Todos os capítulos do O Homem no Trono - Livro 1 : Conspiração do Oriente: Capítulo 31 - Capítulo 35
35 chapters
29 - O mais sábio dos conselhos
– Me passa o sabão, por favor. – Sarina pediu à Veridane, que fazia bolhas de ar com a boca, submersa até o nariz no tanque da casa de banho. – Vai precisar de umas três dessas barras para tirar toda a areia dos cabelos dessa menina. O que os ermitões pediram para você fazer, Abigail? Enterrar a cabeça na areia? – Não tive tempo de tomar banho regularmente esses dias. – Abigail respondeu, sentada, enquanto Sarina e Adameire a ajudavam a esfregar seu longo e volumoso cabelo por partes. – Eles começam a trabalhar muito cedo, e terminam muito tarde. A água de manhã e de noite é sempre muito fria, então eu só ficava o necessário no tanque. A casa de banho estava quase vazia naquele horário, como de costume. A maioria das monjas só chegaria uma ou duas horas mais tarde, quando acabassem seus afazeres, de forma que as meninas podiam aproveitar para se demorar e conversar à vontade. Estavam se preparando para jantar. Apesar de sua rotina não ter sido tão atarefada q
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30 - Medidas desesperadas
– Eu gostaria de dizer que tive imenso prazer em liderar meus homens em defesa de sua segurança e tranquilidade, futuros ordenados. A bravura de vocês em suportar provas tão difíceis inspirou-nos a redobrar nossos esforços para garantir que chegassem sãos aos seus destinos. Em nome de toda a companhia que os protegeu ao longo do caminho, eu os saúdo. Depois que Beniel terminou seu breve discurso, os membros restantes da guarda irromperam em aplausos. A Caravana havia chegado à Amihud por volta do meio dia e, exatamente como na época anterior ao início da viagem, a cidade estava cheia de gente transitando, comprando, vendendo e falando. Os adolescentes estavam todos amontoados em frente à sede da Ordem dos Juízes, recebendo honras dos soldados e ordenados que garantiram sua segurança durante o trajeto. – Vocês deverão se aprontar para o jantar e o baile. – Beniel os informou. – Nós carregaremos seus pertences e os guardaremos no arsenal, como quando estiveram
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31 - O homem no trono
Ainda vivos. Ainda vivos? Adameire abriu os olhos estupefata, ao reparar no enorme buraco que o jorro de ácido vomitado pelo monstro havia aberto no muro, exatamente no lugar onde ela e Absalon tinham estado poucos segundos antes. Mais que rápido, ele a empurrou para fora, jogando-a sem muita delicadeza através da fenda. Ela caiu vários metros longe do muro, rolando pelo chão. – Traga ajuda! – Ele gritou. Adameire, habituada a obedecer sem questionar, não perguntou por que ele havia ficado. Absalon resistiu à tentação de sair daquele inferno pelo buraco por duas razões. A primeira: se ele e Adameire saíssem juntos, a criatura os seguiria e os alcançaria facilmente, tornando inútil a tentativa de chamar ajuda. A segunda: porque enquanto ele ficasse ali distraindo o monstro, o caos se limitaria àquele pátio, e as pessoas inocentes das ruas ao redor seriam poupadas.Diferente da primeira vez em que havia lutado contra a criatura, Absalon não alimentav
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32 - Trevas sob a fundação
– Setenta e duas construções civis ao chão, algumas irremediavelmente destruídas. O pátio do palácio regencial e as ruas próximas. Isso se não falarmos na onda de pânico que tudo isso já está gerando. Como a liderança das forças militares do meu governo, eu esperava que vocês tivessem um mínimo de cuidado ao lidar com uma ameaça dentro de nossos muros! O regente vociferava inconsolável, em direção às nove outras pessoas presentes. Estavam ali, além dele próprio, o Chefe da Ordem dos Juizes e Comandante Supremo das Forças Militares, o Chefe da Liga das Guildas, representante oficial da população civil, o Escrivão Regencial, os cinco Anciões e o representante de Mendell. Ocupavam o salão de reuniões, uma sala ampla, circular, em formato de anfiteatro. Dado o número reduzido de pessoas, estavam todas muito próximas, mas nada impedia que os ânimos exaltados fizessem alguns deles falar excessivamente alto. – Deixe de drama, Leonoro, ninguém morreu. – Levana retrucou, azed
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Epílogo
Uzias já andava havia cerca de duas horas. O caminho marcado com as estacas era longo, seco, e cheio de poeira. Enquanto seus passos tentavam vencer a areia que se acumulava entre as solas de seus pés e as sandálias, sua mente ruminava com saudade os últimos momentos vividos ao lado dos amigos que havia feito durante a viagem. Acaiah e Adameire finalmente se separaram, depois de doze anos de convivência ininterrupta. Ele havia presenciado o momento da partida porque, depois que o regente leu, em praça pública, para toda a Amihud, (ou pelo menos a parcela da cidade que cabia na praça central) a retratação histórica em favor dos rebeldes, Aryah, Aminadave e Absalon haviam sido reconduzidos aos seus cargos. Assim, Aryah retornou à Ataya, levando Acaiah consigo, e Aminadave, ao invés de ir junto, ficou em Nedavya para poder acompanhar o treinamento de Adameire, que escolhera, por fim, ingressar na Ordem dos Armígeros. Foi uma despedida cheia de choro, promessas e muitas
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