Mundo de ficçãoIniciar sessão
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103. Preocupações ansiosas, parte 2
Chelsea Como pude me perder tanto nos meus pensamentos a ponto de ignorar o que está em meu arredor quando tenho uma filha para cuidar? Além disso, sinto a minha garganta queimando um pouco, como se pequenas navalhas tivessem decidido me atacar. O que estou fazendo? — Chelsea, calma — pede Archie passando os seus braços em torno do meu corpo, fazendo com que meus movimentos mais agitados cessem. — Estava em casa todo esse tempo, nada aconteceu — me assegura. Entretanto, poderia ter acontecido. Se ele não estivesse aqui, eu teria notado se Melissa precisasse de mim? Eu sequer percebi que Archie havia chegado em casa, muito menos vi as horas passarem. Diferente de quando costumo trabalhar na pintura, não coloquei nenhum alarme para me recordar de que há outras coisas a fazer. O meu nível de foco precisa disso, porém eu não pensei que isso aconteceria hoje. Fui muito descuidada, mesmo quando tenho uma criança pequena que precisa de mim, eu… quantos erros mais cometerei como mãe dess
104. Preocupações ansiosas, parte 3
ArchieAssisto-a dormir, me sentindo um pouco mais calmo.Depois de tomar banho e comer, ela ficou muito tempo com Melissa, pedindo desculpas por não cuidar melhor dela, sendo que a menina não sofreu nenhum mal. Vê-la preocupar-se com ser uma boa mãe me deixou um pouco mais temeroso.No entanto, eu sei que não posso arrancar todos os medos dela só porque quero.É algo com o qual ela tem que lidar, posso apenas ajudar. Mandei uma mensagem pedindo para minha secretária que me enviasse o contato da minha terapeuta para conseguir marcar uma consulta para Chelsea. Com certeza não será um problema e será bom para outras coisas além dos seus medos atuais.Ela embola na cama, se virando até conseguir me agarrar. Fica meio curvada, como uma meia-lua, mesmo assim mantém os seus dedos segurando firmemente. É engraçado como pode ter tanta força, mas pensa que é fraca em algumas ocasiões.Chelsea não a vê como eu vejo.Se pudesse, perceberia o quanto é incrível.Infelizmente, não tenho outra saída
105. Parceiros, parte 1
YahyaSento-me jogando o peso do corpo para trás.O treinador não consegue mesmo passar um dia sem nos levar até os limites.Sei que a intenção dele é mostrar o seu potencial para tornar o time um vencedor, mas acabamos ficando em frangalhos no meio do caminho. É inegável que temos resultados, por conta disso, ninguém reclama de verdade.Tudo o que conseguimos fazer é proferir algumas palavras de zombaria às vezes, o que ele compreende, já que sabe que o seu treinamento é diabólico demais. É entendível que ele tenha sido um grande jogador antes de se aposentar.Talvez tivesse passado muito mais anos como um jogador se não fosse o seu ferimento. Não é como se não soubéssemos do risco, mas é normal se sentir tentado a alcançar um lugar que ninguém mais chegou.Essa expectativa, essa excitação é o que torna tudo melhor.— Já terminou a sua rotina de exercício solo? — pergunta o capitão, chegando até onde estou enquanto passa a toalha pelo seu rosto várias vezes. No segundo, em que perceb
106. Parceiros, parte 2
Yahya— Se você não quer ir, não tem nada que eu possa fazer — pontua o capitão e fico feliz por ele não ser desagradável a ponto de tentar me ameaçar para conseguir o que quer.Sabe usar a sua influência nos momentos corretos.— Mas eu soube que terão muitos modelos, já que é patrocinado por uma marca — me conta, mostrando que até conhecendo ele tiro conclusões que podem ser precipitadas. Por que acha que ter modelos mudaria a minha opinião? — Essa sua cara mostra que você prefere ver a sua filha a andar com a gente.— Você é mais esperto do que eu pensava — articulo, o capitão apenas ignora a minha zombaria, já que não tem motivos para replicar com uma recriminação. — Sabe onde consigo encontrar bons brinquedos infantis?— Olhe para mim, acha que sei essas coisas? — Pergunta, dessa vez implica com minhas palavras. Parece que perguntei de algo muito mais perigoso.— Você tem um irmão mais novo — murmuro, rio, dado que a expressão dele parece aterrorizada.— Meu irmão tem quinze anos,
