Isabela sentou-se na cama e disse com voz séria:- Mariana, não faça nada que você vá se arrepender no futuro!Do outro lado da linha, Mariana disse em tom orgulhoso.- Isabela, eu sei que nos últimos dois dias você tem procurado pelo Tio Cardoso e até chamou a polícia, isso realmente me surpreendeu. Aqui está a sua chance, só vou te dar uma, caso contrário, prepare-se para procurar pelo corpo dele!Isabela cerrou os dentes, esforçando-se para se acalmar.- Certo, diga.- Às sete da noite, nos encontramos no Vale Florido.Mariana riu friamente e enfatizou:- Isabela, venha sozinha. Se você se atrever a chamar a polícia ou procurar por André, garanto que não vai ver ninguém vivo.Após desligar o telefone, Isabela abaixou impotente a mão direita.Ela sabia dos riscos.Mas ela não podia deixar Tio Cardoso morrer, então ela tinha que ir, mesmo sabendo que a pessoa que iria encontrar não seria amigável.Às 18 horas, depois da última ronda do turno da tarde, Isabela pegou uma roupa emprestad
- Tio Cardoso! Você está ferido! Rápido! Levante-se, deixa eu te ajudar!No entanto, Isabela já estava gravemente ferida e, com sua fraqueza e falta de sangue, ela não conseguia mover Tio Cardoso.Ela colocou a mão no peito do Tio Cardoso, quase chorando de desespero.Tio Cardoso não podia se machucar! Ele não podia!Ela pegou o celular para ligar para o serviço de emergência, mas não havia sinal. Ela se levantou para procurar sinal, mas foi impedida por Tio Cardoso, que segurou sua mão.- Senhorita, tenha cuidado com a Mariana...Isabela chorou e assentiu:- Eu sei, eu sei, Tio Cardoso, não fale, eu vou procurar ajuda!- Na carta do patrão... a senhora... não morreu em um acidente...Sua mãe não morreu em um acidente, isso significava que tudo o que Mariana disse era verdade.Sua mãe foi assassinada por Mariana!- E meu pai, ele também não se suicidou?Tio Cardoso franzia a testa e balançava a cabeça:- Não, o patrão se suicidou, mas... ele foi forçado.Forçado?Isabela ficou atônita
Isabela acordou dois dias depois.Ela abriu os olhos com dificuldade, olhou ao redor e reconheceu o ambiente familiar à sua frente. O cheiro familiar de desinfetante chegou ao seu nariz, e ela sabia que não estava morta, ainda estava no hospital.Nesse momento, ela não sabia se era uma questão de destino ou se o universo queria torturá-la.Essa forma debilitada de existência era apenas um fardo.A enfermeira a ajudou a se limpar e, ao levantar a cabeça e ver que ela estava acordada, exclamou:- Sra. Isabela, você está acordada? Vou chamar o médico.Isabela segurou sua roupa e balançou a cabeça, com a voz rouca, perguntando:- Por quanto tempo eu dormi?- Dois dias. Você sente algum desconforto?- No dia em que vim para o hospital, não havia mais ninguém comigo? Havia outra pessoa?A enfermeira ficou surpresa e não entendeu:- Sra. Isabela, sou sua enfermeira, mas pelo que sei, naquela noite, só você foi trazida para cá, não havia mais ninguém.Ninguém?O coração de Isabela afundou, ent
Ao ouvir isso, Gabriel franziu a testa e apertou os punhos ao lado do corpo. Essa mulher tinha o poder de deixá-lo furioso com apenas uma frase!Naquela noite, ele não queria se preocupar, mas assim que passou por duas esquinas, decidiu fazer Rodrigo dar meia-volta com o carro. Ele queria ver o que aquela mulher ferida e cheia de dores estava planejando fazer.Mas ela havia fugido, e só ficou sabendo que Isabela tinha ido para o Vale Florido depois de parar o táxi que retornava.Gabriel conhecia muito bem o Vale Florido. Sem motivo aparente, seu coração se agitou e ele ordenou que Rodrigo acelerasse naquela direção.No final, quando chegou, viu um quarto em chamas e, sem pensar duas vezes, correu para dentro para resgatá-la. Ele a levou às pressas para o hospital.Foi só quando o médico disse que Isabela não corria risco de vida que ele finalmente relaxou.Ele próprio não sabia por que correu para salvá-la naquele momento, salvar uma mulher que ele odiava até a morte!Mas ele não se im
