Roberto caminhou em minha direção, estendendo sua mão. Levantei a minha, que ainda estava enrolada nas manoplas, um pouco trêmula. Com muito cuidado, ele tirou minhas luvas e as jogou no chão.-Vamos lá, você precisa relaxar. – Ele me pegou pela mão e me puxou para segui-lo.-Como… Como você sabia que eu estava aquí? – gaguejei.-Os rapazes me avisaram. – Ele se virou para sorrir para mim. – Você acordou no meio do caminho.Saímos da academia, entramos no elevador e Roberto apertou o botão Pent-house. Eu sentia meu corpo inteiro tremer, embora não soubesse se era por causa de todo o exercício que eu havia feito ou por estar sozinha com Roberto, no meio da noite, subindo para o nosso apartamento.De repente, eu reagi. Deixando de lado o nervosismo por finalmente estar sozinha com o homem que amo, falei.-Espere um pouco, onde você estava? Achei que você não estava hospedado no prédio, você saiu do nosso apartamento. – As portas do elevador se abriram no nosso andar e Roberto
Meu corpo inteiro estava tremendo, não podia negar que estava apavorado, não sabia o que me esperava. Suspirei, fechei os olhos com força, tentei me concentrar, focar, não queria que Roberto me visse assim, se ele percebesse uma ponta de dúvida em mim, com certeza me tiraria desse lugar.“Lembre-se por que você está aquí”, disse a mim mesma, tentando me animar.-Você está bem? – Abri os olhos, assustado.Não esperava que Roberto voltasse tão cedo, ele se sentou ao meu lado, hoje ele parecia mais sério do que o normal e não era para menos.-Sim, obrigado, está tudo pronto? – perguntei tentando ser formal.-Deixei Hugo e Ivan para organizarem tudo. – Ele respondeu com irritação. – Me incomoda fazer essas formalidades.Assenti com a cabeça, olhei para baixo, não sabia o que dizer a ele, ou se sabia, mas não conseguia descobrir como dizer. Ele se virou para mim e estendeu a mão para começar a acariciar meu pescoço.-Você ainda tem tempo para voltar atrás. – ele murmurou. Ele se
Durante todo o voo, chorei por Roberto, por nossa separação. Essa era minha segunda viagem internacional e, embora viajar na primeira classe tenha sido definitivamente o oposto da minha primeira experiência, a começar pelo conforto, não pude deixar de me lembrar de como viajei na primeira vez, quando cheguei a Nova York, sem documentos, sem conhecer ninguém, passando por trabalho e dificuldades para encontrar meu então querido primo, Roberto.Comecei a pensar naquele jovem com quem cresci, vendo-o como meu irmão e agora amando-o como um homem. Durante o voo, também refleti sobre como as coisas haviam mudado em tão pouco tempo. E então, acabei imaginando como terminar toda essa missão o mais rápido possível, para voltar aos braços de Roberto.Cheguei ao aeroporto, vermelha e inchada, cobrindo o rosto com enormes óculos escuros e, ao longe, vi um rapaz me esperando com uma placa na mão, anunciando meu novo nome, Katherine Olson.Suspirei com dignidade, eu não podia estar animada com
O dia da festa havia chegado, eu finalmente faria minha estreia no centro da máfia italiana e meu nervosismo estava me consumindo. Naquele dia, fiz o melhor que pude para me preparar, passei a manhã praticando meu sotaque e a tarde em salões de beleza para me arrumar. Eu estava mentalmente exausto e o evento ainda nem havia começado.A campainha da porta tocava constantemente. Andei pela suíte em desespero, procurando o pequeño telefone que tocava, finalmente Roberto estava me ligando.-Olá, linda, como você está? – A voz grossa soou do outro lado do alto-falante.-Ei… - Não pude deixar de sorrir. – Eu estava prestes a enlouquecer porque você não tinha me ligado.-Desculpe, eu também estava louco para falar com você. – Ouvi um suspiro. – Mas não é fácil, não posso me comunicar toda vez que quero, temos que ser muito cuidadosos.Isso significava que eu quase não conseguia falar com ele, fiquei com um nó na garganta.-Eu entendi. – Eu gemi.-Mayra, não vá estragar a maquiage
