Isabela se levantou com determinação, disse com voz trêmula: - Como ele está afinal?- Por enquanto, ele está vivo, mas precisamos observá-lo por mais doze horas. Se a respiração se estabilizar, ficará tudo bem, mas se não...- E o que acontecerá?O médico suspirou profundo. - Ele pode acabar em estado vegetativo.Vegetativo?Isabela quase desabou com as pernas vacilantes, mas Cláudio, rápido como sempre, a segurou. - Doutor, onde ele se machucou?O médico olhou para Cláudio. - Dr. Cláudio, nós nos conhecemos bem, então vou falar francamente. A situação é realmente complicada. Mesmo se ele sobreviver às próximas doze horas, ainda há muitos problemas. O sistema nervoso da coluna do Sr. André está danificado, o que pode resultar em paralisia na parte inferior do corpo. Além disso, devido ao impacto violento, seus ouvidos também sofreram danos nos nervos, o que pode levar à surdez.Ao ouvir isso, Isabela ficou chocada, olhando incrédula para o médico. - Doutor, você está me enganando
No hospital. Isabela acordou duas horas depois. Apesar de estar muito fraca, ela se recusou a descansar mais, insistindo em ver André. Cláudio não teve escolha senão levá-la até ele.Através do vidro, ela pôde ver André na cama, cheio de tubos e coberto de bandagens, parecendo um múmia, sem qualquer sinal de vida. Isabela mordeu o lábio, apoiando-se na parede, seus olhos se encheram de lágrimas. Ela simplesmente não conseguia aceitar que as pessoas ao seu redor estavam enfrentando uma situação tão terrível.Cláudio estava prestes a dizer algo para confortá-la quando ela perguntou: - Cláudio, será que eu sou uma desgraça?Ele ficou surpreso com a pergunta e respondeu: - Por que você pensaria assim? Isso não tem nada a ver com você...- Mas as pessoas ao meu redor, meus pais, tio Cardoso, Sofia, todos morreram, até mesmo os meus dois bebês, só João está um pouco melhor.Cláudio não sabia como consolá-la e disse depois de pensar por um momento. - Pelo menos Gabriel está bem, ele e
Na manhã seguinte, às oito horas. O médico entrou e olhou ao redor, dizendo: - Sra. Almeida, tenho certeza de que Sr. André sentiu sua presença, ele já passou pelo momento mais difícil.- Quando ele vai acordar, então?Isabela passou à noite em silêncio, sua era voz rouca.- Não posso ter certeza, pode ser hoje ou talvez amanhã, mas no momento os sinais vitais estão estáveis, você não precisa se preocupar. Agora vamos transferi-lo para um quarto individual no último andar.Isabela concordou com a cabeça. - Obrigada, doutor.- Sra. Almeida, você também pode descansar um pouco.Isabela não disse nada e saiu da UTI com a cabeça baixa.Logo após sair, ela encontrou Cláudio.- Você esperou à noite toda?- Não, eu acabei de chegar, estou fazendo a troca de turno com você.- Não precisa, quero ficar aqui até que ele acorde.Vendo o rosto pálido dela, Cláudio suspirou. - Se André acordar e te ver assim, ele vai se sentir culpado. Você não quer que ele se sinta culpado, certo?Isabela olhou
Cláudio saiu havia pouco tempo, e Isabela, sonolenta, adormeceu. Quando ela acordou, ao abrir os olhos, encontrou um par de olhos preocupados diretamente nos seus. Isabela ficou surpresa e olhou para o homem diante dela: - André, você está acordado?André assentiu.- Desculpe por te preocupar.- Não diga isso.Em seguida, ela percebeu algo e seus olhos se arregalaram. - Você... Você pode ouvir a minha voz?Após essas palavras, o quarto ficou em silêncio. Tão silencioso que até a respiração parou, e apenas o som do relógio continuou.Depois de um tempo, André escondeu sua decepção e forçou um sorriso: - Não, eu não posso ouvir.Isabela sentiu como se sua mente tivesse explodido. Ela desabou na cadeira, olhando para ele com uma expressão de desespero e medo, e finalmente começou a chorar.- André...Seus lábios tremiam, e ela não sabia o que dizer.André ajudou-a a enxugar as lágrimas e, disse com voz suave: - Não chore, você sabe que eu odeio te ver chorar.Vendo-o tão gentil, su
