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Todos os capítulos do A Herdeira de Merlin: Capítulo 31 - Capítulo 40
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30 - As Cavernas dos Antigos
 Lorenzo Pisco, confuso com a repentina luz que castiga meus olhos. Passei tanto tempo dentro de minhas lembranças que o sol agora já está alto no céu, iluminando a praia e banhando a cozinha com uma luz dourada acolhedora e quentinha.      Olho para Katherine, que dorme serenamente em meu ombro, e sinto um sorriso se formando em meus lábios. Não tento evitar esse sorriso, não porque eu esteja sozinho no momento e ninguém possa vê-lo, mas porque, ao constatar que de fato a amo, sinto como se estivesse livre para finalmente demonstrar isso.      Pego Katherine no colo, delicadamente, com a intenção de levar ela para um dos muitos quartos que tem pela casa, onde ela poderá dormir confortavelmente por algumas horas, mas Kat acorda imediatamente, sobressaltada.      - Me larga... - Ela g
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31 - Tentar um Pouco Mais
 Katherine Já fazem horas que estou tentando executar com perfeição a tarefa que minha avó me passou. Quando ela disse que queria que eu controlasse a água do riacho a nossa frente, imaginei que seria fácil, mas, conforme o tempo vai passando, vou percebendo o quão difícil, se não impossível, é controlar águas que nunca foram e nem quererem ser controladas.      - Consigo ouvir seus pensamentos daqui, Katherine. - Eleonora, sentada nas grossas raízes de uma árvore que fica nos fundos de nossa casa, com um livro em seu colo, me repreende. - Já falei que praticar magia não é ficar repetindo a teoria em sua mente, é sentir o poder fluindo atrás de você, fluindo de você, e fazendo o que você quer que ele faça. - Ainda sem olhar para mim, ela faz
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32 - O Feitiço do Sono
 Katherine - Por que nada aconteceu ainda? - Ouço a voz de Lorenzo, vindo de algum ponto atrás de mim, e congelo. Que merda, não era para ele estar aqui, presenciando meu fracasso de camarote, e sim em cima da casa.      - Não estou conseguindo. - Suspiro, frustrada, enquanto fecho os olhos novamente e volto a me concentrar com todas as forças.      - Você está pensando demais. - Ele fala, se aproximando de mim tão lentamente que seus passos não produzem nem um som sequer contra o chão coberto de folhas e cascalhos soltos ao lado da casa.      - Não estou pensando demais. - Me defendo, começando a ficar irritada com ele.      Por que é tão fácil me irritar com Lorenzo Lallybroch? Você está irritada com ele porque, minha que
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33 - O Sorriso de Alya
  Lorenzo   Uma das coisas mais impressionantes em Lorien, além das ninfas, que são deslumbrantes, e da paisagem, que é mais ou menos aceitável, é a arquitetura que, por mais que permaneça imutável desde que Merlin pisou aqui, centenas de anos atrás, ou talvez mais até, ainda assim é estonteante, de tirar o fôlego.       Mas, por algum motivo completamente estanho a mim, o castelo do clã Mocadem, os lobisomens que habitam o norte da ilha, parece mais um mausoléu frio e abandonado do que algo que realmente foi construído em Lorien.       Entediado, ando por corredores igualmente decadentes e em ruínas, cobertos de teias de aranha e bolos de poeira e bolor por todos os cantos, me perguntando, sem parar, por qual motivo minha mãe insiste que devemos tentar fazer algum tipo de acordo com o rei desse povo.       O povo é s
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34 - Olhe Mais de Perto
 Katherine Minha avó, Eleonora, era obviamente uma senhora bem excêntrica, fato este que não escapava aos olhos de nem mesmo uma pessoa sequer que já a conheceu, mas eu não tinha noção do quão excêntrica ela era até encontrar essa caverna.      Ao que parece, Eleonora era dotada de uma magia muito poderosa, que fluía livremente entre as trevas e a luz, com uma naturalidade quase alarmante, e isso não poderia ser tão claro, tão óbvio de se perceber, quanto ao examinar esse lugar, pois aqui ela com certeza agia livremente e não se importava de esconder o quanto amava as trevas que nela habitavam.      Aqui há flores e ervas secas, pós brilhantes, frascos com líquidos de cores alegres, olhos de bichos, frascos com coisas mais do que esquisitas em conserva, ossos
