Após trocar de carro, Reginaldo retornou à estrada principal e seguiu por meia hora em direção aos subúrbios. Atravessou um bosque antes de, finalmente, estacionar.- Senhora, chegamos.Isabela saiu do carro e observou a casa à sua frente, sem saber exatamente como descrevê-la.À primeira vista, parecia uma cabana na floresta, mas estava circundada por altos muros e um portão de ferro. Havia câmeras de vigilância e alarmes por todo lado, além de uma cerca elétrica no topo do muro. Era praticamente impossível entrar ali sem se deparar com um perigo mortal.- André tem até um lugar desses e eu nem imaginava.Cláudio, também surpreso, observava ao redor:- Este lugar é realmente seguro.Reginaldo ajudou a descarregar as malas do carro e disse:- Senhora, sei que pode ser um pouco desconfortável para vocês ficarem aqui, mas o Sr. André está preocupado com a segurança de vocês. Portanto, até descobrirmos quem está por trás de tudo isso, esperamos que fiquem aqui.Isabela assentiu:- Claro
Se realmente era assim...Então todos os mistérios estavam resolvidos.Ela se perguntava, se de fato foi Caio quem a traiu, por que ele teria feito isso?Agora, ela sabia.Para colaborar com o Grupo Jóias do Rio.Então, talvez Gabriel estivesse certo, Caio não era quem ela pensava.Mas ainda assim...Ela sempre sentiu que quem denunciara Gabriel por assassinato deveria ser outra pessoa, não Caio.Mesmo que Caio tivesse realmente feito um acordo com o Sr. Daniel para a parceria com o Grupo Jóias do Rio, que falhou porque Gabriel a salvou, isso não seria motivo suficiente para querer Gabriel morto, certo?Além disso, ele também ameaçou André e ela.Será que uma parceria com o Grupo Jóias do Rio valeria tudo isso?Vendo ela pensativa, Cláudio franziu a testa: - Você está suspeitando do Caio, não está?Isabela olhou para ele e balançou a cabeça: - Não, eu suspeito da parceria dele com o Sr. Daniel, mas não acredito que ele tenha incriminado Gabriel.Cláudio apenas murmurou friamente, sem
- Como está a situação aí, está tudo bem?- Sim, está tudo bem. - Respondeu Isabela.Após responder, Isabela subitamente percebeu algo estranho.Não deveria ele estar na delegacia?Ela rapidamente olhou para o visor do telefone e viu que era um número desconhecido, ficando imediatamente em alerta:- Quem é você? Como conseguiu esse número?A pessoa do outro lado da linha, com um tom ligeiramente irritado, disse: - Isabela, você não reconhece minha voz?Esse tom, essa voz, essa maneira de falar... Era ele, sem dúvida.Mas o celular tinha sido um presente de Reginaldo, e aquele número também era novo.- Mas por que seu número está diferente?- Assim como você, estou usando um celular e um número novo para evitar ser rastreado e interceptado.Respondeu Isabela.De repente, se sentiu aliviada, se encostou fracamente na parede e fechou os olhos.Tanta coisa aconteceu nesses dois dias que ela começou a se sentir paranóica e muito tensa.Notando a frieza dela, Gabriel ficou um pouco magoado:
- Por que se tremeu aí? - Caio, sentado no sofá, de repente falou, sua voz carregada de um sorriso sinistro. - Você não deveria estar seguindo eles? E o resultado?De repente, o homem caiu de joelhos no chão: - Sr. Caio, desculpe... Eu... Eu os perdi!- Perdeu? - Caio apareceu pela metade das sombras, sua voz fria, porém suave. - Isso significa que a missão não foi cumprida, não é mesmo?O homem de preto tremia intensamente, batendo a cabeça e suplicando: - Sr. Caio, desculpe, por favor, me dê outra chance...- Outra chance? - Caio riu friamente. - Agora que nem conseguem encontrar as pessoas, dar outra chance adiantaria?Dito isso, Caio levantou a mão e pegou uma faca de frutas, espetando diretamente a palma da mão do homem de preto.A dor intensa fez o homem de preto morder com força o lábio inferior, sem emitir nenhum som.Observando isso, Caio girou a faca de frutas duas vezes na palma da mão do homem de preto e depois segurou seu queixo: - Desta vez, vou o deixar escapar, mas s
