- Não. - Meu pai respondeu de forma breve e direta sem nem ao menos se dar o trabalho de tirar o olhar da televisão para me responder.
-Mas paaaai…
- Eu resolvo. - Amy sussurrou ao meu lado e ajeitou um pouco seu vestido de costas nuas. - Tio Greg, eu estarei lá, vou cuidar da Liz.
Meu pai olhou para ela que sorria de forma confiante.
- E quem vai cuidar de você? - Ele balançou a cabeça. - Não adianta, Amy. Eu não conheço esse tal de Jasper que dará a festa, então a Liz não vai.
- Mas o senhor estará destruindo a vida social dela se fizer isso. Além do mais não ficaremos até tarde lá.
Meu pai negou com a cabeça.
- Me surpreende sua mãe ter deixado você ir.
- O Brian irá com a gente…
- O Brian é outra criança, além do mais… - Ele parou a frase ao ouvirmos a campainha. - Mas o que é isso? Um complô? Reuniu todos os seus amigos para virem aqui, Liz?
- Meu Deus, pai, não. - Digo em tom óbvio e puxo um pouco as alças da minha blusa indo até a porta a abrindo.- Oi Peter! Pai, é o Peter.
Dei espaço para ele entrar e ele sorriu me cumprimentando.
- Já está pronto, Greg? - Peter perguntou próximo ao armário de sapatos.
- Pronto para que? - Perguntei rápido e vi meu pai se levantando do sofá.
- Eu esqueci que era hoje, Peter. - Meu pai se justificou chegando mais perto e eu fiquei olhando os dois.
- Eu já comprei as entradas do jogo, não pode deixar de ir, é nosso time.
- A Liz está querendo ir a uma festa… - Meu pai me olhou de canto enquanto falava.
- E qual o problema? - Peter questionou e percebi ele acenando de volta para Amy assim que a viu mais atrás. - Hoje é sexta, deixe a garota se divertir um pouco. Ela já fez 15 anos?
- Tenho 16. Quase 17 – Falei limpando a garganta.
- Dezesseis? - Ele me olhou. - Com essa idade os meninos já saiam para festas e só voltavam no outro dia.
- Tá vendo, pai?? E eu só quero passar umas horinhas fora.
- É melhor saber onde nossos filhos estão do que deixar eles fazerem coisas escondidas, Greg,
- É o que minha mãe diz!! - Amy falou alto vindo até nós e entrelaçou nossos braços animada.
Meu pai fechou os olhos e respirou fundo voltando e me olhar.
- Não passe da meia noite ou não vai sair com seus amigos nem para ir a praça
Amy e eu demos um gritinho baixo de animação e pulamos concordando.
- Tchau, tio Greg! - Amy disse saindo rápido, me arrastando como que com medo do meu pai mudar de ideia.
- Tchau, pai! Obrigada, Peter.
Peter sorriu acenando para mim e soltou um disponha. Amy entrou no banco da frente do carro e eu no banco de trás vendo Brian no banco do motorista batucando o volante.
- Que demora, ein advogada Amy?
- Estava tendo um caso difícil, promotor. - Ela falou se olhando no retrovisor e ajeitando seu batom. - Tive que recorrer a um aliado.
- Você teve que recorrer? - Pergunto colocando o cinto.
- É! - Ela se virou me olhando. - Deus, eu pedi a Deus pra algo acontecer e aí seu vizinho legal apareceu. Ele ainda faz aqueles churrascos legais na casa de praia dele? Você me levou uma vez, depois nunca mais.
Brian deu partida dirigindo para o local da festa.
- Ele ainda faz, mas deixei de ir. Era legal quando os filhos dele estavam aqui, agora é um tédio. Gente velha falando sobre coisa de gente velha e os tempos da juventude, meu pai adora.
Amy riu e começou a falar da casa do cara onde estávamos indo.
Assim que entramos no bairro nobre vi que ela não estava brincando. Havia um muro enorme na frente e ao passamos pelos portões de ferro demoramos um pouco para achar onde estacionar por causa de tantos carros.
