# Ana Júlia Saí do hospital e fui fazer uma surpresa para o Christopher. Chegando lá, pedi para a sua secretária não me anunciar, pois gostaria de lhe fazer uma surpresa. Graças aos céus ela era uma senhora de uns 50 anos, de estatura mediana e acima do peso. Ela se chamava Chloe e foi tão simpática comigo que abriu uma exceção e liberou a minha passagem.Assim que abri a porta do escritório, quase desmaiei. Meu coração disparou dentro do meu peito quando vi aquela vaca da assistente social em cima do meu marido e pior: com os seios de fora. Minhas pernas bambearam, fiquei enojada e tentei me manter em pé. Eu não sei como, mas a raiva tomou conta do meu corpo e acabei perdendo noção das minhas ações. Puxei aquela sirigaita pelo cabelo e dei vários tapas em seu focinho de cadela, para que ela aprendesse a nunca mais dar em cima de homem casado. Ela saiu correndo de lá assustada, mas eu nem me importei, direcionei a minha atenção para o meu marido enquanto o via tentar se embaralhar n
# Ana Júlia Saí do restaurante com o Christopher e antes de entrarmos no carro, encontramos com o velho gagá do seu pai acompanhado pela periguete da Léah. Assim que nos viu, eles apressaram o passo em nossa direção e eu mal tive tempo de atravessar o estacionamento e me esconder no carro. Ele começou a me insultar me chamando de vagabunda e logo em seguida a piranha começou a cacarejar, me chamando de oportunista e interesseira também. Saí de perto deles deixando o Christopher naquele emaranhado de insultos e caminhei decidida a ignorar todas as ofensas. Eu mal tinha me distanciado quando de repente, um carro que estava parado no estacionamento acelerou e veio com tudo para cima de mim. Catarina, que também estava saindo do restaurante, correu em minha direção para tentar me salvar, mas não conseguiu. Acabei sendo jogada para o lado e caí de bunda no chão. Ela também quase foi atropelada e graças a Deus a Juliana não estava com ela, ou a desgraça seria maior. Até mesmo a minha bund
# Cristhopher Estou atormentadoEu estava muito atormentado e ao mesmo tempo precisava tomar uma decisão importante para proteger a Ana Júlia do Eduard. Eu tinha certeza de que tinha o dedo podre dele nesse atropelamento, então assim que saí do hospital, fui direto à delegacia prestar queixa do que me parecia ser uma tentativa de assassinato.Depois de quase duas horas depondo, voltei e encontrei minha esposa dormindo. Catarina estava no quarto segurando a mão dela e meu primo Bryan estava parado ao lado de sua cama, totalmente desconfortável. Parecia que eles tinham acabado de discutir e antes que eu pudesse lhe perguntar qualquer coisa, ele disfarçou dizendo que tinha ido visitar a Ana.— Ela está dormindo tranquilamente — Falou, sem tirar os olhos dela — Pedi que a enfermeira colocasse um sedativo no soro dela…ela vai ficar bem. Assenti, ainda desconfiado pelas expressões irritadas de ambos. Catarina abaixou o olhar para sua amiga, no momento que a encarei e depois voltei minha a
# Ana Júlia Não consigo entender Definitivamente eu não gostei do jeito que o Christopher falou comigo, suas palavras duras me atingiram tão rápido que não tive outra escolha que não fosse expulsá-lo do meu quarto. Não conseguia entender esse homem, uma hora ele era carinhoso e em outra, ele me dizia coisas ruins… parecia bipolar!Estava pensativa quando vi Catarina atravessando a porta do quarto mastigando um pedaço de bolo. — Bom dia amiga, está tudo bem com você?Pela a minha expressão, era visível que eu não estava nada bem, mas resolvi não preocupar a minha amiga, já que ela já estava com problemas demais por conta da gravidez inesperada.— Cat eu estou muito preocupada com os bebês, um deles está com os batimentos fracos, mas apesar desse medo eu estou bem — Respondi — E você? Já conseguiu falar com o Dr. Bryan?