Anthony o abraçou antes que terminasse e lhe deu um beijo ternamente na cabeça como sempre fazia para acalmá-lo de sua euforia e imediatismo.
Ele parece muito mais filho meu do que do Mark...
— Em breve, filho... você vai ter o maior espetáculo de todos, sabe que quando prometo algo, eu cumpro, pode ficar tranquilo.
Guillian estava preocupado, fazia quase dois anos que não via a mãe, o que não era uma atitude normal dela, já que sempre gostava de ir lá brincar com ele e discutir com seu pai, mas ela tinha sumido do mapa, o que em partes era bom, pois poderia se dedicar inteiramente aos seus estudos e realizar o seu tão sonhado show.
— Mas hoje tenho uma surpresa.
Tony fez sinal e uma banda completa adentrou no estúdio particular que eles t
MARK ESTAVA EM SEU CAMARIM relaxando, assistindo um show da Tina Turner quando alguém abriu a porta.Quem será que deve ser? -pensou Mark sabendo que não estava esperando ninguém em especial.— Desculpe – disse Mark humildemente e sem olhar para a pessoa que tinha adentrado em seu camarim – gostaria de ficar sozinho.Diferentemente de muitos artistas famosos, Mark não daa a mínima em receber as pessoas, mas não querer recebê-las era tão incomum que até ele achava estranho dizer não às pessoas.— Tem certeza?Mark reconheceu imediatamente aquela voz, era como se mil demônios gritassem seu nome e ele não tinha a quem recorrer.Era Anthony...
JOSIE ESTAVA ASSISTINDO as quatro televisões ao mesmo tempo, a primeira a um filme, a segunda, alguns momentos com seu filho, a terceira algumas apresentações de ballet e a quarta a estava deixando perplexa, eram seus filmes pornográficos.A pessoa física naquelas telas era ela, mas as feições de seu rosto a estava deixando ainda mais louca, ela não sabia explicar se seu alter ego estava endemoninhada ou se era o próprio demônio.Josie se perdeu nas incontáveis horas em que ficou naquele quarto amarrada com uma camisa de força assistindo sua vida inteira naquelas telas. Quando ela começava a cochilar tinha pesadelos terríveis com gritos de desespero e prazer.Ao acordar, tudo começava novamente.Ver Jacqueline em ação deixou Josie perplexa, no começo ela não quis acreditar que existia uma pessoa dentro dela, mas agora... sua
MARK FOI VISITAR JOSIE, ela parecia que tinha sido atropelada por um trem, demorou mais de três horas até acordar.— Que bom que está aqui.— Jamais poderia estar em qualquer outro lugar que não seja ao seu lado.— E Guillian?— Ele está bem, está ensaiando para o show, irá fazer a abertura do meu show.— Isso é uma notícia maravilhosa.MARK ESPEROU a recuperação de Josie para que o show se concretizasse, e ver seu filho foi a emoção mais impactante que Josie poderia sonhar na vida, ela queria correr e abraçá-lo, mas Mark a segurou:— É o grande momento da vida dele, dá para esperar só um pouco.Josie sabia que ele estava certo, mas ao olhar para o lado, Anthony apareceu algemado cercado de policiais.— O que está fazendo aqui? –
ANTHONY SAIU DO CAMARIM de Mark com um sentimento de dever cumprido, durante a conversa no camarim, ele escreveu um endereço em um guardanapo e entregou ao garoto que sorriu gentilmente como sempre fez.Ele realmente é filho do Mark, ninguém sorri desse jeito mesmo estando no inferno.Quando Anthony saiu do estádio, as câmeras de várias emissoras focaram nele, inúmeros repórteres o cercaram e ele calmamente respondeu a todas as perguntas e finalizou dizendo que pela manhã eles teriam uma notícia bombástica.ANTHONY CHEGOU AO HOTEL onde estava hospedado e disse ao sargento que o acompanhava:— Posso ficar um minuto sozinho? Não tenho para onde fugir, esse hotel não tem escadas de emergência.— Se tentar fazer qualquer gracinha, eu mesmo vou te arrebentar. Tony sorriu:— Sei disso chefe.Vendo
FAZIA QUASE UM MÊS que Josie estava naquele cativeiro, mas para ela, aquilo era o próprio inferno.A visão que ela teve quando a porta se abriu e viu seu filho era de um anjo a resgatando lhe estendendo a mão a seu favor.Uma semana depois, Josie teve alta do hospital em que Marina a acompanhou pessoalmente.— O que acha do Mark? – disse Josie.— Ele é sensacional.— Só isso?Marina pensou e disse com certo desdém:— É... só isso, mas acho que já seja o suficiente para que esteja em meu coração por um longo tempo.QUANDO A PORTA DA SAÍDA se abriu, a sensação de liberdade soou mais como um alívio que a realidade de ser realmente livre.Guillian, Mark e Marina a estavam esperando do outro lado da porta.Josie e Guillian se abraçaram e choraram muito com o r
MARINA SE ALEGRAVA a cada passo que Mark dava e sua vitória pessoal ia ganhando cada vez mais espaço nas colunas científicas.Demorou seis anos trabalhando quinze horas por dia, seis dias por semana para haver um resultado satisfatório.Marina recebeu o prêmio por uma das principais descobertas científica do século, muitas pessoas poderiam sonhar em voltar a andar graças a ela, principalmente pelo marketing que foi feito, ela saiu em quase todas as revistas científicas e de medicina que havia no mercado mundial.Enfim meu sonho se tornando realidade....MARK ESTAVA ANDANDO com o auxílio de uma bengala, ainda não estava cem por cento, mas já conseguia se locomover sozinho, dirigir seu carro etc.Certo dia ela se aproximou dele e disse:— Acho que já podemos seguir nossos caminhos.Mark ficou olhando para ela sem entender absolutamen
GUILLIAN NÃO ESTAVA acreditando na notícia em todos os jornais, era impossível seu pai ter se jogado de um prédio, ele adorava a vida... era ilógico demais tudo aquilo.— Ele não poderia ter feito aquilo, não poderia... Sua mãe o abraçou tentando confortá-lo.— Ele sabia o que estava fazendo, era o melhor para todos nós.— Todos nós quem? Você e seu namoradinho aleijado?— Não fale assim dele, se soubesse a verdade...— E qual é a verdade?SUA MÃE CONTOU toda a verdade, e foi tudo confirmado por Mark, o que o deixou completamente desnorteado, o obrigando a fugir de casa e ficar sozinho por uns tempos.Depois de uma semana Guillian voltou para casa, Josie e Mark estavam esperando por ele.— Sei que deve estar confuso Guillian – disse Mark –, mas quero que aprendam
MESMO DEPOIS DE QUASE seis anos passados, pensar em Marina e em tudo que eles haviam vivido ainda doía em Mark, ele sempre se imaginou vivendo com alguém a vida toda, mas a vida estava passando e vários “alguéns” acabavam não ficando.Os shows continuavam acontecendo normalmente, seus CD’s sempre estavam entre os mais vendidos e seu filho sempre fazia algumas participações especiais, mas não era nada sério.APESAR DE SER AMERICANO, Mark adorava o Brasil, principalmente São Paulo e Minas Gerais.Ele estava no Parque do Ibirapuera à noite olhando o lago e admirando a “Dança das Águas” quando ouviu uma voz que o fez voltar de seu transe.— Oi, Josie... o que faz aqui no Brasil?— Apresentando meu novo filme... gosto do clima também... Mark sorriu.— Como sabia que estav