Respiro fundo entre uma contração e outra, meu corpo todo treme, procuro na mochila um pequeno kit de primeiros socorros que coloquei, e algumas toalhas e deixo próximo a mim, me acomodo em algumas pedras e lá vem mais uma, me fazendo arfar e apertar minhas roupas, tiro a calça e a roupa íntima, e volto a ter contrações, respiro fundo e tento ao máximo não fazer barulho e chamar atenção de algum predador, agora não seria o momento apropriado para isso, estou vulnerável demais, seguro meus gritos presos na garganta, enquanto outra contração me atinge, em pouco tempo, não aguentando mais, sinto vontade de empurrar, e mesmo exausta, junto todas as minhas forças e empurro, e empurro até sentir a cabeça do bebê saindo, procuro fôlego e, de novo empurro, vejo admirada o pequeno corpinho do meu bebê escorregando para fora enquanto ele puxa seu primeiro sopro de ar. O cansaço e o alívio das dores me fazem querer fechar meus olhos, respiro fundo e acomodo minha cabeça na pedra enquanto me rec
Na manhã seguinte me levanto mais disposta, ter me alimentado e ter tido uma boa noite de sono realmente me ajudou, pego minhas coisas e retorno a minha caminhada. Já faz algumas semanas que estou na rota final para chegar a matilha, sinto o cheiro de lobos e sei que estou em terrotório novo, acho que devo estar nas fronteiras da matilha, meu pescoço se eriça, e fico em alerta total, felizmente Ethan dorme tranquilamente por dentro do casaco bem acomodado e quentinho. Minha loba me alerta para tomar cuidado, estamos em território da matilha já, caminho com cautela e mentalizo a chegada a matilha em poucas horas, finalmente minha jornada está quase acabando, espero ser recebida e aceita pela matilha. De repente meu pescoço se eriça de novo e sinto um sopro de ar, mas antes que possa me virar para ver, sou derrubada no chão e rosno tentando me defender mas, tenho várias ármas de prata apontadas para mim, deixo as bolsas cairem e levanto as mãos em rendição, lentamente sinto meu capuz
Mas antes, eles revistam minhas mochilas e seguimos por uma trilha até chegar a civilização, a cidade é enorme e mesmo estando no meio de vários patrulheiros, as pessoas não parecem ligar para mim, o homem que ainda não sei o nome, segue ao meu lado, e eu apenas seguro firme meu bebê, querendo sair dessa chuva. Finalmente chegamos, é um prédio grande, com bastante movimentação, vários andares, subimos as escadas e logo sou guiada até a ala hospitalar, ele aponta para que me sente e chama uma enfermeira para me avaliar, mas os movimentos bruscos da enfermeira me fazem rosnar, sem saber o que ela iria fazer, novamente colocando minhas mãos na frente de Ethan, ela estranha e se afasta, mas logo percebe que não estou sozinha. “Você está com um filhote?” sua voz doce e calma, me deixa mais tranquila e apenas aceno com a cabeça confirmando. Ela sorri docemente e diz, “Me chamo Mary, posso avaliar vocês?” eu respiro fundo e abro o zíper do casaco novamente, Mary olha para Ethan e faz aquel
Saio do banho e já vejo uma bandeja na cama, o cheiro está maravilhoso, como tudo rapidamente e assim que termino a porta se abre novamente, com o grande homem de preto entrando e dizendo, “Agora pode me responder mais algumas questões?” respiro fundo e digo “sim, o que você quer saber?”.Me ajeito na cadeira, enquanto ele caminha pelo quarto. “Primeiro, me chamo Jayden, comandante da patrulha, quem você procura aqui na matilha do sul?” ele diz se sentando em uma cadeira próximo a porta bem relaxado. “Procuro por uma mulher chamada Marta, e tudo o que sei sobre ela, é que ela era da matilha do norte”, ele acena pensativo, mas não convencido. ” E por que fazer uma viagem tão longa, com um bebê recém nascido?”, eu olho para Ethan dormindo e digo, “Calculei mal a data prevista do parto, e acabei dando a luz sozinha, mas agora estou aqui e espero poder procurar pela minha familia”. “E o seu par? Deve estar preocupado com você fazendo todo esse caminho sozinha?” Jayden me questiona. Eng
