Therasia— Você está chorando? — viro-me vendo o sujeito que por um momento pensei que tinha sido maluco de ficar do lado das pessoas erradas quando tinha tudo para conseguir uma boa oportunidade para manter a sua vida tranquila.— Só se for por estar vendo a sua cara feia — profiro limpando as lagrimas que ainda marcavam a minha face. Na verdade, o motivo delas estarem comigo nesse instante são bons.Segundos os médicos Elora está crescendo bem, ganhando peso adequadamente a cada dia, além disso, decidimos registrá-la com um nome do meio. Mirele foi o nome que inclui porque Joseph ficou comentando sobre se sentir muito pressionado por ser o único responsável pelo nome da nossa filha.— Você pode falar muitas coisas de mim, mas não que eu sou feio — pontua Arley dando mais alguns passos para poder ficar do meu lado. — Está bem?— Melhor do que imagina — digo, talvez tenha ficado bem mais rápido por poder ver minha filha lutando para continuar bem. Ela se esforça todos os dias para alc
Arley— Então, agora vocês também me acompanham quando eu estou saindo? — pergunto para os seguranças que não saem do meu lado. Creio que só me deixaram ficar sozinhos no quarto com a Thes quando retornamos a ele porque ela demonstrou que não desistiria disso.Claro, o assunto que iriamos conversa não pode se espalhar sem cuidado, embora todos saibam que Joseph não é o pai biológico da Elora. Contudo, ninguém nunca soube da possibilidade de ela ser minha filha.— Não se preocupem, aquela mulher pode me mastigar mesmo sem a ajuda de vocês — garanto, além disso, não consigo acreditar que ela acabou agindo daquela maneira depois de ver a minha reação ao teste de paternidade.— O Joseph não se preocupa com o resultado, assim como eu, então, você vai ser aquele a abrir — me conta, oferecendo-me o exame. É bem nítido pela sua expressão que o que estiver aqui dentro não muda o que escolheu.É como ela disse, eu serei apenas um acréscimo para a criança caso sejamos parentes sanguíneos. Dou um
Joseph— Você parece preocupada com alguma coisa — comento, já que desde que cheguei ela continua olhando para vários lugares como se fosse encontrar a resposta para as suas dúvidas neles.No entanto, como a sua expressão não melhora, acredito que não obteve o que queria. Assim que nos encontramos me contou, muito feliz, que Elora pegou mais peso, que os médicos ficam impressionados com a força dela. Só que em seguida passou a estar desse modo.Comeu sem muita vontade. Avaliou algumas questões do seu trabalho sem muito interesse. Tanto que parou de mexer nele por não querer causar nenhum problema para Xavier por conta de um erro seu.— Hum, só não tenho do que é mais certo para resolver uma questão — comenta, me deixando muito feliz por não estar evitando o assunto. — Deve saber que Arley veio me encontrar hoje. Certo, não tem como não saber, já que até te pedi para ajudá-lo.— Se arrependeu do seu pedido? Nós podemos cuidar dele, se quiser — lembro a ela, recebendo um sorriso ao invé
Joseph— Não acredito que era nisso que estava pensando — Falo para minha esposa, sem poder deixar de rir, mas agora, para evitar que me batesse, estou mantendo-a contra o meu peito.Entendo um pouco melhor o que ela tinha em mente. Acredita que a relação que possui com Arley faria ser mais fácil resolver qualquer questão que tenha a ver com Elora, caso ele fosse o pai biológico dela. Como não é, teme pela incerteza.Talvez eu deva tentar descobrir quem é o pai biológico dela.— Mas não seria mais fácil? Afinal sabemos como cuidar dele, mas agora eu nem sei que pode ser o escroto que tentará tirar vantagem da nossa filha — pontua a minha esposa com raiva.— Nós não sabemos quem é o pai biológico da Elora, mas duvido que não daria para cuidar dele de outro jeito, caso ele surja em algum momento — comento e ela estala a língua algumas vezes enquanto pondera sobre o que acontecerá daqui para frente. — Claro, se tentar causar problemas.— Acho que estava pensando demais, certo? — me pergu