Todos eram melhores do que ele?Gabriel estava furioso, um frio intenso emanava dele, seus olhos profundos encaravam a mulher na cama com um olhar sinistro.Ele queria conversar com ela de forma adequada, mas ela não estava disposta.Ele se inclinou e mordeu o pescoço dela: - Muito bem, Isabela, você me obrigou a isso!Enquanto ele estendia a mão para ir mais longe, a mulher debaixo dele fez uma pergunta inesperada.- Gabriel, você tem tanta certeza de que já fiquei com tantos homens, você não acha isso sujo?Ela não entendia Gabriel.Ele a chamava de vulgar, não queria acreditar que ela não havia traído, mas ao mesmo tempo ficava com ela sem se importar com isso. Por quê?A mão de Gabriel congelou instantaneamente, segurando o queixo dela, ele riu friamente: - Você acertou, eu realmente te acho suja!O coração de Isabela doeu intensamente, ela reprimiu a tristeza interior e lambeu os lábios secos, forçando um sorriso.Era um sorriso amargo, quase debochando de si mesma: - E você co
Rodrigo ficou surpreso e balançou a cabeça:- Não, por que você está perguntando?Gabriel semicerrou os olhos estreitos, sem dizer nada.“Por que Isabela foi para Vale Florido afinal?”Ele não acreditava que ela tivesse marcando encontros com homens naquele lugar....Depois que Gabriel saiu André bateu na porta.Isabela pensou que fosse um auxiliar de enfermagem e se cobriu com o cobertor:- Entre.Mas quando levantou a cabeça, seus olhos encontraram os de André.- Sr. André?- Nos últimos dias, eu vim te visitar, mas você não acordava. Como está se sentindo, agora? Está tudo bem?Isabela assentiu:- Estou bem. Dormir ajuda na cicatrização das feridas.As duas facadas em seu corpo já estavam praticamente cicatrizadas, e as marcas em suas mãos e joelhos eram apenas pequenas cicatrizes que logo desapareceriam.- Por que você foi ao Vale Florido?Isabela ficou surpresa, não esperava que André também soubesse, mas pensando um pouco, perguntou:- Sr. André, foi você quem me salvou?Ela não
Ela não conseguiu salvar Tio Cardoso, e agora, não podia ignorar o corpo dele.Ele foi quem a criou desde pequena, o último parente dela...Ao pensar nisso, lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Isabela.Antes, ela se considerava uma princesa vivendo em um castelo, levando uma vida luxuosa e sendo amada e mimada por todos. Nunca imaginou que um dia ficaria sem nada.- Isabela?André deu um leve toque em seu braço.Isabela recuperou-se rapidamente e enxugou as lágrimas com as costas da mão, forçando um sorriso:- Estou bem, só estava pensando na morte do Tio Cardoso, fiquei triste... Estou bem.André franziu a testa, sentindo-se inexplicavelmente compadecido.Por que ela sempre era tão teimosa? Ela não podia pedir ajuda? Não seria bom?Mas, que tipo de relacionamento eles tinham afinal?- Cuide bem da sua saúde, não pense demais nisso. Quanto a Tio Cardoso, vou ajudar você...- Não precisa, você não vai encontrá-lo.Isabela apertou os lábios, levantou a cabeça e lutou para control
A enfermeira trouxe canja exatamente quando André estava lá e sorriu ao chamá-lo:- Senhor, você veio ver a Sra. Isabela?- Silêncio.André rapidamente a interrompeu:- Não conte a ela. Cuide bem dela. Já estou de saída.A enfermeira não entendeu, mas assentiu com a cabeça:- Está bem.Depois de comer a canja, Isabela olhou para o relógio e em seguida para a enfermeira, que estava sentada ao lado o tempo todo. Ela estava um pouco ansiosa.Ela não sabia quem havia contratado aquela enfermeira e tinha medo de que fosse Gabriel, e que ele pudesse revelar seu paradeiro novamente.Ela precisava encontrar uma maneira de enganá-la e fazê-la sair.- Você é a única cuidando de mim?A jovem ficou surpresa por um momento:- Sim, apenas eu, Sra. Isabela.- Você deve estar cansada de cuidar de mim nesses dias. Hoje, você pode descansar bem esta noite e voltar amanhã de manhã.Inesperadamente, a enfermeira balançou a cabeça e se aproximou dela, olhando fixamente com seus olhos brilhantes:- Sra. Isa