Ramon despertou, e seu nariz foi imediatamente invadido pelo cheiro forte de desinfetante. Ele se levantou lentamente. — Presidente Mendes. — Seu secretário Hélio foi ajudá-lo a levantar. Ramon acenou com a mão, dizendo: — Não precisa. — Ele pausou por um momento antes de perguntar. — Como está Nilton? — Ele não corre perigo de vida. Foi submetido a uma pequena cirurgia e está em coma, ainda não acordou. — Respondeu Hélio. — Você teve uma leve concussão, e o médico recomendou repouso. Quer dormir mais um pouco? Pensando em Sandra, que tinha sangue na perna, Ramon apertou os lábios e, após um momento de silêncio, ainda perguntou: — Como está a Sandra? — O médico informou que ela sofreu um aborto, mas tem apenas alguns arranhões leves pelo corpo, nada grave. Ela tinha acabado de acordar quando cheguei. Está no quarto ao lado. — Disse Hélio hesitante. — Quer que eu a chame? Ramon levantou a mão, sinalizando que não. Seus sentimentos por Sandra eram complicados, ele a rej
Ela já estava ocupando o lugar da Sra. Mendes por tempo demais. Uma brisa suave fazia as folhas das árvores sussurrarem. O verão tinha passado, e agora era outono. O sol já não era tão intenso. Com o vento, já se podia sentir um toque frio. Ela ajeitou suas roupas e apressou o passo, planejando voltar para casa e preparar o jantar com suas próprias mãos, para depois discutir o divórcio com Ramon à noite. De repente, um carro desviou para a sua frente, bloqueando seu caminho. Várias pessoas saíram do carro, sem dizer uma palavra, cobriram sua cabeça com um saco preto, taparam sua boca e a arrastaram para dentro do carro, então se afastaram rapidamente. Daniela foi imobilizada, não conseguia se mover. Não se sabe quanto tempo depois, ela foi arrastada para fora, e diante de seus olhos havia apenas escuridão, ela não conseguia ver ninguém. Mas ninguém estava mais tampando sua boca: — Quem são vocês? Por que estão me sequestrando? — BCD-8745, esse carro é seu, não é?
— Pai, mãe, vocês precisam me salvar, senão com certeza vou acabar preso. — Caio Vieira estava desesperado, se agarrando a Verônica.Getúlio olhou para o filho sem qualquer orgulho e perguntou friamente:— O que você fez desta vez?A expressão "desta vez" já indicava que não era a primeira vez que ele causava problemas.Caio respondeu:— Eu estava tentando tirar minha carteira de motorista, o carro da minha irmã estava lá, então pensei em dirigir um pouco para praticar, mas acabei batendo...— O quê?! — Getúlio quase morreu de raiva. — Na última vez, você quase cegou alguém com um espeto de churrasco, e eu tive que gastar dinheiro e pedir desculpas para resolver a situação. Faz apenas alguns dias, e você já causou outro problema. Você nem tirou a carteira e já se atreve a dirigir, parece que você está pedindo para ter problemas.— Getúlio, não fique tão zangado, ele é seu único filho, você precisa encontrar uma maneira de ajudar ele. Ele ainda não terminou seus estudos, definitivamente
Depois que Getúlio terminou de falar, subiu as escadas. Verônica estava extremamente irritada. Seu filho era sua responsabilidade, portanto, ela apenas podia ouvir Getúlio por enquanto. — Vamos, me conte o que aconteceu lá fora. — Disse Verônica, puxando seu filho. — Papai... Antes que Caio pudesse terminar, Verônica o interrompeu: — Pare de chamar ele de seu pai e cuide dos seus próprios problemas. Por sua causa, não tenho mais nenhuma dignidade na frente dele! ... Quando Getúlio chegou ao andar de cima, viu Jandaia arrumando as malas. Ele se aproximou e arrancou as roupas das mãos dela: — Nós vivemos juntos a maior parte de nossas vidas, você realmente acha necessário nos divorciarmos? Jandaia deu um sorriso sarcástico: — Para que ficar casada? Para você continuar usando a mim e minha filha? Getúlio respondeu: — Como eu usei sua filha? Você sabe quanto dinheiro gastei com ela desde pequena? Quantas coisas ela aprendeu? Você tem noção disso, não é? — Você s