Joseph— Fiquei mais tempo do que eu imaginava sem nos ver — digo para Rafael, no entanto, está bem curioso sobre o porquê de a pessoa sentada na sua frente estar apagada. — Tive que conversar com algumas pessoas antes de conseguir o que queria — conto para ele, sem ainda ser aquele que mais toma a sua atenção.— O que fez com ela? — me pergunta, mas a sua curiosidade não é um sinal de que se preocupa com ela. Sua questão é cheia de medos, porque tem receio de que o mesmo ocorra a ele.— Ah, nós apenas a apagamos porque parecia que a loucura dela tinha tomado as suas ações de vez — explico. — Começou a murmurar sozinha, falar sobre coisas que não existem… esse tipo de maluquice — revelo, percebendo que Rafael me vê de uma maneira bem diferente se considerarmos o nosso primeiro encontro.— Você não teve mesmo dó dela — professa, fica desconcertado quando me vê sorrindo, no entanto, por que eu teria dó da mulher que decidiu escolher o piro caminho a seguir?Nossas vidas voltaram a se cr
Joseph— Eu sabia que você tentaria rastejar — professo observando o quanto Rafael e Kamila sangram. Foi bem esperto seguir o conselho de Dionisio par atestar como o veneno da Boomslang funcionaria para assim tirar o máximo de proveito do que ele teria a oferecer.Tentei ser criativo quanto ao modo como morreria, no entanto, percebi que vê-los sofrer se sobressaia frente o meu desejo de ser criativo. Vê-los sangrando sem parar, sabendo que não podem sair de onde estão e que a pessoa que poderia tirá-los dessa não tem o mínimo interesse em salvar as suas vidas é o bastante por enquanto.— Não adianta tentar escapar — falo para ele. — Apenas sinta o peso dos seus pecados. Deixe que essa dor te leve para longe de mim, veja ela como a sua salvação.Não consegue mais falar, pois sangue continua vertendo pela sua boca, mas não é o único orifício pelo qual o líquido rubro escapa. Seus órgãos estão entrando em colapso a cada segundo.Os tremores que o veneno causa apenas faz com que se retorç
Therasia— Uau, você está querendo me pedir em casamento de novo? — pergunto para o meu marido, já que não chegou com as mãos vazias. Trouxe os meus tacos favoritos e também flores. Os girassóis parecem tão perfeitos que é como se uma parte do sol tivesse sido trazida pelas suas mãos.Eles brilhavam em suas mãos e agora ficam mais perfeitos enquanto olho para ele.— Podemos nos casar de novo sempre que quiser — me responde, com suas palavras sendo tão sinceras que a cor de seus olhos parece se intensificar, já que a imagem que tem na sua mente é boa demais para ignorar.Nosso casamento foi, de fato, muito lindo, mas repetir a experiência não está na minha lista de interesses no momento. Quem sabe um dia, para uma renovação de votos, em uma ocasião em que a nossa filha posso ver de perto o que seus pais puderam criar juntos.— Tenho certeza de que sorri assim porque sabe que direi sim para você — comento e o seu sorriso se torna mais largo. Com passos rápidos me alcança e beija uma boc
Therasia— Nós estamos mesmo vendo a nossa filha no berço dela? — pergunto e atrás de mim meu marido meneia a cabeça. Consigo ver o reflexo de seus movimentos, além disso, mexe suas mãos, acariciando os meus braços, dado que me rodeou com os seus. — Demorou, mas estamos aqui.— Sim, nós estamos — diz beijando o lado do meu rosto.Apesar dos nossos murmúrios, Elora dorme muito bem. É sua primeira noite em um lugar novo, mas parece muito tranquila com isso, porque sabe que as pessoas que estiveram cuidando dela permaneceram com essa tarefa em mãos.— Talvez eu não durma hoje — balbucio dando um sorriso nervoso e Joseph me aperta um pouco mais forte, como se eu não devesse encher minha mente com essas preocupações porque não estou sozinha.— Se não dormir, estarei do seu lado — assegura-me e balanço a cabeça em concordância, amando que me entenda dessa maneira. — Mas posso te ajudar a tentar descansar.— Não sei se pensamos nas mesmas coisas agora — zombo, recebendo uma mordida na minha