Capítulo 3 - Sócios!

P.O.V Ana- (ATUALMENTE)

Como já devem imaginar, naquele domingo ficamos apenas assistindo filme e dormindo, curtindo aquela preguiça, mas segunda é dia de trabalho e a gente não faz negócio deitado, então lá fomos nós, trabalhar!

2032 - São Paulo, Segunda-feira.

-Você sabe que temos reunião com os sócios hoje, né? - perguntou Juliana entrando na minha sala.

-Pode entrar, amiga! - falei ironizando a forma que ela entrou, ela apenas revirou os olhos. - Sim, eu sei, vai ser depois do almoço. Por quê? - perguntei levantando o olhar do computador para ela.

-Porque senhores Santiago, Gabriel e Vitor vão vir! - falou como se fosse algo obvio.

-Amiga, se a sua preocupação é de haver um clima estranho, pode esquecer, primeiro que o Santiago já está casado e eu sou amiga da esposa dele, segundo que o Gabriel já está se pegando com a Lari a muito tempo, e terceiro, Vitor acabou de começar a namorar, então não tem nenhum motivo pra desconforto, e essa não vai ser a primeira reunião que fazemos juntos! - falei calma.

-Certo, mas você não se sente nenhum pouco incomodada? - perguntou ela arqueando a sobrancelha.

-Não, todos eles são meus amigos e fazem parte da minha vida, independente do que tenhamos vivido no passado! - falei dando de ombros e voltando a minha atenção ao que estava escrevendo.

-Bom, queria eu ter essa mesma capacidade! - falou ela rindo.

-Não é nenhuma "capacidade", é só que diferente de você, eu consegui dividir as coisas! - falei a fitando por cima dos óculos de grau.

-Ah vá a merda! - falou ela se levantando e saindo. - Vou te esperar para almoçarmos, abriu um lugar novo aqui perto.

-Se for de hambúrguer eu agradeço, mas não obrigada. - falei vendo ela parar. - Que foi?

-Qual, quanto tempo você ainda vai levar pra querer ir comer esses lanches comigo? - falou ela fazendo drama.

-Da última vez eu passei mau por uma semana inteira, não estou afim de deixar trabalho acumular de novo! - falei séria.

-Tá bom, então... - falou ela baixando a guarda. - E que tal aquele restaurante perto do centro, aquele tailandês? - perguntou se animando.

-Está bem! - respondi e acenei pra ela sair.

Ainda faltavam algumas horas pro horário do almoço então fui revisar os assuntos da reunião, já que o Lima iria apresentar uma outra parte dos novos projetos que temos pros sócios.

Era meio louco, trabalhar em empresa, sentada atrás de uma mesa e um computador nunca foi minha maior vontade, na realidade sempre me acreditei o contrário da pessoa que usa terno e gravata, mas se tornou uma enorme realização minha, e do pessoal em si, acho que exatamente por isso, por eu não estar simplesmente trabalhando numa empresa qualquer, mas trabalhando junto de pessoas que se tornaram minha família e que vem me acompanhando a uma década, essa vida combinou comigo, e no fim, eu também tenho meu sonho realizado de estudar medicina, minha vida não é nada mau, devo admitir!

Acredito que minha maior dificuldade foi lidar com as coisas mais pessoais, mesmo, falo da família, não é atoa que já faz quase um ano e pouco que não vejo minha mãe, eu até falo com ela pelo telefone, mas ver realmente já faz um bom tempo. 

Não que eu não quisesse é apenas que eu foquei muito nas minhas conquistas, e bom, sendo sincera, me afastar da minha família foi um ato "egoísta" da minha parte, porque eu também, inconscientemente, ou não, sabia que seria o melhor pra mim e pra minha saúde mental.

Como já havia dito, minha família sabe ser bem tóxica quando quer, e mesmo que eu ainda queira manter isso por baixo dos panos é inevitável.

Trabalhar pensando nisso sempre me deixa estressada, ou com dor de cabeça, precisava urgentemente falar com minha terapeuta!

-Ei! Porquê você não atende o telefone?! - falou Sofia entrando na sala com cara de preocupada.

-Ah desculpa, eu devo ter posto no silencioso. Por quê? - falei esfregando minhas têmporas.

-Os sócios já chegaram pra reunião e Lima quer saber se podemos adianta-la! - falou um pouco nervosa.

