O almoço de Ema estava maravilhoso. Não sei se Noah teria feito igual ou melhor. Foi regado a muito vinho branco, que eu não recusei depois de ter tomado vodca pela manhã. Logo, graças ao álcool, comecei a me sentir mais leve. E estava mais preparada para aguentar o domingo até o fim. Quando a sobremesa foi servida, alguns recusaram. Não foi o meu caso. Era doce de pêra, feito pela própria Ema. Claro que repeti. Quem tinha acabado a refeição saiu e voltou para a sala. Eu continuei, acompanhada por Martina e Thomas. Michelle praticamente levou Noah a força dali. Ema perguntou:- Gostou da comida, Megan?- Maravilhosa. Que Noah não me ouça, mas não sei se ele teria feito melhor.Ela sorriu feliz e satisfeita:- Ele aprendeu a cozinhar comigo. Mas acabou me superando... Acho que é porque ele fez aulas com pessoas famosas. – ela falou baixinho.- Aposto que sim.- Quer mais doce?- Não. – disse Martina. – Deste jeito você vai engordar minha irmã, Ema. &

- Ok, eu acho que há um complô contra mim... Mas eu escolho verdade de você, Axel.Ele sorriu de forma sincera.- O que significa a caixa com vários recortes de fotos antigas minhas no seu armário?Eu suspirei. Não acredito que Axel tinha mexido nas minhas coisas. Muito menos que Martina colocou na minha mala os recortes de revistas da minha adolescência.- Axel... Você mexeu nas minhas coisas?  - Sim... – ele confessou.- Que invasão de privacidade...- Fiquei curioso, Megan.- A verdade: ok. Na minha adolescência... Eu sonhava que poderia um dia namorar com você. Então sim, confesso, eu recortava suas fotos e colocava em vários lugares do meu quarto. Todos ficaram em silêncio. Axel disse:- Nunca vi algo tão... Fofo.Eu ri:- Eu disse que isso foi na minha adolescência. - Hoje você não recortaria minhas fotos?- Hoje ela tem você, seu bobo. – disse Amanda.Eu corei e não me atrevi a olhar para ninguém.- Nã

Martina estava limpando o sangue que escorria do nariz de Thomas. - Como ele está? – perguntou Adam vindo até mim.- No quarto... Acho que um pouco mais tranquilo.- Vou falar com ele.- Sim, vá.Fui até Thomas e percebi o nariz machucado. Ele me olhou e disse:- Acho que ele quebrou o meu nariz. - Meu Deus, por que Noah fez isso? – perguntou Michelle preocupada.- Eu não quis machucá-lo. – falou Thomas. – Eu poderia ter acabado com ele.- Não poderia não. Você apanhou feio. Fique quieto. – disse Martina tentando conter o sangue.- Será que precisa levá-lo ao médico? – perguntou Amanda.- Acho que seria melhor levarem ele para o médico ver. Pode ter quebrado o nariz. – eu falei preocupada. - Ele implicou com Thomas desde que o viu. – lembrou Michelle. – Mas depois da sua pergunta para ele eu tive certeza que se conheciam fora daqui. De onde você o conhece? - Foi a primeira vez que vi este louco na minha vida. E esper

Na noite de domingo vi Noah partir. Eu sabia que tinha que tomar uma grande decisão. Na verdade a decisão já estava tomada. Eu só tinha que ter coragem para seguir com ela e dizer a todos que eu terminaria meu casamento com Axel e ficaria com seu irmão, que era meu verdadeiro amor. Não sei como entenderiam que me apaixonei por Noah, casei com Axel e agora ficaria definitivamente com o homem que procurei por tantos anos. Não vi Amanda depois da briga entre Noah e Thomas. Deitei na cama e esperei bastante até Axel vir para o quarto. Ele trouxe Estranho.- Você estava com Estranho por aí? – perguntei.- Sim... Como eu disse, somos bons amigos. – ele sorriu.- Noah partiu. - Eu sei... Acho que foi melhor assim.- Axel... Precisamos conversar.- Eu sei, Megan. Mas não hoje. Estou cansado... Bebi demais. Foi um dia cheio... Para todos nós.- Quando vamos ter esta conversa? Amanhã? – perguntei.- Pode ser. Deitei e liguei o abajur. Depois

Parei e o encarei:- Entendi que o combinado era não nos vermos até eu deixar a mansão Collins.- Então quer dizer que já tomou sua decisão?- Isso se chama pressão psicológica... – eu ri indo até ele e parando na sua frente.- Você sabe que não consigo ficar longe de você, doce Meg.- Não... Esta parte eu não sabia. Acho que você esqueceu de me dizer.Ele me puxou para junto dele e me deu um beijo de leve nos lábios:- Noah, eu ainda sou uma mulher casada... – falei olhando para os lados para ter certeza se ninguém estava nos vendo.- Eu sei... Também tenho uma namorada. - Lembro que uma vez você disse que não era infiel...- Lembro de ter dito que por você eu seria.- Noah... Isso tudo é muito... - Meg, isso tudo é muito bom... Nos encontramos novamente e isso que importa.- E sua namorada? Como ela vai ficar?Ele me soltou e pegou meu queixo, olhando nos fundo dos meus olhos:- Você só precisa se preocupar consigo mesma