— Ah Aninha, eu não falei nada da gravidez e nunca vou falar porque ele é machista e pensa que sou uma prostituta, por conta do meu comportamento ousado. Ela se apro
# Christopher Ontem completou um mês que eu me afastei dela. Tomei essa decisão porque fiquei transtornado, me sentindo culpado pelo atropelamento e temo pela vida da minha esposa e dos meus filhos. Esse tempo longe dela está sendo um pesadelo e mesmo ligando todos os dias por meio de chamadas de vídeos, nada está sendo o suficiente para matar a saudade que sinto.Minha mãe conseguiu me convencer a voltar para Nova York e conversar com a Ana Júlia, sobre a possibilidade de fingir que estamos separados. Então resolvi voltar sem avisá-la e assim que cheguei no aeroporto, liguei para o meu motorista vir me buscar. A viagem tinha sido péssima, passamos por uma turbulência que me assustou e só consegui relaxar quando coloquei os meus pés no chão. Já era quase meia noite quando cheguei no hospital, ansioso para reencontrar a minha mulher. Mandei uma mensagem para a minha mãe e pedi para que ela descesse e me esperasse na recepção, pois gostaria de conversar com ela antes de entrar no quar
# Ana Julia Será que foi só um sonho Abri os olhos com a claridade da luz do sol iluminando boa parte do quarto e olhei para todos os lados procurando pelo Christopher, mas ele não estava lá. Senti seu cheiro em meu travesseiro, fechei os olhos e lembrei da nossa conversa.Com os olhos fixos nos meus, ele me disse que não conseguia mais ficar longe de mim, ou melhor da gente, já que carrego dentro do meu ventre uma dupla dinâmica que me faz enjoar e vomitar todos os dias. Já passei do primeiro trimestre e continuo passando mal, tenho mal estar frequentemente e a presença do meu marido deixa tudo mais leve de suportar.Não consigo esquecer o olhar dele sobre o meu na noite anterior, mas por não o encontrá-lo naquele quarto, comecei a acreditar que tudo não passou de um sonho. Não é possível que estou ficando louca…ou será que estou com tanta saudades que estou vivendo de uma ilusão?"Nenhum abraço é como o seu, porque o seu me faz sentir paz, segurança e tranquilidade total. É o meu
# Cristhopher Acordei ainda de madrugada, com mais um pesadelo e dessa vez sonhei com a nossa pequena Juliana em um cativeiro. Esses pesadelos constantes me atormentam de uma maneira desesperadora e não consigo entender por qual motivo eles vem acontecendo. Talvez seja o cansaço ou as preocupações com o imbecil do Eduard que estão mexendo com a minha mente e me deixando em estado de alerta. De todo modo, ignorei o desespero que me invadiu e tentei dormir mais um pouco ao lado da minha mulher que estava em um sono profundo. A abracei sentindo seu perfume natural inebriante.Mesmo com a nossa brincadeira antes de dormir, não consegui matar o meu desejo de estar dentro dela. Eu ainda sentia muita vontade de senti-la, de beijar o seu corpo e matar toda a saudade daqueles dias longe, entretanto o que mais me importava agora era o bem estar dos nossos bebês. Eu sinto que é um casal e assim que amanhecer, vou procurar a ginecologista pra saber quando a Ana vai ter alta. Preciso dela comigo
# Ana Júlia Fiquei ansiosa e curiosa pra saber da surpresa que o Christopher falou no hospital. Durante todo o trajeto para casa, eu só conseguia pensar sobre aquilo e foi só no momento que chegamos em nossa cobertura, que percebi o tamanho da saudade que eu estava da nossa casinha. Catarina e Mileny fizeram uma pequena recepção, com os quitutes deliciosos da dona Glória. Elas fizeram até o meu bolo de cenoura com cobertura de chocolate, tudo para me agradar e fiquei muito feliz com a pequena surpresa. Juliana foi a primeira a atacar a comida, se lambuzando com um pedaço generoso da torta. Todos estavam presentes, exceto a minha sogra que não pode comparecer pois ficou no hospital trabalhando.O Christopher pediu licença para revisar uns e-mails e eu aproveitei a oportunidade para ficar a sós com a Catarina e conversar. Como ela era baixinha e bem magrinha, sua barriga de 4 meses ainda não estava aparecendo. — Cat e aí já contou pra sua mãe?— Amiga ainda não, ela vai ficar decepcio