Elena Mason me puxou com uma intensidade que me fez sentir o calor dele invadindo cada fibra do meu corpo. Seus olhos não saíam dos meus, como se estivessem lendo minha alma, e a proximidade entre nós fez meu coração disparar. Eu estava confusa, um turbilhão de sentimentos misturados. Medo. Desejo. Raiva. Incerteza. Como eu poderia estar tão perdida entre essas emoções?Ele é impossível de ler.Eu queria sair, fugir daquele escritório, daquele olhar penetrante, mas algo me impedia. Algo que não conseguia compreender. Era como se o ar ao redor de nós tivesse parado de respirar, e o único som que eu conseguia ouvir era o eco do meu coração batendo freneticamente. Eu estava diante dele, tão próxima, e ainda assim tão distante de entender o que ele queria de mim."Evans," ele sussurrou, o tom baixo e carregado de um poder que me fez estremecer. "Você sente isso. Não sente?"ele pressionou sua mão contra minha cintura me girando e me pondo de costas para ele."Eu engoli seco, tentando enc
Elena.Sinto o tecido de seda dos lençóis brancos tocando minha pele, espalhados pela cama.Meus olhos se ajustaram a claridade entrando pelas cortinas, observo o local: o quarto de Mason;Eu não havia entrado aqui, não até agora.Era um quarto moderno, e, ao mesmo tempo, sombrio. Todos os moveis eram pretos como se quisessem contrastar com a personalidade escura de Blake.Me sentia uma fraude.Depois de tudo que vi,ou tudo que eu achava saber, eu acordei na cama dele. Eu já não sabia mais quem eu era.Me levantei devagar, tentando não o acordar, mas foi uma tentativa em vão, quando seus braços musculosos me puxaram novamente para seu lado."Saindo de fininho, Evans?" sussurrou, sua voz ainda embargada pelo sono.""Eu só ia ao banheiro." menti."A minha mente estava tão confusa. Eu não tinha provas concretas, mas sabia que Mason não era normal. Ele estava mentindo para mim sobre quem era, e eu precisava descobrir. Eu iria o confrontar, eu precisava fazer isto, mas como? Como confron
Mason Blake.A sala estava mergulhada em sombras, com a única luz vindo de uma lâmpada amarelada que estava sobre minha mesa. O escritório dentro da mansão era escuro por conta das cortinas que cobriam todas aquelas janelas enormes de madeira. Eu não gostava de ter janelas de vidros em minha casa, e a explicação era plausível: eu era um lobisomem. Páginas antigas e documentos esparramados diante de mim formavam uma rede de segredos que parecia impossível de desembaraçar. Prateleiras de madeira escura se empilhavam com livros tão velhos quanto os próprios alicerces da casa.Meus dedos deslizaram sobre as bordas de um pergaminho desgastado. Linhas genealógicas cruzavam o papel em traços nervosos, mas, mesmo assim, não havia nada sobre o que realmente importava. Os Evans guardavam segredos que nenhum arquivo poderia desvendar."Maldição," murmurei, socando a mesa. O som ecoou pelas paredes, trazendo um peso maior ao meu fracasso.Quem era Elena afinal? Eu me perguntava omo pode um lob
Elena Evans As palavras pareciam se esconder de mim, como se fossem uma parte de mim que se recusava a enfrentar a realidade. Eu encarava a tela do computador, tentando encontrar alguma maneira de colocar os pensamentos em ordem, como se escrever fosse a chave para entender tudo o que estava acontecendo. Mas, no fundo, sabia que isso não resolveria nada. A verdade estava ali, diante de mim, nua e crua, e a cada segundo que passava, mais real ela se tornava.Sempre fui fã de romances. De histórias em que o impossível acontecia, onde a fantasia e a realidade se misturavam de maneiras que deixavam tudo mais belo. Mas, como muitos adolescentes, um dia percebi que os príncipes encantados não existiam. As histórias que eu tanto amava eram apenas escapismo. Com quinze anos, comecei a escrever. Meus primeiros textos falavam sobre amores não correspondidos, sobre a angústia de gostar de alguém que não sentia o mesmo. Eram besteiras da idade, sonhos românticos que me ajudavam a enfrentar a sol
