Sofia

O ambiente do presídio era tudo que eu detestava: frio, sombrio, sujo. O som dos meus saltos ecoava pelos corredores estreitos e úmidos, mas, como sempre, mantive minha cabeça erguida. Afinal, mesmo em um lugar como aquele, eu era Sofia Harrington, e não deixaria que ninguém pensasse o contrário.

Quando entrei na sala de visitas, lá estava ele. Fernando. Sentado em uma cadeira barata, algemado, mas com aquele sorriso cínico que sempre me irritou. Ele parecia menos abatido do que eu esperava, mas o olhar fixo em mim demonstrava uma mistura de raiva e arrogância.

— Sofia Harrington. — Ele disse, arrastando meu nome de uma forma provocativa. — Que honra. Nunca pensei que você desceria do seu pedestal para visitar um pobre coitado como eu.

— Poupe-me, Fernando. — Respondi, sentando-me à sua frente. — Não estou aqui para ouvir o seu sarcasmo. Estou aqui porque talvez você tenha algo que me interesse.

Ele arqueou uma sobrancelha, inclinando-se para frente como se estivesse prestes a c