OliverSentei-me em minha cadeira de couro, encarando a cidade através das janelas do meu escritório. Paris parecia ter ficado para trás em um piscar de olhos, mas as consequências daquela viagem ainda estavam muito presentes. Meu relacionamento com Emily havia atingido um ponto crítico. Cada movimento de Fernando e Sofia parecia uma nova peça no jogo que eles estavam tentando manipular.Pensei no que Emily havia me dito mais cedo, quando mencionei as ligações entre Fernando e Sofia. Havia um brilho de surpresa genuína nos olhos dela, mas também algo mais. Medo? Talvez. Mas ela não era do tipo que admitia sentir-se vulnerável, e era isso que me preocupava. Enquanto ela continuava tentando lidar com Fernando sozinha, Sofia estava tramando algo muito maior.O som do telefone interrompeu meus pensamentos. Era Alice.— Oliver, descobri algo importante sobre Fernando. — Sua voz estava firme, mas com um tom que indicava que a situação era delicada.— Estou ouvindo. — Respondi, me endireitan
EmilyO som do telefone vibrando em cima da mesa me tirou da concentração. Uma notificação apareceu na tela: mais uma mensagem não identificada. Meu estômago revirou antes mesmo de desbloquear o aparelho. Havia uma parte de mim que queria ignorar, fingir que não era importante, mas o impulso venceu."Emily, precisamos conversar. Estou preocupado com você. Por favor, me dê uma chance de explicar. — F."Fernando, claro. Eu deveria ter esperado algo assim, mas ainda assim, a insistência dele me incomodava profundamente. Desde que ele apareceu novamente em minha vida, parecia que cada dia trazia uma nova tentativa de se infiltrar nos meus pensamentos.Fechei o telefone, largando-o na mesa como se pudesse criar distância entre nós. Olhei para a tela do computador, tentando voltar ao trabalho, mas meus pensamentos estavam dispersos. Tudo parecia se acumular: o projeto, os problemas com Oliver e, agora, a presença persistente de Fernando.Eu sabia que precisava desabafar, mas as opções eram
OliverEstava escuro no meu escritório, a única iluminação vinha das luzes da cidade que brilhavam do lado de fora. O bilhete de Fernando estava sobre a minha mesa, como uma provocação silenciosa. Eu tinha lido as palavras mais vezes do que gostaria de admitir, cada vez sentindo a raiva crescer.Fernando estava ultrapassando todos os limites. Não era mais apenas um ex-namorado inconveniente tentando reconquistar Emily. Agora ele estava deliberadamente tentando intimidá-la, fazê-la se sentir vulnerável. E eu não permitiria isso.Peguei o telefone e liguei para Alice.— Preciso que você agende uma reunião com nosso consultor de segurança amanhã de manhã. Quero que ele reforce a proteção ao redor de Emily, tanto aqui quanto fora do escritório.Alice hesitou por um momento antes de responder.— Entendido, Oliver. Mas, se me permite, isso vai chamar atenção. As pessoas vão notar que ela está sendo protegida.— Faça isso discretamente. Use alguém que não esteja associado diretamente à empre
OliverEra mais um dia de trabalho na Blake Industries, mas a sensação de normalidade era apenas uma fachada. Meu escritório, impecável e organizado, parecia mais apertado do que o habitual, como se a tensão que carregava não pudesse ser contida dentro daquelas paredes. Sofia e Fernando ainda se moviam nas sombras, cada um com suas motivações egoístas, e Emily... Bem, Emily estava no centro de tudo. Não por escolha, mas porque ela era meu ponto fraco.Eu precisava protegê-la, mas, acima de tudo, precisava dela longe de tudo isso, longe do caos que se acumulava ao nosso redor. Ela merecia um momento de paz, e eu queria ser o responsável por lhe dar isso. Uma pausa, apenas para nós dois, onde o mundo não pudesse nos alcançar.Fechei meu laptop e me levantei, a decisão já tomada. Se Emily era teimosa, eu era mais. Não me importava se ela reclamasse ou tentasse resistir — ela precisava desse tempo, e eu não aceitaria um "não" como resposta.Descendo até o departamento de marketing, aviste