107. Filme romântico
YahyaAtendo a ligação de Chelsea assim que o aplicativo me avisa que estou sendo procurado. Apoio o notebook na cama e continuo massageando as minhas pernas, notando que ela procura um jeito de apoiar Melissa para que ela fique na frente da câmera.— Mel, a mamãe parece estar um pouco desastrada hoje — digo notando o sorriso gengival da menina e é a coisa mais fofa, desde a primeira vez que vi percebi que tinha sido pego no encanto dela.Não é uma coisa que muitos tenham conseguido enfrentar com resistência. Até mesmo os caras que não gostam tanto de mim no time acabam apaixonados depois de verem só um sorriso dela.— Não fale desse jeito porque vou acreditar, já que hoje derrubei toda a tinta no chão e...— Sea — chamo alto demais, a assustando um pouco, mesmo que a interromper fosse a minha intenção inicial, não queria que ficasse alarmada. — Tinta? Você derrubou tinta?— Sim, é o que eu disse — fala olhando para a câmera e muda um pouco a sua posição enquanto vejo as mãos de Archi
108. Asas
Yahya— Sabia que você se torna mais corajoso quando eu não estou perto? — Pergunta Chelsea, claramente, tem muito interesse em me ameaçar, mas como ela disse, não estamos próximos.— Não acho que seja verdade, mas eu seria um péssimo amigo se discutíssemos sobre as suas considerações — brinco e ela volta a me julgar com um olhar firme. Como eu poderia brigar de verdade com ela?Até quando descobriu sobre Marshall tudo que estava dentro das minhas possibilidades era dar o apoio que precisaria. Bom, eu evitei contar a ela que fui atrás dele e que o bati algumas vezes.Felizmente, ele tinha alguma noção e apesar de ir atrás dela como um sem vergonha, nunca contou sobre o nosso encontro. Obviamente as suas ações fizeram com que eu me aprendesse do quanto bati nele.Descobrir que ele havia roubado ela, traído a sua confiança, me deixou enfurecido.Pensei que ele poderia entender o que ela sentia, já que também é um pintor, mas o que tentou foi exatamente o contrário. Usou a proximidade qu
109. Um problema incorrigível
ChelseaMe acostumar com uma nova rotina tem sido meio estranho, entretanto, agora que estou morando com Archie tenho que seguir um caminho diferente todos os dias. O meu trabalho não está mais no andar debaixo da minha casa, leva um tempo até que chegue a ele.Por sorte, aumentando um pouco o salário de Arelia, consegui um acordo para que ela sempre abra a floricultura, assim, mesmo se eu me atrasar, os clientes que costumam vir comprar flores cedo não precisarão esperar por mim.No entanto, não esperava que Archie fizesse questão de me levar de carro todos os dias. Sim, é ótimo, não posso negar, contudo, também é uma tarefa que não deveria fazer parte de suas atividades diárias se não fosse por minha causa.Apesar de pensar desse jeito, nem consegui expressar, porque ele parece muito feliz, mesmo fazendo uma coisa assim. Diz que é ótimo, mas duvido que seja, apenas aceito que isso deu mais liberdade para que ele vá para o trabalho sem tantas preocupações.Embora ainda o pegue olhand
110. Pedidos impossíveis
Chelsea— Fala como se eu tivesse resolvido a dívida porque queria te ajudar, mas não é o caso — afianço para ele. — Tudo o que fiz foi por mim, pelos meus filhos. Você é um monte de merda que prefiro que exploda, bem longe de mim.— Não fale desse jeito, realmente vim até aqui porque o problema se resolveu e posso me aproximar de você sem ter medo, eu sabia que ele não te machucaria — garante, fala com tanta convicção que alguém ingênuo cairia na sua conversa.É uma pena que cresci percebendo que ingenuidade somente me foderia.— Eu não jogo mais, nem devo a ninguém — atesta, como se eu devesse segurar na sua mão e dar tapinhas para elogiá-lo por melhorar. Nunca acontecerá. Mesmo que renasça como uma boa pessoa, espero que nossos caminhos não se cruzem. — Podemos ser uma família. Podemos morar juntos e reconstruir os nossos laços.— Você tem umas ideias bizarras — profiro, sentindo a minha garganta queimar como se eu estivesse engolindo ácido, somente porque a sua presença continua a