- Avô, você sabe que eu amo o Rodrigo, eu fiz tudo isso por causa dele!Miguel a afastou.- Por causa do Rodrigo? Você nem mesmo se importa com a vida dele! Chega de mentiras!Os olhos de Kyra se estreitaram.- Não, não fui eu quem fez aquilo. Admito, o que aconteceu com a Isadora foi culpa minha, mas o que aconteceu com o Rodrigo foi obra do Albino, eu realmente não sabia!Miguel se recusou a olhar para o rosto choroso dela.- Eu queria acreditar em você, eu queria poder te proteger, mas o que você fez ultrapassou todos os limites. - Miguel olhou friamente para a pessoa ajoelhada no chão. - Você estava disposta a matar o meu neto, a manipular e matar pessoas inocentes. Você não é quem eu achava que era.Mesmo que Kyra não tivesse relação com o incidente daquela noite, seus erros não eram pequenos. Ela claramente estava disposta a qualquer coisa, até matar quem fosse necessário.Ele nunca ficaria tranquilo em deixar uma assassina próxima do seu próprio neto.Miguel se virou de costas.
Era como se ela estivesse falando sozinha.Camila baixou os cílios levemente e apertou os lábios enquanto dizia:- Você está melhor?- De que adianta eu estar bem fisicamente? - Sr. Alan começou a se autodepreciar. - Minha esposa morreu, minha filha também, por que eu ainda estou vivo?O Sr. Alan não conseguia aceitar a realidade.Quem poderia?Camila baixou os olhos suavemente.- Você deve saber por que essas coisas aconteceram.O homem ficou atônito.Baixou a cabeça sombriamente, um pouco envergonhado, e murmurou:- Sim, admito, não deveríamos ter sido gananciosos por aquele dinheiro. - Ele pensou em algo e continuou. - Na verdade, quando recebemos a notícia da morte de nossa filha, eu e minha esposa ficamos assombrados, fomos ao campo de treinamento e descobrimos que nossa filha havia se suicidado, não sabíamos o que fazer. O campo de treinamento nos deu uma indenização, disseram para esperar pelos resultados da autópsia e nós ficamos no hotel esperando. Mas uma mulher veio ao nosso
- Sra. Heloísa, a senhora chegou. - Camila a recebeu com um sorriso.A mulher sorriu gentilmente.- Agora sua empresa está oficialmente em funcionamento, claro que eu tinha que vir prestigiar.Camila se aproximou, e, por respeito e educação, se agachou um pouco para que a idosa não tivesse que levantar a cabeça para falar.- Com a senhora prestigiando meu negócio, com certeza será um sucesso. Acho que os concorrentes em Cidade D vão ficar com inveja, não é?A Sra. Heloísa sorriu ainda mais.- Você e seus exageros, sempre elogiando esta velha senhora.Camila empurrou a cadeira de rodas até a sala VIP e preparou um chá para Heloísa.- Sra. Heloísa, como tem passado ultimamente?- Não se preocupe, estou bem. - Sra. Heloísa pegou a xícara de chá e soprou levemente a superfície quente. - Faz tempo que não nos vemos, pensei que tivesse se esquecido de mim.Camila sorriu:- Como poderia? Eu jamais esqueceria a senhora.Sra. Heloísa tomou um gole de chá e disse:- Você prometeu que em um ano l
Camila não conseguia conter o riso.Parecia que Rodrigo estava certo. Miguel poupou Kyra em respeito à família Campos, mas Pedro não estava nem aí para aqueles jogos. Kyra estava em um beco sem saída, sem nenhuma rota de fuga.Ela tinha duas escolhas: ou se escondia para sempre, ou se rendia e ia para a prisão....Em um beco, dentro de um hotel discreto, Kyra se escondia no quarto. Ao ver a notícia de que era procurada em toda a cidade, seu rosto assumiu uma expressão sombria e assustadora.A família Duarte precisava mesmo chegar àquele ponto?Malditos! Desde o início, ela foi enganada por Rodrigo e pela desgraçada da Camila!Se a família Duarte era impiedosa com ela, que não a culpassem quando ela fosse se vingar!Ela pegou o celular e discou um número que nunca havia chamado antes.Em pouco tempo, uma risada fria ressoou do outro lado da linha.- O que houve, agora você se lembrou de mim?Kyra mordeu o lábio. Se não estivesse encurralada, jamais teria procurado por ele.- Sr. Muril
