Os pesadelos intermináveis perduraram por todos os dias e todas as noites.Ela estava na ponta de um penhasco quando de súbito mergulhava no abismo!... Jane agitou-se, ao acordar.Não acordara devido à queda do penhasco, mas porque a porta abriu-se atrás de si.“És louca? Porque dormiste à porta e não na tua cama?”Susie, após o incidente entre as duas, ganhara o hábito de ignorar Jane, agindo de forma fria e indiferente. E, vendo-a como inferior a si, não lhe falava, como se dirigir-lhe a palavra fosse indigno. Nesta manhã, porém, no dormitório, Susie falara-lhe, agindo como se a sua acção fosse um acto de misericórdia.Mesmo assim… Ela não lhe dizia nada particularmente agradável. Teria sido até melhor que não lhe tivesse dito nada.“A porta estava trancada por dentro.”Jane falou com cautela. Seria melhor que não fossem ditas certas coisas.Ela não esperava um pedido de desculpa. Queria apenas que Susie nunca mais fizesse o mesmo.Susie falou secamente, com a sua voz alca
Susie ofegava pesadamente, com os seus olhos esbugalhados e a sua cara vermelha.A sua expressão tornava-se ainda mais cruel- “Se dizes que o que sinto não é amor, então crês que as tuas acções sujas são de amor?”Jane não conseguiu evitar contorcer-se perante aquelas palavras. Desde quando dissera que o amor de Susie não era amor?Apenas perguntara-lhe quanto Susie gostava dele.Jane baixou a cabeça- Três anos conseguiam afastar a sua arrogância, mas não conseguiam destruir a sua inteligência.Claramente, a única razão pela qual Susie se agitava era porque as palavras de Jane tinham acertado precisamente onde mais lhe doía. Jane abanou a cabeça.“Porque abanas a cabeça? És tão desprezível ao ponto de abanares a cauda e seduzires todos os homens com dinheiro. Com que direito abanas a cabeça? O que queres dizer com isso? Estás a refutar-me? Estou-te a dizer, Jane Dunn, todos te podem rebaixar, mas tu não podes rebaixar ninguém.”Jane sacudiu o seu corpo, e a sua cabeça baixa de
Um médico saiu do serviço de urgências. “É da família?”Susie hesitou. “Sou sua colega. Ela está bem?”O médico, todo de branco, não pareci optimista. “Chame a família.”A cara de Susie empalideceu. “Doutor, é sério?” o seu coração batia com força. Se Jane morresse… Isso quereria dizer que Susie era uma assassina?Não, não, não era, não tinha sido culpa sua. Jane caíra por si mesma. E-Ela estava a salvar-lhe a vida ao trazê-la oara o hospital.Se alguém descobrisse que o acidente de Jane tinha algo que ver com ela, ela…ela seria expulsa, sem dúvida.E tinha trabalhado tanto durantes anos para conseguir manter-se na Universidade S, como poderia ela…!Naquele momento, Susie estava frenética. A sua mente disparava imagens a alta velocidade, considerando as consequências caso alguma coisa acontecesse a Jane e os outros descobrissem que fora sua culpa. Pensa até em Haydn Soros e em como ele reagiria se descobrisse.“Doutor, Jane Dunn… é o nome da minha colega, ela vai mesmo morrer?”