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35 - Recomeçando a Busca
 Katherine Assim que o chuveiro atinge uma temperatura que considero adequada, quente, quase pelando, tiro minhas roupas imundas e entro debaixo do jorro de água, soltando um gemido de satisfação assim que ela começa a escorrer pelo meu corpo.      A dor nos múltiplos cortes e pequenos arranhões espalhados por todo o meu corpo em nada se compara à deliciosa sensação de esfregar minha pele e ver a sujeira saindo de mim, escorrendo pelo ralo e indo para bem longe.      Lavo meus cabelos com um shampoo que encontrei no armário do banheiro. Tem cheiro de rosas, o mesmo cheiro de minha avó. Lembro-me que, até nos seus últimos dias de vida, deitada em um leito branco de hospital, ela ainda tinha esse mesmo cheiro, ainda era minha avó.      Depois de condicionar meus cabelos
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36 - Segunda Chance
 Katherine Saio correndo do vestiário feminino e atravesso o corredor em direção à porta que leva ao campo de futebol. Estou muito atrasada para o jogo, talvez ele até já esteja próximo do fim, mas ainda assim corro, rezando para que a professora de educação física não tenha sentido, ou percebido, a minha falta.      Minhas notas são altas ou altíssimas em todas, ou quase todas, as matérias escolares que estou cursando, o que é uma surpresa, levando em conta que eu tenho sérias dificuldade para entender a professora de química avançada.      A excessão às minhas notas perfeitas é a máteria de educação física... Bom, digamos que eu sou muito melhor com uma espada do que correndo longas distânc
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37 - Nem Tudo é o Que Parece
  Lorenzo   Escoro-me contra a grade de proteção da sacada do antigo quarto de Eleonora e fico parado, observando o topo da montanha de pedra ao longe, a mesma montanha que visitamos horas atrás, a que demoramos horas para chegar.       Olhando para o topo da enorme pilha disforme e oca de pedra, pergunto-me, pela milésima vez, pergunto-me por qual motivo a velha senhora se deu ao trabalho de criar uma coisa dessas ao lado da sua casa se nem ao menos a coisa em si é útil.       Eleonora era uma senhora um tanto quanto peculiar. Não apenas por sua magia, que nunca era apenas luz ou apenas trevas, mas também pelas coisas em que ela falava, pela forma como agia, pela forma como via o mundo ao seu redor.       Lembro-me que, anos atrás, enquanto eu vagava por mais um dois muitos bailes dados pelo clã de Ravengarden em que Antônia me obrigou a participar, tive com Eleon
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38 - Seda Vermelha
 Lorenzo Horas depois, quando o sol já está se pondo no horizonte, manchando o céu de lindos tons de laranja, vermelho, roxo e apenas um pouco de azul, em todas as variedades possíveis, ainda estou abraçado em Katherine, que choraminga em meus braços, sentado na cama, sobre os lençóis de seda branca manchados de vermelho.Passo as mãos pelos cabelos de Kat, que estão começando a ficar duros e grudentos à medida que o sangue seca, e beijo sua testa, sussurrando as mesmas palavras de conforto que venho sussurrando há tantas horas, mas elas não surtem efeito, não fazem com que o choramingo cesse ou que ela se acalme.- Por favor, Katherine, fale comigo. - Peço, praticamente implorando, quando parece que já estamos aqui há dias, e não horas.- Boonie... - Ela choraminga e enterra o ros
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39 - Visitantes Indesejados
 Katherine Não sei o que me deu, não sei por qual motivo fiz isso, não sei porque disse para Lorenzo Lallybroch que preciso dele e, muito menos, porque eu o beijei dessa forma... Só sei que eu gostei muito.Lorenzo é algo semelhante à uma incógnita em minha vida, nunca sei se ele estará em sintonia comigo ou em qual outra ele estará, nunca sei se hoje vamos discutir ou nos beijar ardentemente... Mas ainda assim eu preciso dele comigo, preciso dele ao meu lado, principalmente agora.- Lorenzo, eu... - Inclino-me ainda mais na sua direção.Estou prestes a abrir meu coração, a confessar o quão importante ele é para mim, não só nesse momento, mas em minha vida, mas a porta se abre repentinamente e nós nos afastamos. O momento está acabado. Voltamos a ser o casal de noi
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