- O câncer não voltou, certo?Isabela riu friamente: - Dizem que há sinais, mas a recaída é apenas uma questão de tempo.- Seria possível fazer outra cirurgia?- Gabriel, você se sente culpado e espera que eu te dê boas notícias para enganar sua própria consciência?Ela virou a cabeça para olhá-lo.Um nó apertou o peito de Gabriel.Ele realmente se sentia culpado.Se antes sua culpa o fazia querer dar a vida por ela, ao ver os resultados dos exames, percebeu que nem mesmo isso seria suficiente para reparar os erros cometidos.- Não, eu só quero que você viva bem.Isabela franziu a testa, olhando-o com dúvida: - Gabriel, tenho a impressão de que você mudou bastante recentemente. Aconteceu algo?- Não, é apenas uma questão de perspectiva.- Tem certeza de que está tudo bem? E a questão da dor de cabeça e desmaio da última vez, você investigou?Os olhos de Gabriel brilharam, claramente surpreso com o cuidado de Isabela, e ele riu suavemente: - É bom saber que se preocupa comigo.Isabel
Gabriel apertou a campainha e, em breve, Lorena abriu a porta.- Sr. Gabriel, que bom vê-lo. Por favor, entre.No entanto, ao perceber Isabela ao lado de Gabriel, Lorena ficou paralisada.- Senhora?Isabela apertou os lábios: - Lorena.Lorena segurou sua mão:- Você... É realmente a senhora? Ouvi dizer que a senhora havia falecido e agora...Ao ver Lorena com lágrimas nos olhos, Isabela sacudiu a cabeça com firmeza: - Lorena, você está enganada. Eu sou Felícia, apenas pareço com a Sra. Isabela.Ao ouvir isso, Lorena ficou instantaneamente desapontada: - Ah, não? Desculpe...- Não se preocupe, estou acostumada.Lorena a soltou e se afastou: - Por favor, entre rapidamente. O Sr. Rivaldo está no quarto trocando de roupa.Isabela olhou para Gabriel, que indicou o quarto mais interno. Ela se dirigiu até lá e bateu na porta.- Rivaldo?- Ainda não terminei de me trocar, espere um momento. - Rivaldo disse.- Rivaldo, sou eu, Felícia.Houve um som de movimento vindo de dentro e, em seguida
Ao chegarem à garagem subterrânea, Gabriel se preparou para sentar no banco de trás, mas Isabela apontou para o banco do passageiro da frente e disse: - O banco de trás está muito apertado, sente na frente.- O banco de trás pode acomodar três pessoas, não é apertado.O rosto de Isabela mudou: - Você mesmo disse que viria como motorista, já viu um motorista sentado atrás?“Ela realmente me considera o motorista?”No entanto, Gabriel não teve escolha senão obedientemente abrir a porta do passageiro da frente e se sentar ali.Durante o trajeto, as duas pessoas no banco de trás continuaram conversando animadamente. Através do espelho retrovisor, Gabriel podia ver Isabela sorrindo o tempo todo, um sorriso genuíno e bonito. No entanto, fazia muito tempo desde que ela sorria assim para ele.Era preciso admitir que ele estava com ciúmes de Rivaldo. Mesmo sendo uma criança que conheceu recentemente, Rivaldo estava sendo tratado com tanta ternura por Isabela, enquanto ele... Só recebia seu
O amarelo brilhante por si só já chamava a atenção e, somado ao fato de que os três eram bonitos, assim que saíram da loja, se tornaram instantaneamente as figuras mais notáveis nas ruas.Rivaldo cuidadosamente puxou Isabela e disse: - Irmã, parece que todos estão nos olhando... Será que as roupas são muito chamativas?Isabela o consolou: - Não se preocupe, é natural querer algo festivo no seu aniversário.Rivaldo sorriu ligeiramente: - Obrigado, irmã.- Não precisa agradecer.Ela deu uma olhada discreta em Gabriel e notou a sua expressão desconfortável. Então, aconselhou: - Se não se sente confortável, pode trocar de roupa, não diremos nada.Gabriel ficou sério: - Eu não vou trocar.- Então, por que está com uma expressão tão desagradável e rígida?- É natural não estar habituado na primeira vez.Isabela não conseguiu conter o riso e continuou a andar ao lado de Rivaldo.Vendo-a tão feliz, Gabriel sorriu ligeiramente para si mesmo. Ele nunca usaria esse tipo de roupa se não fos
