Duda ficou confusa com a situação e, sentindo o peso da pressão, decidiu mentir, negando que estivesse carregando algo suspeito.
O policial a observou atentamente e, sem desviar o olhar, perguntou se podia confiar nela ou se deveria chamar uma policial mulher para revistá-la.A tensão no ar só aumentava e Duda sabia que suas palavras e ações naquele momento poderiam ter consequências importantes, estragando o resto de sua vida.Duda continuou negando com firmeza, mantendo sua posição, o policial, percebendo sua insistência, debochou, sugeriu que ela tomasse muito cuidado dali em diante, para não se colocar em problemas maiores.Ele devolveu o documento a ela e, com um tom de advertência, a mandou ir para casa e dormir cedo, como uma boa menina.Duda sentiu um misto de alívio e inquietação enquanto se afastava, refletindo sobre a tensão do encontro e o conselho que recebeu, teve certeza que foi coisa do Cristofer.Ele soube daComeçou chover forte do nada, ela abriu o portão, o deixou entrar mas parou na garagem - Acho que sim, então, eu tinha um ultrassom agendado, super importante. - Tipo assim, tem data certa na gravidez, pra poder fazer.- Aí foi desmarcado em cima.- Ele serve pra ver se o bebê tem alguma má formação. - Identifica síndrome de Down. Foi guardando as coisas na pasta cabisbaixa, ele ficou olhando sério meio sem entender - O médico do pré natal está achando que tem algo errado com a gravidez?- Ou você acha que tem?- Não entendi Duany. Que exame é esse? Ela se irritou, foi para o corredor que ia para a porta da entrada - Não, faz parte dos exames de rotina.- Espera vou pegar a guia.Entrou correndo na chuva, tudo estava escuro sem energia, ela foi até o quarto com uma vela, demorou alguns minutos procurando os papéis, ele entrou logo atrás observando tudo, tentou acender a luz no interruptor, olhou a rua pela porta da sala, para ver se estava apagado.Ela voltou com a vela na mão,
Ela colocou a panela no fogo, se sentindo muito envergonhada pela situação de estar sem energia - Não precisa, vou ser rápida.- Nem tô suja mesmo, é que pra ir em médico, tem que ir bem né, sabe. Foi para o quarto separar a roupa, não sabia o que vestir, a maioria das roupas estavam sujas acumuladas da semana toda passada, ele foi sentar na sala pensativo, pensando que não poderia ter engravidado alguém pior, tudo nela estava o irritando, principalmente o jeito de falar e não resolver nada. Ela foi tomar banho de caneca, ele aproveitou para olhar a geladeira e o armário, foi espiar ver se tinha comida, tinham poucas coisas no armário e a geladeira estava vazia, só com água e margarina, ela não ouviu nada, tomou banho rápido muito indisposta, saiu do banheiro com a boca até roxa tremendo de frio, passou por ele enrolada na toalha.Foi se trocar no quarto de porta fechada, colocou calça jeans, croped de mangas compridas, uma blusa bem q
Logo que o ultrassom começou, deu para ver o bebê inteiro deitado de barriga para cima, já todo formadinho, Cristofer sorriu espontaneamente atento assistindo - Duany olha lá ele! Ela estava deitada olhando para o teto nervosa, ficou achando ele tinha algum problema, quando o viu começou chorar sutilmente, ficou quieta o tempo todo, a médica avisou quando podiam filmar, ela olhou para ele, por estar com o celular descarregado, ele não pegou o celular, perguntou se o bebê estava se desenvolvendo bem.A médica disse que sim, explicou sobre o exame, comentou que ele quase estava abaixo do peso, mas ainda dentro do padrão para as semanas, falou quando deveria dar para descobrir o sex o dele, dali algumas semanas. O ultrassom logo acabou, em momento algum Cristofer se aproximou com qualquer gesto de afeto, para a amparar Duda enquanto chorava, saíram juntos do consultório, ela continuava enxugando os olhos, ao saírem da clínica, ele começou mexer no
Ela continuou comendo, abaixou o olhar chateada - Comigo não tem sido, sei que está descontente com a gravidez.- Já percebi, que não temos afinidade e que não sou o tipo de mulher que você gosta, pelo menos pra relacionamento sério. - Só que eu não fiz de propósito e o tempo todo, você procura algo errado, para apontar.- Pode ser a sua válvula de escape, eu não sei.- Só não acho justo, comigo. O modo que me tratou hoje, no ultrassom. - Eu só queria que estivesse lá, pra me apoiar, fiquei super nervosa mesmo.- Porque eu não fiz esse filho sozinha e nem te escolhi pra te dar um golpe.- Você diz que eu te falto com respeito, pelo meu modo de falar.- Mas você faz pior, fica me chamando de Duany de propósito, antes não chamava assim, sempre é rude, ou irônico. - Corrige o que eu falo, critica a minha roupa, me julgou como uma pu ta de beira de estrada, que vive na pior e não vale nada.