Susie levantou a cabeça para olhar Sherry, com cuidado. Não respondera a Sherry, em vez disso perguntou-lhe, “Gostas do Sr. Soros, Sherry?”Sherry apressou-se a responder-lhe, abanando a mão, “Ó, não, eu não. Mas uma data de gente sim.”Aquele ar acutilante de Susie desvaneceu e, encarando-a, aconselhou-a, “Graças a deus que não gostas dele, Sherry. Quero dizer, considerando o tipo de homem que é, de certeza que deve ter gostos requintados. A rapariga que conseguir ficar com ele, deverá ser uma mulher excepcional.“O Sr. Soros vem aqui apenas por diversão, por isso, de maneira nenhuma, ele cairá nos encantos de todas estas sedutoras. Sherry, sem querer ofender ninguém, mas tenho a certeza de que ele tem gostos requintados. Não andes atrás dele como todas essas outras, senão o único fim que te aguarda será um coração desfeito.”Dizendo isto, observou como Sherry baixou a cabeça em silêncio, e, pressionando os seus lábios rosa, agarrou a mão de Sherry. “Sherry, só te digo isto pelo t
Era algo simples, tão simples que Jane apenas tinha de se manter humilde. Ela tinha apenas de se curvar e concordar com cada pedido irrazoável e humilhante de Susie.Porém, nos recônditos cantos do seu coração, ela tornara-se ambiciosa- Ela queria o respeito que perdera há muito tempo. Ela não precisava de ser admirada como antes; apenas queria o mais básico respeito que a maioria das pessoas possuía, como “pessoa” que era.No entanto, as coisas não tomavam a direcção desejada.Depois disto, Jane escondera o seu coração, ainda mais cicatrizado, num local mais profundo, escondendo também tudo o que ele desejava. Ninguém alcançá-lo-ia ali, naquele local sombrio e frio, como a solidão muda do mar profundo, aquando da sua quietude extrema.Susie saiu e voltou, saiu e voltou a entrar mais tarde. Ela chegava sempre à hora das refeições e saía assim que as deixava.“Quero sair do hospital.” Na quarta noite após o acidente, Susie, sem qualquer expressão no seu rosto, deixou a caixa com co
O táxi parou à porta do East Emperor, e Jane saiu da viatura, mantendo-se de pé à frente do East Emperor. O edifício estava em renovação, mas, de uma forma subtil, continuava extravagante. Ela não tinha pressa para entrar. Em vez disso, ela levantou a mão e endireitou as suas roupas meticulosamente, aprumando-se. Depois, retirou a ligadura da cabeça, e com a franja do seu cabelo tapou a cicatriz e o golpe com quatro pontos na testa. Assim que terminou, endireitou as costas. A sua espinha esteve encurvada durante três anos, mas tentou mesmo assim endireitar as costas. Os seus olhos olhavam para diante, Jane levantou a perna e caminhou em direcção ao bem iluminado edifício do East Emperor.Atrás de si, um Ferrari azul parou à porta do East Emperor. O vidro da janela do carro desceu, revelando uma cara extremamente requintada. Esta pessoa era o homem desconhecido que testemunhara toda a conversa entre Jane e Susie no hospital.Agora, aquela cara elegante, com aqueles olhos sedutores
As raízes das orelhas de Jane queimaram imediatamente. A respiração do homem estava muito perto e muito clara, soprando direto em seu ouvido. Ela não poderia ignorar, mesmo que quisesse."Por favor, me solte, senhor", disse ela.O que ela não esperava era que o homem não a soltasse e recuasse. Em vez disso, ele a provocou dizendo de forma extremamente sugestiva: "Claro."Com isso, ele largou seu aperto ... apenas para beliscar sua orelha flertamente em vez disso.Jane ficou pasma. Ela conheceu muitas pessoas, mas nenhuma delas jamais foi tão problemática.Ele deixou ir ... Isso era verdade!No entanto, isso não o impediu de segurá-la com os lábios.Ao mesmo tempo, sua voz era completamente desconhecida para ela.Jane se sentiu ainda mais confusa ... Ela tinha certeza de que não conhecia esse homem desconhecido.Ela então se lembrou do aviso da Srta. Kohr na porta do quarto. Embora fosse extremamente relutante, ela tolerou o tratamento que ele deu a ela.Ela inclinou a cabeça
"Me beija."A voz profunda falou como se fosse natural.Os olhos de Callen estavam cheios de brincadeira.Ele não pôde evitar. Esse era seu prazer culpado e seu mau gosto.Sua vida era muito chata, então ele precisava apimentá-la.Durante os três meses em que ele ficaria aqui na cidade S, Jane Dunn atuaria como o tempero em sua vida monótona.Callen queria ver essa mulher cheia de contradições lutando com seus conflitos internos novamente. Desta vez, porém, ele estava condenado a ficar desapontado.A mulher apenas piscou um pouco antes de elevar sua palavra silenciosamente e perguntar a ele com uma cara completamente séria: "Isso é uma piada, senhor?""Não." Ele sorriu levemente, sua expressão calma. No próximo segundo, no entanto, seu sorriso congelou em seu rosto e seus olhos se arregalaram abruptamente. Sentindo-se totalmente descrente, ele olhou para o rosto nada bonito dela, agora a centímetros do dele ...Ele então claramente sentiu uma sensação quente, porém seca em seus