Passamos pela primeira fonte logo na entrada e perto da casa vimos uma ainda maior. O gramado era muito bem cuidado e dava para ver que não era artificial. A casa era larga o suficiente para umas 50 famílias morarem lá.
Desci do carro encantada com algo tão grandioso. Sempre via casas assim, mas nunca entrei em uma, muito menos conheci alguém que morasse numa casa assim. Me pergunto o trabalho que deve dá para pagar as contas dessa casa e manter ela limpa.
Amy comentou sobre ter uma piscina, campo de tênis, de futebol. Pra que isso tudo, gente? Esse povo deve nem usar, mas quem somos nós para julgarmos, não é mesmo?
Amy caminhou ao meu lado até a entrada da casa e a porta de madeira enorme parecia pesada e grossa demais para ser tocada, mas Brian não parecia ligar, a abriu rapidamente e foi entrando.
Pudemos ouvir a música alta ressoando. Com certeza aqui tinha muito mais pessoas do que eu imaginei. Vi Amy esticando o pescoço para acompanhar onde Brian ia.
- Amiga, eu já volto, procura algo para a gente beber.
- Mas, Amy… - Tentei segurar no braço dela em vão, logo ela se enfiou no meio das pessoas indo atrás de Brian.
Olhei em volta vendo as pessoas bebendo e dançando e isso não era muito a minha praia, mas eu já devia estar acostumada a coisas assim. Acontece todas as vezes, só que normalmente a Amy espera eu me encontrar com pessoas que a gente conhece e só depois ela some.
Apertei a bolsa em meu ombro e fui caminhando pelo hall até chegar no que aprecia a sala, não tinha muitos moveis, mas tinha uma TV enorme em um painel próximo as janelas que iam desde o teto até o piso dando para ver o jardim florido já que as cortinas estavam abertas.
Continuei caminhando um pouco perdida até ver um rapaz de costas mexendo num freezer.
- Licença… - Falei, mas ele pareceu não escutar. Toquei em seu ombro com o indicador um pouco desconfiada. - Licença!!
O rapaz de pele morena se virou e me olhou sorrindo. Ele tinha olhos castanhos que puxavam um pouco para o mel, eram bonitos, e seu cabelo nas pontas ondulava levemente.
- A gente já se conhece? - Ele perguntou se aproximando de mim para falar em meu ouvido e eu escutá-lo. Neguei e antes que eu pudesse falar algo, ele continuou. - A gente pode se conhecer agora, o que acha?
Ele sorriu bebendo um pouco do energético em sua mão e eu pressionei um pouco meus lábios.
- Não, eu só quero saber onde tem bebida. Não quero conhecer ninguém. - tentei soar amigável, porque eu sei como normalmente os garotos se comportam nesses lugares e quero evitar constrangimentos num lugar que não conheço ninguém.
Ele apenas sorriu parecendo se divertir.
- Pode pegar nesse freezer, se não tiver o que quer pode procurar no bar lá embaixo.
- Ah… Tem um bar aqui… - Sorri fraco e olhei no freezer pegando dois energéticos.
- Nunca te vi aqui antes. Você é amiga do Jasper? - Neguei e ele fez uma breve pausa parecendo desconfortável. - Da Rebecca?
Neguei novamente e ele pareceu relaxar.
- Eu sou amiga de um cara que conhece um cara que é amigo do dono da casa. - Expliquei abrindo meu energético e o bebi olhando para ele.
- Acho que metade das pessoas que estão aqui são assim. - Ele disse voltando a sorrir
- Tá perdido, lindo? - Ouvi uma voz alta perguntar por trás de nós e assim que olhei na direção vi um rapaz loirinho de pele morena, alguns tons mais claros que o rapaz que vi anteriormente. Ele tinha olhos esverdeados já conhecidos, mas parecia bem mais alto agora.
- Encontrei uma amiga. - O rapaz respondeu apontando para mim. - Conheço ela há 4 minutos.
O loiro sorriu e olho para mim diminuindo o sorriso.
- Oi Liz… - Ele falou em um tom baixo, mas eu pude entender.
- Oi Jake. - Respondi mudando o olhar para outro ponto do local.
- Vocês se conhecem já? - O primeiro rapaz falou confuso.
