Não estava sendo fácil separar as coisas, e não deveria ser assim, era preciso separá-las. Só que isso não funcionou e os dois estavam envolvidos, empurrando com a barriga aquela coisa de mentira e sentimentos.Sophia estava concentrada em cessar a ansiedade da sua mãe, que não parava de falar sobre esse assunto e pedir uma visita, e da sua agente, que estava no seu pé desde cedo. Ela marcou uma consulta de rotina e não avisou isso a ninguém além da sua assistente pessoal. Porém, a sua agente tinha acesso a essas informações e bateu o pé no consultório sem ser chamada. Quando ela entrou pela porta da sala do médico, Soph e o próprio médico ficaram surpresos com a intromissão. Sophia não tinha como descrever o ódio que sentiu nesse momento, mas ficou quieta; não queria fazer um show na frente do homem. Contudo, não se calou quando saiu de lá. Depois de ela ter trocado de roupa, as três estavam no estacionamento.— Com que direito você entrou no consultório daquele jeito? — Pôs as mãos
Christian Harrison realmente estava mudando a forma de pensar e agir. Ele se surpreendia toda vez que saía para beber e não tomava mais do que um ou dois copos de álcool ou não procurava por alguma mulher que estava dando mole nem por uma polêmica para se enfiar.Tornou-se um homem de uma mulher só, com um objetivo em mente: não fazer nada que deixasse Sophia irritada ou em maus lençóis. A garota que o irritava por ser resistente e provocativa era seu termômetro moral, e isso era bom, fazia ele notar coisas que antes lhe passavam despercebidas, como as suas amizades. Poucos eram pessoas decentes e que continuaram ao seu lado. Alguns idiotas só embarcavam na onda de festas, strippers e bebedeiras; outros, de fato, eram seus colegas, que, bons ou ruins, estavam lá, zoando da sua nova personalidade.— Então, vai ser assim agora? — Josh era um daqueles amigos que até um tempo atrás lhe dava conselhos corretos, tentando fazer com que o cafajeste durasse mais nas telas do cinema. Contudo, C
É, ele sabia como era ouvir merdas assim dos seus superiores ou da própria indústria. Era óbvio que as mulheres eram as mais cobradas, só que ele também tinha que ter o corpo bem definido e muito mais.Chris entrou no quarto escuro e procurou por ela, que estava na cama, embaixo de muitos lençóis. Ele não sabia se ela estava dormindo ou não.— Está vendo? Sempre que isso acontece, ela fica deprê — sussurrou a assistente. — E durona. Com certeza vai te mandar ir embora, como fez comigo. Mas eu não queria deixar ela sozinha agora.— Certo. Eu cuido daqui para a frente. — O que está fazendo aqui?! — Sophia não estava dormindo, ouviu o barulho dos dois em sua porta. — Vou demitir você, Keilly. — Depois você me agradece. Tchau. — Ela saiu de fininho.Desanimada e se sentindo um saco molhado e sujo, Soph voltou para baixo das cobertas. Era quente e fofinho. Tudo o que ela mais queria era ficar só com seus pensamentos. Sophia não era tão forte quanto imaginavam. Dentro dela havia uma meni
Há muito tempo a fama já havia perdido a graça. Chris gostava de estar em alta e nas grandes produções, porém se sentia cansado de sempre ser perseguido e nunca provar algo novo. Quando ele conheceu Sophia, as coisas começaram a mudar. Ela era fogo, chamava a sua atenção e não o tratava com toda aquela bajulação, como os outros. O que a destacou e o fez observá-la, até tornar isso uma aventura.Aos 41 anos, Christian era um solteiro safado, que já havia estado em inúmeros filmes e séries, sempre era chamado para dar notícias e era adorado pelos fãs, mas quando chegava em casa, sentia-se vazio e sem objetivo. Já não era tão empolgante ler um novo roteiro e era batido demais chegar às filmagens e fazer a maquiagem para entrar em cena. As premiações eram chatas e sem emoção.Porém, sua vida mudou completamente desde que começou com aquela farsa, e até bem antes, ao conhecer Sophia. Ele ficava ansioso para trabalhar só porque sabia que ela estaria lá e gostava de pensar que, daquela vez,
