No susto levantou espiar pela janela, viu Andrus descendo do carro e indo abrir a porta de trás, até com medo, correu pegar o celular e ia ligar para a polícia, o ouviu chamando no portão- Amira, sei que está aí. Abra por favor.Voltou a espiar, viu que ele estava com uma criança no colo, só por isso saiu atender - O que você quer? Ele estava muito nervoso, se molhando na chuva, tentando proteger a criança em seu colo com o guarda chuvas- Preciso de ajuda, com ela. Não tinha mais a quem recorrer na droga dessa cidade e já fui ao hospital.Amira abriu o portão confusa, ele foi entrando na garagem com a menina chorando muito- Não consigo a fazer parar, comer ou qualquer outra coisa que não chorar o dia inteiro. - Faça alguma coisa, por favor, qualquer coisa. A menina estava corada fazendo ânsia de vômito de tanto forçar o choro, foram entrando juntos, Amira tirou a manta que cobria a menina, a tocou no rosto apreensiva- Ela está doente? Me parece febril. O que aconteceu? Ele a
Ele foi sentar na sala, estava exausto sem já saber o que fazer, Amira apenas a soltou no chão do banheiro, ligou o chuveiro e se abaixou tranquilamente a olhando chorar confusa - Você quer tomar banho? Tenho uma esponja muito lindinha, quer ver? Abriu o gabinete da pia, pegou uma esponja de banho infantil com um patinho de borracha nela- Gosta de patinhos?Brincou com a esponja, encostando na menina- Conheço duas de quá quá quá, gosta de músicas? Abigail parou de chorar, sem dizer nada, pegou a esponja intrigada com o patinho, Amira foi tirando sua roupa- Posso cantar? Olha não pode rir de mim, tá bom?- Um patinho faz quá, dois patinhos fazem quá quá, três patinhos fazem quá quá quá.A colocou embaixo do chuveiro, começou dar banho a enchendo de espuma, cantarolando músicas sobre patos e banho, distraiu a menina com facilidade.Andrus chegou encostar na porta do banheiro para ouvir, estava esperando encostado no corredor ansioso, quando Amira abriu a porta, foi saindo com a me
Ele foi lavar as mãos, sentou a mesa - Nunca vi a magia do natal de fato. Você é muito previsível, com certeza gosta! Ela estava comendo, sorriu irônica- É, até que gosto. Ele começou comer, sem parada, ao esvaziar o prato, ela se levantou para completar os copos com suco- Quer mais? Tem bastante, cozinhar me distrai. Ele mesmo se serviu pegando um pouco de tudo, salada de macarrão, pernil assado, vinagrete, arroz, farofa temperada, carne assada e salada de maionese, ela ficou o esperando terminar de comer, começou limpar a cozinha, serviu pudim de sobremesa, ele estava se deliciando, ficou intrigado- Vi sua postagem, a mesa da ceia. - Porque fez tudo isso? Estava esperando alguém? Ela respondeu exultante- Não tenho ninguém, com uma agenda tão repleta de convites, seu natal não poderia ter sido melhor? Ele se aproximou para colocar o prato na pia - Nenhum deles aceitava uma criança aos prantos. - E sem minha secretária, meus últimos dias tem sido bem difíceis, tive que la
Ele sorriu pensativo - Bela reflexão, talvez faça realmente sentido. Obrigado mais uma vez, tchau! Ela deu tchau e entrou, foi arrumar a casa, nem sobrou muita coisa da ceia porque ele comeu bastante. No trajeto para casa Abigail ficou até quieta, foi ajoelhada no banco de trás olhando a rua, abriu o vidro sozinha e ele demorou a perceber, que ela estava com a cabeça para fora e o cabelo ao vento como um cachorrinho. Assim que entraram no prédio, ela se sentou, como se não estivesse fazendo nada diferente o trajeto todo, ele a pegou no colo e subiu mexendo no celular, estava procurando uma agência de babás, não tinham muitos lugares abertos e era natal, toda a sua família estava reunida e bem longe, falando mal dele porque não foi para lá com a menina. Tinham alguns brinquedos na sala, ele os colocou em um sofá e foi sentar no outro - Vai brincar Abi, olha lá sua filhinha chorando, sua boneca tem nome? - Você não