- Ela é vizinha da minha mãe, Zeke. - Jake explicou. - Seu pai sabe que você está aqui? Não é a cara dele deixar isso.
Bebi mais um pouco de energético e o olhei.
- Seu pai convenceu o meu a deixar eu vim, aí… - Sorri fraco.
Zeke olhou nós dois e pegou mais bebidas no freezer ficando com os braços cheios
- Eu vou indo lá, Jake. Trás sua amiga, ela parece… Perdida. - Zeke disse e seguiu pelo caminho de onde Jake tinha vindo.
- Está sozinha? - Jake perguntou se encostando a um balcão de granito próximo e eu me encostei ao seu lado.
- Minha amiga me largou para correr atrás do cara que ela gosta.
Ele riu balançando a cabeça.
- E você é a amiga que sempre cai no papo dela de “vamos, amiga, vai ser uma festa legal”.
Foi minha vez de rir concordando.
- Normalmente, as festas tem menos pessoas, consigo me incluir, mas numa festas dessas é… estranho.
- Ah… Mas agora eu tô aqui. - Ele bateu seu braço de leve ao meu e sorriu. - Não tá mais sozinha.
- Não precisa ir ficar com seus amigos?
- Nheen. - Ele fez uma careta. - Fico com eles direto, vocês faz uns 7 meses que não te vejo?
- Dez. - O corrigi e bebi rápido o energético. - A gente se viu no natal, mas você teve que sair correndo pouco depois que eu cheguei e a gente mal se falou.
Ele ficou em silencio parecendo pensar antes de concordar.
- Bom… Não tenho que sair correndo agora. - Ele se afastou do balcão. - Quer conhecer a casa?
- Você a conhece? - Sorri e ele concordou ajeitando seu casaco.
- É a casa de um dos meus amigos. Vamos lá, tem uns lugares que só tem em casa de rico. - Ele disse estendendo a mão para mim e eu a segurei sorrindo.
Era uma mão bem maior que a minha e estava quente, em contraste com a minha gelada do energético. Ele ficou me olhando prendendo o riso, mas logo o soltou.
- Que? - O empurrei de leve sem soltar sua mão.
- Eu tava pedindo o energético. - Ele disse rindo e eu senti um calor de vergonha passar por meu corpo. Ele deve ter percebido minha cara de constrangimento porque logo ele riu mais. - Relaxa, serei seu guia.
Ele pegou o energético com a outra mão e o abriu caminhando comigo.
Jake afastava algumas pessoas pelo caminho e deixava a passagem livre para eu segui-lo. A mão dele continuava segurando a minha por todo o percurso e ele estava certo, tem coisas aqui que só se tem em casa de rico.
Tinha banheiras de hidromassagem em alguns banheiros, cada quartos parecia o andar debaixo da minha casa inteira, tinha academia, sala de jogos, sala de cinema, uma sala trancada que Jake falou que era onde ficavam vários computadores de última geração.
A casa tinha algumas câmeras em locais específicos, não sei se me sentiria confortável morando em um lugar assim.
Ele me levou para o lado de fora continuando nossa tour e caminhamos em volta da casa vendo a quadra que já tinha ouvido falar, que aliás é enorme e bem cuidada.
- Gente rica é estranha. - Sussurrei já sabendo que a música estava distante.
- Gente rica é rica. Eles precisam gastar o dinheiro deles de alguma forma. - Ele disse jogando nossas embalagens de energético numa lixeira e sentou no canteiro em volta de uma das árvores.E não, não é o mesmo energético de quando cheguei, pegamos outros no meio do caminho.
Sentei ao lado dele e passei minhas mãos uma pela outra olhando o céu.
- Moraria num lugar assim? - Perguntei olhando para ele.
- Claro, não iria precisar sair de casa para mais nada, se brincar teria alguém até para limpar minha bunda.
- Jake! - Ri o empurrando e me abracei ao seu braço.
- Que? - Ele falou rindo. - Imagina um peido dentro dessa casa, deve sair ecoando cômodo a cômodo.
Cobri meu rosto com a mão ainda rindo.
