Desde aquele dia, Isabela raramente mencionava Túlio.Ela estava com medo de que André começasse a pensar demais e não se recuperasse adequadamente.Então, ela tentava falar sobre assuntos divertidos e leves, incluindo algumas experiências dos quatro anos na Cidade M.- Dulce nunca gostava de chorar quando era pequena, mas teve uma vez que estávamos na rua e um garoto de uns dez anos tropençou em mim. Os pais dele me culparam, disseram que eu bati no filho deles e exigiram um pedido de desculpas. - Nesse ponto, Isabela sorriu. - Acontece que, naquele momento, Dulce, que tinha apenas um ano, começou a chorar alto, com o rosto vermelho, chorando e gritando. Assustou os pais do garoto, que rapidamente o puxaram e saíram correndo.Ela olhou para André e disse: - Adivinha o que aconteceu depois?André balançou a cabeça: - O que aconteceu depois?- Bem, depois disso... - Isabela tinha um brilho de lágrimas nos olhos. - Assim que o garoto foi embora, Dulce parou de chorar. Ela soluçava por
Esta voz parecia familiar...Isabela olhou para cima e ficou perplexa:- Ri... Rivaldo?- Sim, sou eu! - Rivaldo sorriu com a boca aberta, mostrando uma fileira de dentes, com um espaço vazio no meio, e ao falar, sua voz saía um pouco distorcida.- O que você está fazendo na Cidade S? – Perguntou ela.- Minha tia achou que eu amaldiçoei meu tio até a morte, então ela me entregou para o meu tio que faz negócios aqui. Ele veio ver o médico no hospital e eu vim junto. – Disse Rivaldo.- E seus pais, onde eles estão? – Perguntou Isabela.- Meus pais... - Rivaldo sorriu amargamente. - Eles provavelmente estão mortos.Esse garoto definitivamente não estava dizendo a verdade, mas ao olhar para sua aparência, Isabela sabia que ele não estava indo bem.Ela estendeu a mão e acariciou a cabeça de Rivaldo. - Olha só para você, como emagreceu, seus sapatos estão rasgados, você... - Isabela sentiu pena dele. - Por que você não me diz o nome dos seus pais? Talvez eu possa ajudar a procurá-los.Rival
- Por quê? Ele já foi capturado, você... – Disse Isabela.Rivaldo mordeu o lábio inferior, seus olhos mostravam relutância, mas ele deu um passo para trás.- Felícia, muito obrigado por me salvar, mas eu... Já sou um peixe podre no lodo, você não deveria sujar as suas mãos.Isabela ficou perplexa, não entendia o que Rivaldo queria dizer, mas não queria vê-lo afundar na lama.Por algum motivo, Rivaldo a fazia lembrar de Sofia.Ela estendeu a mão para segurar Rivaldo, mas ele parecia saber o que ela faria e, com muita relutância, lançou-lhe um último olhar e saiu correndo.- Felícia, adeus. – Disse Rivaldo.- Rivaldo! - Isabela tentou correr atrás dele, mas foi puxada por Gabriel.- Não o persiga, deixe-o ir. – Disse Gabriel.Isabela se soltou dele e disse: - Você não entende nada! Eu não posso...- Entre no carro, vou te contar o motivo. - Gabriel a empurrou diretamente para o carro e disse ao motorista. - Vá para Vila de Nuvem.- Sim, senhor.Isabela se libertou de sua mão.- Você dis
Gabriel pegou o remédio e o engoliu de uma só vez.- Senhor, você realmente vai ajudar a senhora... - Rodrigo rapidamente corrigiu. - Ajudar a Sra. Almeida?Gabriel apertou a testa. - Sim, então vá descobrir. Traga a criança para mim o mais rápido possível, e não deixe vazar nenhuma informação.- Entendi.Vendo a expressão angustiada de Gabriel, Rodrigo não pôde evitar perguntar: - Senhor, você não vai fazer a cirurgia?Gabriel abriu os olhos de repente e o encarou com frieza. - Rodrigo, cuide de sua língua!Rodrigo se conteve e assentiu com os lábios apertados. - Sim.- Volte para o Grupo Marques.- Não voltaremos...- Rodrigo, apenas faça o seu trabalho.- Entendido...Rodrigo olhou para o rosto pálido de Gabriel e não pôde deixar de sentir pena.Agora, a senhora não sabia de nada, mas depois de tudo o que ele estava fazendo, quem mais iria apreciar o esforço do Sr. Gabriel?Ele realmente sentia pena pelo Sr. Gabriel....Vila da Nuvem.Isabela lavou o rosto antes de entrar na co
