- Naquela época, eu só queria provar minha força, demonstrar que poderia ser mais forte que o Túlio, provar que todas as decisões do Túlio eram erradas. Eu queria me vingar dele... - Dizendo isso, ele soltou um riso sarcástico. - Mas agora, o Túlio simplesmente sumiu, e os outros nem se comparam a mim, o que torna a minha permanência aqui um tanto solitária... Isa, às vezes, ao olhar para trás, percebo de repente que estou completamente sozinho, agora até o Cláudio pensa que sou seu inimigo... - André levantou a cabeça, seus olhos transbordavam de desolação. - Isa, você não poderia me ajudar, deixar que eu siga com você? Ao seu lado, eu não me sentiria tão solitário.Isabela sentiu um aperto no coração.Talvez fosse o efeito do álcool, mas seus olhos rapidamente se encheram de lágrimas.Ela realmente queria dizer que, então, não iria embora, que ficaria ali com ele...Mas ela não podia brincar com a vida de seus filhos.Ela não podia ser tão egoísta.Depois de um longo tempo, ela final
Senhor?André interrompeu o que estava fazendo e se virou para Isabela."O senhor a que ela se referia, poderia ser o Caio? Mas, qual seria a relação entre Gabriel e Caio?"Ele refletiu por um momento, franzindo a testa ao falar:- Eu e ele não temos qualquer rixa, não tenho nada contra ele.- Mentira! Gabriel, você está mentindo! - Isabela, subitamente emocionada, apertou ainda mais a mão dele. - Se não existe rixa, por que insiste em acusar o senhor injustamente, chegando até a difamá-lo dizendo que matou Dario?André, surpreso, viu sua expressão escurecer ao compreender a relação entre eles.Aparentemente, na delegacia, Gabriel havia compartilhado suas suspeitas sobre Caio com Isabela.Contudo, não conseguiu ganhar a confiança de Isabela; pelo contrário, enfrentou resistência e questionamentos.Descobrindo inesperadamente que Isabela e Gabriel enfrentavam novamente uma crise de confiança, André esboçou um leve sorriso, olhou profundamente para Isabela, tocou gentilmente suas bochech
Devido à ressaca, Isabela acordou quando já era meio-dia.Ao despertar, ainda se sentia um pouco com dor de cabeça e atordoada, o que a deixava meio confusa.Ela esfregou as têmporas e se levantou do sofá, olhando ao redor com os olhos semicerrados.Se ver em um ambiente familiar a tranquilizou um pouco, e ela se recostou no sofá para descansar.De repente, com uma realização tardia, seu coração deu um salto.Estaria... Duvidando do André?No momento em que acordou, se sentiu preocupada com a própria situação."Por que eu teria essas preocupações?"A pessoa ao seu redor em quem mais confiava, além de Cláudio e Pedro, era André. Ele definitivamente não a machucaria, mas ela tinha suspeitado dele...Isabela bateu forte na própria cabeça.Provavelmente, foram os muitos eventos recentes que a levaram a ficar mais cautelosa com todos.Enquanto pensava nisso, a porta do quarto foi subitamente aberta.A pessoa que entrou viu que ela já estava acordada e seus olhos brilharam de alegria:- Fef
Isabela soltou um grito.Ao abrir a porta, colidiu com Valentino, e o café quente foi todo derramado sobre ela.A água fervendo lhe causou uma dor aguda na pele, mas ela não parou, empurrou Valentino e seguiu apressada para fora.- Fefe... Espere um segundo, chefe...Chegando à porta, Valentino, que a havia seguido, bloqueou sua saída.- Chefe, você não parece bem, não colocou seu casaco, para onde está indo com tanta pressa? Aconteceu alguma coisa?Isabela não tinha disposição para explicar, queria apenas afastá-lo, mas temendo sua insistência, deu a ela um olhar significativo:- Me leve de carro até a delegacia.Por sorte, Valentino não fez mais perguntas, deixou o copo de lado, pegou as chaves do carro com a mão esquerda e um casaco com a direita, seguindo ela para fora.Mal entraram no carro, Valentino maximizou o ar-condicionado e cobriu as pernas de Isabela com uma manta.- Chefe, o André fez questão de dizer que você não estava bem, você... - Começou ele, antes de virar a cabeça
