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Todos os capítulos do Coelhinha Por Contrato: Capítulo 71 - Capítulo 80
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71 UNIVERSO PARTICULAR I
DANIEL ALENCAR Senti um aperto no peito quando deixei a mansão no fim da tarde daquele domingo. Um milhão de pensamentos atordoavam minha mente ao mesmo tempo e todos tinham a ver com Maria Clara. Como era possível?Como podia parecer tão forte quando na verdade não era? Estava confuso e não tinha ideia de como agir com a garota daquele momento em diante, mas já tinha planos para o responsável pelo crime que, provavelmente, continuava praticando suas atrocidades com outras meninas. Adorava punir aquele tipo de verme sem piedade e se dona Gorete não pode fazer nada por medo da retaliação, eu poderia! Naquela semana comecei a orquestrar a estratégia que levaria a no mínimo um belo processo por maus tratos, se tudo saísse bem o desgraçado e quem mais estivesse envolvido na sujeira iria parar na cadeia. Entreguei o relatório preliminar que tinha a alguns conhecidos da Policia Federal e o pouco que havia ali foi suficien
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72 UNIVERSO PARTICULAR II
DANIEL ALENCAR Na quinta-feira próximo ao horário do almoço Gorete telefonou avisando que havia enviado o email com os prontuários e fotos de como sua filha estava quando foi resgatada do abrigo, disse que não tinha acesso aos registros da assistência social do hospital, mas que se conseguisse alguma nova informação avisaria de imediato. Quando abri o e-mail pude ter uma breve noção do porquê tinha vergonha de falar sobre aquilo. Já na primeira imagem a sensação foi exasperante, a figura deitada na maca de ferro usando camisola hospitalar me remeteu imediatamente às vítimas do holocausto. Clara estava irreconhecível! Parecia um cadáver de tão magra na verdade. Como Gorete havia mencionado, seu lindo cabelo estava muito curto e parecia ter sido picotado, deixando mechas irregulares por toda parte, em outras fotos pude ver hematomas espalhados por todo seu corpo, seus lábios rachados pelo frio e desidratação, olheiras profundas arroxeadas...
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73 O COELHO E A LEBRE I
CLARA ASSUNÇÃO Estava com o emocional na merda naquela segunda feira no início de outubro. As atividades e trabalhos de meio de semestre se acumulavam aos montes e olhava para a tela do computador com total desânimo. Detestava a maioria daquelas matérias de contabilidade. Números nunca foram interessantes para mim, até possuía certa facilidade para lidar com as equações, mas as aulas de estatística financeiras pareciam estar em outro idioma naquele momento. Não estudei absolutamente nada enquanto tia Go e Lua estiveram por aqui, na verdade não fiz outra coisa além de dar atenção a elas e namorar com meu noivo de mentira. E que não conseguia tirar da cabeça, diga-se de passagem... Depois que minha família partiu de volta à Rio Claro Daniel continuou me dando a mesma atenção, mas não permanecemos juntos por muito tempo. Foi super fofo quando disse que não deveria ficar triste, falou que se sentisse falta delas po
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74 O COELHO E A LEBRE II
CLARA ASSUNÇÃO Cheguei ao subsolo um pouco antes das 19hrs e Norberto me esperava com a porta do sedan preto já aberta e atrás o carro com dois seguranças também estava pronto para partir. Saímos do condomínio e perguntei a Norbi, de quem àquela altura já estava bem íntima, para onde estávamos indo, mas o motorista recusou-se a contar pois "o senhor Medeiros Alencar havia pedido sigilo". Insisti várias vezes, mas a única coisa que revelou foi que chegaríamos rápido. Quando entramos na Avenida Paulista, por um momento pensei que estávamos indo para a cede da corporação, mas o carro manobrou e desceu para a garagem de um edifício espelhado na esquina com a rua Bela Cintra. A garagem estava quase vazia, Norberto abriu a porta e sorriu de forma sugestiva quando me desejou “boa noite”, respondi o cumprimento com um sorriso curioso e entrei no elevador sem entender o que estava acontecendo. As portas fecharam e não soube o que fazer, havia um painel com os botões,
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75 O COELHO E A LEBRE III
  CLARA ASSUNÇÃO Daniel me levou pela mão de volta à cozinha e me fez sentar em uma das cadeiras altas atrás da bancada enquanto começava os preparativos para o jantar: _ Me deixe ajudar, não sou muito boa nisso, mas sei cortar os temperos. _ quis ser prestativa. _ De jeito nenhum! Você é minha convidada especial, quero que relaxe e aproveite, nada de ficar com esses dedinhos lindos cheirando a alho. _ E onde aprendeu a cozinhar? _ puxei assunto curiosa. _ Na internet, em livros de receita... moro sozinho desde os dezoito, tive que aprender a me virar e descobri que gosto de cozinhar. Me ajuda a relaxar, é como uma alquimia onde precisamos encontrar o equilíbrio perfeito entre os temperos e o modo de preparo para chegar ao sabor e textura satisfatórios. É desafiador... _ E mora nesse apartamento deste que saiu da casa do seu pai? _ Não, morei no exterior para fazer uma pós e outras especializações, depois ainda pas