-Como assim? A reunião está marcada pras 14:15 da tarde, são 11:40, o que eles já estão fazendo aqui? - perguntei tentando esconder minha irritação, eu odiava quando aconteciam esses imprevistos.

-Bom, um deles precisou remarcar uma viagem pras 14hrs, e precisa que adiantemos a reunião, já que ele precisa participar. - falou cautelosa, qualquer um que me conhecesse como ela me conhece perceberia que eu estava me irritando. - Então, o que fazemos?

-Como o que fazemos? Vamos fazer a reunião logo! - falei me levantando pegando o pen-drive com as páginas de apresentação, dando uma ajeitada no terno e minha água. - Vamos Sofi, sabe que eles odeiam esperar por "respostas simples"! - falei usando as aspas e revirando o olhar, ela apenas sorriu e seguimos para o andar de reuniões.

Subimos até a sala anteriormente preparada para aquela reunião, claro, não imaginávamos que fossemos usa-la agora, mas as vezes temos que lidar com algumas circunstâncias complicadas. Já estou até vendo que não vai ser hoje que vou almoçar cedo!

-Bom dia, senhores! - falei ao entrar e ver quatro homens sentados nas cadeiras destinadas a eles, e Adri, que estava em pé arrumando uma coisa da TV.

-Olá, bom dia, senhorita! - responderam, me sentei sendo seguida pela mulher que anteriormente estava de pé. 

-Bom, antes de qualquer coisa, quero pedir desculpas pelo imprevisto de hoje, sei como é complicado organizar seus horários para esses encontros, mas realmente precisei cometer essa gafe hoje! - falou Gabriel com uma expressão de preocupação no rosto.

-Está tudo bem, essas coisas acontecem! - Lima falou e eu apenas concordei. - Vamos começar, então! - falou se levantando.

-Não vamos esperar até os outros chegarem? - perguntou Adri olhando a ficha que tinha em mãos.

-Não, eles não puderam adiantar seus horários, então concordaram em aceitar as decisões acatadas por nós se pudessem dar uma ou outra modificação no projeto! - Lima falou sério, ela apenas concordou com a cabeça.

Lima apresentou as taxas de alta nas vendas e novos produtos, além de mostrar os gráficos de lucro com as aberturas de casas noturnas e de festas, enquanto eu apresentei o novo projeto que seria feito com uma empresa conhecida de Chiapas no México, era um projeto de negociar algumas ações com o intuito de abranger o alcance da empresa na cidade e ampliar as afiliações também, proposta feita pela própria presidente da empresa diretamente a nós, o claro foi um pra ganhar um ponto a mais conosco, já que normalmente essa propostas são feitas por administradores da empresa comandados pela presidência.

Os ali presentes acharam que seria uma ótima oportunidade de correr com o nome da empresa e ainda aumentar o número de associados e aumentando assim a versatilidade da empresa, podendo atingir assim todo e qualquer publico, o que sempre o foi o desejo de todos ali.

Esse tipo de reunião acontecia todos os meses, pra apresentar as altas e baixas de ganho da empresa e decidir sobre algo que atingisse todos os sócios, e dessa vez não foi diferente, o único problema é que demorou um pouco mais que o esperado, pois discutimos sobre uma proposta a fazer para a empresa de Chiapas, então foi algo mais demorado e um tanto estressante, digamos que porque uns são mais ambiciosos que outros.

Mas, finalmente acabou e eu não via a hora de sair dali e ir comer alguma coisa!

-Ana! - chamou Santiago.

-Ah oi! Como você está? E a Carol? - perguntei sorrindo.

-Bem, estamos bem! - respondeu me devolvendo o sorriso. - É, Ana, eu queria te pedir algo! - falou nervoso, parei o que estava fazendo e o olhei.

-O que precisa? - perguntei me preocupando um pouco por sua expressão.

-Você é formada em ginecologia, certo? - perguntou e eu concordei com a cabeça. - Bom, é que eu e Ana queremos ter filhos, e apesar de os médicos dizerem que está tudo bem eu ainda fico aflito sabe, ela já teve problema com cistos antes e eu sei que isso prejudica a fertilidade, então, bom... - ele estava quase gaguejando.