Isabela ficou imóvel, ciente de que algumas coisas talvez não pudessem ser mantidas em segredo, mas não esperava que Jéssica a confrontasse naquelas circunstâncias.Vendo a falta de resposta, Jéssica zombou: - Por que ficou em silêncio? Sente que fui certeira?- Jess, eu não estava tentando te enganar...- Não estava tentando? - Jéssica a olhou com frieza. - Eu te dei muitas chances para ser sincera comigo, mas toda vez você diz que vai contar depois. Você realmente planeja dizer depois, ou está apenas me iludindo? Você sabe a resposta! Felícia, depois de tantos anos de amizade, nem mesmo a confiança mais fundamental existe entre nós. Agora, até mesmo quando estou buscando minha própria felicidade, você tenta me impedir. Que tipo de amiga você é?Buscar a própria felicidade...Isabela sentiu uma pontada de dor em seu coração e franziu a testa. - Eu não estava tentando te impedir de buscar sua própria felicidade...- Não estava? Você não deveria se perguntar o que disse a Cláudio? Com
- Não… Não precisa. - Isabela impediu Iara de fazer a ligação e desmaiou em seus braços. Quando acordou, já estava escuro lá fora. Ela virou a cabeça e viu alguém sentado no sofá, mas como as luzes estavam apagadas, não podia ver o rosto da pessoa.Ela pensou que fosse Cláudio e tossiu, pedindo: - Cláudio, me traga um copo de água.A pessoa se levantou, trouxe um copo de água e se sentou de novo. Isabela bebeu a água e olhou para ele. - Por que você não acende a luz? E onde está a tia Iara?- Tia Iara está lá embaixo preparando canja para você.- Então diga a tia Iara que vou descer depois de trocar de roupa.Depois de falar, ela percebeu que sua voz estava estranha e estreitou os olhos na direção do sofá. A luz da lua brilhava exatamente na metade inferior do rosto do homem, revelando uma mandíbula definida, lábios cerrados e uma garganta rolando, tudo tão familiar.- O que você está fazendo aqui?No momento em que o reconheceu, seu tom de voz mudou. Gabriel, naturalmente, notou i
A prima do Cláudio?Jéssica olhou para cima e olhou fixamente antes de reconhecê-la. - Então é você.- É porque eu estou usando mais maquiagem hoje, é por isso que você não me reconheceu?Carina entregou-lhe um copo de bebida. - No dia do casamento, meu primo tinha medo de que eu roubasse a cena da noiva, então me deixou usar maquiagem leve.- Algum problema?- Por que você está sendo tão fria? Somos velhos conhecidos, afinal.Jéssica lembrou que no dia do casamento, ela quase tentou ofuscar Isabela. Ela respondeu com um rosto sério: - A gente não é do mesmo grupo.- Srta. Jéssica, você não gosta do meu primo? Se você se tornar minha cunhada no futuro, seremos uma família, então por que não seremos do mesmo grupo?Ao ouvir isso, Jéssica ficou meio surpresa.- Cláudio não gosta de mim.- Há dois tipos de gostar. Um é amor à primeira vista, o outro é amor duradouro. Meu primo só não percebeu suas qualidades ainda.- É mesmo?- Claro.Carina franziu a testa. - Felícia e meu primo são
No dia seguinte, no hospital.Quando Isabela chegou, André já estava sentado em uma cadeira de rodas, com suas roupas e pertences organizados na cama.- Por que você não esperou por mim? Cláudio pegou sua bolsa e reclamou. - Ele estava com medo de que você se sobrecarregasse, então quis sair do hospital antes, e aqui estou eu, que trabalhei à noite toda por uma semana e ainda tenho que fazer o trabalho pesado por ele.- Tia Iara já preparou uma grande refeição para você. Pode aproveitar e comer bem, tomar um banho e descansar. Não precisa mais trabalhar tão duro.- Pelo menos você tem um pouco de consciência.André sorriu enquanto segurava a mão de Isabela e perguntou: - Como está se sentindo? Cláudio disse que você desmaiou ontem.Isabela lançou um olhar furioso para Cláudio. - Cláudio, por que você conta tudo?- Você acha que conseguiria esconder isso?Apertando os lábios, Isabela não disse nada, por que tinha certeza de que não conseguia esconder.Mesmo que Cláudio não tivesse