- Mas... - O rosto de Caio se transformou e sua voz desceu a um tom glacial. - Gabriel, não me culpe por não o avisar, na minha opinião, você não pode proteger as pessoas que deseja proteger, assim como a Felícia...- Como você se atreve! - Disse Gabriel.- O que eu não me atrevo a fazer? - Caio soltou um riso desdenhoso. - Gabriel, você não conhece minha origem, mas eu conheço tudo sobre você, inclusive com o que você se importa. Então, o que eu não me atrevo a fazer?Ao ouvir isso, veias saltaram na testa de Gabriel, seus olhos se encheram de frieza.Na Cidade S, ninguém jamais ousou falar com ele dessa forma!Especialmente ao pensar no rosto familiar de Caio, ele apertou os punhos com força e deu um soco na cadeira ao lado.- Maldito! Caio, eu vou fazer a Felícia enxergar sua verdadeira face mais cedo ou mais tarde! - Gritou Gabriel.- Ótimo, estou disposto a ir até o fim. É melhor você gravar essa ligação, caso contrário, você ficará sem uma prova. - Respondeu Caio.Gabriel sorriu
Na casa de campo na floresta.Isabela já estava aqui havia exatamente dois dias.Nesses dois dias, Gabriel não entrou mais em contato com ela, e os outros também não, como se tivessem perdido o contato com o mundo exterior de repente.A única fonte de informação disponível era a internet.Mas as notícias online eram apenas sobre Isabela agredindo um repórter, deixando Vila da Nuvem com a criança, ou especulações sobre a identidade da criança, além dos relacionamentos entre ela e alguns homens. Não havia nenhuma notícia relacionada ao caso.Isabela não fazia ideia da situação de Gabriel e André. Gabriel foi absolvido? O verdadeiro culpado foi capturado? André estava seguro?Isabela não sabia de nada... A única coisa que sabia era esperar, esperar pela verdade vir à tona.Esses dois dias a deixaram com uma dor de cabeça constante, mas ela simplesmente não conseguia entender. Então, ela decidiu parar de pensar nisso.Quem era traidor, quem era leal, eventualmente seria descoberto, e ela n
- Isabela.- Sim?Cláudio se virou e, assim como Isabela, olhou na direção da floresta, dizendo calmamente: - Você se sente cansada porque finalmente se vingou, mas percebe que essas coisas que estão acontecendo agora poderiam não ter nada a ver com você, mas você foi obrigada a se envolver. Por isso, você sente um peso sobre si, e também... a situação com o Caio, eu sei que você não está se sentindo bem com isso.- Talvez sim, estou mais preocupada com o futuro das duas crianças. Elas não podem continuar vivendo assim, constantemente preocupadas e me seguindo-me, não é? - Disse Isabela.- Fique tranquila, o Gabriel vai resolver isso, em breve poderemos voltar. - Disse Cláudio.- Tomara.Isabela realmente não queria pensar tanto. De qualquer forma, pensar não adiantaria nada.Se realmente fosse obra de quem estava por trás da Mariana, ela não teria chance alguma contra uma pessoa assim, não importava o que fazia, não era?Quanto ao Caio, ela estava realmente cada vez mais confusa....
Isabela se aproximou e ficou paralisada no lugar ao ver a mesa.Todos os tamanhos de câmeras e microfones estavam espalhados sobre ela...- Isso... - Isabela apontou para as coisas. - Isso... Onde vocês encontraram?- Vila da Nuvem.- Vila da Nuvem? - Perguntou Isabela.- Do jardim à sala de estar, até todos os quartos de vocês, havia câmeras por toda parte. E todos os sapatos em seu armário estão equipados com microfones e rastreadores. Podemos dizer que... Onde quer que vocês vão, estão sendo espionados e rastreados, sem privacidade alguma! - Disse Gabriel.Gabriel se levantou do sofá: - No entanto, por sorte, eu verifiquei e vocês não tiveram tempo de usar esses sapatos, e essas câmeras também não estavam instaladas há muito tempo, então provavelmente não capturaram nada.Isabela prendeu a respiração, sentindo o ar ao seu redor ficar rarefeito. Ela nunca tinha visto tantas câmeras e microfones, era assustador demais.- Quem... Quem fez isso? - Perguntou Isabela.- Eu investiguei, f