— Saiu. — Sophia não gostava de mentir para os seus pais, porém toda aquela situação era complicada. — Teve que resolver alguma coisa.Marie Anne achou estranho a saída dele sem ao menos entrar para a conhecer. Pensou um pouco e, como viu a filha preocupada, achou que algo antes disso havia acontecido. Não tocou no assunto, só a abraçou e a ajudou a entrar.— Como foi a viagem? — tentou descobrir algo.— Longa — respondeu vagamente.— Que história é essa de casamento?Sophia, ligeiramente, retornou à realidade. Esse foi o tópico que acabou deixando Chris chateado e que a deixava confusa. Ele falou aquilo com tanta certeza e desejo, que a deixou em dúvida se era real ou não. Ela não achava que ele queria isso para completar a farsa. Na verdade, ele queria por outro motivo. Motivo esse que não a deixava quieta.Tudo aconteceu tão rápido. Até pouco tempo atrás ela o odiava, mas ali estava ela com o coração na mão, achando que tinha magoado e perdido o cara da sua vida só porque o assunto
Não tinha um roteiro para aquilo. Quando decidiu viajar com Sophia, Chris só pensou em como ela ficaria bem ao estar com a família depois do que passou. Então, veio aquele desentendimento que o fez se achar um idiota que se deixou levar por uma mulher mais nova e imatura.Sophia o confundiu diversas vezes, mas foi ela quem abriu os seus olhos para uma vida menos complicada e relaxante.Ele estava na casa dos pais dela, sendo observado pelo patriarca como se fosse um esquisito ou o seu inimigo. Arthur não era bobo e desgostava do rumo que sua filha tomou. Ela ganhava muito e era bem-sucedida, mas esse não era o problema, e sim caras como Christian Harrison. Justamente ele.Chris se perguntava o porquê de o homem estar tão furioso, e ele com medo. Claro que ele se lembrava dos seus defeitos, mas ter entrado naquela casa era a confirmação de que tudo havia mudado. Tudo mudou tão drasticamente e rápido.— Senhor Thompson — ele resolveu quebrar o gelo. Aquela casa era consideravelmente gr
— Por que fez isso? — Sophia mal esperou entrar no quarto e fechar a porta.Ela jamais imaginou que levaria alguém para conhecer seus pais, que esse alguém fosse Christian e que ele colocaria uma aliança em seu dedo bem na frente deles. Soph achou que ele estava louco, que não tomaria uma atitude assim se estivesse sã.— Como você tinha esse anel esse tempo todo, e eu não vi? Christian, por outro lado, estava gostando de enlouquecer aquela que o enlouquecia. Ele queria se livrar das roupas, tomar um banho e se deitar naquela cama macia. O homem antes não fazia ideia de que, algum dia, estaria feliz porque iria se casar com alguém sem ser na frente das câmeras.Óbvio que ela poderia não chegar ao altar de verdade. Eles precisavam ser claros um com o outro. Sempre brigavam ou discordavam de algo. Porém, só de ele saber que, oficialmente, ela era dele, ficava empolgado.— Você não é observadora. — Não ligou para o seu tom desesperado e sussurrado atrás dele.Sophia se pôs na sua frente
Christian não sabia que iria gostar tanto de conhecer profundamente a menina que, até pouco tempo, era só mais uma atriz irritante com quem ele teria que contracenar. Sophia não era a mulher que mais chamaria a sua atenção se estivesse em um salão cheio de mulheres bonitas. Ela tinha a sua beleza específica e era sexy, entretanto o tipo dele era as mais espalhafatosas, peitudas, que usavam o mínimo de roupas e tinham um sorriso safado no rosto.Sophia Thompson era doce, inocente em seu olhar, na maior parte do tempo, morena e, mesmo ficando sexy em algumas roupas, escolhia ficar, geralmente, com tecidos mais largos, moletons e casacos, em um estilo mais jovial e despojado. Porém, o destino a colocou no caminho do cafajeste e o fez enxergá-la, finalmente.Aquela personagem tinha as suas características mais fiéis: sempre irônica, inocente e sorridente. E Christian Harrison não tinha como ignorar sua parceira, tendo que a olhar nos olhos, tocar nela e a beijar. Foi aí que ele começou a