- Como é você?Isabela ficou atônita por um momento, apressando-se para afastá-lo:- Me solte.Gabriel a soltou e caminhou diretamente para o balcão de operações:- Precisa de ajuda com algo?Ao dizer isso, ele tirou o casaco e enrolou as mangas. Suas mãos esguias começaram a escolher os legumes na bolsa.- Eu vou lavar os camarões. Há algo mais que precise ser lavado?Essa cena deixou Isabela atordoada.Ela havia visto esse Gabriel antes, dois anos atrás.Naquela época, eles costumavam cozinhar juntos.Ele sempre a abraçava pela cintura por trás, apoiando a cabeça em seu ombro, sussurrando palavras que a faziam se sentir atraída, distraíndo-a da culinária.Agora, tudo isso parecia de uma vida passada, fazendo-a se sentir um tanto atordoada.Eles já haviam se perdido, então por que estava desempenhando esse papel novamente?Ele queria tocar seu coração?Não, ela definitivamente não poderia ser afetada por ele.Isabela mordeu o lábio, controlando suas emoções, e disse friamente:- Gabri
Isabela afastou a mão dele:- Vamos cozinhar, João vai ficar com fome logo.Gabriel a abraçou mais forte, sussurrando em seu ouvido, com voz profunda:- Que tal sopa de ovos?- Você não come ovos.- Eu como agora.Isabela ficou um pouco sem palavras, sem entender sua obsessão com a sopa de ovos, insistindo para que ela preparasse um prato que ele nunca comia.Mas ela também não queria brigar com ele por algo tão pequeno, e, pensando que já comprou os ingredientes, ela concordou:- Tudo bem, vou fazer para você.Gabriel a soltou, entrou na cozinha e continuou lavando os vegetais."Por que ele mudou de gosto tão repentinamente? Será que é porque Mariana gosta?"Isabela se sentiu mal, cada respiração era como uma agulha espetando.Ela nunca entendeu por que o amor deles era tão frágil. Foi porque amaram impulsivamente?No entanto, algumas coisas eram passado e não faziam mais sentido pensar nelas.Então, ela sacodiu a cabeça e começou a cozinhar a carne.Quando restou apenas a sopa de ovo
O jantar foi consumido em um silêncio anormal, mas harmonioso, dando a Isabela a sensação de estar sonhando.Depois de comer, João subiu para o andar de cima sozinho.Isabela olhou para ele fechando a porta e não pôde deixar de franzir a testa.Hoje, ela ainda não tinha conseguido trocar mais do que algumas palavras com ele.Gabriel olhou para ela e abaixou a cabeça para arrumar a mesa:- Eu vou lavar a louça.Isabela ficou um pouco surpresa, mas não recusou e subiu as escadas.Ela bateu na porta:- João, sua irmã pode entrar?- Espere um minuto.Alguns minutos depois, João abriu a porta:- O que você quer?Isabela olhou para dentro e disse com um sorriso leve:- Sua irmã pode entrar e sentar?João hesitou por um momento e assentiu, abrindo espaço.Depois de entrar, ela olhou em volta, o quarto do irmão antes tinha um estilo de desenho animado, agora era simplesmente preto e branco, parecendo bastante frio e desolado.- O que você quer falar? Quer incriminar Mariana novamente?Isabela
Isabela sentia seu coração bater rapidamente, temendo que Gabriel visse algo que não deveria ver.Mas então, viu Gabriel folhear e de repente parar em uma página.Depois de alguns segundos, ele fechou bruscamente o diário e o jogou no chão com raiva, dizendo friamente:- Isabela, você já dormiu com Enzo?Essa pergunta deixou Isabela atordoada.Seu diário estava cheio de pensamentos de uma jovem, todos relacionados a Gabriel. O que isso poderia ter a ver com Enzo?- Gabriel, o que você está falando?- Está escrito claramente no seu diário, e você ainda me pergunta? Isso é demais.Demais?Onde ela tinha exagerado?- É apenas um diário da minha adolescência, é realmente necessário fazer isso?Disse Isabela, pegando o diário do chão, batendo a poeira e colocando-o de volta na prateleira:- Além disso, eu escrevi...Mas, antes que pudesse terminar, Gabriel a puxou para seus braços, rosnando:- Isabela, não se esqueça, você é minha esposa, minha, de Gabriel!Por que ela estava pensando em ou
