Naquele exato momento, Isabela não se sentia com disposição para discutir com Gabriel:- Me solta!No entanto, Gabriel não tinha a menor intenção de soltá-la facilmente. Ele apertou com mais firmeza enquanto a puxava:- Fala! Por quê? Por que você está tão ansiosa pela morte da Mari?- Gabriel, você está me machucando.- Ainda dói? A Mari cortou os pulsos e se suicidou, você sabia disso?Mariana se matou? Isabela ficou atônita por um momento, mas logo encarou Gabriel com frieza:- Sim, eu queria que ela morresse! Ela matou o Tio Cardoso e minha mãe, levou meu pai à morte e te roubou. Ela não merecia morrer?- São apenas suposições suas.Enquanto Gabriel fazia essas perguntas incisivas, o coração de Isabela doía intensamente e ela não conseguiu evitar um riso amargo:- Você realmente se importa com sua Mari!Quando estava sendo enterrada viva por causa dele, onde ele estava? Ele estava tentando limpar a imagem de Mariana! Agora, quando Sofia estava à beira da vida ou morte, ferida pelo
Gabriel deteve seus passos, mas não virou, sua voz rouca e baixa:- Isabela, não posso deixar Mariana morrer.Ao ouvir isso, Isabela não questionou mais, apenas observou suas costas e deixou escapar um sorriso amargo. Seu coração parecia ser trespassado, o frio fluindo pelas fissuras, tornando-a gelada e rígida, suas mágoas e raivas congelando junto com ela."Eu não posso permitir que ela morra", a implicação era clara: Isabela poderia morrer, mas Mariana não. No coração de Gabriel, ela era desprezível, mas se fosse assim, por que ele não a libertava? Ela realmente queria indagar: "E nosso passado, aqueles anos de amor, o que eles significaram?" No entanto, ela sabia que a resposta de Gabriel não seria o que esperava, então apenas respondeu com serenidade:- Entendi, eu entendi.O corpo de Gabriel tremeu levemente e ele a puxou para um lado.Chegando ao local, ele a empurrou para dentro e dirigiu-se friamente à enfermeira:- Colete o sangue dela para salvar Mariana.A enfermeira olhou
André assentiu levemente:- Sim, fui eu.As lágrimas de Isabela começaram a fluir imediatamente, caindo nas costas da mão de André. Antes que ele pudesse reagir, Isabela já o abraçava:- Obrigada, André, muito obrigada.Quando ela estava à beira da morte, o homem que amava por dezessete anos escolheu abandoná-la sem hesitação. No entanto, André, um estranho, a resgatou generosamente. Ela não esqueceria esse ato de bondade.Ao mesmo tempo, seu coração estava completamente destroçado por causa do homem que amava. Antes, quando não conhecia a verdade, podia fantasiar, mas agora, com a verdade diante de seus olhos, percebia o quão cruel ela era para ser aceita.Naquela ocasião, Gabriel realmente não tinha a intenção de salvá-la. Refletindo sobre isso, Isabela chorou ainda mais, até perder o fôlego e desmaiar.- Isa!André ficou preocupado, pegou Isabela em seus braços e saiu correndo, mas Gabriel bloqueou o caminho na entrada.- Saia do caminho!O olhar de Gabriel fixou-se no rosto de Isab
- Fale!Gabriel estendeu a mão e ergueu Helder, seus olhos vermelhos fitando-o implacavelmente:- Quem ordenou que você machucasse minha esposa?Nesse momento, o rosto de Helder já estava tão desfigurado pelos golpes que não havia traços de seu status de "jovem mestre". Com a voz trêmula, ele suplicou:- Sr. Gabriel, por favor, não me mate.Gabriel riu friamente, o soltou e deu um chute leve em seu abdômen, fazendo Helder vomitar sangue.- Helder, considere-se sortudo. A pessoa à beira da morte não é minha esposa. Caso contrário, você já estaria morto.- Sr. Gabriel, alguém disse... Que você e sua esposa não têm um bom relacionamento. Se você matá-la, a família Lemes não será responsabilizada, mas se não...Helder tossiu sangue:- Eu nunca ousaria...Ele odiava Gabriel com todo o seu ser e ansiava por vingança. No entanto, também sabia que matar alguém que importava para Gabriel colocaria tanto ele quanto todos os membros da família Lemes em perigo.Assim, ele escolheu Isabela, a mulhe