Gabriel, com raiva contida no coração, apertou os punhos e olhou para os dois, sendo amorosos um com o outros. Ele forçou algumas palavras pela sua boca fina.- Me desculpem a interrupção.Ouvir ela chamar André de marido tão casualmente o enfureceu, deixando-o furioso. No entanto, ele se consolou, lembrando que era para salvar André e não deveria se importar. Mas ao entrar e vê-los tão próximos, ele desejou que pudesse dar uma surra em André.Isabela ficou meio atordoada e enxugou com pressa as lágrimas do rosto. - O que você está fazendo aqui? Essas palavras só irritavam ainda mais Gabriel. Ele a encarou com olhos gélidos e disse: - Eu vim visitar meu melhor amigo. Por que, não posso?Isabela pegou a cesta de frutas que ele trouxe. - André acabou de acordar, ainda precisa descansar. Você pode visitá-lo amanhã.Ela falava como se fosse a dona da casa.Gabriel agarrou a mão dela e a encarou com os olhos vermelhos, dizendo palavra por palavra:- Minha esposa está aqui com meu mel
- Gabriel, você poderia amadurecer um pouco? Gabriel ficou atônito, ele não era maduro?- Você já está quase na casa dos quarenta e ainda age como um tolo, obcecado com o passado. Se você quisesse uma mulher, não podia simplesmente escolher qualquer mulher da Cidade S? Isabela o encarou com olhar irritado.- Se não gosta de recém-chegadas, vá encontrar sua Mariana. Quem sabe, ela ainda esteja esperando por você. Não venha me incomodar e pare de importunar o André, está bem?Ela manteve o olhar firme nele, enfatizando: - André e eu estamos prestes a nos casar, e se continuar assim, a imprensa nos causará problemas.Com sua última frase, ela insinuou sutilmente o desejo de que ele a deixasse ir. Se ele persistisse em agir assim, ela só poderia concluir que ele também queria prejudicar ela e André.Velho? Tolo?Gabriel, furioso por ser chamado de velho e tolo, engoliu sua raiva e perguntou:- Isa, precisa ser assim?- Não tenho mais nada a dizer a você. - Ela pausou antes de acrescent
No quarto de hospital. Isabela ajudou André a cortar uma maçã em pedaços e entregou a ele com um palito. André hesitou por um momento, mas então pegou-o e disse: - Eu mesmo consigo.Isabela colocou a tigela na mesa e sorriu para ele.O quarto ficou silencioso, deixando o ar pesado. Eles se olharam em silêncio por um tempo, e depois André finalmente quebrou o silêncio: - Isa, você não precisa se preocupar com o que aconteceu agora. Eu sei exatamente quem o Gabriel é.Isabela abaixou a cabeça e pensou por um momento, depois digitou algumas palavras em seu celular e mostrou a ele.“Mas estou preocupada que ele possa colocar você em perigo. Se Túlio descobrir tudo, tenho medo de que isso possa ser prejudicial para você.”No entanto, André sorriu e disse: - Fique tranquila, Gabriel conhece os limites.Isabela não entendia como ele poderia confiar tanto em Gabriel, mesmo depois de tudo o que aconteceu e até pediu-a para ficar tranquila.Mas quando ele falou assim, ela não pôde continua
Uma hora depois, André abriu os olhos lentamente, observou o ambiente ao seu redor e viu a figura de um homem perto da janela, ele não pôde deixar de franzir o cenho. Ele fechou os olhos e suspirou profundamente, como se estivesse ponderando algo.Após um breve momento, ele baixou os olhos sombrios e disse com a voz rouca: - Cláudio, não conte a ela.Ao ouvir isso, Cláudio se virou para ele e assentiu. - Está bem, sem problemas.Em seguida, ele se aproximou para ajustar a cama e ofereceu um copo de água a André.Cláudio sabia que André estava apenas tentando manter a compostura, embora estivesse em um estado colapsado. Portanto, ele estava cuidadoso com suas palavras e ações, com medo de aumentar o sofrimento de André.André, no entanto, abandonou a explosão anterior e, com calma, bebeu a água, colocando o copo de volta na mesa, antes de olhar para Cláudio.- Me faça um favor, algo relacionado à Isa.Cláudio franziu o cenho e assentiu.- Diga, estou ouvindo.- O casamento é depois d