Camila franziu a sobrancelha:- Estou falando daquelas mulheres!Rodrigo riu suavemente:- Então você não é daquelas mulheres?Camila ficou irritada e puxou de volta o tufo de cabelo que estava em suas mãos.- Estou cansada de jogar, quero trocar de homem para dormir, posso?Rodrigo ficou subitamente sério.- Com quem você quer dormir?Camila olhou intencionalmente para João.João, percebendo algo pelo espelho retrovisor, ficou assustado e gaguejou:- Srta. Camila, eu gosto de homens!Depois de dizer isso, João queria morder a própria língua.Camila não conseguiu conter o riso.Rodrigo a olhou com as sobrancelhas erguidas, resignado.- Travessa.À noite, Camila foi novamente exausta ao ponto de quase morrer.Vendo-a cansada ao ponto de desmaiar, Rodrigo estava entre a raiva e a ternura, beijou seus lábios, nariz e testa com muito carinho, como se ela fosse um tesouro frágil em suas mãos, algo precioso que ele temia que se derretesse em sua boca.Ele se levantou e foi tomar um banho fri
- Naquele dia em que eu estava jantando com o Sr. Theo, ele me disse que foi seu pai quem quebrou a perna dele e matou o pai dele. Eu quero saber se isso é verdade.Se tudo aquilo fosse verdade, quem era o certo no conflito entre as duas famílias?No entanto, para sua surpresa, a atitude de Miguel era claramente de raiva.- Foi isso que aquele velho Theo te disse?Camila não negou.Miguel soltou um resmungo frio e sua expressão de repente se tornou sombria.- Theo é bem bom em difamar as pessoas, não é mesmo? Meu pai usou Theo para chantagear a família Eduardo, mas nunca encostou um dedo nele. Como a perna dele quebrou, eu não sei. Isso não tem nada a ver com a Família Duarte.Camila estava um pouco surpresa.- Então a verdade não é essa?Miguel não permitia que difamassem seu pai.- Claro que não, meu pai odeia todas essas falsidades da nobreza, mas ele nunca machucaria uma criança. Esse desgraçado do Theo tem um talento notável para difamar os outros.Camila ficou pensativa.O Sr. Th
Camila, com um sussurro, perguntou:- Quando você vai?Rodrigo olhou para ela fixamente, murmurando:- Amanhã. - Ele arqueou levemente as sobrancelhas. - Você vai sentir tanta falta de mim assim?Camila, com os lábios cerrados, ficou em silêncio, mas esse gesto, para Rodrigo, era repleto de charme. Ele a observou com olhos profundos e insondáveis.Ele a segurou pela cintura, virando de posição.- Rodrigo, você ainda não me disse para onde vai. - Questionou Camila.Ela se debatia, dando socos e chutes, mas suas mãos foram imobilizadas por uma das mãos dele....No dia seguinte.Um raio de luz matinal penetrava pelo vão da cortina, iluminando o quarto.Camila acordou com a luz, virou-se instintivamente para abraçar a pessoa ao seu lado, mas só encontrou o vazio.Ela se sentou, percebendo que o lugar ao seu lado já estava frio.Descendo as escadas, Camila encontrou o café da manhã já preparado na mesa, mas sem ninguém presente, apenas um bilhete sob o copo de leite, com a caligrafia elega
Karina finalmente entendeu.- Então é isso, mas o Mestre Rodrigo sabe?Camila, carregando sua mala, caminhou em direção ao carro.- Ele não sabe, então estou planejando fazer uma surpresa.Às vinte e três horas e cinquenta minutos, o voo para o país S, cidade SN, decolou no horário previsto. A viagem duraria cerca de dez horas, com chegada prevista para as dez horas da manhã do dia seguinte.Durante a longa viagem de avião, Karina dormiu, e ao acordar, viu através da janela que já era dia. Uma espessa camada de nuvens brancas se estendia abaixo, um vasto manto branco. No horizonte, uma linha azul luminosa marcava a fronteira do céu, e além dela, era possível ver a lua.Às dez horas, o avião começou a diminuir sua altitude sobrevoando o país S. Olhando para baixo, era possível ver os altos edifícios que pareciam miniaturas.As ruas reduzidas da cidade, como veias urbanas, entrelaçavam-se entre si. Trinta minutos depois, o avião pousou na pista do aeroporto da cidade SN.- Depois de uma