Capitulo 7

Ao chegar ao Hilton Mall Istambul, Stella é atendida por uma recepcionista jovem e simpática. Baseado em suas pesquisas, ela acredita que vai gostar do ambiente do hotel. Depois de resolver tudo na recepção, Stella se apressa para chegar ao seu quarto e tomar um banho refrescante. No quarto, ela lembra de sua amiga Esmeralda, que não sabe que ela está ali. Ela está atualmente na Rússia com seu pai Ícaro. Stella tenta ligar para Esmeralda, mas seu telefone vai direto para a caixa postal. Ela decide deixar sua localização para a amiga saber onde pode encontrá-la.

Ela sente o cansaço tomando conta de seu corpo, após a longa viagem. Observando que ainda é cedo, decidi que será melhor descansar um pouco antes de seguir com suas atividades. As viagens longas costumam ser muito cansativas e ela já sente os seus olhos ficando pesados. Sem hesitação,fecha os olhos, entregando-se ao merecido descanso.

O celular de Stella repousa sobre a mesinha de cabeceira, vibrando incessantemente como um chamado urgente. Mas Stella permanece imersa em um sono profundo, inabalável até mesmo pelo toque insistente do aparelho. Ignorando o alarme sonoro que anunciava o início da noite, ela continua mergulhada em seus sonhos, alheia a tudo à sua volta. O celular, por sua vez, continua a vibrar com a intensidade de quem tenta chamar a atenção de alguém, sem sucesso.

Stella acorda suada e sentindo um calor infernal, olhando para a janela e observando a noite negra lá fora. Logo em seguida, começa a mexer no celular e percebe diversas mensagens e ligações perdidas, em sua maioria do pai, preocupado com o seu paradeiro. Ao conferir o e-mail, ela se depara com diversas broncas do pai, alegando que ela não deu notícias assim que desembarcou no país. Sentindo-se culpada por não ter entrado em contato com o pai, ela reflete sobre sua atitude anterior.

Stella não acredita que conseguiu dormir por tantas horas. Ela dá um grito ao escutar baterem em sua porta fortemente, então pega o telefone pronta para ligar na recepção, porém às batidas se intensifica, ela vai com cuidado até o olho mágico e seu coração se acalma ao ver que é a sua amiga, Esmeralda.

Ao abrir a porta, a sua amiga pula em cima dela, como se fosse um urso panda lhe abraçando. Elas caem no chão e a sua gargalhada é estrondosa, Stella vira para o lado,empurrando a sua amiga, assim levantando-se e puxando sua amiga para ficar de pé. Se um desconhecido as visse, acharia que são duas sem noção ou sorria junto. Stella ajuda Esmeralda a colocar as malas para dentro.

Esmeralda observa a suíte com olhar contente, sentindo-se satisfeita com a decoração em tons dourados. Ela caminha em direção à cama e passa a mão pelos lençóis macios, fechando seus olhos por um momento de puro prazer. Ao notar a garrafa de whisky em cima da mesa de centro, um grande sorriso se forma em seus lábios, fazendo seus olhos brilharem de animação. Ela vai até a mesa, pega a garrafa e toma um gole diretamente dela. Uma lágrima escorreu pelo seu rosto, mas ela não quis ser consolada, impedindo o consolo de Stella com a sua mão. Em vez disso, ela toma mais alguns goles do líquido forte, sentindo-se completamente despreocupada.

Stella senta-se na cama, olhando-a intensamente, mas sem dizer uma única palavra. O silêncio em seu quarto parece ensurdecedor e seus nervos estão à flor da pele. Ela observa cada detalhe, sem mover um músculo sequer, tentando encontrar as respostas para suas incertezas. A tensão é palpável e Stella se sente incapaz de agir, como se qualquer movimento pudesse desencadear uma explosão emocional. O tempo parece passar lentamente enquanto ela permanece em silêncio, mergulhado em seus pensamentos e sentimentos, buscando a clareza que tanto precisa.

— Quem te mordeu? — Stella pergunta, porque conhecendo sua amiga, sabe que algo está errado.

— Ninguém, até queria ser mordida! Mas as coisas andam complicadas com homens. — Ela fala dando gargalhadas.

— Então por que está descontando no álcool? — Insisti com a pergunta.

— Está certo, como sei que não vai desistir, falarei! — Ela senta na poltrona a olhando atentamente.

— Pode começar, somos amigas e você sabe que estou aqui para tudo. — Lealdade e algo que ela apreciar.

— Depois que passei na recepção, fui direto para o elevador, fiquei esperando, nesse momento chegou um homem perto de mim, iria usar o mesmo elevador também, porém não olhei sua face! — Ela para por um momento e continua tomando seu whisky.

— Pode falar, porque se ele ofendeu você, nós vamos resolver! — Ela fica extremamente nervosa.

— Entramos e do nada ouço o imbecil falar que eu estava dando o maior tesão nele, foi aí que tive a curiosidade de olhar em seu rosto, pior que ele é alguém do meu passado. — Ela começa a sorrir ao ver Stella boquiaberta.

— Sua desgraça me deu o maior susto, pensei que o cara tinha abusado de você, mas pelo visto não, já que está sorrindo! — Stella j**a um travesseiro na amiga.

— Até parece, você me conhece muito bem para saber que isso é impossível. — Esmeralda continua bebendo e sorrindo.

— Sim, o que aconteceu mais? — Pergunta, com certa curiosidade.

