Peyton— Entendo muito por que você ama a Thes — falo, com os meus pés apoiados na cadeira que puxei para conseguir manter as minhas pernas erguidas.Thes, a mulher grávida, sabe fazer ameaças como ninguém.Não querendo ver o meu irmão puto comigo por estressar a sua esposa, fiz o que ela disse e procurei algo para comer. Na verdade, Elsie fez isso por mim. Falou com tantos médicos que, nesse momento, eles já devem estar com medo do que a nossa família fará, dado que há muitos dos nossos seguranças espalhados pelas suas dependências.— Se Thes consegue fazer tantas ameaças estando grávida, não imagino ela sendo menos feroz em outras ocasiões — profiro, sentindo que as palavras continuam saindo com facilidade da minha boca simplesmente porque é ela do meu lado, ainda que não possa responder.Conversando com Thes sinto que posso conhecer outros pedaços de Iliana, alguns que não me diria com facilidade somente por ter medo de que eu vá me assustar. No entanto, se me conhecesse bem, saber
IlianaNão quero que as pessoas achem que sou uma santa pelo que fiz, mas eu, com certeza, não esperava ver a minha cara estampada em uma notícia dizendo que manipulei a minha mãe para ela me pagar pelo transplante que salvaria a vida da minha irmã.Tem tantos absurdos nessa notícia que eu só consigo rir desde que a vi.Já sabia que me encontrar com a minha mãe de novo não resultaria em nada de bom, mas como é que as coisas se tornaram isso? Sim, eu não a amo, sim, eu a odeio, no entanto, o que estão dizendo é um crime gravíssimo.Do que importa para mim que o marido dela é um figurão cheiro de dinheiro?Me sustento sozinha há muito tempo para me preocupar com a quantidade de dinheiro que a minha mãe tem no banco. É algo que não me apetece. Não tem nada dela que eu queira.Certo, estou mentindo, queria distância, e mesmo assim ela surgiu na minha vida, causando problemas, me arrastando para uma situação em que o meu nome está correndo através das línguas maliciosas.Gostaria de dizer
Joseph— Querida, tudo bem? — pergunto, já que não esperava vê-la na empresa.Pensei que ficaria de folga, ao lado da sua amiga, mas aqui está a minha bela esposa, andando com passos pesados até onde estou. Como não ligo para suas visitas, minha secretaria nem a anunciou, porque estou sozinho no momento.— Não, eu não sei se estou louca, se é verdade que as paranoias na minha cabeça estão interferindo na minha vida, se eu deveria fazer mais terapia — comenta, pontuando a parte da terapia porque tem feito sessões desde que o assunto do nosso casamento tomou grandes proporções.Por não querer que ela acabasse em estado irreversível devido a todo o caos que poderia continuar nos rodeando, falei com ela sobre o assunto e comentou que não fazia apenas pela questão monetária.Como não é algo com o qual a minha esposa deveria se preocupar, encontrou uma profissional não muito tempo depois e passou a fazer terapia regularmente. É bom para ela e quero sempre proporcionar qualquer coisa que pos
Therasia— Se você quer me irritar, está conseguindo — aviso para Arley.— Eu nem comecei a falar — comenta, no entanto, acha mesmo que precisa abrir a boca para começar a me irritar? Sempre que olho na sua bela face, me sinto irritada. Fico mais brava sempre que noto que tenta me olhar com uma expressão de cachorro pidão.— Tem sorte de conseguir começar a falar — alerto, mas nada do que digo faz muito efeito nele. Parece engajado na ideia de tentar entender a paternidade, pelo menos, a possibilidade de ser pai.No entanto, esse é um péssimo momento.Enquanto Iliana se recupera, as pessoas continuam teclando sobre a possibilidade de ela ser uma interesseira. Eu nem sabia o quanto o marido da mãe dela é rico até as pessoas começarem a falar sobre isso, como se fosse o único motivo possível para minha amiga ter decidido passar por uma cirurgia que tem riscos.— Acho que devo me considerar sortudo a cada vez que nos encontramos e você não soca a minha cara — pondera Arley e sim, deveria
