Início / Adolescente / A ninfa do lago / Capítulo 21 - Capítulo 30
Todos os capítulos do A ninfa do lago: Capítulo 21 - Capítulo 30
31 chapters
CENA XXI: A FUGA DA PRINCESA
CENA XXI: A FUGA DA PRINCESA   PRINCESA: Que horror! Que absurdo! Neste momento vejo no horizonte uma imagem de como se anjos caíssem dos céus feito pássaros sem poderem mais voar e eu fosse mais uma entre eles... Caindo num abismo... Como num naufrágio... Há aqueles que jazem no Reino dos Mortos e seus corpos perecidos para este mundo, habitam o fundo dos Oceanos com seus corações pesados como diamantes brutos. Uma cólera dentro de mim surge, uma aversão. Algo tão negativo toma conta de mim a ponto de eu sentir vontade de matar quem quer o mal me fazer. Eu não posso acreditar nessa crueldade! Eu não consigo crer que alguém seja tão imbecil a ponto de querer sacrificar uma vida em nome de seus rituais malignos... Para mim não passam de tolos que veneram a destruição! Sinto uma amargura por dentro e ao mesmo tempo, tristeza... Agora, a dor faz latejar e toma conta de mim até chegar, querendo me rasgar de pranto! A angústia surge
Ler mais
CENA XXII: A AJUDA DO ALQUIMISTA
ALQUIMISTA: Vossa Majestade, com grande modéstia... Desta vez lhe trago estas águas-de-cheiro feitas com flores de jasmim, folhas de hibisco, mel, canela e um pouco de gengibre, junto com uma mistura secreta de minhas experiências para que você se proteja do seu envelhecimento. Às vezes penso que o homem é unido com alianças de comunhão entre tudo em todos. Sentir uma energia vinda de algo que está além dos costumes de nossa imaginação, é para poucos... Somente os mais sensíveis podem ver o que eu vejo em todos os divinos sinais enviados por Deus... É isso que eu observo como alquimista: São apenas dois corpos dentro de um zodíaco em forma de olho onde há os dez signos representados desde um caranguejo, um leão, uma donzela, uma balança, um escorpião, e um centauro com uma flecha, uma cabra e outro um homem com um jarro
Ler mais
CENA XXIII: OS RITUAIS MÁGICOS
PROFETISA: O homem nasceu para desvendar os enigmas da natureza divina, para alimentar o seu corpo com o sulco das árvores, para sentir o poder maravilhoso em cada única criação de cada folha, cada fruto, cada flor, cada semente, cada animal, cada grão de areia. Eles não ouviram as flautas e as harpas das criaturas mágicas invisíveis em torno de nós. Será que eles conseguem sentir o sopro do devaneio para fortalecerem a sua própria crença de todo coração?   ALQUIMISTA: Se a cólera de Deus estourar como os raios das tempestades mais pesadas, se Ele compreender o ódio pelos seus servos e ao mesmo tempo o amor dele com todas as nossas bênçãos? A raiva domina nossos corações, os devora com o contágio, deixando os nossos tecidos doloridos, nossos corpos sem forças para enfrentarmos as guerras que em breve ao deixarmos nossos segundos do tempo passarem, só nos deixa o desânimo e o desencanto para lamentarmos por aquelas preces que não conseguimos fazer. Deixemos os ri
Ler mais
CENA XXIV: A DIVINA MENSAGEM
ALQUIMISTA: Agora estamos ouvindo o sino da Catedral mais próxima... Eis que recebemos uma mensagem divina, pois haviam me aprisionado com suas mentes e eu temia a morte até gritar “Socorro”, mas o Todo-Poderoso sabe bem o que ocorreu nesta Era e do que você precisa... Então Ele a protege... Minha fé é por algo importante e maravilhoso da mesma forma... Agora, eu a indago: Como você vê Deus em todas as coisas?   PROFETISA: [Silêncio]. Eu o vejo em cada única perfeição da Natureza, em cada amizade, em cada momento que Ele me dá, nas visões que eu tenho e até mesmo na minha capacidade de prever o futuro... Para mim não existe nada melhor que a felicidade para si mesmo, porque Deus quer isso de nós, você tem que obedecer seu Livro Sagrado, se você tem fé o suficiente para acreditar em milagres, eles se tornam reais, como a morte do sol quando inicia a escuridão com estrelas brilhantes. Bem, em um mundo como esse, com coisas maravilhosas e horríveis, os mor
Ler mais
CENA XXV: A ACUSADA DE BRUXARIA
[Ouvem-se gritos da profetisa, que foi acusada de bruxaria e está prestes a ser incendiada pela Inquisição.]   SACERDOTE: Senhoras e senhores, estamos aqui porque precisamos afastar os males de nossas casas. Há uma acusada de bruxaria entre nós. Essas feiticeiras desobedecem às leis do reino sagrado, nos trazem pragas e profecias falsas! Elas são as porta-vozes do diabo, nos enganam e transformam nossa verdade em pó ao vento com suas crenças advindas do poder das trevas! Esse poder não é bem-vindo, pois nos traz sérios problemas, inclusive a morte! Nossos rios, como um dia já foi escrito no livro sagrado, podem ter sua água transformada em sangue! Nossas colheitas podem ser comidas pelos insetos e não prestar para nos servir de alimento! Nossos vilarejos podem receber infestações de sapos! Nossos campos podem ter o gado louco! E o pior, a peste pode invadir nossos lares, gerando doenças e mais doenças! É isto que a bruxaria traz para nosso reino, uma ma