-Santiago, se acalma! - falei o parando. - Não precisa ficar se explicando, eu falei que poderia contar comigo pra tudo e sabe que eu não brinco com essas coisas! - falei séria o vendo concordar. - Bom, me mande os exames dela, e se você tiver feito, os seus também, vou analisar e se preciso vou pedir mais exames, não se preocupe, provavelmente seu medo é apenas algo psicológico e ela só não engravidou ainda por ficarem com medo demais e aproveitarem de menos! - falei o vendo relaxar e soltar um suspiro pesado.

-Tem razão! Hoje mesmo eu envio todos os exames, mas por favor, não se sinta pressionada ou algo assim, sei que tem muito trabalho na empresa, então. - falou ainda nervoso.

-Santiago, você tá precisando de umas férias cara, relaxa! Não é nada demais, vai me ajudar muito poder fazer isso por vocês e eu fico feliz que tenha vindo falar comigo! - falei sorrindo animada.

-Certo, então, me ligue se precisar de alguma coisa! - falou e eu apenas concordei.

Ele acenou para os outros ali na sala e saiu, nunca vi ele tão preocupado assim, e olha que o conheço melhor que ele mesmo!

Santiago é um amigo que conheci nesse mesmo grupo que os outros, apesar de que nossa amizade tenha tido seus altos e baixos e já tenhamos chegado a namorar, é um tanto complicado explicar o porque de termos nos tornados quase "irmãos" hoje em dia, já que ele está casado, e agora até decidiu ter filhos, algo que ele sempre foi dividido sobre, mas uma boa colocação seria: Eu estraguei tudo! Eu o afastei, o fiz de minha "lata de lixo" sem nem perceber, e quando menos esperava o perdi!

Ainda dói pensar nisso, não que eu continue o amando como antes, já tive tempo o suficiente pra me curar, mas porque pensar que eu fiz mau a ele e ele continuou ali comigo, sendo meu amigo e me apoiando chega a ser loucura!

Apesar disso, eu quero ver ele feliz, assim como sua esposa, que é pra ele o que eu jamais chegaria a ser, e quero que eles realizem o sonho de serem pais, por isso vou me esforçar para ajuda-los!

Mas agora eu vou comer, porque se acontecer mais um imprevisto hoje é capaz de eu pular no pescoço de alguém!

-Ana! - ouvi meu nome sendo chamado quando abria a porta para sair da sala e amaldiçoei-me por tê-lo!

-Sim? - falei olhando por cima do ombro.

-Se estiver indo almoçar, posso te levar em algum restaurante, é caminho para o aeroporto! - falou Gabriel me olhando apreensivo.

-Ah não precisa, você chegará atrasado! - falei me virando de vez.

-Não, que isso, eu atrapalhei seu dia e ainda tomei seu horário de almoço todo, deixe-me leva-la pelo menos! - falou chegando próximo a mim, pude sentir seu perfume, Dolce Gabbana.

-Bom, tudo bem, mas apenas me deixe na porta e já está de bom tamanho! - falei abrindo a porta novamente saindo, sendo seguida por ele.

Saímos em silêncio até o elevador, apertei o botão do estacionamento, ele me olhava de canto e eu sabia que queria falar algo, mas esperei até entrarmos no elevador para perguntar.

-Certo, diga de uma vez! - falei um pouco alto assim que as portas se fecharam.

-Só estou meio mau! - falou baixando a cabeça e suspirando, odiava ver ele assim. - Sabe, as coisas com a Lari estavam indo bem, mas ela complica tudo demais. Eu digo que a quero de verdade e ela fica nessa de vai num vai, e isso tá me cansando, não sei o que fazer, Ana! - falou com lágrimas nos olhos se arrastando na parede até o chão, meu coração se apertou, ele a ama de verdade.

-Querido, olhe pra mim! - falei levantando sua cabeça. - Eu já falei sobre dar tempo ao tempo, mas se nenhum dos dois toma uma atitude de impulsionar o negócio pra frente, esperar não adianta de nada! - falei séria. - Tenho certeza que você não a disse tudo que sente e que acha muito mais fácil falar o quão gostosa ela é na cama do que falar que a ama e a quer pra toda vida! - falei e vi seu olhar vacilar.

-Porquê você adora jogar as coisas na minha cara? - perguntou e eu ri.