Elena EvansMeu peito doía com a força das emoções que lutavam para sair. "O que você é, Mason Blake?" As palavras escaparam da minha boca antes que eu pudesse pensar, antes que o medo me parasse.Ele ficou em silêncio por longos segundos, e eu quase desejei não ter perguntado. Quase. Sabia o risco que corria, sabia que se aquilo tudo não fosse fruto da minha imaginação, eu estava casada com um monstro.Seus olhos encontraram os meus, intensos e sombrios. Senti um arrepio correr pela minha espinha, mas não era apenas medo. Havia algo mais. Algo primal. Um aviso de que eu estava à beira de descobrir um segredo do qual não poderia retroceder."Você não sabe o que está pedindo," ele disse, a voz baixa e carregada de algo que parecia... tristeza? Culpa? Eu não sabia ao certo.Eu não podia mais recuar. Não agora."Eu sei o suficiente para entender que você não é como os outros." Minha voz tremia um pouco, mas segui em frente. "Você me mantém aqui, presa, em um casamento que não faz sentido
Mason Blake.Ela me encarava de um modo diferente. Suas pálpebras mal se mexiam. Fiz o certo? Será que eu deveria contar a verdade para ela?Não sei. O que eu sabia era que essa porra de casamento era para ser somente um acordo, e estava se tornando muito mais que isso. Era… intenso. "Eu preciso sair daqui." ela fez menção de sair como se quisesse vomitar, como se sua mente estivesse tão atordoada que causava enjoos."Agilmente parei em sua frente.Ela tentou passar por mim, os passos apressados, como se quisesse fugir de algo que não pudesse nomear. Mas fugir de mim? Impossível.Em um movimento calculado, bloqueei sua saída, minha mão se fechando em torno do batente da porta antes que ela pudesse cruzá-lo. Seu corpo parou a centímetros do meu, e eu podia sentir o tremor leve que ela tentava esconder."Você não vai a lugar algum, Evans.""Me deixe passar," ela sibilou, o olhar carregado de desafio. Suas mãos estavam cerradas, pronta para lutar, como se eu fosse algum homem comum que
Elena Evans.Porra..."Meus pais não podiam estar mentindo para mim este tempo todo" pensei, o coração apertando no peito como se mãos invisíveis o espremessem. Aquelas palavras, cruas e cheias de convicção, não poderiam ser verdade. Eles me criaram com amor, me ensinaram a ser forte e verdadeira… Me protegeram de tudo.Mas Mason falava como se toda a minha vida fosse um palco de ilusões. Suas palavras ecoavam dentro de mim, desafiando cada memória, cada lição que eu carregava.Minhas mãos estavam geladas, o corpo em tensão, e minha única vontade era correr para longe. Longe dessa floresta, dessas revelações. Longe dele.Ergui o olhar para aquele homem que dizia ser meu marido, um Alfa, um dominador de uma cidade inteira. Ele era uma força inescapável, e agora o segredo dele era meu peso a carregar também.Eu precisava sair dali. Ir para casa. Pensar. Sozinha.Mas fugir? Não. Não com ele controlando cada esquina dessa cidade. Eu sabia quem era Mason Blake: o dono desse território e d
Mason Blake.Uma grande lição a ser aprendida, era que precisávamos manter nossos inimigos mais perto de nós, do que longe. E era isso que eu estava disposto a fazer.Se essa merda toda de uma passagem que se abriria facilitando a volta de seres sobrenaturais fosse verdade, estaríamos todos fodidos, então, eu precisava saber onde eu estava me metendo.Estacionei meu carro na porta da boate. Estava cansado, e precisava relaxar a minha memória. Eu sei, talvez esse lugar não fosse um dos melhores para isso.Mas beber me aliviava de uma grande forma."Senhor Blake." o recepcionista estendeu a mão." Que honra tê-lo aqui.""Olá Lucas." falei." Me sirva o melhor uísque que vocês tiverem."O homem prontamente foi até o garçom providenciar meu pedido. O dinheiro te dava poder, e eu era muito respeitado aqui.Um dos lobos da minha matilha se aproximou. Era um rosto familiar, alguém com quem eu tinha uma longa história."Alfa," ele cumprimentou com um sorriso, inclinado a cabeça em respeito. "Já