Matteo Violet é ingênua; mesmo sofrendo pelo que Cecília fez, ainda quer que nós a perdoemos. Não consigo ter sua compaixão. Se depender de mim, Cecília vai sofrer tanto quanto Leandro por terem se intrometido com nossa família.Deixo Salvatore na sala de estar e vou para nosso quarto atrás de nossa pequena. Quando entro, vejo-a deitada no meio da nossa cama, com os olhos marejados. Sento-me na beirada da cama e ela vira para o outro lado, me ignorando. Mal ela sabe o quanto isso me afeta; odeio quando ela está chateada. — Amor, não fique chateada. Estamos apenas tentando proteger você, minha vida. Ela se vira para mim com os olhos vermelhos. — Você não entende, Matteo, e nunca vai entender. — Então me explica, princesa! — Cecília é uma boa pessoa. Eu a conheço e sei que ela fez isso porque não teve escolha. Ela ama Vitória do mesmo jeito que amo você e Salvatore. Tenho certeza de que, se os irmãos dela tivessem a ouvido, ao invés de pensar apenas no qu
VIOLET Acordo com uma dor de cabeça insuportável. Salvatore e Matteo não estavam ao meu lado. Olho para o relógio e percebo que já são 10:30 da manhã e deveria me encontrar com Helena. Entro no banheiro para tomar um banho na intenção de aliviar a dor. Deixo a água quente cair sobre meu corpo; se Helena não estivesse me esperando para os preparativos do casamento, não teria saído de minha cama hoje.Saio do box me enrolando em um roupão fofinho e vou ao nosso closet. Quando estou procurando algo para vestir, sinto as mãos de Salvatore em minha cintura, beijando meu pescoço. — Bom dia, minha borboleta, como está? — Bom dia, amor. Estou bem, só com dor de cabeça. Vou me encontrar com Helena agora de manhã, mas volto para almoçarmos juntos. — Bom, acho que sei como curar sua dor de cabeça.Ele me cola contra a parede do closet, me beijando. Ele abre meu roupão e coloca sua mão no meio da minha perna. Começa os moviment
**Salvatore** Desligo meu celular e me acomodo na cadeira em frente à minha mesa. A maneira como Borboleta se comportou durante a ligação me deixou inquieto; ela nunca foi de ocultar nada. Mesmo afirmando que era apenas uma dor de cabeça, decido que é melhor agendar uma consulta médica para avaliar sua saúde. Menos de dois minutos depois, recebo uma mensagem do segurança informando que o carro em que Violet e Helena estão sendo seguido por outro veículo. Quando um problema parece resolvido, outro surge para nos atormentar. Imediatamente, entro em contato com meus homens, solicitando reforços, e instruo Matteo e Nicolai a se dirigirem ao local. Como estou no escritório, desço rapidamente para a garagem, determinado a ir atrás de Borboleta. Ao chegar, o cenário é desolador. O carro que Violet usou pela manhã está capotado, com a lateral completamente amassada. Nossos homens contêm Matteo e Nicolai, que tentam se aproximar do veículo, mas sã
Violet é filha única de um dos maiores braços direitos da Máfia Italiana, os Risso. Antes mesmo de nascer, seu destino já estava traçado: casar com alguém da máfia. Naquele meio, mulheres eram negociadas assim como contratos eram feitos, tudo para ter mais poder e vantagem sobre os outros.Desde seus 12 anos de idade, Violet vivia isolada do mundo em um convento só de mulheres. Raramente visitava sua família e tinha muito pouco contato com o mundo exterior. Ela sairia assim que completasse a maioridade para se casar, o que ela não sabia era que já estava casada desde seus dezessete anos, e só não foi tirada de lá porque seus companheiros nunca fizeram questão.Salvatore e Matteo Risso são filhos do grande chefe Lorenzon Risso. Salvatore era o mais velho, com vinte e oito anos; ele era o chefe da família na máfia, assumindo o lugar do seu pai, que já tinha se aposentado dos negócios do submundo. Já Matteo era o caçula, subchefe e capô, com apenas vinte e sete anos. Eles eram os mais jo