— Eu sou Calisto, Dani sofreu alguns ferimentos e está na sala de cirurgia agora. — Calisto estava em pé na porta da sala de operações.O coração de Jandaia disparou:— O que aconteceu? Minha filha se feriu?Calisto confirmou:— Sim.— Em qual hospital? — Jandaia estava extremamente ansiosa, preocupada até a morte.— Hospital Central do Segundo Distrito Militar.— Entendi. — Jandaia desligou o telefone e rapidamente chamou um táxi para o hospital....No hospital.Na sala de cirurgia, Daniela segurou o médico que estava operando ela:— Meus filhos, ainda há esperança?O médico respondeu:— Após a verificação, um dos bebês definitivamente não pode ser salvo, já foi um aborto espontâneo, o outro talvez ainda possa ser salvo. Você tem certeza que quer tentar salvar este bebê?O rosto de Daniela estava pálido como papel, os lábios rachados e sangrando, com a voz rouca:— Sim, por favor.O médico disse:— Farei o meu melhor.O médico que estava operando Daniela era um ginecologista muito co
Calisto serviu a ela um copo de água. Ela bebeu metade, aliviando a secura da garganta e o amargor na boca, mas ainda sentia dores por todo o corpo. — O que aconteceu? Quem fez isso? — Perguntou Calisto, incapaz de se conter mais. — Foi a Sandra, não foi? Ele especulou. Daniela balançou a cabeça. Teria pensado o mesmo se não tivesse ouvido de Jandaia que Caio tinha levado seu carro, mas agora ela sabia. Se não estivesse enganada, teria sido Caio quem bateu no carro de Ramon. Se fosse sério, a polícia já estaria envolvida, mas Ramon decidiu punir o responsável por conta própria, indicando que não estava gravemente ferido, apenas irritado. Pensando bem, o responsável pelo acidente era seu meio-irmão, mas quem acabou apanhando foi ela. Ela realmente merecia isso? — Calisto, decidi me divorciar de Ramon. Já perdi um bebê, e se continuar com ele, provavelmente perderei o outro que estou esperando. — Disse ela, em voz baixa. — Estou pronta para contar a ele sobre a gravidez.
Ramon pegou os documentos que continham informações sobre Daniela, franzindo a testa:— Este é o motorista causador do acidente?O motorista que ele viu era um garoto!Hélio não sabia por que Ramon havia dito isso, mas falou a verdade:— O carro envolvido no acidente está registrado no nome desta Srta. Vieira...— O fato de estar registrado no nome dela significa que ela estava dirigindo? — Ramon saiu da cama e olhou para Hélio com um olhar frio. — Você está me dizendo que Daniela era a pessoa em quem você estava ensinando uma lição?Hélio baixou a cabeça, sem ousar dizer uma palavra.— Estou falando com você! — Ramon estava furioso!Hélio teve que responder:— Sim.Ramon respirava com dificuldade, dominado pela raiva.Hélio rapidamente se desculpou:— Desculpe, eu fiz tudo errado.Ramon o ignorou e saiu rapidamente.Sandra estava bloqueando a porta, querendo ver Ramon. Após um acidente de carro, ela poderia legitimamente dizer que havia perdido o bebê que esperava e, provavelmente, R
— Daniela! — Sua voz, começando baixa e crescendo até se tornar um rugido, o rosto ruborizando até virar uma sombra azulada, o pescoço inchando como se fosse explodir, ele segura o pescoço dela. — Você acredita que eu posso te matar agora mesmo?Daniela responde: — Eu acredito, mas não tenho medo. — Seu olhar era mais firme e cheio de raiva do que nunca. — Ramon, eu te odeio! — Você me odeia porque eu acidentalmente encontrei o culpado errado, e você perdeu seu filho? — Ramon não esperou sua resposta e continuou. — Mesmo sem esse acidente, eu não deixaria você dar à luz a um filho ilegítimo para me enojar. Eu teria abortado o bebê de qualquer forma. Agora, não preciso fazer nada, parece que Deus também não quer que você tenha este filho ilegítimo, então ele planejou este acidente! Ele repetidamente chama o bebê de ilegítimo, e essas palavras feriram profundamente o coração de Daniela. — Ramon, eu te odeio, desejo que você morra! — Ela de repente se tornou histérica. Seus olhos