Quando cheguei à mansão dos Collins já estava noite. Acabei não indo visitar meus pais, conforme o planejado, pois fiquei preocupada com a ligação de Axel. Assim que estacionei meu carro percebi um automóvel que eu não conhecia ali. Estranho estava na rua e eu o alisei:- O que você faz aqui, garoto? Está frio. Axel não levou você para dentro ainda?Quando abri a porta Axel estava sentado na sala, junto de Amanda e Martim Collins. Eu pouco havia conversado com ele desde que o conhecera e no fim não teria muita intimidade mesmo, afinal eu estava de partida daquele lugar. - Boa noite. – cumprimentei todos.- Não vejo você desde... Ontem. – falou Amanda sentada com postura ereta, usando uma roupa bastante diferente das que estava usando desde que passei a morar ali naquela casa.- Eu... Estava na faculdade.- Boa noite, Megan. – cumprimentou Martim. – Seja bem-vinda.- Já me sinto bem-vinda... Obrigada. - Vou... Tomar um banho. – falei. – Axel...

Eu saí e procurei Estranho. Ele não estava em lugar algum. Continuei chamando e nada. Estava escuro e eu fiquei com medo de ir para perto da mata. Droga, onde poderia estar meu cachorro? Ele nunca dormiu na rua. Desde pequeno dormia comigo no meu quarto e depois que me mudei, Axel fazia a cama dele diariamente ao nosso lado. Será que Estranho achou que eu tinha o abandonado? Eu senti o medo tomando conta de mim. Não vivia sem aquele serzinho peludo de quatro patas que só me oferecia amor e não pedia nada em troca. Fui até perto das árvores e continuei gritando, até que ele veio, balançando seu rabo e pulando nas minhas pernas. Afaguei seu pêlo macio e disse:- Por que você demorou? Está frio aqui na rua... Não tem que se embrenhar nesta mata. Logo sairemos desta casa, Estranho. Seremos somente eu, você e Noah... Embora eu saiba que você sentirá falta de Axel. Ele é um idiota, mas não com você. Fomos até a porta principal e tentei abrir, mas ela estava trancada. Eu já

- Isso quer dizer que... Eu não posso contar com a ajuda de vocês? – perguntei ainda aos prantos.- Não... Não pode contar com nossa ajuda. Se depender de nós, você continuará com Axel Collins e tentaremos afastar os comentários que começarão a nos perseguir. Vou falar com Martim e ver o que podemos fazer com relação a tudo isso. Ele sempre disse que Noah era um péssimo filho. Ele tem razão... E eu começo a pensar que também tenho uma péssima filha.  Eu levantei e voltei para o meu carro. Baixei minha cabeça no volante, sem saber exatamente o que fazer. Nem sabia onde Noah estava... Comecei a dirigir até a casa de campo. Era o único lugar que eu poderia ser eu mesma sem me preocupar com nada do que estava acontecendo. Assim que fechei o portão, estacionei o carro e desci, abrindo as janelas da casa para arejar. Comecei a limpar e organizar tudo, tentando esquecer o que aconteceu por alguns momentos e parar de chorar. Passava do meio dia quando eu acabei. Deitei no so

Quando eu desci senti o cheiro da comida vindo da cozinha. Sentei na banqueta e disse:- São tantas lembranças voltando na minha mente.Ele me olhou da bancada:- Vamos criar novas lembranças agora, Meg.- Parece que sinto o mesmo cheiro de três anos atrás.- Eu lembro de uma garota usando minha camisa... E ela estava sem calcinha. Eu corei.- Você ainda fica envergonhada. – ele balançou a cabeça sorrindo.- Eu estou usando calcinha agora. – falei.Ele veio até mim e debruçou-se sobre a mesa, olhando nos meus olhos e sorrindo:- Preciso te confessar uma coisa.- Pode falar... Estou preparada para qualquer coisa. – eu disse fechando meus olhos.- Eu fiquei com a sua calcinha.Eu abri meus olhos e o fitei confusa:- Como assim?- Você esqueceu sua calcinha na minha casa. – ele riu e voltou para o fogão.- Quem fica com uma calcinha de recordação? Estou começando a pensar que você tentou me sequestrar naquele dia, Noah Collins.

 Eu poderia dizer que depois nós paramos para conversar um pouco e comermos algo porque já estava tarde da noite. Mas isso não aconteceu. Nós esperamos longos anos pelo reencontro dos nossos corpos. E por obra do destino, ele se deu no mesmo lugar que eu o conheci e fiz amor com ele pela primeira vez. Não sei que hora dormimos, pois eu sequer olhei no relógio nenhuma vez desde que ele chegou. Adormeci exausta nos braços de Noah, na cama.Quando abri meus olhos ainda estava deitada no braço dele, que dormia. O observei e tive certeza de que não era um sonho. Naquele dia mesmo eu exigiria o divórcio de Axel e o faria assinar os papéis. E não me importava de ter que brigar com o pai dele ou quem quer que fosse. Eu não podia ficar mais longe de Noah Collins.Levantei com cuidado para não acordá-lo e fui colocar minha roupa.- Você vai fugir? &n