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76 LIBERDADE
CLARA ASSUNÇÃO Em algum momento ele me pegou distraída e aproveitou para especular: _ Você mencionou que gosta de desenhar... me conte mais sobre isso, não sei se percebeu mas gosto um pouquinho de arte. _ e apontou com os olhos para as pinturas ao redor. _ Aaaahhhh, mas eu não sei fazer nada assim. _ recuei constrangida _ Meus desenhos eram bem simples, o máximo que usava era um lápis 6B para fazer umas sombras e detalhes. Não dá pra chamar meus rabiscos de arte. _ tentei desconversar sorvendo um o último gole do vinho na taça. _ Me deixe ver, não sou nenhum crítico profissional, mas talvez consiga sacar o seu estilo. _ pediu gentilmente. _ De jeito nenhum! Daniel, você tem pinturas do Salvador Dali nas paredes de casa, provavelmente vai rir das coisas idiotas que faço. _ Pare de ser tão insegura e me deixe ver seus desenhos menina, te mostrei minha coleção de brinquedos não tem nada mais ridículo para um homem barbado, porra... _ riu
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77 A FESTA
DANIEL ALENCAR No sábado seguinte voltamos a dar um pequeno show para a mídia e fomos a abertura da 33° Bienal de São Paulo, que por ironia do destino tinha como tema "Afinidades Afetivas". A imprensa estava toda lá para nos consagrar com um casal erudito apaixonado, depois deixei Clara na mansão e fui aliviar a pressão fazendo minhas merdas no apartamento de Lucas. A cobertura na Mooca não era exatamente dele, na verdade, era uma das propriedades de sua família que também era uma das mais tradicionais da cidade, formada em maioria por médicos ou gestores de saúde. Lucas era o caçula de três irmãos e seus familiares tinham investimos na Medeiros Alencar que fazia questão de monitorar pessoalmente. Seus pais eram fodas pra caralho, mas nunca fizeram pressão sobre quem ele deveria ser ou sobre como deveria tocar sua vida. Por ser o mais novo sempre foi o mais mimado já que o peso de responder por um legado não pertencia a ele e talvez exat
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78 ASSUMINDO AS RÉDEAS
CLARA ASSUNÇÃO Beijar o senhor Alencar era como afundar em um lago de águas calmas, era como sentir o calor do sol em um dia frio ou como uma noite de Natal. Era sempre doce, quente e especial. Me envolvia completamente, me tirava o fôlego e me fazia sentir coisas safadas que antes nunca havia experimentado, mas pensar em sexo ainda era bem confuso para mim e, por mais que fosse curiosa sobre o assunto, costumava fugir desse tipo de pensamento. Só que até a forma que ele me olhava fazia meu corpo inteiro reagir... As vezes era como um bálsamo calmante, já em outras simplesmente me fazia entrar em erupção. Naquela noite tudo foi muito suave, os beijos foram lentos, nossas mãos exploravam o corpo um do outro com cuidado, as conversas fluíram ao pé do ouvido, sem ironias nem provocações. Conversamos sobre os planos para exibir nosso relacionamento para mídia e ele adiantou que iríamos a abertura da exposição da bienal de
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79 O DESPERTAR I
CLARA ASSUNÇÃO Não ficamos na exposição por muito tempo e antes das 22hrs estávamos de volta a Land Rover. Quando me deixou na mansão disse que estava adorando me conhecer melhor, me deu um longo beijo ainda no carro e me mandou subir antes que perdesse a cabeça. Desmanchei toda a produção e mandei uma mensagem atrevida, dizendo que também estava adorando conhecer o verdadeiro senhor Alencar e que a cada novo encontro ele me parecia um pouco menos mimado. A verdade é queria dizer que estava completamente apaixonada e que estava adorando saber que ele não era apenas um cara fútil, grosso e arrogante, mas lógico que não daria esse gostinho a ele assim tão fácil. Na semana seguinte um milhão de coisas novas estavam acontecendo.Apareceu a primeira oportunidade de ganhar dinheiro com as redes sociais, a oferta era de sete mil reais para divulgar um massageador facial que tinha um milhão de funções. Fiquei em choque, lógico! Ganhar sete
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80 O DESPERTAR II
CLARA ASSUNÇÃO Passado meu choque inicial nós brincamos de desenhar, fizemos figuras aleatórias e Daniel comprovou que realmente não passava muito dos bonecos de palito. Também não me empenhei muito na bonequinha que produzi, fazia tanto tempo que não desenhava que estava totalmente insegura com os lápis e canetas, a maioria dos materiais que haviam ali eu nem mesmo sabia como usar. Passava das dez quando entramos e Dani disse que ficaria na mansão naquela noite, ele subiu para tomar banho e aproveitei para vestir algo mais confortável, coloquei um pijama de malha fria verde claro, com o short bem curto com a blusinha colada ao corpo. Não resisti e deixei alguns botões propositalmente abertos no decote e barriga só para provocar de leve. Desci e fui para a cozinha preparar um kit de guloseimas com as sobremesas do jantar, alguns salgadinhos e esperei meu ficante descer. Levou uns bons minutos para ele aparecer também com roupas confortáveis e quando m
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