Arley— Já não disse para você não me chamar quando bem quer? — Porém, todas as minhas palavras são jogadas no lixo por Kamila.Acredito que tenho apenas que agradecer por ela ter se vestido antes de abrir a porta, mesmo que ainda possa ver o cara se preparando para sair da sua casa. Creio que, enquanto deseja que Joseph lamba os seus pés, não pode conter os seus impulsos sexuais.— Soube que você se encontrou com aquela mulherzinha de novo e te pedi para gravar tudo que acontecesse — me lembra. Não tenho ideia de por que gostaria de ouvir o que Therasia e eu conversamos.Acha que eu diria algo a ela? Tem medo de que eu saia do seu lado, uma vez que conseguiu que a ajudasse apenas com ameaças? Depois de pisar no rabo do tigre, tem medo de que ele acabe mordendo?— Você fica me dando ordens como se eu não tivesse nada melhor para fazer — articulo, mas ela não muda a maneira como me encara, na verdade, parece pronta para soltar um monte de críticas em minha face.Do jeito como resolve a
Therasia— Está saindo da sala do meu marido? — pergunto, vendo que Arley não parece estar sofrendo com qualquer receio, mesmo que tenha acabado de sair da sala de Joseph.Não imagino os dois conversando de uma maneira agradável. Meus encontros com Arley têm sido imprevisíveis na visão do meu marido, já que, em casos posteriores, apenas tentou encontrar meios de me irritar.— Ele precisou falar comigo sobre a última entrevista que fiz — conta Arley, afundando as mãos em seus bolsos, com um sorriso sacana no rosto. No entanto, agora, não acho que seja porque queira usar algo contra mim. — Parece que as pessoas querem ver mais de mim.— Se puder manter seu pau nas calças, talvez elas vejam algo de bom em você — comento, dando uma risada em seguida. — Desculpe, não tinha a intenção de falar em voz alta.— É claro que não tinha — replica Arley, porém, pela expressão em seu rosto, apenas se diverte com o que disse, não parece incomodado. — Sendo franco, não tenho problema algum em parar de
Therasia— Querido, acho que eu já mencionei a necessidade de ficarmos afastados por alguns metros quando vamos conversar — digo, mas não tem nem como escapar de onde estou.Uma de suas mãos está em minhas costas, me dando apoio, apesar do braço do sofá fazer bem esse papel, enquanto a outra fica em torno da minha cintura, repousada com delicadeza perto da minha barriga e perna, como se quisesse garantir que pode tocar ambos.— Fico bem mais calmo quando sei que você está perto o bastante para poder colocar as minhas mãos em você — esclarece o meu marido, nem é a primeira vez que diz algo desse tipo, no entanto, me surpreendi por vê-lo menos irritado do que esperava depois das palavras de Arley.— Com certeza consegue pôr as suas mãos em mim — professo, com a ironia o levando a avaliar o meu rosto, no entanto, como sabe que não quero criar implicâncias desnecessárias, apenas sorri.— Não gosta? — pergunta, embora saiba muito bem a resposta sem que eu tenha sequer que mencionar. Como e
Iliana— Isso é mais cansativo do que estar trabalhando — falo para Peyton, mas as minhas reclamações não estão fazendo tanto efeito quanto eu esperava no meu namorado. — Apesar de você ser um monumento gostoso enquanto trabalha.Peyton ergue os olhos do seu notebook apenas um pouco e Deus, eu sei o estrago que esses braços malhados podem fazer, entretanto, aqui estou eu de molho. Não poderei ser agraciada pelo belo macho que é meu.Sem nem pensar, digo que esse é um ponto pior do que a minha recuperação. Afinal, todos os médicos possíveis estão de olho em mim para ter certeza de que nada dará errado comigo, para que minha recuperação seja ótima e um dos pontos mais mencionados por mim, a possível cicatriz, é uma possibilidade muito pequena.Trabalho com o meu corpo, com certeza perderei alguns pontos de valor se tiver uma cicatriz e, mesmo que o gostoso do meu namorado seja podre de rico, ainda quero ganhar muito dinheiro antes de deixar o meu trabalho.No momento em que eu não preci