-Não gosto, mas é preciso! Querido, apenas acreditar que as suas "indiretas" deixadas nos momentos em que estão dividindo a cama, ou o apartamento, vão fazer com que ela entenda as coisas vai ser o resumo de nadou, nadou e morreu na praia! Vocês dois se gostam, isso é obvio pra qualquer pessoa, até cego enxerga, mas vocês não veem algo que está a frente de vocês! - falei bufando. - O que há de errado em chegar na pessoa e m****r a real? Apenas chama ela e fala "Olha aqui, você é uma mulher maravilhosa, linda, inteligente, divertida, tem tudo o que eu poderia querer na minha companheira e eu amo você com todos os pedaços da minha alma e do meu corpo, quer namorar/casar, o que seja, comigo?". - perguntei séria.

-Acontece que eu já tentei, mas eu sempre me embolo na hora de falar e acabamos na mesma, apenas sendo amantes mais uma noite! - falou passando as mãos pelo rosto. - Eu sou mesmo um covarde! - falou se levantando já que o elevador havia parado.

-Presta bem atenção no que eu vou falar! - falei brava o segurando. - Você não é um covarde! Você é um cara incrível, que está passando por dificuldades de se expressar e é normal, isso não te faz alguém ruim, te faz humano! - falei vendo ele se virar pra me olhar. - Olha, você pode ser o que for, mas covarde não! É louco, porque afinal, você cometeu a loucura de se envolver comigo enquanto apaixonado por outra, mas a gente releva essa parte! - falei e ele riu, sabia o que aquilo significava.

-Foi uma loucura que valeu a pena, não é como me arrependesse! - falou convicto.

-Não estou falando disso, estou falando que você foi louco pois sabia quais consequências poderiam haver dessa situação toda, e isso prova por si só que você não é nenhum pouco covarde! - falei e ele suspirou pesado. - Gabriel, você vai aproveitar essa viajem que irá fazer pra descansar a cabeça, organize seus pensamentos e sentimentos, mas tenha em mente de que a decisão que tomar afetará os dois! Depois, quando voltar, venha falar comigo e eu te ajudo no que precisar, combinado?! - perguntei sorrindo.

-Combinado! Agora, que tal me soltar para que possamos ir? - falou apontando pro seu braço.

-Ah desculpe! Realmente, preciso comer! - falei saindo e sendo seguida por ele. - Seu carro é o mesmo? - perguntei apontando, ele acenou com a cabeça.

-Entre, bela dama! - falou abrindo a porta pra mim.

-Obrigada, senhor! - falei sorrindo enquanto me sentava no banco.

-Qual restaurante? - perguntou lingando o carro.

-Aquele tailandês que fomos uma vez, se lembra? - perguntei pegando o celular para m****r mensagem pra Ju.

-Claro, eu comi lá à uns dias. - falou dando partida no carro para irmos.

Abri meu celular no W******p, para m****r mensagem pra Ju e vi duas ligações perdidas dela, provavelmente pra me perguntar onde estava e porque demorava tanto pra ir almoçar.

O restaurante ficava a uns 10 minutos do prédio, então não seria demorado, mas resolvi m****r mensagem para ela pra ver se ainda estava lá, recebi a resposta um tanto revoltada logo depois e sorri.

-O que houve? - perguntou Gabriel.

-Juliana disse que vai pedir pro chefe do restaurante me preparar como prato principal se eu não chegar logo! - falei e ele começou a rir.

-Você havia combinado de almoçar com ela? - perguntou recuperando o folego da gargalhada.

-Sim, e ela está possessa de raiva por eu estar quase uma hora atrasada! - falei rindo, vendo ele estacionar o carro na porta do restaurante.

-Bom, pois ela pode se acalmar, você já chegou! - falou soltando o cinto e saindo do carro para abrir a parto pra mim. - Está entregue! - disse sorrindo.

-Obrigada, vê se toma cuidado hein! - falei o abraçando.

-Pode deixar, bom almoço! - falou me soltando e voltando pro carro, vi ele saindo e acenei.

Fui até a recepção e falei com a atendente que já tinha alguém me esperando, ela me guiou até a mesa e eu agradeci me sentando.

-Sabe que eu não estava brincando, né? Eu já falei com o chefe da cozinha, ele concordou em te cozinhar. - falou ela me olhando brava.

-Pra servir no jantar? - debochei e ela me mostrou o dedo do meio discretamente.

-Ah vá a merda! - falou baixo pegando o cardápio da mesa. - O que vai pedir? - perguntou sem me fitar.

-Acho que o de sempre, gosto do curry daqui! - falei e chamei o garçom com a mão.