Decidi ir para o bar, era o melhor ponto de observação e era hora de me concentrar, de começar a fazer o que eu vim fazer, procurar Juliet. Passei por entre a multidão e em uma enorme mesa central estavam meus alvos.Julieta estava sorrindo enquanto segurava uma taça de champanhe na mão, ao lado dela, Don Marco, que não parava de falar; ao redor deles, distribuídos pela mesa, estavam Mauro, irmão de Don Marco, e Giovanni, irmão de Julieta, bem como outros homens de alto escalão, alguns acompanhados de suas esposas.Passei por eles, fingindo não notar. Sentei-me em um banco no bar, pedi uma taça de champanhe e imediatamente me virei para observar a cena.Cometi um erro.Fiquei olhando para eles por um longo tempo e, quando percebi que era tarde demais, Giovanni estava olhando de volta para mim com um olhar hostil no rosto. Não me virei, achei melhor não demonstrar nervosismo ou fraqueza, continuei olhando para ele, sério, mexendo no copo em minha mão.Fiquei assim por um bom tempo
O resto da noite foi mais entediante do que eu esperava. Mauro estava preso conversando com outro cara ao seu lado entre murmúrios, enquanto um cara, Mattia, não parava de falar comigo, perguntando sobre minha vida, como se estivesse no meio de um interrogatório.Ao mesmo tempo, eu tinha que lidar com o olhar assassino de Giovanni e ouvir os comentários presunçosos de Julieta e Don Marco, criticando todos que passavam por eles, por um lado.A essa altura, eu não estava mais nervoso, estava cansado.Julieta se levantou da mesa, dizendo ao marido que deveria ir ao banheiro, eu me levantei imediatamente, sugerindo minha companhia, todos me olharam espantados, imagino que pelo ímpeto com que falei.Chegamos ao banheiro que obviamente era enorme, Juliet entrou por uma porta para ir ao toalete, enquanto eu fingia me olhar no espelho e retocar a maquiagem, imaginando como seria prazeroso agarrar aquela mulher ali mesmo pelos cabelos e dar uma surra para deformar aquele rosto lindo. Suspi
Depois de conversar por mais um tempo e fingir que não estava lá, acabei saindo da festa bem cedo, sem sequer me despedir, saí dali assim que vi a primeira oportunidade.Cheguei ao meu apartamento, nervosa, assustada, com a sensação de que havia me metido com as pessoas erradas, com o medo de que alguém estivesse me espionando ou que eu estivesse sendo seguida, então lembrei que talvez fossem os homens do Roberto. Tentei me acalmar, servi-me de uma taça de vinho e fui tomar um banho de espuma.Pensei muito sobre tudo o que havia acontecido e decidi que não deveria me envolver com aquele homem, Mauro, ele era perigoso e cada fibra do meu corpo me dizia isso, eu tinha que encontrar outra maneira de me aproximar dos membros da organização.Então me lembrei daquele homem, Don Ivanov, talvez eu pudesse encontrar uma solução com ele, pois ele parecia conhecer bem os irmãos Ferro e vice-versa. Além disso, percebi que ele não gostava da atitude de Mauro ou de sua resposta quando falava com
Fiz o que não deveria ter feito, mas não tinha outra escolha, não tinha mais ninguém a quem recorrer, liguei para Gustavo e pedi que me desse informações sobre Don Ivanov.Ele parecia muito chateado, praticamente me insultou, mas depois de muitas desculpas e muitas súplicas, ele acabou me dando o que pedi. Assim, naquela mesma manhã, pedi um táxi e fui visitar o misterioso Sr. Don Ivanov.Cheguei a uma bela mansão nos arredores da cidade. O Sr. Ivanov já estava me esperando, pois eu havia ligado para ele mais cedo para anunciar minha visita. Ofereci a ele a taça de champanhe que havia me oferecido na noite anterior e ele aceitou.Os guardas na entrada me deixaram passar sem problemas, pedi ao táxi que me esperasse o tempo que fosse necessário, pois ele ganharia uma boa gorjeta extra por isso. Cheguei à porta e uma mulher em um uniforme de serviço me atendeu, convidando-me a entrar no saguão, onde esperei ser anunciado.-Senhorita, estou surpreso por vê-la novamente tão cedo. – O