A levou para o quarto chorando muito, a vestiu sem dizer nada mais mostrando estar bravo, colocou um vestido mais curto e a deixou descabelada sem a pentear. Saiu do quarto a mandando calçar as sandálias, quando a encontrou na sala " pronta " saiu pegando ela no colo e um brinquedo junto, mexendo no celular distraído procurando restaurantes, não reparou nos detalhes da menina, a colocou no banco de trás e nem achou estranho ela não estar pendurada na janela como um cachorrinho. Ela ficou muito sentida quietinha, a única coisa perto e fácil que encontraram foi o Habib's, um lugar que ele detestava e não comia a mais de dez anos, quando viu pela janela que tinham brinquedos, não pensou duas vezes e entrou, ao sair do carro foi falando com ela, sobre comerem algo gostoso e brincar, ela permaneceu calada indiferente, sentaram não muito perto do brinquedo, tinham muitas pessoas, famílias e várias crianças, ele a sentou de frente para si, começou fazer o pedido e a mandou ir brincar, qua
Andrus nem tentou limpar nada, apenas tomou banho e foi deitar, na mesma cama que Abi, colocou desenhos que achava adequado e nem percebeu que ela não gostou, em poucos minutos ele adormeceu cansado, achou que ela também iria.Após ter dormido muito no carro, ela ficou sem sono, o olhou por algum tempo e desceu da cama entediada, foi fazer xixi e se secou como deu, brincou com a boneca cerca de meia hora na sala, pensando em dar comida para ela, foi até a cozinha, pegou na geladeira leite, geleia de morango, misturou em um copo, não satisfeita queria algo para fazer de comidinha, usando uma cadeira, subiu no balcão da cozinha e alcançou dois sacos de suplementos em pó, sujou pratos, o balcão, fez misturas com água, leite, suco, até quebrou um copo e ele não ouviu nem acordou, depois de aprontar muito pela cozinha, ela foi na sala com a intenção de assistir, até ligou a televisão mais não conseguiu colocar nada, já era mais de meia noite, se sentindo indisposta ela deitou na sala, logo
Ela estava aparentemente passando mau por algo que comeu, ele foi sincero dizendo o que deu a ela, incluindo chocolates, a médica de plantão não quis ser direta, mais também disse que aquilo poderia ser algo emocional, relacionado a perda da mãe e as mudanças, Abi vomitou novamente, deram medicação na veia, apesar de chorando muito, ela não era do tipo que esperneava no hospital, acabou adormecendo tomando soro, observando que ele não levava jeito nenhum com a menina, colocaram fralda nela, ele só ficou olhando a tudo sem fazer nada. Passou o resto da madrugada no hospital vigiando o sono dela, tirou uma foto com o acesso e mandou para Amira, a única pessoa que ele " podia " falar sobre aquilo " Intoxicação alimentar ou febre emocional " Amira só viu tudo de manhã quando acordou, não aguentou ignorar e respondeu, mandou mensagem pra ele no whatsapp " Oi bom dia, como ela está? " Ele estava sem bateria com o celular desligado, demorou mais de uma hora até receber alta e ir pra cas
Amira estava ouvindo, começou rir sozinha, ele colocou Abi no chuveiro dizendo que ia comprar muitos presentes quando ela melhorasse. Ficou vigiando dando atenção, a encheu de espuma dos pés a cabeça, tentando divertir ela,quando saíram do banho, o cheiro da casa já estava melhor, misturado com produtos de limpeza, ele a levou no colo enrolada na toalha, gritou do corredor- Anira venha aqui por favor, não sei como fazer isso. - Preciso aproveitar que está aqui. Ela se aproximou na porta do quarto- O que? Que não sabe? Ele foi para a cama, olhando Abi deitada sem roupa - Cuidar da... bom... a florzinha dela, as vezes parece que não se lavou direito.- Por mim eu nem daria banho nela, não gosto disso, é tão difícil de secar, as partes todas.Amira se aproximou séria, com aquele olhar de julgamento - Quem lava direito ou não, é você, a menina não tem idade pra tomar banho sozinha.