Nós eramos bem grudados quando crianças, mas depois que ele foi para o internato aos 15 anos a gente se afastou.
O fato dele ser dois anos mais velho teve um pouco de influencia também para que eu não me inserisse no meio dele, mas os últimos momentos foram tão bons, é como se nada tivesse mudado. Sinto que a qualquer momento ele vai fazer algo estúpido e me chamar para ir junto.
Senti ele mexendo o ombro e voltei a olha-lo.
- Não está com frio? - Ele sussurrou com o olhar suave em mim. - Esse pedaço de pano aí protege ninguém do frio não.
Mexi com a cabeça e abaixei um pouco minha saia.
- Estou com um pouquinho.
- Eu lembro de uma coisa que você gostava. - Ele disse e segurou minhas mãos entre as suas as assoprando sem tirar o olhar de mim.
- Ajuda.. - Sussurro. - Não me dá seu casaco porque se não vai ficar muito filme romântico que passa durante a tarde na Tv.
- Como assim existem pessoas que ainda assistem TV, atualmente?
Revirei os olhos sorrindo e senti ele soltando minhas mãos devagar.
- ELIZABETH MULHEEEEEER
Ouvi a voz conhecida e olhei para o caminho de onde tínhamos vindo. Era Amy se aproximando arrastando Brian pela mão enquanto caminhavam pela lateral da quadra de tênis.
- Agiliza, homem. - Ela o puxou afundando seus saltos na grama.
Sorri e me levantei devagar. Senti alguém se aproximando pelo lado contrário rapidamente e olhei na direção por puro reflexo para ter certeza que não era impressão. Antes de terminar de virar o rosto, o tive virando bruscamente pro lado oposto com um tapa forte e quente.
Sentia minha respiração descompassada e pesada. O tapa em meu rosto tinha ardido bastante, nunca algo assim me aconteceu, nunca ninguém me bateu. Mas a agonia que sentia dentro de mim não era por isso, era um misto de sensações, desde a vergonha e humilhação até a confusão. Eu… Eu não entendia. Ergui o olhar para ver a garota ruiva em minha frente com os olhos serrados me olhando com o rosto erguido passando muito mais confiança do que eu nesse momento. - SEGURA MEU SALTO, BRIAN!! - Ouvi Amy esbravejando da direção oposta e podia ouvir Brian pedir calma. Num salto Jake se levantou e se colocou em minha frente segurando o pulso da garota. - O que deu em você? - Ele perguntou lentamente. Seu olhar tinha mudado e estava muito mais sério e com raiva agora. Mas a garota não tirava o olhar de mim. - O que deu em você. - A ruiva perguntou entre dentes. - Com outra na frente de todo mundo? - Jake? - Perguntei confusa sentindo minha garganta tr
⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂24 de Outubro de 2015⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂ Ajeitei as tiras do macacão me olhando na frente do espelho e pude ver Amy me olhando da cama. Puxei um pouco a parte debaixo para cobrir melhor minhas pernas e me virei de frente para ela. – Que? – Essa arrumação toda para ver seu “só amigo?” – Ela ergueu ambas as sobrancelhas e me olhou de forma julgativa. – Não. – Respondi c
⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂25 de Outubro⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂ Entrei em meu quarto indo direto para a cama. O que eu mais gosto no domingo é essa sensação de poder viver um dia de forma preguiçosa sem problema. Apesar de não ser um dia que eu durma muito, ainda assim gosto de sair com meu pai pela manhã para ir tomar café da manhã fora, dar uma volta pelo parque e voltar para casa para me arriscar na cozinha fazendo o almoço.Lasanha é muito mais fácil pelo youtube, mas estou melhorando. Já deve ser quase 2 da tarde, pretendo dormir e só acordar a noite para comer, assistir besteirol com meu pai e voltar a dormir. Puxei a coberta fechando os olhos e ouvi a vibração do celular na mesa de cabeceira ao meu lado. Abri apenas um olho e peguei o celular para ver se era algo importante pela barra de notificações, caso contrário, fingiria que nem vi e voltaria a descansar.
⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂26 de Outubro⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂– Aí, a gente passou um tempão jogando um contra o outro até anoitecer, pedimos pizza, ele comeu como se tivesse preso em cativeiro sem comer a séculos e aí fui pra casa pra ele dormir, porque tinha que sair cedo para viajar pra cidade vizinha que é onde ele faz faculdade.– E foi por causa de tudo isso que decidiu que quer ser só amiga dele agora? - Amy perguntou deitada na grama ao meu lado comendo um pacote de biscoito.– Foi… Eu me divirto com ele, é realmente como quando a gente era criança. Eu ficar com pensamentos errados alimentando uma paixão sem sentindo é burrice.– Fico orgulhosa de você, só não acredito. – Ela riu se engasgando com o biscoito.
⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂27 de Outubro⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂ Pressionei os lábios o umedecendo enquanto esperava a enorme fila em formato de L andar, mas meu pessimismo não me permitia acreditar muito nisso. Tudo que eu pensava, era que a seção para o filme iria acabar, assim como a pipoca e os doces. Vir ao cinema nunca foi algo complicado, mas dessa vez parecia que tudo estava cooperando para me mostrar que essa foi a pior decisão da minha vida. Começando pela chuva que deu assim que saí de casa, peguei um engarrafamento até o shopping e para não ter que pagar mais caro no táxi, desci e sai correndo na chuva. Não teria sido uma ideia tão ruim se eu não tivesse afundando a sandália em uma poça, agora eu sinto a sujeira no meu pé mesmo já estando seco. Nick e eu estamos torcendo para pegar a segunda seção de algum filme, porque a primeira do que tínhamos esco
⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂30 de Outubro⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂Passava os storys da Emily no meu celular enquanto comia o meu almoço na mesa da cantina escolar.Comecei a segui-la na terça, pouco depois de chegar em casa do meu encontro com o Nick. A procurei de forma despretensiosa e acabei achando muita coisa.Ela faz o tipo blogueira das redes sociais. Tem reels, tik tok, faz lives e tem bastante seguidores. Uns 50 mil e pelo engajamento nas coisas dela não acho que sejam árabes.Isso deixou-me um pouco confusa sobre qual presente dar a ela, porque é como o Jake disse, uma pessoa dessas já deve ter tudo, o que me faz o meu presente muito básico e talvez nem seja algo que ela vá gostar ou ousar passar no corpo.É uma caixinha pequena, dentro tem um kit com um sabonete líquido, um hidratante corporal, um hidratante para as mãos e uma esponja-de-banho. Eu consi
⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂31 de Outubro⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂ – E–e nós viemos passando mais tempo juntos, isso é bem legal. – Amy me contava enquanto caminhávamos pelo shopping tomando sorvete, ontem ela e Brian tiveram uma discussão por ciúmes ao que parece porque ele estava dando atenção demais a filha do motorista. – Mas ele fala que não quer tentar nada comigo agora porque ele não tem certeza dos sentimentos, não quer engatar um namoro por engatar, porque pode ser desgastante para nós, sem falar que ele pensa que nossa amizade é muito boa e não será mais a mesma se nós dermos o próximo passo. – Amy, eu suponho que ele está te enrolando, tem a possibilidade disso ser verdade, mas precisa ficar esperta, é como se ele tivesse te colocando na geladeira, entende? – A olho rápido e sinto o celular vibrar, riu vendo o meme que Jake me enviou e respondo sem parar de andar.
⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂01 de Novembro⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂⠁⠁⠂⠄⠄⠂ Cheguei a pizaria onde marquei com Amy e Brian acompanhada pelo Nick. Entramos no local de decoração rústica e fomos até uma mesa encostada a parede sentando junto deles. – Chegaram ha muito tempo? – Me sentei perto da parede e Nick sentou ao meu lado. – Não, chegamos agora a pouco, hoje é rodízio mesmo. – Brian respondeu e Amy sorriu de canto vitoriosa. – Eu avisei. E não foi só uma vez, Brian. – Parabéns, palmas, você estava certa. – Ele apertou o rosto dela e a beijou enquanto ela protestava. Nick sorriu e segurou minha mão. Respirei fundo tentando não fugir de lá. Eu estou me fazendo acreditar que sair com ele é o melhor para me mante