SALVATORE Aproveitamos o período da manhã para irmos ao convento buscar nossa pequena esposa Violet; tudo já estava preparado esperando por ela. No nosso meio, é comum o casamento por negócios, e uma das condições impostas por nosso pai para ganharmos nossos cargos era casar com ela. Essa foi a sua única exigência para deixar todo o seu império em nossas mãos. Para nós, era vantajoso; teríamos controle total dos negócios da nossa família, e vivemos seis anos livremente por ela estar no convento até agora, que completou a maioridade.Violet é filha do melhor amigo de nosso pai e foi um dos seus braços direitos, o que complicava um pouco as coisas. Nosso pai provavelmente iria ficar em cima para ver como estamos tratando bem a garota, do mesmo jeito que fica para ver como comandamos os negócios, o que ele não deveria nem se preocupar, porque somos uma equipe perfeita. Eu sou quem toma todas as decisões importantes; entre mim e Matteo, sou o mais parecid
VIOLETAssim que cheguei ao dormitório, fui direto para o quarto da irmã Helena. Ela foi minha melhor amiga aqui dentro, me ajudou desde o primeiro dia e nós duas nos demos bem logo de cara. Eu, assim como ela, éramos novatas. Helena tinha acabado de fazer seus votos há menos de um mês.- Irmã, me ajude, por favor. Não quero ir. Digo a ela, abraçando seu corpo como se fosse minha tábua de salvação, e choro copiosamente em seu braço.- Minha menina, acho tudo isso um absurdo. Onde já se viu seu pai casar você com um desses homens e ainda com o dobro da sua idade?- O que eu vou fazer, irmã? Eles vão me matar se não quiser me deitar com eles. Eu não quero passar minha vida assim.- Como assim, eles, Violet? Com quem seu pai lhe casou?- Com Salvatore e Matteo Risso. Eu estou casada, não com um, mas com os dois. Digo a ela, que me olha de forma incrédula, colocando as mãos sobre a boca.- Querida, se realmente quiser se livrar disso, eu posso te ajuda
MatteoTive a péssima ideia de não acompanhar Violet até seu quarto. Sei que minha presença estava lhe causando medo. Infelizmente, causo isso nas pessoas; não sei se são as tatuagens, os piercings ou meu tamanho, mas adoro ser temido apenas com um olhar. Porém, por incrível que pareça, não quero que ela sinta medo, assim como as outras pessoas.Agora, neste momento, estou aqui no salão principal, junto com um bando de freiras e um grupo de adolescentes desesperadas que não param de gritar em meus ouvidos. Tudo isso porque eu tentei ser legal.Poderia ter apenas matado alguém para dar um exemplo, mas não estou aqui ouvindo essa velha do caralho que acha que é nossa avó, dando sermão de como estamos blasfemando em sua escola. Estou quase perdendo o pouco da paciência que ainda me resta, para acabar explodindo a cabeça dela na frente de todo mundo.Ouço barulho de algo caindo no andar de cima, depois ouço passos apressados e um barulho novamente que chama a atenção de todos.- Vou checa
SALVATORE Assim que chegamos em nossa casa, vou direto para o nosso escritório, vou ao bar e encho um copo de whisky. Viro o copo de uma vez, deixando o amargo da bebida queimar em minha garganta, enquanto despejo mais um pouco de bebida e viro novamente.Jogo o copo com raiva em direção à parede, mas nada disso me acalma; eu estava furioso. Por causa de poucos minutos, Matteo impediu que algo acontecesse com Violet.Essa noite seria longa. Depois do ocorrido de hoje, meu pico de adrenalina estava nas alturas. Arranco meu paletó, jogando-o em um lugar qualquer, e arranco minha gravata, que parecia estar sufocando. Desaboto alguns botões de minha camisa, arregaço as duas mangas e dou o primeiro soco em direção à parede.Sinto a dor subir rapidamente dos nós dos meus dedos até meu braço, mas isso não consegue acalmar minha raiva. Dou outro soco e mais outro, e assim sigo sucessivamente. Matteo não deveria ter matado aquele verme tão rápido; deveríamos ter trazido ele e tê-lo torturado