Fizemos nossos pedidos e ficamos conversando enquanto esperávamos, eu estava muito cansada, minha cabeça pesava demais, mas pensava ser pela fome, então quando a comida chegou me animei e comemos.

Realmente, estava uma delícia e deu uma melhorada na minha dor de cabeça, saímos de lá depois de pagar a conta e fomos pro carro da Ju voltar pra empresa, pois ainda tínhamos que trabalhar.

Voltar pra empresa e começar a trabalhar freneticamente sem tomar um remédio foi uma péssima ideia, eu estava quase acabando os relatórios do projeto novo e morrendo de dor de cabeça, parecia que minha cabeça pesava uma tonelada, e eu queria apenas arranca-la fora.

Depois de mais uma hora trabalhando saí da minha sala a fechando, me despedindo do pessoal enquanto ia em direção ao elevador e olhava um pouco o celular percebendo que havia mensagens da minha mãe sobre uma festa ou algo assim, resolvi ignorar por enquanto. Entrei no elevador suspirando, realmente, é ótimo ter esse trabalho e tudo, mas parece loucura o tanto de trabalho que é preciso pra administrar uma empresa e suas filiações. 

Cheguei ao primeiro andar e avistei Lima conversando com Marcos, Carlos e Renato, outros amigos e sócios nossos, ele parecia estressado com alguma coisa, ou estava cansado demais pra ser "carinhoso".

-Boa noite, rapazes! - falei ao chegar perto deles.

-Boa noite! - responderem se virando pra mim.

-Achei que já tivesse ido em bora, seu horário já passou! - falou Lima olhando o relógio.

-Eu quis terminar logo o projeto e a proposta para enviar para os sócios, já mandei tudo pra você aprovar, mas faça amanhã, vá pra casa! - falei calma.

-Ainda tenho umas coisas pra fazer. - falou.

-Eu não estou pedindo, Lima! - falei ficando séria.

-Olha, se vocês vão ter briga de casal, acho melhor sairmos. - falou Marcos rindo da cara que fiz.

-Eu concordo, inclusive, tenho certeza que ouvi meu telefone, tchau! - falou Renato saindo.

-Espera aí cara, deixa eu atender pra você! - falou Carlos saindo atrás dele, Marcos apenas sorriu.

-Vou tentar ver essa situação dos caminhões, Lima, não se preocupe. - falou ele e saiu indo atrás dos outros.

-Não trabalhe demais! - falei e o vi acenando em concordância. - Viu, ele pelo menos me obedece! - falei me virando pra Lima.

-É que no caso você é a chefe dele, e eu o seu! - falou um tanto irritado.

-Até onde eu sei, você é meu chefe dentro da empresa pelo tempo da minha carga horária, e como você mesmo disse, ela já acabou, ou seja, me trate como sua amiga, não empregada e não jogue suas irritações em cima de mim! - falei brava, dava pra ver que nós dois estávamos cansados.

-Desculpe, me desculpe, o dia hoje não foi dos melhores, e eu sei que o seu também não! - falou passando a mão no rosto e cabelos.

-Tudo bem, apenas, vá pra casa, seja lá o que aconteceu com os caminhões, podemos resolver amanhã! - falei o olhando calma.

-Está bem, vou apenas me desculpar com os rapazes, acabei gritando com eles por isso e sei que não é culpa deles! - falou cabisbaixo.

-Ótimo, que bom que não vou precisar brigar com você quanto a isso! - falei sorrindo.

-Você não é minha chefe! - falou me desafiando.

-Não sou, mas sou sua amiga, a mais sensata delas diga-se de passagem, e a única que pode jogar na sua cara o quão grosso pode ser por estar irritado! - falei vendo ele vacilar.

-Ok ok, você venceu! - ergueu as mãos em rendição.

-Bom, vá pra casa, amanhã nos vemos! - falei beijando sua bochecha e saindo.

Sai de casa depois de finalizar o expediente, tomei um banho um pouco mais demorado, comi uma comida que já tinha guardada na geladeira, tomei um remédio pra dor, li um pouco enquanto tomava um café, e fui dormir, amanhã teria que ajudar no problema com os caminhões, seja lá qual fosse, e já imaginava que teria que acalmar os nervos do pessoal, pra isso eu precisaria estar calma.

Dormi deitada de mau jeito na cama e nem percebi quando a música que coloquei pra tocar parou!     

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