Ler mais
CENA XXVI: A ILHA DOS MORTOS
[O alquimista, o cavaleiro, o escudeiro e a cigana vão até a Ilha dos Mortos levando o corpo da profetiza no barco].   ALQUIMISTA: [Remando a barca]. Vamos velar o corpo nessa Ilha onde há o santuário dos mortos... Descanse em paz... Para sempre, minha cara profetisa...   No embalo das águas verde-esmeralda com essas ondas transparentes brilhando com o anel de prata da lua cinzenta, tento fechar os olhos e me recordo dos meus amigos do passado... Sinto um medo absurdo aqui dentro, não ouvi vozes de monstros ainda, mas temo naufragar... O que será que há lá? Eles queriam sacrificá-la e deixaram isso impune... Você tentou se defender sozinha, junto com seus próprios erros do passado e tudo que você amava era a vida, os seres vivos. Quem deu razão de lhe prejudicarem dessa forma? Eles não viram a própria voz deles ser morta, apedrejada... Tudo o que eles cobram tanto são indulgências... Mas ninguém pode comprar o
Ler mais
CENA XXVII: O CEMITÉRIO DOS INOCENTES
[Ao entrar no cemitério da Ilha, a cigana ouve um canto etéreo dentro da sua mente e pensa com o seu outro Eu: “Venha meu conto de fadas, alcance meu Sol”.]   CIGANA: Quem está aí? Eu ouço um canto de longe. É suave como o brilho da neve... Pueril como se estivesse dentro de um conto de fadas...   Eu amava Francisco... Eu não lembro se ele havia me tocado sem minha permissão... Infelizmente alguns amores são insatisfeitos, ou completamente imperfeitos... Eu vejo o Sol irradiar nas montanhas, como se eu estivesse procurando Deus em algum lugar e eu pudesse ouvir a sua voz eterna dentro de minha consciência... Eu lhes ofereceria a minha memória, talvez amaria mais os meus inimigos... Eu sinto sono e eu preciso de descanso como estivesse no embalo das sombras cintilantes... [...]. Uma vez estava dentro de uma igreja incendiada e as cores eram mesmo assim belíssimas...   Eu m
Ler mais
CENA XXVIII: A BUSCA PELA PRINCESA
[O cavaleiro e o escudeiro dialogam sobre a princesa]:   CAVALEIRO: Então é a segunda vez que a princesa desaparece, feito o sol ao entardecer...   ESCUDEIRO: Há muitos conflitos, guerras; os vassalos formaram uma rebelião contra seus senhores, pois são impedidos de comer o pão, sentem-se realmente injustiçados porque seu trabalho está sustentando os poderosos e malfeitores que os pagam com míseros soldos e não lhes dão proteção, como a ordem da cavalaria prometia...   CAVALEIRO: Caro escudeiro, não sei o que será de nós nos próximos temerosos conflitos. A boca do povo quando se revolta é como a de um dragão que expele fogo pelas ventas! De dentro só sai o furor dos gritos, que no estardalhaço das chamas gera o estopim da guerra!   ESCUDEIRO: Bem, creio eu que nosso trabalho foi leve, porque temos longas viagens pela frente e tomara que seja sem qualquer luta!   CAVALEIR
Ler mais
CENA XXIX: O ELIXIR
[O cavaleiro e o escudeiro estão reunidos na casa do alquimista]:   ALQUIMISTA: Vocês sabem, há todos os tipos de mistérios na natureza. E como se ela tivesse vida própria, entra em nossos pensamentos, reergue-nos de nossas fraquezas e preenche-nos com sabedoria, por ser repleta de perfeição... Descobri que desde garoto apreciava as misturas que meu pai fazia com as ervas medicinais e hoje posso dizer que estou fazendo receitas maravilhosas! Uma pena que eu não tenha agradado a rainha até o momento, mas sigo com persistência meus objetivos...   CAVALEIRO: Bem, em gostaria de experimentar seus chás de hibisco, talvez minha pele pareça mais jovem, como a de uma donzela mesmo em apuros! Há há!   ESCUDEIRO: Só cuidado para não tomar demais e rejuvenescer sua idade mental! [risos].   CAVALEIRO: Ora, pelo menos não teria tantos medos quanto o senhor, meu caro escudeiro!<
Ler mais
CENA XXX: A PROCURA NOS PROSTÍBULOS
[O cavaleiro e o escudeiro procuram pela princesa num prostíbulo]:   CAVALEIRO: Boa tarde, cara dama, estamos aqui para lhe perguntar se por acaso não tem visto a jovem do poder.   PROSTITUTA: A princesa? Por que pensariam que ela está aqui? Com tanta riqueza, ela poderia muito bem aproveitar sua suntuosidade ao invés de estar conosco, não acha? O que ela estaria fazendo fora do castelo?   A princesa desaparecida Cometeu a loucura de sair do castelo E o que eu tenho a ver com a história desta bela dama cheia de riqueza e poder? Eu bem que às vezes gostaria de estar no lugar para não ter que arcar meu destino com estes homens tão... tão... asquerosos Bem, encantadores é que não vão ser! Nem tudo é um mundo de maravilhas pelas quais sonhamos... Às vezes penso os que meus sonhos foram destruídos... <
Ler mais