CAPÍTULO 36. um mês no inferno

O apartamento estava limpo, muito limpo, mas isso era a única coisa que podia ser dita a seu favor. Quando Andrea abriu a porta, a mulher alta e magra dos seus cinquenta anos de idade, de pé ao seu lado, com o rosto firme e o olhar fixo, fez um gesto momentâneo de surpresa. Ela segurava uma prancheta na mão, e Andrea tremia ao vê-la escrever algo nela.

-Pensei que estava aqui para avaliar um apartamento... mas vejo que não há muito a avaliar", disse ela com preocupação.

Não havia tapetes, nem mobiliário, nem quadros, nada para suavizar a escuridão da sala. As paredes estavam nuas, as janelas não cortadas, o chão rachado e a luz fraca. Andrea sentiu uma onda de pânico a varrer por cima dela. Ela sabia que era o tipo de lugar onde ninguém iria querer ficar por muito tempo, quanto mais com uma criança.

A mulher examinou o apartamento com um olhar crítico, tomando notas à medida que se deslocava. Andrea seguiu-a, o seu coração a bater.

-Quanto tempo viveu ela assim? -Pediu ela, circulando
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