Dentro de um Maybach, Gabriel estava sentado no banco de trás, e ao ver um raio cortar o céu do lado de fora da janela, seu coração estremeceu levemente.- Rodrigo, o que aconteceu dezessete anos atrás?Rodrigo ficou surpreso e, olhando para Gabriel através do retrovisor, respondeu:- O Senhor não se lembra?- Alguma coisa importante?- Sim, dizem que dezessete anos atrás, a senhora foi sequestrada numa noite chuvosa e mantida em cativeiro numa cabana trancada.Gabriel sentiu uma pontada no peito. Ele repetia para si mesmo que Isabela tinha colocado tudo sobre si mesma, mas ainda assim, ele começou a se preocupar sem razão.Nesse momento, uma chuva torrencial caia do céu, batendo no carro como granizo.Ele franziu a testa e olhou para fora:- Dê meia-volta.Rodrigo ficou contente que o senhor ainda se importava com a senhora. Ele rapidamente virou o carro e acelerou na direção à pequena cabana.No entanto, antes de chegarem, Gabriel recebeu uma ligação de Mariana.- Gabi, para onde voc
André levou um susto ao ouvir Sofia chorar pela primeira vez e perguntou apressadamente:- Onde você está?Sofia olhou ao redor, o lugar era extremamente remoto, não havia marcos visíveis em lugar nenhum.- Eu... Eu também não sei, eu compartilhei minha localização com você.- Tudo bem, estou indo para aí agora mesmo.Após desligar o telefone, André rapidamente encontrou um chaveiro habilidoso e seguiu em alta velocidade na direção do local fornecido por Sofia.A chuva estava forte, e a alta velocidade na estrada tornava quase impossível enxergar o caminho à frente, mas André não diminuiu a velocidade. Ele sabia que Isabela havia sido sequestrada antes e que ela tinha pavor do escuro, especialmente em uma noite chuvosa e tempestuosa como aquela. Seria um pesadelo para ela.Dentro da casa, Isabela estava perdendo a consciência. O ferimento em sua cabeça sangrava incessantemente, deixando-a ainda mais assustada. Ela começou a entrar em um estado de privação de oxigênio devido à perda de
- Passe o telefone para ela!André hesitou por um segundo, levantou-se e caminhou para fora:- Você não precisa saber.- Sr. André, é o Gabi?André parou por um momento, cobriu o telefone com a mão:- Não é, é sobre o trabalho.Isabela apertou os lábios, forçando um sorriso:- Sr. André, a desgraça não pode ser evitada, me dê o telefone, eu falo.Os dois ficaram em um impasse por um momento, mas André acabou entregando o telefone.Isabela limpou a garganta e engoliu todas as lágrimas:- Gabriel, eu te odeio! Eu não quero te ver!Se antes ela estava certa de que ainda amava o Gabriel, no momento que foi jogada na pequena cela escura, ela se questionou.O jovem que costumava ser brilhante a afundou na escuridão, apagando toda luz de esperança.Ela parecia realmente cansada.Sua voz era calma, mas também fria, fazendo Gabriel do outro lado da linha tremer e sentir-se inexplicavelmente triste.- Isabela, o que você está dizendo?- Eu estou dizendo, Gabriel, que te odeio! Eu não quero te ve
Na noite anterior, assim que chegou à Mansão da Península, Gabriel encontrou Mariana desmaiada no saguão, ainda com sangue em seu corpo, então ele a levou rapidamente para o hospital.Depois que a condição de Mariana melhorou, ele foi de carro até a pequena casa no meio da noite.Ele queria salvá-la, mas o que encontrou?Quando chegou lá, viu que o cadeado tinha sido arrombado e havia marcas de pneus no chão, mas dentro do quarto não havia mais nada.Ele ligou para ela e a única coisa que restou para ele foi o ódio.Gabriel riu friamente, e com força, bateu o punho no vidro.Imediatamente, o vidro rachou e os cacos caíram no chão, manchados com o seu sangue, fazendo um som nítido.Rodrigo correu para dentro preocupado, viu a mão de Gabriel sangrando e ficou assustado, prontamente pegou a caixa de remédios.- Sr. Gabriel, sua mão está sangrando.Gabriel não deu importância e virou-se para olhar para Rodrigo, perguntando com raiva:- Eu a amava tanto, por que ela me traiu? Ela não tem o