Quando viu claramente o rosto, Isabela prendeu a respiração, seu corpo amoleceu e ela caiu para trás. Felizmente, Valentino, rápido e atento, a segurou por trás, evitando que ela caísse no chão. - Chefe, você está bem? É alguém que você conhece? Isabela fixou os olhos no corpo, seus lábios se apertaram até ficarem brancos, mas não disse uma palavra. Vendo isso, a polícia assumiu que era um parente sofrendo de dor e não ousou apressá-la, podendo apenas esperar ao lado. O necrotério estava tão silencioso que só se podia ouvir a respiração pesada de Isabela... Depois de muito tempo, Isabela finalmente perguntou com os lábios tremendo: - Por favor... Tomás... Como ele morreu? O policial hesitou: - Você confirma que o falecido é seu parente? - Ele se chama Tomás, não tem família, é um órfão, eu... - Isabela engoliu em seco, suas unhas cravadas profundamente em sua carne, se forçando a se acalmar. - Eu sou amiga dele. Na Cidade S, ela provavelmente era sua única amiga. - Não poss
Gabriel ficou chocado, se demorando para recuperar o ânimo.- O quê?Isabela, com o rosto inexpressivo, repetiu a pergunta:- Foi você quem matou Tomás?Desta vez, Gabriel ouviu claramente, seu coração pulou, e ele foi novamente envolto pela sensação de perda, até a força para se explicar desaparecer.Afinal, ela não veio porque acreditava nele, mas sim porque suspeitava que ele tinha matado Tomás e veio confrontá-lo...Nesse momento, adiantaria explicar?Ela acreditaria?Ao vê-lo calado, Isabela ficou impaciente, provocando:- Por que não fala? Acertei, então você nem se dá ao trabalho de contestar?Ao ouvir isso, Gabriel levantou a cabeça, seus olhos brilharam por um momento de desolação, e ele disse com um sorriso amargo:- Isa, se eu disser que não, você acreditaria em mim? - Sem esperar que Isabela respondesse, ele continuou. - Isa, só agora eu finalmente entendi o seu desespero de antes, então... Se isso for o seu castigo para mim, aceito de bom grado.Isabela prendeu a respiraçã
Em sua mente, desfilavam imagens de sua vida tumultuada e absurda. E, no fim do feixe de luz, estavam seus pais, sorrindo e estendendo os braços em sua direção.- Isa, venha aqui, minha filha, sua mãe sentiu tanto a sua falta...- Isa, o pai testemunhou todo o seu sofrimento ao longo destes anos. Venha cá, não precisarás mais sofrer no futuro.Teria isso acabado? Ela não precisaria mais sofrer?Isabela mal teve tempo de refletir sobre essa questão antes de correr em direção a eles.Como ela sentiu falta deles nesses quatro anos.Como ela desejava abraçá-los...Mas, quando estava prestes a alcançá-los, alguém a segurou por trás.- Isa, não vá, sua vida ainda não terminou.Isabela tropeçou, sendo puxada, e se virou irritada para encarar a pessoa:- Me solte!- Isa, não seja imprudente!A pessoa que a segurava era ninguém menos que o homem que ela mais odiava e amava.Por que, sempre que ela estava prestes a alcançar a felicidade, ele surgia para impedi-la?Isabela se soltou com força de
- Você...Antes que Isabela pudesse formular sua pergunta, Bernardo se antecipou:- Eu não deixei a Cidade S, estava apenas em uma viagem de negócios por algum tempo. Quem diria que, ao desembarcar, a primeira notícia que recebo é do seu acidente de carro. - Terminando de falar, ele se levantou, se aproximou do lado da cama e ofereceu a ela um copo de água, o entregando enquanto a advertia com gentileza. - Tenha cuidado, está quente. Beba devagar.Isabela, incrédula, fixou o olhar nele, sem estender a mão por um longo período.Observando isso, Bernardo soltou uma risada suave e, com o dedo indicador, tocou levemente na testa dela:- O que aconteceu? Estava com tanta saudade que ficou paralisada ao me ver?Isabela se recuperou, balançou a cabeça e desviou o olhar, segurando o copo de água e tomando um pequeno gole.- Eu... Estou apenas um pouco surpresa.Bernardo, sem se ofender, se sentou ao lado da cama, franzindo a testa levemente:- Você, hein? Não estive fora da Cidade S por tanto