EmilyA luz que atravessava as enormes janelas me acordou. Por um breve momento, fiquei imóvel, sem saber onde estava. Então, lembrei. Oliver. A mansão. O "sequestro". Tudo parecia um sonho improvável, mas estava acontecendo.Levantei-me devagar, a manta de lã escorregando de meus ombros. O quarto era absurdamente confortável, com lençóis macios e um leve aroma amadeirado no ar. A vista da janela era de tirar o fôlego: montanhas cobertas de neve e um céu claro que prometia um dia perfeito.Ainda com o robe de seda que encontrei dobrado ao pé da cama, segui o aroma de café até a cozinha. Lá, encontrei Oliver. Ele estava de costas para mim, vestindo uma camisa preta casual e jeans, preparando algo no fogão. Ver Oliver fora do ambiente formal, com aquele ar descontraído, era quase tão surpreendente quanto o cenário ao nosso redor.— Bom dia. — Minha voz quebrou o silêncio, e ele se virou, um sorriso relaxado surgindo em seu rosto.— Dormiu bem? — Ele perguntou, enquanto servia café em du
OliverA manhã seguinte trouxe um silêncio pacífico que eu raramente experimentava. Não havia notificações de e-mails, ligações incessantes ou reuniões urgentes. Era apenas o som leve da neve caindo do lado de fora e o crepitar da lareira. Era perfeito.Levantei-me antes de Emily, querendo preparar algo especial. A equipe da mansão já estava a postos, mas insisti em fazer as coisas sozinho. Não era um cozinheiro excepcional, mas sabia que algo simples, mas genuíno, significaria mais.Encontrei ovos, pão fresco e frutas na cozinha. Enquanto fritava os ovos, pensei em como ela reagiria ao café da manhã. Emily sempre parecia surpreendida quando eu fazia algo fora do comum, como se não acreditasse que havia mais em mim do que trabalho e controle. Isso me intrigava — o fato de que, mesmo depois de tudo, ela ainda me via como um enigma a ser decifrado.Quando terminei, organizei tudo em uma bandeja: café fresco, suco de laranja, ovos mexidos, torradas e frutas. Subi para o quarto dela, onde
EmilyA mansão parecia ainda mais mágica à noite. O silêncio que envolvia o lugar era quase palpável, interrompido apenas pelo som ocasional do vento passando pelos pinheiros e o crepitar suave da lareira. Quando desci as escadas para encontrar Oliver, já sabia que ele estava planejando algo. O jeito que ele me olhou ao longo do dia, aquele brilho de satisfação misturado com mistério, deixava claro que ele tinha uma surpresa em mente.Na sala de estar, ele estava parado perto da lareira, um copo de vinho em mãos, os olhos fixos nas chamas. A visão dele assim, relaxado e ao mesmo tempo cheio de intensidade, fazia meu coração disparar. Eu odiava admitir, mas ele tinha um efeito em mim que eu simplesmente não conseguia controlar.— Pensando em quê? — Perguntei suavemente, querendo romper o silêncio.Ele se virou devagar, um sorriso leve e confiante surgindo em seus lábios.— Em como tornar esta noite inesquecível.Senti meu rosto esquentar com a sugestão implícita, mas tentei manter o to
EmilyO calor da lareira na sala de estar parecia contrastar com o frio cortante lá fora. A noite estava completamente silenciosa, e o único som além do crepitar da madeira era o tilintar das taças de vinho enquanto Oliver servia outra rodada. Ele estava ao meu lado no sofá, vestido de maneira casual, mas ainda impecável. Parecia completamente relaxado, algo raro de se ver, e isso me deixava um pouco desconcertada.Eu ainda estava processando os últimos dias. A forma como ele havia me sequestrado para esta viagem, como ele havia planejado cada detalhe para me fazer esquecer o peso do mundo lá fora. Era uma versão de Oliver que eu nunca tinha visto antes — menos controlador, mais humano.Enquanto ele servia minha taça, nossos dedos se tocaram por um breve momento, e senti um arrepio percorrer minha espinha. Levantei os olhos para ele, mas ele estava concentrado na taça, como se não tivesse notado. Ou talvez tivesse e simplesmente soubesse exatamente o que estava fazendo.— Parece que e