POV SimoneContinuo meio envergonhada pela pergunta que Fábio fez a mim e ao seu pai, queria no momento poder achar um buraco para esconder minha cabeça, imagina ele querer brincar da “brincadeira de adultos” que eu e Miguel estávamos brincando, só de imaginar já sinto calafrios na minha espinha.Graças a Deus consegui mudar o assunto bem rápido, e agora estamos brincando de corrida com os carrinhos dele, Miguel finge bater no carro de Fábio, este que solta um gritinho de indignação.— Papai! Isso não vale, quer saber? Vou bater no seu carro também. — Fábio diz e ataca a miniatura de seu pai. — Ahá, viu como é bom!— Então é assim senhorzinho? Olha o que eu vou fazer. — Miguel fala e joga o carrinho dele para frente, passando a linha de chegada. — Agora eu ganhei, uhuuulll.— Isso também não valeu papai, ainda não era a hora de largada. — Fábio diz com uma expressão aborrecida. — Você está roubando, não é tia Si?– Acredito que você está certo Fábio, seu pai está roubando de você
POV MiguelO desmaio repentino de Simone me preocupou até a alma, quando percebo que ela estava caindo, fui rápido o suficiente e a peguei em meus braços, Cristian e Fábio soltaram gritos de preocupação e vieram para perto de mim para ver o que acontecera, expliquei a situação superficialmente, e acalmei Fábio, o pobrezinho ficou muito exaltado com a queda e desmaio de sua babá.— Cris, leve o Fábio para o quintal e distraia ele um pouco, vou levar a Simone para o quarto de hóspedes e deitá-la. — Digo e a levanto em meu colo, colocando sua cabeça em meus ombros. — Vou ligar para o médico o mais rápido possível.— Claro amigo, vai lá, e depois, mande notícia. — Cristian diz com preocupação na expressão, mesmo conhecendo Simone em tão pouco tempo, dá para perceber que ele se preocupa com ela. — Vou brincar com o Fábio, para que ele não pense demais no que aconteceu.Concordo com a cabeça de forma aliviada, e saio do quarto do meu filho, desço as escadas b rápido, mas tomo cuidado par
POV Simone:Fecho os olhos por alguns instantes depois que Miguel sai do quarto para chamar minha tia. Quase caio em outro cochilo, mas antes que eu consiga, a porta é aberta de forma abrupta e acabo dando um pulo de susto na cama. Minha tia entra correndo até mim, seguida por Miguel, que carrega uma sacola de farmácia, provavelmente com meus remédios.— Minha filha, o patrão me contou o que aconteceu com você! Quase tive um treco de preocupação na cozinha quando ele me falou. — Diz Tia Roberta, segurando minhas bochechas com as mãos. — Você está melhor agora, querida?— Estou sim, tia. Foi um susto e tanto, mas o médico já me receitou alguns remédios e recomendou descanso. — Explico, sorrindo para ela. — Tenho certeza de que com uma boa noite de sono, amanhã vou acordar nova em folha.— O Senhor Miguel me liberou para cuidar de você hoje, e como o jantar está praticamente pronto, poderei te acompanhar tranquilamente. — Ela diz, acariciando minhas mãos. — Você consegue se levantar soz
Pov MiguelO jantar transcorre em silêncio. Não tinha notado antes, mas a companhia de Simone traz vida e cor ao ambiente. Fábio come concentrado em seu prato de bife acebolado com batatas fritas, e sorrio ao vê-lo lambuzar todo o rosto com a gordura. Volto minha atenção para o prato em minha frente, corto um pedaço do bife com a faca e o levo à boca, quase soltando um suspiro. A comida preparada pela tia de Simone nunca decepciona.Mas, inevitavelmente, meus pensamentos voam em direção a Simone. Não consigo controlar o fato de que minha mente sempre acaba retornando a ela. Não quero controlar isso, pois a vida se torna mais excitante e sem rotinas ao lado dela. Isso fez bem não apenas a Fábio, mas também a mim.— Papai, por que a tia Simone foi embora mais cedo? Pensei que você tivesse dito que ela estava se sentindo melhor. — Pergunta Fábio, dando uma colherada no arroz.— Ela está se sentindo melhor, filho, mas o médico achou melhor que ela descansasse bastante para não passar mal