Ficou só de cueca, foi para o banheiro, ela ficou quieta concordou com a cabeça, deixou a mochila em cima da cama, voltou para a sala e deitou no sofá, ligou a televisão colocou um filme de romance, ele se trocou no quarto, foi para a cozinha de bermuda, regata e boné, todo cheiroso - Se quiser comer, tem algumas coisas aqui.- Pode fazer comida, ou se quiser me esperar, quando eu chegar, faço. - Quer banana? Ela disse que não, ele foi se preparando para sair, comendo uma- O que você queria comer lá na casa do seu pai e a sua madrasta te negou? Ela o olhou séria com vergonha de pedir- Nada. Já passou a vontade. Ele ficou parado na porta mexendo no celular trocando mensagens - Fala, eu compro. O que era? Ela realmente ficou com muita vontade, respondeu pegando o celular - Um chocolate, que vem com bolacha, vou te mostrar. Pesquisou e mostrou a imagem, ele foi para a
Por isso, a mãe de Cristofer quase não saia de casa, a vergonha, dor e a depressão a mantiveram reclusa, evitando o mundo exterior que lhe traz tantos desgostos, Cristofer tinha certeza de que ela nunca veria Duda lá, pois a mãe raramente deixava o conforto e a segurança de seu lar, a situação da gravidez era difícil para todos, mas ele sabia que precisava proteger sua mãe e respeitar seu espaço enquanto ela lidava com o que já tinham passado. Duda voltou para a cozinha usando uma camiseta dele, quando ele viu, até passou a mão no rosto, se segurando no último para não falar nada, já estava a ponto de ser grosso, ela se aproximou do fogão olhando a panela de arroz - Eu deixei comida pra você, fiz bastante salada, duas latas de atum.Ele continuou olhando fixamente para a parede - É, mas encheu de cebola crua e eu odeio. Nem sei a quanto tempo estava aí na geladeira. - Já lavei a sua louça, amanhã você lava o que sujar por favor.
Foi uma noite bastante mal dormida para ele, ficaram distantes na cama que era bem grande, a noite toda. Antes do horário dele acordar, o celular dela despertou, para tomar remédio, duas vezes e ela não acordou, até que ele a chamou, já levantou de mal humor e foi se arrumar mais cedo, quando estava na cozinha preparando o café, ela levantou sonolenta com muito sono, foi até a cozinha com uma garrafa de água dele, que estava no quarto, nas mãos - Bom dia! Posso usar sua garrafa?- Pra não precisar ficar levantando?- Minha barriga tá doendo demais. Ele só olhou engolindo tudo o que queria dizer, concordou com a cabeça, sem falar nada, demorou alguns instantes para pensar na reclamação de dor- Está doendo como? Quer ir no médico? Tá muito forte?Ela começou encher a garrafa de água gelada- Não, é cólica, sei lá. - Você já foi naquele restaurante fazenda?- Que fica perto do rio bonito?
Foi trabalhar e não a procurou por alguns dias, a conta dela de energia, já tinha sido paga mesmo, ela ficou só meio período no outro dia sem energia, esperou ansiosamente que ele fosse a procurar, se frustrou quando percebeu que ele nem mandou mensagem, se arrependeu de ter ido embora sem falar com ele, porque sabia que com certeza, ainda iria precisar de sua ajuda. Cristofer estava realmente sem paciência, para lidar com ela, a família de Alitza estava sempre procurando problemas com ele, não davam notícias do estado dela, estavam o fazendo pagar sozinho a casa, que os dois compraram, o carro, que ela quem pagava e ele nem podia ficar falando sobre nada com a própria família, para evitar de piorar o estado de sua mãe, todos os amigos do casal, se afastaram dele, porque não acreditavam na versão contada do ocorrido. No fundo ele se sentia péssimo com tudo, estava depressivo, fazendo terapia para poder trabalhar, as vezes se pegava pensando que Duany era um grande estorvo, mais uma