— Depois da bofetada que dei em seu rosto, ele travou o elevador, e atacou meus lábios em um beijo urgente, nem tentei resistir, pois, ele é mais alto que eu, e bem gostoso. — Demonstrar gestos, fazendo uma cara de safada.

— Que você é maluca, eu já sabia, mas saber que existe um louco como você, aí já é demais. — Agora quem começa a beber e Stella.

— Continuando… ele quase arrancou minha roupa ali mesmo, eu amo a pegada dele. Faz tempo que não encontro alguém com esse fogo todo, pena que os seguranças foram ver o que aconteceu, nos ajeitamos e cada um foi para seu lado. — Faz uma carinha de triste e sorri em simultâneo.

Observando sua amiga de longe, sempre de olho em seu comportamento e suas atitudes, Stella percebeu a presença constante de rapazes em sua vida. Ela conhecia todos eles, mas havia um em particular que nunca teve a oportunidade de conhecer pessoalmente, apenas viu uma foto dele brevemente. Um dia, enquanto mexia em seus pertences, notou uma forte emoção emanando da amiga, que rasgou a fotografia em pedaços e pediu que este assunto nunca fosse mencionado novamente. Stella estava determinada a descobrir porque o nome desse rapaz causa tamanha dor e tristeza na amiga, e procura maneiras de se aproximar dela para entender melhor a situação, porém continuou sem respostas, por fim desistiu.

— Amiga, eu sei que não gosta de falar sobre este assunto, mas este homem do passado é o mesmo daquela foto? — Esmeralda apenas confirma com um balançar de cabeça e se encolhe na poltrona.

Stella conhece sua amiga tão bem que percebe que Esmeralda precisa de silêncio, então decide avisá-la sobre planos futuros para o dia seguinte. Enquanto Esmeralda se retira para a varanda, Stella continua a mexer no celular até decidir dormir. Momentos depois, sentiu Esmeralda se deitar ao seu lado, mas notou que ela estava chorando baixinho. Mesmo preocupada, Stella decidiu deixar o assunto para ser discutido em um momento mais adequado.

O despertador começa a tocar pela manhã, fazendo com que Stella acorde a fim de desligá-lo. Ao olhar para o lado, percebe que sua amiga Esmeralda ainda dorme profundamente. Decidida a aproveitar o sol e evitar o excesso de pessoas na piscina, Stella levanta-se e começa a se arrumar. Espera alguns minutos por Esmeralda, mas nota que ela ainda não acordara. Sem muito alternativa, pega um copo com água e j**a em seu rosto, fazendo com que Esmeralda desse um pulo da cama de surpresa.

— Tá maluca porra! Que diabos faz acordada essa hora? — Esmeralda resmunga porque ainda está cedo.

— Olhar como falar, avisei que iríamos acordar cedo! — Digo sorrindo.

— Você está precisando de um homem, isso sim! — Ela diz chamando a atenção de Stella.

— Apenas em sua mente pervertida, sabes que não ando atrás de romance! — Em seus olhos para um fio de dor, lembrando do seu desastre passado.

— Stella, pare de falar essas coisas, você é uma mulher linda! — Esmeralda, como uma boa amiga, diz a Stella o quanto é maravilhosa.

— Estou seriamente ponderando arrumar um namorado! Há dois anos sem relacionamento, já criei teia de aranha, acredito que fiquei virgem novamente. — Esmeralda fala sorrindo de sua própria situação.

— Já eu, ficaria encalhada. — Olha para o espelho fazendo cara de triste.

— Nossa está dramática hoje! — Esmeralda fala terminando de se arrumar.

— Já pensou, se encontrar seu amante assim que sair do quarto? Seria legal vê sua reação — Fala, deixando a amiga zangada.

— Cala boca! — Esmeralda diz a Stella para não pronúncia isso, pois tudo que sair de sua boa acontece.

— Agora, falando sério, é porque você não ficou com esse homem? — Pergunta.

— Melhor não entrarmos neste assunto, Stella, porque é algo muito doloroso para explicar. — Pedi, desviando a atenção.

— Não serei a amiga chata que fica insistindo, você sabe que estou aqui a hora que precisar. — Às duas se abraçam carinhosamente.

— Amiga, parece que seus sonhos foram agitados, você não parou de se mexer na cama, está tendo sonhos eróticos, Stella? — Às bochechas de Stella ficam em um tom avermelhado.

— Bom, já tem algum tempo que venho tendo sonhos parecidos, sempre o mesmo homem, não vejo o seu rosto, mas ele me parece rústico com a sua… Você sabe o que estou falando, parece que estamos conectados de alguma forma, não sei explicar direito. — Desabafa.

Stella não sabia porque tinha sempre os mesmos sonhos, e também não aguentava mais acordar sempre com seu short de dormir molhado.

— Tem certeza que você não viu o rosto? — Esmeralda pergunta assustada.

— Tenho sim! Não me olhe assustada, são apenas sonhos! — Ela diz envergonhada.

— Vamos logo! — Esmeralda se apressa para sair.

Stella se envolve em "sonhos" misteriosos, nos quais não consegue ver a face da pessoa com quem sonha, mas sabe que há um sentido de amor verdadeiro. Tais sonhos a fazem se sentir louca, contudo, ela não pode afastar essa sensação de profunda conexão com alguém que não pode identificar. A necessidade de descobrir a verdade sobre esses devaneios aumenta.

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