POV SimoneTia Roberta e eu conversamos por uma boa parte da noite estrelada, e quando ela falou que ia fazer o jantar, eu, com muita insistência, fui atrás dela para ajudá-la. Consegui que ela me deixasse cortar alguns legumes, sentada em uma cadeira na mesa. Enquanto eu descascava as batatas, Tia Roberta temperava a carne e as levava na frigideira para fritar. Ela não queria que eu ajudasse com o jantar no começo, falou que eu precisava descansar e que ela daria conta de tudo. Mas fui obstinada até o fim, e ela acabou se cansando e me deixando fazer coisas que ela considera leves e que não me cansariam.– Obrigada por me ouvir, querida. Estou me sentindo mais leve, entende? Você tinha razão, eu estava guardando coisas negativas dentro de mim, e isso estava me sufocando. – Ela fala e começa a cortar metade de uma cebola. – Vou seguir o que você me falou, irei criar coragem e falar com o Antônio, seja o que Deus quiser!– É assim que se fala, tia. Estou muito contente por você ter con
POV MiguelAcordo meio confuso e com preguiça, olho para os lados, por mais incrível que pareça hoje eu acordei sozinho e sem nenhuma intromissão, sinto meu corpo estranhamente relaxado, nunca acordei tão descansado e bem assim. Sempre acordava com pesadelos ou pelo barulho de meu despertador, isso é bem estranho, mas um estranho agradável.Me levanto com calma da cama, calço minhas pantufas que estão no chão e abro a gaveta do criado mudo pegando em seguida meu aparelho celular, aperto o botão ligando a tela inicial do smartphone e vejo que ainda são só seis da manhã, ainda tenho um bom tempo até ter que ir para a empresa.Fico mexendo algum tempo no celular, lendo várias notícias e mandando mensagem para os grupos do trabalho em que estou, fico entretido em minhas redes sociais quando eu começo a receber uma ligação, praguejo em voz alta, no visor está o nome mãe, até que demorou para ela me ligar novamente, ela deve querer pedir mais alguma coisa inalcançável de mim. Enrolo por u
POV SimoneResolvi sair mais cedo que minha tia hoje, o tempo está bom, e acho que é uma ótima ideia dar uma caminhada pela região antes do trabalho. Essa cidade é belíssima, e muito arborizada, ando pela calçada e o vento começa a jogar meus cabelos para trás, um sorriso singelo se espalha por meu rosto, coisas simples como essa antes eu não reparava, é tão bom sentir isso e perceber, constato.Faço uma caminhada leve por um bom tempo, vou chegando perto da mansão, e viro a esquina dela, ando poucos passas até chegar próxima do interfone, levanto minha mão e vou apertar o botão, quando de súbito, o portão automático é aberto devagar, em confusão, olho para os lados, mas não tem ninguém por perto para ter interfonado, antes de mim.Volto meu olhar para frente e um carro conversível está saindo, dou um passo para o lado, e observo o carro andar alguns metros e parar bem ao meu lado, o vidro da parte do motorista desce, e Miguel me encara com um sorriso encantador.Conversamos um pou
POV MiguelDepois da conversa agradável com Simone, por fim saí de casa, e me dirige até a sede da minha empresa. Não consegui tirar coragem de dentro de mim para falar com ela sobre o que minha mãe praticamente intimou, Simone estava com uma aparência tão feliz e calma, não queria deixar ela angustiada pelas palavras de minha mãe, ela mal se recuperou do desmaio de ontem, e é imprescindível que aquilo não aconteça novamente. Não posso deixar que meus pais acabem com meu relacionamento com a Simone, ela é a primeira mulher por quem me apaixonei sem obrigações, e não vou deixar que a tirem de mim. Chego no local da empresa com os pensamentos ainda nesse rumo, estaciono meu esportivo e saio do mesmo, o travando em seguida.Dessa vez entro pelas grandes portas de vidros imponentes, como sempre todo mundo se vira para me olhar enquanto eu passo pelo hall, coloco a mão no bolso do meu blazer e retiro de dentro meu crachá oficial, deslizo pelo identificador e passo pela catraca que fica