Thiago Cavalcante Cheguei em casa após a festa de Natal na casa de Isabel com uma mistura de sentimentos e pensamentos girando na minha cabeça. Aquele encontro mexeu comigo de uma forma que eu não esperava. Ao abrir a porta da minha casa, uma sensação de solidão me envolveu. Decidi que era hora de tentar mudar aos poucos, fazer algumas escolhas que pudessem trazer alguma luz para a escuridão que eu mesmo havia criado.A primeira mudança foi providenciar um quarto individual para Ana Cristina. Não era justo que uma menina de dez anos dormisse no mesmo quarto que a tia. Eu precisava garantir um ambiente mais adequado para ela. Vi o quanto ela se sentiu especial ao receber seu próprio espaço, e aquilo trouxe um sorriso genuíno ao meu rosto.Em seguida, lembrei-me do antigo estúdio de dança de Jessy, que estava fechado e praticamente abandonado. Decidi dar um novo propósito a esse lugar. Conversei com Pietro e propus transformar o estúdio em um espaço para ele ensaiar. Vi seus olhos bril
Isabel Ferreira O dia de ontem foi bem divertido e hoje Pietro e Aninha iniciam suas aulas extras, Thiago foi bem legal matriculando a minha sobrinha na aula de xadrez, fui até a cozinha pegar um pouco de café, mas assim que me aproximei encontrei Thiago conversando com Berta, não queria parecer bisbilhoteira, então dei meia volta e estava prestes a me afastar quando Thiago falou algo que me fez parar— Confesso que estou me apaixonando por ela, mas tenho medo de estar me apaixonando pela sua semelhança com Jessy e não por quem ela é de verdade. – Depois de ouvir isso me afastei para que eles não me pegassem ali fofocando.Voltei metade da escada e depois fui descendo fazendo barulho para que eles notassem a minha presença, cheguei na cozinha e cumprimentei os dois que me saudaram de volta.— Um café fresquinho para minha amiga favorita.Berta diz com um sorriso e a agradeci, peguei a xícara de sua mão e sorvei, Thiago me encarava de uma maneira estranha e ao mesmo tempo engraçada
Já estava dormindo quando meu celular tocou insistentemente e atendi com a voz cansada. — Alô!— Será que você pode vir no jardim. — Claro, espera um pouquinho. – Me levantei da cama e fui me arrumar. Quando cheguei no jardim o encontrei à minha espera, tinha champanhe duas taças, e morangos cobertos de chocolate na mesa o que me fez sorrir não sei por que motivo.— É muito? – Ele estava inseguro, uma coisa que achei fofo.— Não mesmo. Pelo menos eu gostei.— Desculpe o atraso, tive um dia e tanto hoje. — O importante é que você está aqui agora – ele se aproximou de mim e nos beijamos, por um segundo voltei ao tempo da minha adolescência. Me sentei na cadeira e ficamos conversando por um bom tempo. — Onde está a sua lata velha? Quer dizer carro? — Precisei vender para ajudar no tratamento da minha irmã. — Você falava daquele carro com tanto carinho. – Ele me disse.— Eu sei, mas a minha irmã é muito mais importante, claro que fico triste porque o carro era uma lembrança do meu
Chegando em casa fui para a cozinha e me sentei na bancada, fiquei olhando Berta se mexer pela cozinha. — Bebel, onde estão as crianças? — Estão na empresa com Thiago. – Deveria pegá-los, mas preciso de um tempinho para digerir tudo antes de encarar a minha sobrinha.— O que aconteceu?Contei a Berta tudo o que aconteceu com a minha irmã e ela olhou para mim compreendendo a situação,tomei um banho para relaxar e quando Thiago trouxe as crianças, Aninha quis falar com sua mãe e eu liguei para que ela pudesse conversar com Luana. Depois que todos estavam dormindo, fui para o jardim e fiquei por lá pensando em tudo que aconteceu. Thiago me surpreendeu e sentou ao meu lado, ele me trouxe para perto dele e ficamos em silêncio apreciando as flores.— Como está a sua irmã? — Se entregando, espero que a nossa conversa realmente a faça repensar. Acho que ela já está cansada da quimioterapia ainda mais depois de ficar sem cabelo, minha irmã amava o seu cabelo, gastava muito dinheiro nele e
