quanto o rapaz estavam imensamente empolgados e ao mesmo tempo apreensivos com o possível desfecho da situação.Reunidos a portas fechadas, logo Ciro contou seu projeto em todas suas etapas para o jovem casal. Os olhos dele iluminavam-se a cada palavra despejada, sentia-se uma pessoa de extrema importância naquele momento. Não era somente o mesmo garoto bobo de sempre.Rose não sentiu-se muito feliz com a situação em que estava sendo colocada. Não queria mais envolver-se de forma alguma com aquelas criaturas, pois representavam o maior erro de sua vida. Era uma grande ferida que demorava a cicatrizar. Sentia um grande embrulho no estômago em ter que cutucá-la novamente.Ler mais
Capítulo vinte e cinco
Nas profundezas do obscuro e assustador inferno, inúmeras almas perambulavam sem rumo e sem esperanças. Outras apenas ficavam estáticas somente observando ao movimento de vaivém de andarilhos das trevas. Muitos ficavam indecisos entre o ir e o ficar. Ir para onde? Ficar para quê? Nada fazia sentido naquele martírio em que se encontravam.Somente algumas sensações eram as mesmas para todos; dor, angústia e sofrimento. Muitos lamentavam-se constantemente, outros sabiam que apenas estavam colhendo o que plantaram e sofriam calados. Alguns simplesmente já tinham acostumado-se ao seu flagelo e o transformaram em seu companheiro.Justine fazia parte do grupo daqueles que andava e andava, também não lamentava-se mais há um bom tempo, já havia familiarizado-se ao padecimento. Para ela o drama f
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Capítulo vinte e seis
Maiityh tornou-se uma criatura perturbada. Não sabia ao certo o que estava acontecendo com ela. Não conhecia relatos de seres mundanos que enamoravam-se por humanos. Gostar de alguém era um bom sentimento, isso não combinava com um demônio. Torcia para que não fosse afeição e sim apenas um desejo descomunal.Ia e voltava de seu lar constantemente. Não queria ficar entre os humanos, sentia enorme asco por todos após sua confusão mental e ao mesmo tempo não queria sair de perto do seu humano preferido.Começou a sofrer agigantada perseguição de sua irmã, pois era notória sua mudança. Merônia passou a ameaçá-la com frequência. Sua intenção era trancafiar Maiityh definitivamente no inferno juntamente com a ajuda de outros d
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Capítulo vinte e sete
Ernesto caminhava apático dentro do submundo detentor das almas corrompidas. Olhava para um lado e outro, não conseguia pensar em nada além de sua esposa, Catarina. Lamentava-se o fato de não de ter dado à ela um tratamento mais digno e menos egoísta. Ainda sentia dores físicas, no entanto não importava-se com as mesmas, sabia que era merecedor de tal sina.Olhava em todas as direções e a mesma tórrida cena repetia-se, choro, lamentos e sofrimento. Contudo algo chamou sua atenção. Arnaldo! Ele também está aqui. Exclamou em pensamentos. Arnaldo tinha um aspecto lamentável, junto a ele inúmeras almas arrastavam-se como ímãs. Ele empurrava, acotovelava e dava pontapés naquelas que abeiravam-se demais a ele.Ernesto parou por algu
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Capítulo vinte e oito
Era um belo final de tarde de um final de semana enfadonho. Kátia e Pilar decidiram por saírem juntas para tomarem um sorvete. A jovem oriental não pensou duas vezes em convidar Ciro para compartilharem o momento.Escolheram uma mesinha ao lado de fora, onde o sol ainda podia tocar-lhes. Kátia e Pilar serviram-se de uma porção pequena de sorvete cada uma, enquanto Ciro escolheu o especial da casa. Era uma porção enorme, com muita cobertura, confetes e granulados, uma verdadeira explosão de açúcar.— Ciro, como você consegue comer tudo isso? — Pilar ergueu suas sobrancelhas, admirada.— Isso não é nada para mim. — Seus olhos brilhavam ao fitar aquela iguaria.A conversa fluía de forma alegre e descontraíd
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Capítulo vinte e nove
Padre Roberto e Ciro estavam no templo confabulando sobre o dia que seria definitivo para eles. Não iam mais esperar para agir, já haviam perdido tempo demais. Rose e Romualdo também estavam presentes, afinal a professora seria peça importante no plano deles.Enquanto conversavam, os pais de Rodolfo adentraram ao santuário. Tinham cada qual, um semblante entristecido e preocupado.Ciro já tinha alertado ao sacerdote sobre o ocorrido em relação a Rodolfo na sorveteria, no dia anterior.A aproximação do casal fez com que eles interrompessem o colóquio. Ao notar a feição de ambos, o pároco já imaginava o porquê deles estarem ali.— Bom dia, reverendo. Perdoe-nos estarmos aqui tão cedo, mas precisamos muito de sua ajud
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