Relutantemente, Gabriel deu uma olhada no relatório. Ele conseguia entender cada palavra, mas, juntas, elas não faziam sentido para ele. Ele lançou um olhar suspeito para André:- O que isso quer dizer? Você manipulou esse relatório?- Sr. Gabriel, você não apenas ficou estúpido, mas também esqueceu como ler?André riu friamente:- Da última vez, Mariana disse que estava grávida, e Isabela a fez abortar. Mas olhe bem, há três anos, ela já tinha sido diagnosticada como infértil.- Isso é impossível! Mariana claramente...- Claramente disse que estava grávida, não é? Ela apenas queria usar a criança para se dar bem na vida, mas falhou.- André! Como você ousa falar assim de Mariana? Há dois anos, ela me salvou!Gabriel era grato, e ele sempre lembrava do rim que Mariana doou. Enquanto estivesse vivo, faria o possível para atender a todas as necessidades de Mariana, mesmo que não a amasse de verdade.André balançou a cabeça, impotente e ressentido:- Gabriel, da última vez, eu lhe mostrei
Casa antiga da família Pereira.Algumas horas haviam se passado e ninguém aparecia. Isabela de repente percebeu que talvez Gabriel nem mesmo estivesse procurando por ela. Com Mariana por perto, ele não teria tempo para se preocupar com ela, não é mesmo? Ela nem sabia se esperava que ele a encontrasse ou não.Assim, ela continuou vagando pelo pátio sem rumo, com muitas imagens passando por sua mente, algumas alegres, outras tristes. "Se meu pai ainda estivesse aqui, seria tão bom...", ela pensou.De repente, alguém a chamou:- Isabela?Ela olhou e ficou surpresa por um momento antes de perguntar:- Enzo Barbosa?- Isabela, você ainda se lembra de mim? Já faz muitos anos que não nos vemos. Você ainda está trabalhando com design?Isabela ficou momentaneamente perplexa, se não fosse por Enzo lembrá-la, ela quase teria esquecido que era formada em design.Ela riu um pouco e balançou a cabeça:- Faz muito tempo que não trabalho com design.Enzo suspirou com um pouco de pena:- Que pena, Isab
- Gabriel, você acha que eu morreria se não tivesse um homem ao meu lado?- Um hospital não é o suficiente, você precisa de outro aqui fora?Isabela franziu a testa, tentando se libertar de suas amarras, mas suas mãos estavam presas por Gabriel, tornando impossível para ela se soltar.- Gabriel, sobre o que você está falando? Foi apenas uma coincidência.- Coincidência? Você realmente acredita nisso?- Se você não quer acreditar, o que posso fazer? Posso forçá-lo a acreditar?- Isabela, será que é porque ontem eu apresentei você ao meu irmão que agora você age sem pensar?Não mencionar João era uma coisa, mas quando ele era mencionado, Isabela sentia uma dor lancinante.“Por que seu querido irmão tinha se tornado daquele jeito?”Ela levantou a mão e lutou, suas unhas arranharam o braço de Gabriel:- Gabriel, seu desgraçado! Por que entregou meu irmão para aquela vadia da Mariana? Com que direito?- Do que você está falando?- Estou xingando você e sua mulher! E daí? Você tem coragem de
Ela fechou os olhos e deixou que as lágrimas fluíssem livremente.Gabriel não a levou de volta para a Mansão da Península, mas a conduziu a outro apartamento.Levando-a ao banheiro, Gabriel encheu a banheira com água quente, estendendo a mão para ajudá-la a tirar a roupa. No entanto, Isabela instintivamente fechou os olhos e se afastou, temendo que ele fosse machucá-la. Essa cena fez o coração de Gabriel se apertar.Ele franziu a testa, um pouco impaciente:- Esqueça, você pode se despir e tomar banho sozinha. Há coisas que você precisa pensar, e hoje, você vai descansar aqui. Mariana não vai te perturbar.Levantando-se, ele acrescentou:- À noite, voltarei para ficar com você. Lembre-se de cozinhar.Depois de dizer isso, ele se levantou, fechou a porta atrás de si e saiu, instruindo os dois seguranças a ficarem na porta do apartamento.Quando Gabriel se foi, Isabela tirou do bolso o frasco de remédio e o cartão de visita. O cartão estava molhado, e ela o limpou cuidadosamente com a ro