Depois de saírem da montanha-russa, Rivaldo e Isabela não tiveram nenhum problema, enquanto Gabriel, com o rosto pálido, sentou-se em uma cadeira para descansar.- Tio, você está mesmo envelhecendo, da próxima vez, podemos ir ao aquário, é mais tranquilo e seguro.Gabriel respondeu, irritado: - Sem coração.Rivaldo, por sua vez, se escondeu atrás de Isabela e fez caretas: - Estou apenas pensando no seu bem-estar. Veja como a Irmã está bem.Gabriel olhou para Isabela e perguntou: - Por que ela é a Irmã e eu sou o tio?- Você parece muito mais velho que a Irmã.- É verdade, mas não sou tão mais velho. Encontre outro nome para mim.Rivaldo cutucou o braço de Isabela: - Irmã, o que você acha?Isabela, sem se importar com o humor de Gabriel, beliscou o nariz de Rivaldo: - Como preferir.Rivaldo pareceu reconsiderar, sabendo que Gabriel era quem o estava mantendo, então mudou de ideia: - Então vou te chamar de irmão, está bem?Ao ouvir esse nome, Gabriel ficou satisfeito e assentiu.Is
- Mas, Isa, eu nunca vou te soltar, mesmo que você nunca me perdoe. - Afirmou Gabriel.Isabela não tinha forças para ponderar o significado da frase anterior de Gabriel, nem sentia vontade de responder. Ela permaneceu em silêncio. À medida que o carrinho saía da casa mal-assombrada, Rivaldo percebeu que os olhos de Isabela estavam vermelhos, o que o deixou um pouco assustado. - Irmã, o que aconteceu lá dentro? Por que você está chorando? - Perguntou ele. Isabela fungou e enxugou os olhos com um lenço, sorrindo. - A atração lá dentro era assustadora demais, eu me assustei até chorar.- Mas você não gritou. - Observou Rivaldo. Em sua concepção, as pessoas costumavam gritar quando tinham medo, mas ele não ouviu nenhum grito vindo dela. - Fiquei tão assustada que esqueci de gritar. - Explicou ela, tentando desviar a atenção. Em seguida, apontou para a frente, onde estavam os carrinhos. - Vocês querem sorvete?Rivaldo assentiu. - Quero.Isabela deu-lhe dinheiro. - Vá comprar três s
- Padrinho, Madrinha? O que vocês ainda estão fazendo parados aí? Vamos logo para o próximo projeto.Assim que as palavras foram ditas, Rivaldo agarrou Isabela e se dirigiu rapidamente na direção do carrossel, e Gabriel, relutante, logo se juntou a eles.Após uma volta completa no parque de diversões, já eram seis da tarde, os três estavam famintos, seus estômagos roncavam alto, então eles seguiram direto para o restaurante reservado.O jantar era um banquete de frutos do mar, com lagostas, caranguejos-rei e muito mais, deixando Rivaldo deslumbrado.Justo quando Rivaldo estava prestes a pegar os talheres, Isabela o deteve: - Espere um momento.Em seguida, um garçom trouxe um bolo.Rivaldo ficou radiante: - É um bolo!- Claro, afinal, um aniversário sem bolo é como uma alma sem corpo, não é?Isabela abriu o bolo, acendeu as velas e pediu a Gabriel que as acendesse antes de apagar as luzes.- Rivaldo, faça um desejo.Rivaldo umedeceu os lábios, segurou as mãos deles e com a voz embarg
Gabriel pareceu despreparado para a pergunta e ficou surpreso por alguns segundos antes de recuperar a compostura.- Você não vai responder? Gabriel a encarou com firmeza: - Eu disse que não, você acreditaria em mim?Isabela o observou por um longo tempo, sorriu e balançou a cabeça: - Não acredito. - Ela apontou para a praia e disse. - Naquela época, foi aqui que Mariana me empurrou para o mar, você correu até mim, passou por cima de mim para salvar Mariana e me disse que ela estava grávida, esperando um filho seu.Em seguida, ela riu amargamente: - Depois, no hospital, você me bateu, me xingou, me acusou de ter perdido o filho que era seu.Ela passou a língua pelos lábios e olhou novamente para Gabriel: - Isso foi a raiva de um pai.Gabriel olhou para ela atônito, sabendo que qualquer explicação seria inútil.Porque todas as coisas ruins que aconteceram, foram realmente culpa dele.Ele se lembrava de cada incidente, cada detalhe.Mesmo que ele quisesse esquecer as cenas em que a