Isabela teve um sonho em que viu a mãe. Chorando, desejava abraçá-la, mas entre elas parecia existir uma barreira intransponível, impedindo-as de se abraçar de forma alguma. Via os lábios da mãe se mexendo, mas não conseguia ouvir som algum. Desesperada, chorava e gritava:“Mãe!”No entanto, a mãe apenas balançava a cabeça na sua direção, chorando, e aos poucos se afastava.“Não vá, mãe!”Chorando, Isabela tentava romper aquela barreira invisível. “Mãe, me leve contigo, por favor!”Enquanto chorava, Isabela acordou segurando o braço de André.Ao notar que ela havia despertado, André afagou-lhe a cabeça:- Teve um pesadelo?Isabela sentiu-se confusa por um momento e depois recobrou os sentidos. Enxugando as lágrimas com a manga de André, disse com tristeza:- Não foi um pesadelo. Sonhei com a minha mãe.- Isabela, você sujou a minha roupa com seu nariz escorrendo e as lágrimas. Essa camisa é cara.Ao ouvir isso, Isabela soltou rapidamente o braço de André:- Desculpa, eu... Eu vou te c
Com um golpe, Helder ficou em choque, só conseguindo gritar e implorar por clemência.No entanto, esse golpe também assustou André. Seu corpo tremeu ligeiramente e ele olhou fixamente para o lado do rosto de Isabela por um longo tempo, ainda atordoado. Isso porque Isabela acabava de cortar o dedo indicador de Helder.O chão estava manchado de sangue, a cena era extremamente sangrenta, até mesmo algumas gotas respingaram no rosto de Isabela.Mas a sua expressão estava anormalmente calma, como se ela tivesse cortado apenas uma cenoura.Em seguida, ela jogou a faca de lado e disse pausadamente:- Helder, se lembre do dia de hoje. Se houver uma próxima vez, será o seu pescoço que vai rolar!Dito isso, Isabela virou as costas e saiu do quarto.André seguiu rapidamente, deu algumas instruções ao ouvido de Reginaldo e alcançou Isabela, que permanecia imóvel no corredor.Vendo o seu rosto pálido e o seu olhar desafiador, André não ousou falar, apenas a acompanhou em silêncio.Após algum tempo,
Cláudio ficou atordoado por um momento e sorriu:- André, irmão, faz muito tempo que não nos vemos, devemos tomar uma bebida juntos quando tivermos tempo.Mas André não respondeu e, em vez disso, virou-se para Isabela e falou suavemente:- Isabela, você converse com Cláudio, vou comprar algo para você comer.Dizendo isso, saiu com passos largos.Isabela olhou para a silhueta de André com uma certa confusão:- Dr. Cláudio, você ofendeu o André?Na sua impressão, eles deveriam ter um bom relacionamento antes.Cláudio abanou a cabeça com um sorriso amargo:- Como eu poderia ofendê-lo? É apenas que ele brigou com Gabriel, e eu sou exatamente o médico de Gabriel, então ele acha que estou contra ele.Ouvindo isso, Isabela acenou com a cabeça:- Isso também é verdade.- Cunhada, você pensa assim também?Cláudio quis chorar:- Eu realmente não fiz isso. Quem fez a família Marques ser mais poderosa que a família Luiza? Eu também não posso fazer nada, além disso, em meu coração, estou do seu lad
Cláudio ficou perplexo ao ver André pegar Isabela no colo e questionou:- André, irmão, você deu algum remédio para minha cunhada?- Apenas um sonífero.- Mas...André olhou friamente para Cláudio:- Cláudio, como você escolhe é assunto seu, mas se continuar ajudando Gabriel, eu nunca vou perdoá-lo.- Gabriel realmente errou em algumas coisas, mas André, irmão...Cláudio mostrou uma expressão triste:- Na verdade, Gabriel se preocupa com a cunhada. Acho que você sabe.- Você está falando sobre quando ele se feriu ao salvar Isabela?Cláudio assentiu.André deu uma risada sarcástica:- Eu sei disso, eu estava lá. Até pensei que ele tivesse mudado.- Mas você sabe o que ele fez quando Sofia estava sendo ressuscitada?- O que?- Ele arrastou Isabela para tirar sangue, apenas para salvar Mariana, que tentou suicídio na prisão.Ao ouvir isso, Cláudio ficou atordoado, quase incrédulo:- Não pode ser!- Não pode? Você pode perguntar ao próprio Gabriel, perguntar se ele ainda tem coração.André