Entro num quarto simples, mas aconchegante, uma cama de casal no meio do quarto, um pequeno berço ao lado, um closet enorme e um banheiro, algumas mudas de roupas estão em cima da cama, tanto para mim quanto para Ethan, e alguns kits de higiene para o bebê também, o que agradeci. “Bom, esse será seu quarto, até que saibamos algo sobre a sua família, o que pode demorar um pouco” ele diz parado na porta, enquanto eu ando pelo quarto observando tudo. “Eu vou te deixar á vontade, o jantar é servido no refeitório ás 19h, alguém virá te ajudar se precisar”, eu apenas aceno e ele fecha a porta me deixando sozinha com Ethan, exausta da viagem e do parto, me deito com Ethan ao meu lado e adormeço. Quando acordo já está tarde demais, nem percebi e já era 22h da noite quando olhei no relógio, Ethan se remexeu apenas para mamar e voltou a dormir, parece que está bem cansado também, o que agradeço, e apago de novo. Acordo assustada com alguém batendo na porta, mas quando me levanto, uma ton
Marta finalmente me entrega Ethan, e diz “Prontinho, pacotinho, feliz, amamentado e de fralda trocada” ela sorri e se senta na cadeira ao meu lado, inalo o perfume do meu pequenino em meus braços enquanto me acomodo relaxada na cama. “Você fez uma longa viagem até aqui não é?” Marta me pergunta e falo com sinceridade, “A maior caminhada que já dei na vida”, ela sorri enquanto olha para Ethan, “Eu sei o que acontece na matilha do norte, e sei que não sairia de lá sem ter certeza das coisas, e muito menos prestes a dar a luz, sem algum motivo” ela agora me olha esperando minha reação, respiro fundo e digo. “Sei que posso confiar em você, era do norte também, então sabe que ômegas são rejeitados..., e ele não o fez, e também não sabe da criança, mas está acasalado com outra agora” explico sem dizer nomes, nem títulos, apenas informando. Marta acena concordando, “Obrigada por me dizer a verdade, não vou exigir que me diga nomes, muito menos títulos, já entendi o que houve, você fez o que
Finalmente vou conhecer meus avós, estou ansiosa, chego numa casinha simples, mas bem aconchegante, assim que minha avó abre a porta, seu sorriso se torna mais largo e ela me abraça me pegando de surpresa, “Você parece muito com sua mãe, venha, entre” ela diz apontando para o sofá animada, “Ei, Luter, olha quem está aqui”, e logo vejo um senhor com um pouco de dificuldade em andar, se apoiando em uma bengala entrar na sala, ele fica paralisado na entrada me observando, e diz abrindo um sorriso, “Parece que estou vendo minha filha adolescente, bem sentada ai” todos sorriem e Marta completa, “Ela se parece mesmo com sua filha Sr. Luter, mas é sua neta, Alice”, ele se apressa e vem me abraçar, em meus braços o pequeno Ethan se ajeita abrindo seus olhos e deixando meu avô ainda mais surpreso, “Esse é seu bisneto, Ethan” eu falo mostrando o rostinho de Ethan para ele, que arregala os olhos surpreso, “Eu posso?” ele fala apontando para o bebê e eu o coloco em seu colo, meu avô abre o maior s
1 ANO DEPOIS Hoje Ethan faz 1 aninho, graças a Deusa as coisas vão bem por aqui, a poucos meses consegui meu emprego, Marta fica com Ethan enquanto trabalho, ela tem me ajudado e muito, e em breve estarei na minha casinha, aluguei uma próximo a casa de Marta, mesmo ela não querendo que eu more em outro lugar, sei que ela precisa da sua privacidade e eu da minha. Tenho trabalhado duro para comprar minhas coisinhas aos poucos e em breve, Ethan vai pra escolinha. Decidimos hoje comemorar com um passeio no parque e depois vamos comer alguma coisa que Ethan goste, enquanto vejo Ethan brincar e se sujar todo no parquinho, sinto que estou sendo observada e quando procuro quem me observa, logo meus olhos se chocam com outro par de olhos, Jayden, me observa brincar com Ethan do outro lado do parque, dentro de um carro de patrulha, ele acena com a cabeça e seu rosto está indecifrável, e eu apenas devolvo com um acenar de cabeça para ele, logo o motorista entra no carro e dá partida, falando c