Gabriel não falou mais nada, e os dois permaneceram em silêncio pelo resto do caminho.Ao chegarem ao hospital e no momento de sair do carro, Isabela virou a cabeça e perguntou:- Gabriel, você vai me levar para ver o João amanhã?- Dependerá da situação.Dependerá da situação...Será que ele poderia não deixá-la ver o João?Mas ela não fez essa pergunta. Afinal, ainda havia uma chance se não fosse amanhã.- Entendi.Depois de sair do carro, ela tocou a foto em seu bolso, soltando um suspiro de alívio.Felizmente, ele não tinha descoberto.Se Gabriel visse a foto, ele poderia atribuir-lhe falsas acusações, então era melhor ele não saber....No dia seguinte, Isabela terminou o almoço cedo e ficou olhando pela janela para a rua abaixo.Mas depois de olhar por várias horas, Gabriel não apareceu.Isabela apertou os punhos, sentindo-se um pouco nervosa.Seria porque eles brigaram ontem, então hoje ele não a levaria para ver João?Mas ele havia dito "desculpa".Isabela mordeu o lábio, andan
Isabela ficou tensa por um momento, tentando empurrar o homem para longe, mas ele parecia ter uma tonelada de peso, impossível de ser movido.- Gabriel, você está bêbado.Gabriel de repente a abraçou, levantou a cabeça e esfregou a testa dela com o queixo, para lá e para cá:- Não estou bêbado, Isabela, estou completamente lúcido.- Se você estivesse lúcido, não me chamaria de Isabela.- Isabela.Gabriel segurou o rosto dela e sorriu:- Se não devo chamar você de Isabela, como devo chamá-la? Esposa, hm?Bêbado!Este homem estava completamente embriagado!Mas Isabela sentiu-se inexplicavelmente contente, porque agora este homem se parecia com aquele Gabriel que a amava antes.Parecia que o tempo tinha voltado instantaneamente.De repente, os lábios frios do homem caíram sobre ela, um beijo demorado e profundo, fazendo com que Isabela tivesse dificuldade em respirar.Eles se beijaram, retrocedendo até que, por fim, chegaram à beira da cama, onde Gabriel a deitou e beijou-a mais.Imagens
Cláudio levou Gabriel até o terraço onde Isabela tinha caído.- Você está sóbrio? Os olhos de Gabriel estavam negros, mordeu o lábio sem paciêcia.- Cláudio, você está cansado da vida?- Olhe aqui. - Cláudio apontou para o chão. - Gabriel, aqui é o lugar onde Isabela caiu, o lugar onde você a empurrou com suas próprias mãos.- Eu não a empurrei.- É apenas o que você pensa. Você se colocou no lugar de Isabela? No momento em que ela estava caindo, quanta dor que ela sentiu? Você já pensou nisso?Gabriel tremeu e olhou para a beira do terraço, lembrando-se do olhar de Isabela naquele momento. Quando se lembrou de suas lágrimas, uma dor de cabeça o atingiu.Cláudio avançou rápidamente na frente dele, segurou-o pelo seu colarinho e xingou: - Você é egoísta demais! Não merece o amor dela. Isabela só poderia ser cega para se apaixonar por você.Gabriel soltou as mão de Cláudio, disse com raiva: - Ela me traiu.Ele não queria admitir, Isabela não apenas o traiu, mas também o deixou fazer d
Isabela não dormiu bem esta noite, pois ela sonhou com Gabriel. No sonho, eles estavam brigando, e Gabriel a agarrou pelo pescoço, ameaçando-a. Ela acordou tremendo de suor frio. De repente, ouviu um choro de bebê. As lágrimas rolaram pelo seu rosto. Será que era o bebê dela?Isabela se levantou abrudamente da cama e percebeu que tudo apenas era um sonho. O choro de bebê era porque alguém estava passando pelo corredor com um bebê nos braços.- Isabela, coma um pouco.Ao ver Sofia entrar com saco plástico, Isabela perguntou:- Acabou de sair para comprar isso?Normalmente, era Cláudio quem trazia o café da manhã, a comida era sempre excelente.Sofia colocou o saco na mesinha e respondeu com um sorriso frio:- A comida de Cláudio poderia fazer a pessoa vomitar, então saí para comprar pães.Enquando isso, dizendo, ela tirou uma caixa de almoço de outra mão, e a empurrou na direção de Isabela.- Isso é de Pedro para você.Isabela ficou surpresa e perguntou:- O que ele disse?- O que mais