Thiago CavalcanteA noite de cinema improvisada com Isabel e as crianças foi algo que mexeu comigo de uma maneira que eu não esperava. Ver o brilho nos olhos de Pietro e Aninha, a descontração de Isabel, tudo isso criou um momento especial que ficou gravado em minha mente.Na manhã seguinte, após a noite de cinema, decidi fazer algo especial. Dirigi-me a uma joalheria e escolhi um lindo cordão com uma pedra verde para Isabel. Queria que fosse mais do que um simples presente, queria que fosse um símbolo da nossa crescente conexão.Além disso, havia outra pessoa que merecia um gesto carinhoso. Ao saber da situação de Luana, uma ideia surgiu em minha mente. Fui em busca de uma especialista em lace de cabelo humano e a levei até o hospital. Eu queria proporcionar algum conforto à irmã de Isabel durante esse difícil momento.Ao chegar no hospital, Luana agradeceu sinceramente, não apenas pelo gesto do lace, mas também pelas visitas que eu vinha fazendo sem o conhecimento de Isabel. Ficamos
Pietro CavalcanteDesde que Bebel entrou nas nossas vidas, tudo mudou para melhor. Até meu pai está mais feliz, sorrindo como há muito tempo eu não via. Parece que Bebel trouxe não apenas alegria para mim, mas para toda a nossa família.Certo dia, senti a necessidade de conversar com Aninha sobre o que eu estava percebendo entre meu pai e a tia dela. Bati na porta do quarto dela e a chamei para um papo.— O que você quer, Pietro? Pensei que fosse minha tia. — Aninha estava meio emburrada por eu tê-la acordado.— Quero aproveitar pra conversar com você. — Ela abriu espaço para eu entrar.— Fala o que você quer. — Nos sentamos na cama, e eu olhei para ela.— Você se importaria se meu pai se casasse com a sua tia? — A pergunta a pegou de surpresa.— Como assim? Seu pai vai se casar com a minha tia? Ela não me contou nada.— Não é isso, mas eu acho que eles se gostam. Eu ia gostar muito se a sua tia virasse a minha mãe.Aninha fez uma expressão pensativa.— Hum! Eu também ia gostar que vo
Isabel FerreiraDepois que conversei com Pietro fui para o escritório do Tiago e dei uma leve batida na porta e ele me pediu para entrar. — Sabia que era você. – Ele sorriu.— Conversei com Pietro ainda pouco.— E o que ele disse? — Agiu como a criança madura que é e ficou feliz, você tem um filho maravilhoso, agora, que tal você largar esse monte de papel por aí e dar uma volta comigo no jardim? Descemos para o jardim, onde Thiago compartilhou a notícia animadora de que seus pais e sua irmã viriam para a festa de final de ano. Com isso, meu pensamento já estava a mil, e sabia que precisaria chamar Berta para começarmos a organizar tudo a partir do dia seguinte.— Ficou muda de repente. — Thiago observou, tirando-me dos meus devaneios.— Estou pensando em tudo que temos para organizar. As festas que costumo fazer são pequenas.Ele sorriu, colocando uma mecha do meu cabelo para trás.— Você se dará bem. Mudamos de assunto, e aproveitei para fazer o pedido de Pietro. — Acho que Pie
— Bebel, o que você acha da gente começar a ornamentar hoje, pois aí teremos mais tempo? – sugeriu Lua, e eu concordei prontamente. Chamei Berta que havia ido para a cozinha e as crianças para ajudarem, e todos vieram, prontos para a ação.Aninha e Pietro pegaram as luzes com entusiasmo, e eu expliquei que deveriam passar pelo corrimão da escada. A competição começou, com os dois disputando para ver quem chegaria mais rápido ao final da escada, causando risadas e gritos de empolgação.Levamos cerca de três horas para concluir a primeira parte da decoração. A sala já tinha uma transformação notável, agora animada e colorida, refletindo o espírito natalino. As crianças, exaustas, correram para se divertir no jardim, deixando-nos para trás na sala repleta de caixas vazias, laços e enfeites.Luana, Berta e eu começamos a organizar e limpar a bagunça que fizemos. Entre risadas e histórias, tornamos a tarefa em algo mais leve. Assim que terminamos a limpeza, Luana sugeriu que fizéssemos uma