3 - Espancada

Hoje é sábado, e mais uma vez volto no fim da tarde de mãos abanando sem conseguir um emprego, a gritaria já é evidente de fora, olho pela janela do quarto e não vejo Douglas, saio andando pela praça onde o vi da ultima vez, mais ele não está lá, olho em todo o centro, na escola, e nada dele, volto para casa para ver se ele já voltou, mas também não, vejo que na parte de trás de casa tem uma trilha, e decido segui-la, chego a um lago enorme, com uma queda d'água deixando o lugar maravilhoso, vejo Douglas sentado numa pedra e me sento ao seu lado "_Te procurei por todos os lugares" "_Desculpa Cami" ele diz "_Encontrei esse lugar e sei que mais ninguém vem aqui, então, pode ser nosso lugar de encontro né" ele diz e concordo com ele sorrindo "_Esse lugar é lindo" eu digo e ele responde "_É, eu achei sozinho" fala todo orgulhoso, passo a mão na sua cabeça bagunçando seu cabelo e digo "_Já está tarde, precisamos voltar e preparar o jantar" ele acena concordando e voltamos para casa, agora com o silêncio, preparamos nosso jantar, comemos e seguimos para o quarto.

Algumas semanas já se passaram desde que chegamos e ninguém quer me empregar, agora eu entendo, ninguém quer ter uma empregada humana trabalhando num lugar que odeia humanos, mesmo assim, sigo entregando curriculos por onde passo, pode ser que alguém já tenha aberto a mente e me empregue, independente do que eu seja.

Volto para casa e congelo no lugar, quando vejo meu padrasto bebado, batendo em Douglas que tentou defender nossa mãe caída no chão, desmaiada, com o rosto todo inchado de tanto apanhar dele, uma fúria me preenche e bato nele com todas as minhas forças, mas além de ser mulher, sou humana batendo em um lobo, ele finalmente solta Douglas e digo para ele correr, ele vem pra cima de mim, mas dessa vez, não está sendo cauteloso, está batendo com força, me dando vários socos na barriga e no rosto, assim que vejo que Douglas não está mais na sala, meu coração se alivia e se eu vou morrer agora, pelo menos ele não machucou muito Douglas, minha visão fica turva e apago.

Horas depois, acordo em uma sala vazia, tem alguns fios em mim e meu corpo todo está muito dolorido, mas decido me levantar mesmo assim, preciso saber se Douglas está seguro, me firmo em pé tirando o soro do braço e alguns aparelhos ligados a mim para ver minha frequencia cardiaca, saio do quarto com muito esforço, mas sou parada no corredor com a enfermeira dizendo: " Você está muito machucada e precisa voltar para a cama", a interrompo e digo:" preciso ir atrás do meu irmão", ela me tranquiliza dizendo:" Douglas está bem, o Alfa já sabe de tudo e em breve ele virá conversar você", dada por vencida sabendo agora que Douglas está sob a proteção do alfa, volto para o quarto e durmo.

Na manhã seguinte, agora mais ciente do que aconteceu, relembro as cenas em minha mente, me levanto e pego a roupa que me deixaram na cadeira, me visto e saio do quarto ainda sem conseguir andar direito, com algumas costelas quebradas, doem pra caramba, mas preciso ver Douglas, preciso saber realmente que ele está bem.

Ando pelos corredores e ouço um homem me chamar "_Ei moça" ele diz e tento aumentar meus passo para achar meu irmão, ele me segue e pega pelo meu braço me virando para encará-lo, "_Você é a Camila, não é?" aceno que sim, sem levantar meu rosto para não desrespeitá-lo e ele diz "_Me siga, vou te levar até a sala de reuniões. Faço o que ele diz e o acompanho.

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